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sábado, 9 de março de 2013

Viagem e visita ao concelho da Sertã

Brasão de Sertã

Localização

          Inserida no do distrito de Castelo Branco, o concelho da Sertã abrange uma área de 453.1 km2, distribuída por catorze freguesias, duas das quais com sede em vila: Cernache do Bonjardim e Sertã. O concelho faz fronteira a Noroeste com concelhos de Pampilhosa da Serra, Pedrógão Grande e Figueiró dos Vinhos; a Sudoeste com o concelho de Ferreira do Zêzere; a Sul com Vila do Rei; a Sudeste com Mação e Proença-a-Nova; e a Nordeste com o concelho de Oleiros, na Sertã existem pelo menos três nascentes de águas minerais: a Foz da Sertã, a Fonte da Pinta e a Fonte de Gonçalo Mogam, esta última já mencionada no Aquilégio Medicinal de Francisco da Fonseca Henriques. Este concelho é bastante acidentado, sendo dominado pela Serra de Alvelos, e está integrado na chamada "Zona do Pinhal".





História

        A fundação da Sertã perde-se na noite dos tempos. A primitiva ocupação humana da zona onde agora se localiza a Sertã remonta à época pré-romana. Diversos vestígios arqueológicos atestam a antiguidade do povoamento. Designadamente, as antas da Abegoaria cerca da vila, os achados arqueológicos das Fontainhas perto de Chão de Mil (Pedrógão Pequeno),[47] o castro de Castelo Velho, as insculturas da Fechadura perto do Figueiredo, as insculturas da Lajeira cerca das Relvas (Ermida), o castro de Nossa Senhora da Confiança em Pedrógão Pequeno,e o castro de Santa Maria Madalena, junto do Casal da Madalena (Cernache do Bonjardim). A partir da época romana, os principais achados arqueológicos consistem na inscrição romana de Roqueiro (Pedrógão Pequeno), a inscrição romana da Castanheira encontrada na Castanheira Cimeira (Ermida), a estação arqueológica da Mata Velha (Sertã), a estação arqueológica da serra da Longra (Marmeleiro), a ponte dos três concelhos (Marmeleiro), a ponte romana do Cabril (Pedrógão Pequeno) e a calçada romana de Pedrógão Pequeno. Ainda que a tradição atribua a fundação do castelo a Sertório, no ano 74 antes de Cristo, a estação arqueológica do castelo da Sertã revelou uma origem da época islâmica. No contexto das lutas pela Reconquista cristã da península Ibérica, o conde D. Henrique de Borgonha (1095-1112), teria determinado o repovoamento do local bem como a reedificação do seu castelo. O mais antigo foral concedido à vila, de que há evidência segura, data de 20 de Outubro de 1513, pelo rei D. Manuel I. No entanto, deve assinalar-se que o foral de 1513 refere que esse documento foi outorgado por em razão de não aparecerem os antigos, o que pode sugerir uma outra carta de foral desaparecida. Em todo caso parece claro que a localidade tinha sido promovida a vila em 1455. No momento da concessão do foral, a Sertã era já então um concelho de relativa importância, já que os seus representantes tinham assento nas Cortes desde D. Afonso Henriques. Nesta altura, a vila pertencia à Ordem de Malta. Em 1665, a vila passou para a Casa do Infantado, que assimilou os rendimentos do Grão-Mestrado da velha Ordem de Malta. A primeira intervenção real devidamente atestada em relação à Sertã ocorreu com D. Afonso Henriques que doou à Ordem dos Templários a terra limitada pelo rio Tejo e o rio Zêzere. A posse da Sertã pelo Templo demorou apenas entre 1165 e 1174, já que neste ano o primeiro rei português transferiu-a para as mãos da Ordem do Hospital, durante o interregno de 1383-1385, a Sertã tomou o partido do mestre de Avis. A Sertã foi durante vários séculos, uma das quatro alcaidarias-mores do priorado do Crato, juntamente com o Crato, Belver e Amieira. Os alcaide-mores desempenhavam funções de governador militar de magistrado. Conhecem-se os seguintes alcaides-mores: Diogo Gonçalves Caldeira, nomeado por D. Duarte, o filho daquele, André Caldeira de Sousa. A este sucedeu seu irmão Diogo Rodrigues Caldeira, seguindo-se o seu filho, Cristovam Caldeira. Existem documentos datados de 1522, que se referem a este último, Vicente Caldeira, substitui-o em 1541, sucedendo João Tobias Caldeira em 1587. A alcaidaria-mor da Sertã passou depois por via não hereditária a Carlos Araújo de Vasconcelos. Seguiu-se-lhe o filho Pedro Rodrigues de Araújo por volta de 1604. O genro deste, Luiz de Azevedo Faria, herdou o cargo e manteve-o até 1674. De novo, por via não hereditária, a alcaidaria-mor passou para Filipe de Sousa, e posteriormente para Vasco Manuel de Figueiredo Cabral em 1794. No início do século XIX, o alcaide-mor era Pedro da Câmara de Figueiredo Cabral. Nos inícios do século XVII,o castelo construído no século X ainda se encontrava em boas condições, embora não tivesse a mesma utilidade de alguns século antes. Mas, no final do século seguinte a fortaleza encontrava-se completamente arruinada. Sertã recebeu carta foral de D. Manuel I, em 1513, sendo que nesse documento foram confirmadas à Ordem do Hospital várias regalias. Em 1665 a vila foi integrada na Casa do Infantado, ao passo que a maior parte das freguesias que então compunham o concelho pertencia ao grão-priorado do Crato.

