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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Viagem e visita ao concelho de Aveiro

Brasão de Aveiro

Localização : 

    Concelho do distrito homónimo, Aveiro tem uma área de cerca de 208 Km2, que se divide por catorze freguesias, três das quais com sede nas Vilas suas homónimas, a saber: Cacia, Eixo e Oliveirinha. O concelho é banhado pelo Rio Vouga e pelo Oceano Atlântico. Capital de uma região marcada por um relevo montanhoso, sulcado de profundos vales e pela planura fertilizada pela famosa Ria que lhe deu o nome: "Aveiro". A Ria, verdadeiro "ex-libris" concelhio, está intrinsecamente ligada ao mar, dada a sua proximidade geográfica e influência directa que se faz sentir pela entrada de águas marinhas através da barra. É o resultado do recuo do mar, com a formação de cordões litorais que, a partir do século XVI formaram uma laguna que constitui um dos mais importantes e belos acidentes hidrográficos da costa portuguesa. A ria comunica com a cidade por três canais: o das Pirâmides, o de S. Roque e o dos Santos Mártires ou do Matadouro. A Ria de Aveiro estende-se num comprimento de 45 km (N-S), desde Ovar a Mira, e a sua largura máxima é de 11 km. São quatro os seus principais braços: ao Norte, o braço Torreira (Ovar), que é de todos, talvez o mais importante e profundo, com 25 km de comprimento; todo este braço corre paralelamente à costa e tem como largura máxima cerca de 2 Km, frente à Torreira inclinando-se para Ovar (daí a sua designação braço da Torreira). Ao centro, a ria da Murtosa que em frente do Bico do Muranzel se ramifica, servindo com os seus numerosos esteiros (braços estreitos) as terras populosas de Murtosa, Veiros, Salreu, Canelas e Fermelã. Entre os esteiros de Salreu e Estarreja desagua o rio Antuã e próximo deste, o rio Velho, um dos braços do rio Vouga. Ao Sul, o canal ou ria de Ílhavo, de cerca de 7 km de comprimento por 200 m de largura máxima, que partindo do SO do concelho de Aveiro, banha os campos de Ílhavo, fertilizando os terrenos do lugar da Vista Alegre, na freguesia de Ílhavo (S. Salvador), as cercanias de Vagos, e vai até à embocadura do Bôco. Finalmente, ao Sudoeste, o canal ou ria de Mira, que se prolonga desde as alturas da Barra ao Poço da Cruz, numa extensão de cerca de 14 km e de largura máxima de cerca de 300 m. As areias litorais e aluviões, onde estão instalados os pinhais litorais e a laguna de Aveiro, dão lugar a um meio eminentemente florestal, de relevo mais acentuado, em formações xistosas e graníticas. Este meio florestal, onde atualmente domina o pinheiro-bravo e em alguns casos o eucalipto, apresenta manchas residuais de carvalho-roble, que outrora cobria toda esta região. As dunas, as matas litorais de resinosas, os bancos entre as marés, as salinas, os sapais, os caniçais, as águas livres, o leito dos canais, os arrozais, as matas ribeirinhas e o bocage, constituem os principais habitantes da região lagunar, que criam uma grande diversidade de oportunidades, que se traduzem por uma elevada riqueza florestal e animal.



História :

