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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Viagem e visita ao concelho de Barcelos



Localização : 

               Barcelos é uma cidade que se situa no distrito de Braga, é sede de município com 378,7 km2 de área e subdividido por 89 freguesias, sendo o concelho com maior número de freguesias em todo o país. O município é limitado a norte pelos concelhos de Viana do Castelo e Ponte de Lima, a leste por Vila Verde e por Braga, a sueste por Vila nova de Famalicão, a sudoeste pela Póvoa de Varzim e a oeste por Esposende. O ponto mais elevado do concelho situa-se no alto de S. Gonçalo, a 488 metros de altitude, na freguesia de Fragoso.


Lenda do Galo de Barcelos :

              Esta lenda encontra-se associada ao cruzeiro seiscentista que faz parte do espólio do Museu Arqueológico da Cidade. Segundo a mesma, os habitantes do burgo andavam alarmados com um crime e sobretudo, pelo facto de não se ter descoberto o criminoso que o cometera. Certo dia, surgiu um galego que se tornou suspeito, as autoridades resolveram prendê-lo e apesar dos seus juramentos de inocência, ninguém acreditou nele, pois não parecia verosímil que o galego se dirigisse a S. Tiago de Compostela em cumprimento de uma promessa, que fosse fervoroso devoto do santo que em Compostela se venerava, assim como de S. Paulo e de Nossa Senhora. Por isso, foi condenado à forca, antes de ser enforcado, pediu que o levassem há presença do juíz que o condenara. Concedida a autorização, levaram-no à residência do magistrado, que nesse momento se banqueteava com alguns amigos, o galego voltou a afirmar a sua inocência e perante a incredulidade de todos, apontou para um galo assado que estava sobre a messa, exclamando : " É tão certo eu estar inocente, como certo é esse galo cantar quando me enforcarem." Risos e comentários não se fizeram esperar, mas o certo é que ninguém tocou no galo. Quando o peregrino estava a ser enforcado, o galo assado ergueu-se da mesa e cantou, já ninguém duvidaria das afirmações de inocência do condenado, o juíz corre á forca e com espanto, vê o pobre do homem de corda ao pescoço, o nó lasso, impedindo o estrangulamento, imediatamente foi solto e foi mandado em paz.

 
História :