Lenda do nascimento da Vila da Sertã

      Segundo a lenda, o castelo da Sertã terá sido edificado em 74 a. C. por Quinto Sertório (uma figura histórica), um militar romano, que fora exilado por razões políticas. Veio para a península Ibérica por volta do ano 80 a.C. e aliou-se aos Lusitanos. Sertório foi traído e assassinado durante um banquete por Perpena um lugar-tenente a soldo de Roma. A Lusitânia ficou então sob domínio romano. Nas lutas ocorridas na conquista da Lusitânia, houve um ataque romano ao castelo, durante o qual o chefe do castelo pereceu. Sua mulher, Celinda, ao saber da notícia, dando conta que o inimigo chegava às muralhas, subiu às ameias com uma enorme sertã ou sertage (uma frigideira quadrada) cheia de azeite a ferver na qual fritava ovos. Lançou o azeite fervente sobre os invasores que foram obrigados a recuar. Deu assim tempo que chegassem reforços dos lugares mais próximos. Foi assim que o nome de Sertã foi dado ao lugar.

Bandeira de Sertã

Heráldica

Brasão: de vermelho com uma torre torreada de prata, aberta e iluminada de negro. Em chefe, de ouro, uma sertã de negro, acompanhada por duas cruzes de vermelho, uma do templo e outra de malta. Em contrachefe, dois rios, de prata e de azul, que se ligam ao centro e seguem para o pé do escudo. Coroa mural de quatro torres de prata. Listel branco com os dizeres «Vila da Sertã» e «Sartago Sternit Sartagine Hostes» ( A Sertã derruba os seus inimigos com uma Sertã ), a negro.

Bandeira: esquartelada de branco e de negro. Cordões e borlas de prata e de negro. Lança e haste douradas.

Selo: circular, tendo ao centro as peças das armas sem indicação dos esmaltes e em volta, dentro de círculos concêntricos, os dizeres "Câmara Municipal da Sertã» e «Sartago Sternit Sartagine Hostes».


Cultura e Turismo

      O concelho da Sertã tem um considerável potencial turístico, dadas as sua riqueza natural e patrimonial. Assim, as albufeiras das barragens de Castelo do Bode e do Cabril oferecem excelentes condições para a prática dos desportos náuticos e para a ocupação dos tempos livres. Para além desses espaços naturais, a prática desportiva no concelho de Sertã é apoiada pela existência de um pavilhão gimnodesportivo, três campos de futebol, cinco pavilhões poli-desportivos, duas piscinas descobertas e uma piscina fluvial.

                                                                                                    Clube Náutico do Zêzere

Barragem do Cabril

Gastronomia :

           A gastronomia da Sertã é muito rica. Destacam-se os maranhos e o bucho recheado, sendo de referir, ainda, a presença do cabrito estonado, que apesar de ser um símbolo gastronómico de Oleiros, enriquece a mesa sertaginense desde tempos imemoriais. Na doçaria: Cartuchos à moda de Cernache do Bonjardim.