          Alavario é das designações mais antigas que se conhece do topónimo Aveiro, que tem a sua origem no latino "Averius", vindo do étimo céltico "aber", que significa "embocadura de rio". A forma "Alavarius", parece ter sido criada na Idade Média. Entender a origem do povoamento inicial deste território, requer que se retroceda ao processo da formação da ria. O recuo do mar e a consequente formação de extensos cordões de areia provocaram uma espécie de dique impedindo a saída das águas do Vouga. Deste modo, a foz deste rio viu-se obrigada a espalhar-se pelas terras mais baixas, dando origem à laguna. Assim, a situação geográfica da região terá estado na origem da fixação de uma colónia de pescadores, tal como em diversos outros locais ao longo da costa. Um desses núcleos terá estado na origem da povoação de Aveiro. Protagonista (também) da História de Aveiro, o sal fez desenvolver a região, já antes da época romana. A mais antiga referência às salinas aparece no ano de 959, no testamento da Condessa Mumadona Dias, em que esta legava ao Convento de Guimarães "terras in Alavario et salinas". Entretanto a povoação aí fixada foi desenvolvendo atividades próprias: a lavoura, a pesca, a extração do sal e o comércio marítimo. Em 1117, D. Sancho I fez doação de Aveiro a sua irmã D. Urraca Afonso. Esta deixou-a às suas filhas, D. Aldara e D. Abril, do qual dois terços foi atribuído ao Mosteiro de S. João de Tarouca; o restante terço, deixado a D. Sancha, a terceira filha de D. Urraca, foi vendido à Infanta D. Sancha, filha de D. Sancho I, e depois doado por esta ao Mosteiro de Celas, em Coimbra. No século XIII, provavelmente durante o reinado de D. Afonso III, deu-se a sua elevação de Aveiro a Vila, cujo núcleo principal era a Igreja Matriz, dedicada a S. Miguel. Esta igreja, demolida em 1835, estava onde é hoje a Praça da República. Beneficiados por extensas matas, não tardaram a aparecer nas margens da ria os construtores de barcos. A par disto intensificava-se a exportação do sal, sobretudo para os países nórdicos. Estas terras foram de novo incluídas na pertença da coroa por D. Dinis, que ordenou que fosse feito o recenseamento de todas as igrejas de Portugal e do respectivo valor. A igreja de S. Miguel, matriz de Aveiro, foi dotada em 660 libras. Este valor era muito alto para a época, o que demonstra a importância de Aveiro. Ainda a provar a importância que a vila portuária foi assumindo, estão os privilégios concedido aos seus mareantes, no ano de 1330, pelo rei D. Afonso IV. Aveiro estava já representada nas cortes reunidas por D. Pedro I em Elvas, em 1361.  D. Fernando fez doação da vila a D. Leonor Teles, pela mesma carta em que este publica o seu casamento com D. Leonor, em 5 de Janeiro de 1372. A 13 de Abril de 1384, há novamente uma doação de Aveiro, desta vez por D. João I (ainda como regente), a João Rodrigues Pereira, que o tinha auxiliado no cerco de Chaves. Apesar desta doação, o mesmo rei atribui a seu filho D. Pedro o título de Senhor de Aveiro. Esta doação é confirmada por D. Duarte e depois por D. Afonso V em 12 de Julho de 1448. Foi ainda o rei D. João I que para proteger a vila da pirataria marítima (para a qual a riqueza da vila já constituía motivo de cobiça), mandou erguer a toda a volta, seguras muralhas, em 1418, a conselho de seu filho D. Pedro, quando já era donatário de Aveiro. Estas muralhas, restauradas por D. Manuel I e por D. João V, foram demolidas em Abril de 1802, sendo as pedras da muralha empregadas na construção da barra do porto. Em 1434, D. Duarte concedeu o privilégio de realizar uma feira franca anual; esta feira ainda se realiza atualmente, sendo conhecida por Feira de Março. Com a morte do Infante D. Pedro na Batalha de Alfarrobeira, em 1449, Aveiro passou para as mãos dos Condes de Odemira que pouco depois a viram ser retirada pelo rei D. João II, contra o qual eram acusados de conspirar. De novo na posse da coroa, o monarca viria a doá-la à irmã primogénita, que vivia no Convento de Jesus, e viria a ficar conhecida por Santa Joana Princesa. A terra de Aveiro passou, em 24 de Setembro de 1495, após a morte de D. Joana (12 de Maio de 1490), para a posse de D. Jorge, filho bastardo de D. João II, e dos seus descendentes, dando origem à Casa de Aveiro. Alguns anos mais tarde, em 1515, D. Manuel I atribuiu foral a Aveiro, a 4 de Agosto. Ao contrário de outros ducados importantes, o de Aveiro foi marcado pela ausência e atribulações dos seus senhores. Com uma existência de quase dois séculos, entre meados do século XVI e do século XVIII, a Casa Ducal acabou por extinguir-se ingloriamente, com a execução do oitavo e do último Duque de Aveiro, por ordem do rei D. José e do seu Ministro Sebastião José de Carvalho e Melo (Marquês de Pombal).Nos meados do século XVI, as marinas de Aveiro davam por ano 16.000 moios de sal, que era exportado para muitos destinos da Europa e no Brasil. Mas a extração de sal teve um outro e ainda mais importante efeito: estimulou a captura à distância do peixe para salgar. Os aveirenses, habituados às pescarias abundantes, foram capazes de construir barcos para navegar no Atlântico e chegar à Terra Nova, para onde se dirigiam, em cada ano, 60 navios. O bacalhau entrou nos hábitos alimentares dos portugueses apesar de não se criar nos nossos mares. Paradoxalmente, desenvolvia-se a atividade dos estaleiros, onde se construía a frota bacalhoeira, que ainda hoje se faz recordar com as relíquias ancoradas em Aveiro, algumas delas já recuperadas. No final do século XVI, o canal que separa a ria do mar foi fechado pela força das marés e dos ventos, o que impediu a utilização do porto, além de provocar a estagnação da água na ria, transformando-a em pântano. Sem possibilidade de navegação, a construção de barcos e a pesca acabam por definhar, cessando o comércio marítimo. Sem atividades propulsoras, o porto de Aveiro viu assinada a sua sentença de morte, estendida à população que as febres e pestes provocadas pelas águas sem movimento reduziram, drasticamente, no século XVII. Uma das soluções encontradas pelas gentes de Aveiro foi voltarem-se para a terra, a que o moliço emprestava fertilidade admirável, sem o risco de se esgotar. Para outros, a solução foi partir à procura de melhor sorte. Apesar da agudeza desses factores de crise, é durante as centúrias de seiscentos e setecentos que são construídos os grandes edifícios religiosos - igrejas e mosteiros - que hoje fazem parte do valioso património histórico-cultural do concelho. Entretanto, sucediam-se as tentativas para disciplinar a ria, definir os canais e procurar uma barra nova. Só em 1758 foram nomeados engenheiros para executarem as obras necessárias para corrigir a situação em Aveiro. Por diversas dificuldades observadas, só no início do século seguinte começaram as obras, orientadas pelo engenheiro francês Reinaldo Oudinot e pelo engenheiro português Luís Gomes de Carvalho. Em 1808 abriu finalmente a nova barra, fixada por fortes muralhas de pedra, voltando as águas a escoar-se para o mar. Em 1838, o próprio mar rompeu a duna e veio criar uma barra nova, alguns quilómetros para Sul.  A construção do caminho de ferro foi mais um fator de progresso no concelho. Ao longo do século XIX e princípios do século XX, o concelho de Aveiro foi-se afirmando como um dos mais influentes no país. As indústrias ganharam um ritmo muito mais ativo e toda a região se tornou numa fecunda área industrial. No mar, a burguesia marítima e comercial estendeu a sua influência, com o alargamento da frota pesqueira. A diocese seria restaurada em 1938 e a Universidade instituída em 1973. Subdividido em três áreas bem diferentes mas interligadas - da beira-mar, do campo e da urbe -, o concelho de Aveiro, de maneira geral, encontra-se voltado para o futuro. 