                 A proximidade do rio Cávado ditou a história desta cidade que, desde a época romana era o ponto de atravessamento preferido dos viandantes. Passava por aqui uma importante via, que seria uma estrada que derivava da via Braga- Porto e cruzava o Cávado em Barcelos e continuava para noroeste, indo encontrar a via perto da doca maritima. A partir deste local e para norte, seguiria outra via em direção a Ponte de Lima. A passagem das gentes por estas vias e a proximidade do rio viriam, ainda que a longo prazo, a determinar o processo de fixação humana. Alguns vestígios encontrados promovem a ideia de que a origem da cidade estariam as vilas agrárias e que esta teria nascido da influência de atividades como a almocrevia e o comércio. Alíás, como consequência destas atividades, em meados do século XIII, surge uma feira que tornou Barcelos num palco de atrações de uma vasta zona, os almocreves dinamizavam Barcelos que funcionava como um ponto estratégico de ligação com cidades como Porto, Braga, Viana do Castelo e Ponte de Lima. A questão relativa à fixação de pessoas tem vindo a suscitar inúmeras teorias que tentam dar resposta à questão de quando se iniciou este processo, apesar da ausência de documentos escritos e vestígios arqueológicos que atestem com clareza uma data provável, mas à uma ideia de que a fixação remonta à época alti-medieval, com o nascimento da Nacionalidade, contrariando as teorias que sugeriam um processo de ocupação romana ou até mesmo anterior. Quanto à extensão geográfica da Cidade, sabemos que a presença do rio e possíveis subidas das águas empurraram as populações para a zona nascente, que oferecia melhores condições para uma fixação permanente, além de que a sua cota superior possibilitava um maior domínio do território. Do Foral de Barcelos, concedido por D. Afonso Henriques provavelmente entre 1156 e 1169, nada se consegue apurar quanto à extensão do termo, no entanto, tudo nos leva a crer que se tratava de um povoado pequeno, mas detentor de uma certa importância, já que desde 1177 contava com uma gafaria - instituição hospitalar para leprosos - à entrada da vila, no local da Fonte de Baixo, a qual atingiu o seu apogeu na centenária de trezentos. As Inquirições régias de 1220 referem-se a Barcelos como uma freguesia do Julgado do Neiva, com o orago de Santa Maria Maior e as Inquirições de 1258 fornecem algumas informações preciosas sobre a vila à qual á já atribuido um núcleo urbano, bastante arruado, com uma igreja paroquial e o ougue, circundado por arredores como os de Cimo de Vila, de Fundo de Vila e do Vale. Em 1258, começava a desenhar-se a estrutura da cidade, cuja mancha urbana se concentrava na zona dos atuais largos do Apoio e Dr. Martins Lima, o principal armamento seria o que ligava o ponto de atravessamento do rio à vila que se dirigia a Ponte de Lima e Viana do Castelo. O Largo do Apoio ou do Poyo teria assim, sido o primeiro centro civíco da vila e apesar de não haver documentos que o atestem, a casa do alcaide localizada nesse largo, atual casa dos Carmonas, poderia ter sido a primeira sede da administração local. Refira-se ainda que na Inquirição de D. Afonso III, surgem nomes e locais ainda subsistentes, tais como Pessegal, Casal de Niqui e outros já desaparecidos, como o Cimo de Vila e Barroco. Aquando da passagem à condição de vila condal, esta urbe já se encontrava bem formada, nas suas linhas principais. No final do século XV,  era já uma realidade na urbe, o centro cìvico com as sedes das principais instituições, as principais artérias estruturando o burgo intra-muros e o campo da feira. Relativamente ao caráter administrativo, sabemos que Barcelos começou por ser Vila Régia, em resultado da Carta de Foral concedida por D. Afonso Henriques, ao permanecer sob a aliança real Barcelos ficaria sujeita a legislação e tributação específica, esta condição de vila régia seria alterada em 1298, no reinado de D. Dinis, que num gesto de recompensa para o mordomo-mor e diplomata João Afonso Telo de Meneses, Senhor de Albuquerque, pelas diligências poe este efetuadas para a definição das fronteiras, aquando do Tratado de Alcanices, o nomeia Conde da Vila de Barcelos. Assim, João Afonso passa a ser o primeiro conde vitalício de Portugal, com direito de transmissão dos poderes aos seus descendentes. A passagem da condição de Vila Régia a Vila Condal teria uma influência crucial no evoluir da urbe que, desde logo, se destacou das povoações vizinhas, já que adquire um estatuto e jurisdição autónoma  Está dado início a um processo de contínua evolução da Vila de Barcelos, que beneficiou, desde então do lugar de relevo que os seus Condes detinham nas Cortes. No ano de 1640, barcelos volta á condição de Vila Régia, na sequência da ascensão da família de Bragança à realeza, obtendo grandes privilégios, entre os quais a concessão por dois ou três anos, de um imposto à real de Água, destinado à realização de obras, tais como a renovação da Colegiada e do edifício da Misericórdia, com o seu hospital e a edificação do Mosteiro do Terço, da Igreja da Ordem de S. Francisco e do Passeio dos Assentos. Em 1836, na sequência da vitória da fação liberal, foi iniciada uma reforma administrativa, que viria a dar um duro golpe na extensão do enorme Concelho de Barcelos e sua Comarca, que vêem diminuir a influência que desde há muito, possuíam sobre outras áreas. Relativamente ao topónimo, são indicadas várias hipóteses como predecessoras do nome Barcelos, as designações Barca coeli, barca do Céu ou Barca celani.


Gastronomia :

             Na gastronomia deste concelho, é muito variada com muitos e requintados pratos, vamos mencionar os mais típicos, são eles, o cabrito assado, polvo assado na brasa, bacalhau no forno, vitela à moda de Barcelos, arroz de lampreia, coelho assado na telha, caldo galego, cozido à portuguesa, caldo verde, entre outros. No que respeita à doçaria, o concelho possui uma doçaria digna da mesa de um rei, por cá podemos encontrar o leite-creme, leite-creme com gila, pudim caseiro, a bela queijadinha, laranjas doces, doces da romaria, pão-de-ló, paralelos, sonhos do arante e as brisas do cávadoabanadas.