                                                                                                                     Bucho recheado

Maranho








Este domingo não perca mais um mercado com o que melhor que a terra nos dá.







Viagem e visita ao concelho de Oleiros

Brasão de Oleiros

Localização

      O concelho de Oleiros está integrado no distrito de Castelo Branco, ocupando uma área de 465.5 km2 distribuída por 12 freguesias e pela vila de Oleiros. Confina a Norte com o rio Zêzere, a Sul com o concelho de Proença-a-Nova, a Este com Castelo Branco, e a Oeste com os concelhos de Sertã e Pedrógão Grande. O concelho situa-se numa zona montanhosa, predominando dois tipos de rochas: os xistos e argilas. O concelho abrange as serras de Alvelos, Muradal e Lontreira, sendo que a sua área florestal é constituída principalmente por pinheiros. O clima da região em que se insere é tipicamente continental: húmido, com Invernos rigorosos e Verões quentes. A vila de Oleiros, sede de concelho é atravessada pela ribeira de Fero Baques.


História

        A origem do topónimo principal do concelho permanece envolta em várias dúvidas. Segundo alguns autores, o nome do concelho teria origem na palavra "Olheiros", referente às abundantes nascentes de água do concelho. Uma outra interpretação para o topónimo é que este seria um derivado da palavra "olla" que significa "fabricante de louças grosseiras". A primeira referência escrita relativa à vila de Oleiros data de 1194, tratando-se de uma doação de D. Sancho I a D. Afonso Pelágio, prior da Ordem do Hospital. Nessa doação consta que as terras doadas, entre as quais Oleiros, pertenceriam para sempre à dita ordem, na pessoa de D. Afonso Pelágio. A ordem donatária dividiu então as terras em quatro partes iguais tomando para si uma, e deixando as outras três para o concelho então criado. O prior Mem Gonçalves manda então povoar a vila e concede-lhe foral, autorizado por D. Afonso, mestre dos hospitalários. Já a 20 de Outubro de 1513 D. Manuel concedeu-lhe Foral Novo. Eclesiasticamente, a vila era uma vigairaria da apresentação do grão prior do Crato.

Bandeira de Oleiros

Heráldica

Brasão: de azul, com uma Cruz de Malta de prata carregada no cruzamento por um ramo de três ouriços de castanheiro de ouro, abertos de vermelho e folhados e troncados de verde. Em contra chefe  três faixas ondadas, duas de prata e uma de azul, carregada por três peixes de prata realçados a negro. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com os dizeres "Vila de Oleiros" de negro.

Bandeira: esquartelada de amarelo e de vermelho. Cordões e borlas de ouro e vermelho. Hasta de lança douradas.

Selo: circular, tendo ao centro as peças das armas, sem indicação dos esmaltes. Em volta, dentro de círculos concêntricos, os dizeres "Câmara Municipal de Oleiros".


Cultura e Turismo

          Uma das principais atrações turísticas de Oleiros é sem dúvida a Praia Fluvial, construída na ribeira, no sítio do Açude Pinto, cujas características do meio envolvente a tornam um local de lazer muito procurado, principalmente na época estival. A nível de recursos culturais e desportivos, existem por todo o concelho bastantes associações e colectividades responsáveis pela promoção e divulgação das tradições e cultura da região. Entre estas colectividades destacam-se: a Sociedade Filarmónica de Oleiros, cuja fundação remonta a 1894; a Associação Recreativa e Cultural de Oleiros, a Associação Olhos de Água e a Santa Casa da Misericórdia, fundada em 1548 e que desde sempre se dedicou ao serviço da solidariedade e ação social.

                                                                                           Praia Fluvial Açude Pinto 
Praia Fluvial Açude Pinto

Gastronomia

          O prato regional mais famoso de Oleiros é o cabrito estonado à moda de Oleiros. Merece também destaque o vinho calum cultivado nalgumas freguesias de Oleiros, em particular no Mosteiro, ao longo das margens da ribeira da Sertã, e o maranho, bem como as típicas filhós, e a saborosa tigelada (espécie de pudim, muito saborosas).

                                                                                                                        Filhós 
Cabrito estonado 
                                                                                                                  O fruto - Medronho

                                   Aguardente de medronho