Bandeira de Aveiro

Cultura e Turismo : 

            Fenómeno relativamente recente na história de Aveiro, o turismo é dos principais focos de desenvolvimento da região, nele residindo parcela importante do seu progresso económico. Primeiro, são os atributos naturais, que colocam a região entre as mais belas e aprazíveis de Portugal; clima ameno e suave, vastas áreas florestais a dois passos do rio Vouga, a ria e a sua laguna, e o Atlântico. A situação geográfica e a facilidade de acessos são outros factores que contribuem para o florescimento do turismo no concelho. Como locais de interesse turístico merecem especial destaque a já referida Ria de Aveiro, a Praia de S. Jacinto e a Reserva Natural das Dunas de S. Jacinto. Há ainda a possibilidade da descoberta de um passado histórico e artístico, patenteado em monumentos da cidade e nos museus como o Museu de Aveiro, fundado em 1458, que se situa no antigo Mosteiro de Jesus, sendo considerado um dos mais importantes museus de Arte Sacra; ainda o Museu de Caça e Pesca, situado no Parque do Infante D. Pedro e que encerra uma interessante e variada coleção de mamíferos, aves e peixes da região de Aveiro. A Universidade, quando edificada, ofereceu à cidade um novo dinamismo e trouxe consigo o desenvolvimento urbanístico, mas também uma nova vida cultural.



Gastronomia : 

             A região de Aveiro para além de apresentar uma variedade gastronómica de saborosos pratos tradicionais, de peixe e carne, é conhecida pela diversidade e riqueza da sua doçaria na qual se destacam os ovos moles, doce muito conhecido e bastante apreciado, tanto no país, como no estrangeiro. A proximidade do mar teve um papel determinante na gastronomia do concelho de Aveiro, pelo que os apreciadores de escabeche e caldeiradas podem deliciar-se aqui com estes pratos à base de peixes da ria e do mar. Por isso o peixe é característico da região, sendo bastante apreciados os seguintes pratos: enguias de caldeirada, fritadas de peixes da ria, mexilhões em espetadas e os inúmeros pratos de bacalhau.

Viagem e visita ao concelho da Murtosa

Brasão de Murtosa


Localização : 

            O concelho da Murtosa pertence ao distrito de Aveiro, de cuja sede dista cerca de 27 Km e é limitado a Norte pelo concelho de Ovar, a Este pelo de Estarreja e Albergaria-a-Velha, a Sul pelo concelho de Aveiro e a Oeste pelo Oceano Atlântico e possui quatro freguesias: Murtosa, freguesia com sede na Vila homónima, Monte, Bunheiro e Torreira, esta com sede na Vila com o mesmo nome. Murtosa resulta de uma conquista da terra ao mar, que aconteceu provavelmente, 500 anos antes de Cristo, num acidente natural que deu origem geológica ao assoreamento progressivo do curso inferior do Vouga e à diminuição da grande laguna. A Ria, laguna que se estende de Ovar a Mira, atingindo uma extensão de 45 Km, sendo circundada por dez municípios - Aveiro, Ílhavo, Murtosa, Estarreja, Ovar, Albergaria-a-Velha, Águeda, Oliveira do Bairro, Vagos e Mira - independentemente da importância sócio-económica e geográfica que desde sempre assumiu nestes concelhos, constitui-se como um elemento fundamental da identidade sócio-cultural das populações de cada um deles, que aprenderam a usar os recursos que lhes oferece. O concelho da Murtosa está assente numa planicíe, exposta aos ventos e às marés, principais responsáveis pela redução da ria. A água, elemento predominante e unificador, desempenha aqui um papel fundamental na vida dos habitantes, ao proporcionar a existência de atividades que constituem o modo de vida de uma parcela considerável da população. Entre o mar e a ria nota-se a presença constante de matas aprazíveis, onde abundam os pinheiros. Estas características têm vindo a transformar certas zonas em atrativos centros turísticos, com crescimento notável nos últimos anos. Este concelho é dos mais pequenos no distrito de Aveiro, em termos de superfície ocupada; a sua área é de 73,6 Km2 e a sua população ronda os 9.103 habitantes, distribuídos pelas suas quatro freguesias.



História : 

         Apesar da recente constituição do concelho da Murtosa e embora o mesmo não tenha um longo passado histórico, nem profundas tradições genealógicas, não lhe faltam aspectos caracterizadores, que o tornam numa das terras mais individualizadas do distrito de Aveiro. Assim, pode dizer-se que a Murtosa e as povoações que a ela pertencem têm existência relativamente jovem, quando comparada com a maioria das terras do distrito. Neste concelho não chegaram até aos nossos dias vestígios que testemunhem a presença, mesmo que passageira, dos povos romanos, godos e árabes, havendo quem defenda que as suas origens remontam apenas aos séculos VIII e IX, ao chamado período novigodo, só depois de conquistada a cidade de Coimbra aos mouros. A constituição antropológica do povo murtoseiro, aparece normalmente associada aos fenícios, antigos navegadores, que estenderam a sua influência da Ásia até aqui, tendo fundado em Espanha, cidades importantes como Málaga ou Cádis, entre outras. A fixação das primeiras povoações na Murtosa ficará a dever-se a pescadores de origem nórdica e mediterrânica que, instalando-se com as famílias, aqui se juntaram aos naturais dos sítios. Esta fusão ter-se-á dado no decorrer da 1ª Dinastia, ao encontro da política da fixação levada a cabo pelos primeiros monarcas. O seu solo era na maioria coberto por areias movediças, pauís e terras encharcadas e lamacentas, o que ocasionou o povoamento tardio que, só passou a verificar-se à medida que se foi procedendo ao seu arroteamento, tornando fértil aquela quantidade de terrenos estéreis.Em 1220, numa relação das propriedades dos mosteiros e ordens religiosas da Terra de Santa Maria, é feita a primeira referência a Pardelhas. Neste documento, aquele reguengo (do qual a Murtosa fazia parte) é assinalado como pertença do mosteiro de Vila Cova de Sandim (Vila Nova de Gaia), fundado pelas monjas beneditinas. O nome pelo qual Pardelhas era então conhecida era "villa Mariña de Salgueiro", derivando o atual topónimo de "paredeiros" ou "pardeeiros" (pobres e rústicas habitações de colmo). Mais tarde, durante o reinado de D. Afonso III (1245-1279), o mosteiro dota o reguengo de Pardelhas com sistema judicial próprio, de características rudimentares (composto por juiz, procurador e vereadores), a quem fica entregue a administração da justiça. Na segunda metade do século XIV, D. Pedro I extingue aquela magistratura, passando o reguengo a estar sob a alçada (administrativa e judicialmente) do juiz do concelho de Figueiredo (concelho já extinto e que atualmente é um simples lugar da freguesia de Pinheiro da Bemposta, no concelho de Oliveira de Azeméis) e, subsequentemente, de Bemposta e Pinheiro de Bemposta. Em Dezembro de 1835, as povoações do reguengo de Pardelhas deixavam de estar adstritas a essa jurisdição e, juntamente com a Torreira (cuja fundação é atribuída a uma colónia de pescadores vindos do Norte da Europa ou do Mediterrâneo, nos séculos XII e XIII; e que até ao decreto de 24 de Outubro de 1855, pertenceu à freguesia e concelho de Ovar, sendo desta desanexada a 1 de Dezembro desse ano) passam a fazer parte do concelho e comarca de Estarreja, adquirindo, deste modo, com os núcleos da Murtosa e do Monte, unidade política. Esta administração por parte de Estarreja parece não ter sido coroada de sucesso, como o testemunha a tentativa que Murtosa levou a cabo para conseguir a sua autonomia, em 1899. A população murtoseira considerava a sua terra constantemente votada ao abandono pelos poderes concelhios, impossibilitando o seu progresso e desenvolvimento económico-social. Esta tentativa de separação não foi contudo, bem sucedida, vindo a Murtosa a alcançar a tão desejada autonomia apenas a 29 de Outubro de 1926, por força e vontade da população e do precioso contributo do Almirante Jaime Afreixo.

Bandeira de Murtosa

Cultura e Turismo : 

      A população da Murtosa é possuidora de um leque de instituições que têm levado o nome do concelho a vários pontos do país, quer na vertente desportiva quer cultural. A principal riqueza turística da Murtosa advém da diversidade paisagística que a natureza pôs à sua disposição; a força da beleza da Ria, com as águas serenas, propícias para a prática dos desportos náuticos e toda a zona entre a Torreira e S. Jacinto se abriu, nas últimas décadas, ao turismo, aumentando de ano para ano, o número de residências de Verão e aldeamentos, bem como de estabelecimentos da indústria hoteleira. A vasta extensão de matas entre a Ria e o mar, oferece momentos de repouso e lazer, que se podem prolongar num dos parques de campismo da mata de S. Jacinto. As praias de mar são outro atrativo  com extensos areais e dunas. Destaca-se a famosa praia da Torreira, das mais concorridas na época balnear.



Gastronomia : 

             De assinalável interesse é a cozinha murtoseira, onde também a Ria desempenha um papel fundamental. Dela vêm as enguias com que se preparam as principais especialidades gastronómicas locais: caldeiradas (de enguia ou peixe), enguias de escabeche, as tradicionais "barricas de enguias" e, além disso, os rojões de carne de porco, o pão-de-ló e os ovos moles.