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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Viagem e visita ao concelho de Fornos de Algodres

Brasão de Fornos de Algodres

Localização : 

            Fornos de Algodres é um concelho do distrito da Guarda, localizado na transição entre o planalto beirão e a Serra da Estrela e abrange uma área de 133.2 km2 e subdividido em 16 freguesias. Fornos de Algodres faz fronteira a Poente com os concelhos de Mangualde e de Penalva do Castelo (do distrito de Viseu); a Norte, com o concelho de Aguiar da Beira; a Nascente, com Trancoso e Celorico da Beira; e a Sul, com Gouveia. É atravessado pelo rio Mondego; para além deste rio, os principais cursos de água deste concelho são as ribeiras de Muxagata e de Cortiçô.




História :

           O povoamento do território que corresponde ao atual concelho de Fornos de Algodres é bastante remoto, sendo vários os vestígios arqueológicos que marcam a presença humana nesta região desde a pré-história. Os indícios de povoamento mais antigos deste concelho são os dólmens ou antas, cuja função era essencialmente religiosa, sendo os mais representativos de Fornos de Algodres, o dólmen de Corgas de Matança, localizado na freguesia de Matança que remonta ao período do Neolítico e a Casa da Orca de Cortiçô. Do período do Calcolítico, os vestígios mais expressivos que chegaram até aos nossos dias são o Castro de Santiago, a Quinta das Provilgas, esta última situada junto à povoação de Infias e tratando-se de um topo aplanado onde foram encontrados vários vestígios arqueológicos. Após a romanização, a região onde está inserido o actual concelho de Fornos de Algodres viria a integrar a civitas de Viseu, sendo atravessada por uma importante estrada, da qual ainda restam alguns troços; do tempo do domínio romano foram também encontrados vários vestígios, nomeadamente: no território que compõe a freguesia de Infias, onde foram encontradas, para além de alguma cerâmica e de pedras aparentemente com aparelho romano, três inscrições latinas; na freguesia de Matança são também vários os vestígios, como cerâmica de construção, um denário de Augusto e uma inscrição funerária; em Figueiró da Granja foram encontrados um capitel jónico, cerâmica doméstica, moedas e fíbulas. Em termos de recursos arqueológicos, o concelho de Fornos de Algodres é particularmente rico em sepulturas escavadas na rocha, tendo sido identificados pelo menos 68 destes monumentos. Estas sepulturas, surgem agrupadas em necrópoles (Vila Ruiva e Forcadas (lugar da freguesia de Matança), isoladas ou em pequenos núcleos de duas ou três. As Inquirições de D. Afonso III fazem várias referências à povoação de Algodres e entre elas destacam-se os nomes dos cavaleiros-fidalgos Afonso Fernandes e Mem Pichel, que ali haviam comprado vinhas e casas foreiras à coroa, mas cujo foro não era devidamente realizado por eles. Segundo o mesmo documento, o rico homem D. Fernão Lopes fazia o mesmo com o que obtivera no termo da vila, assim como o fazia também, Estêvão Peres "de Tavares", quanto a uma casa em Algodres, além de ter extorquido o Monte Meão, "mons Medianos"; estes factos revelam que os fidalgos costumavam desrespeitar as concessões dos concelhos, no tempo de D. Sancho II. Quanto à povoação e à terra de Algodres, sabe-se que D. Sancho II lhe deu carta de foral, com data indeterminada, e cujo fim principal era o de estabelecer com o concelho de Algodres, uma renda certa em dinheiro por todos os direitos reais. Posteriormente, a povoação recebeu foral de D. Dinis e dois séculos mais tarde, de D. Manuel I, em Lisboa a 20 de Maio de 1514. Note-se que no livro dos Forais da Beira renovados por D. Manuel I, o foral de Algodres, consta num primeiro registo, com a data incorreta de 4 de Março de 1514, por erro do próprio escrivão, sendo corrigida umas páginas adiante. Em resumo, Algodres foi pelo menos nos princípios da Nacionalidade, uma vila de certa importância, a julgar entre outras circunstâncias, pela vastidão do seu termo e pela sua paróquia, que para além da povoação de Algodres, englobava muitas outras. A vigairaria de Algodres era do padroado real e foi uma comenda da Ordem de Cristo. O concelho na época medieval, ao que parece correspondia ainda a uma circunscrição administrativa, não apenas para administração restrita do concelho, mas em relação à "Terra de Algodres", que na época devia compreender a totalidade do atual concelho de Fornos de Algodres. Em 1821, pertencia à divisão eleitoral de Trancoso e comarca de Linhares, com 9 freguesias; em 1826, era concelho na mesma comarca e em 1835, era comarca no julgado de Celorico da Beira. Algodres era sede da "Terra de Algodres", por ser a mais populosa e portanto, o centro de maior atividade  em 1821, a sede do concelho já se tinha transferido para Fornos, que passou a chamar-se "de Algodres", como que a continuar os foros e as tradições herdadas. No aspecto toponímico "Fornos" era o antigo nome da povoação e "Algodres" foi-lhe acrescentado como um complemento designativo; esta designação justifica-se pela existência de vários fornos de cozer pão, que entretanto se encontram praticamente extintos. Etimologicamente, Algodres teve a sua origem no árabe "al godor", plural de "gadir", que significa lagoa ou ribeiro.

Bandeira de Fornos de Algodres

Cultura e Turismo : 

         O concelho de Fornos de Algodres tem a oferecer, um considerável valor histórico e patrimonial, principalmente no que diz respeito a vestígios arqueológicos. A atividade cultural de Fornos de Algodres está profundamente ligada ao trabalho desenvolvido pelas associações e casas do povo concelhias, bem como pelas colectividades aí existentes como Banda da Casa do Povo de Fornos de Algodres, a Fanfarra dos Bombeiros Voluntários, os Grupos Ouro da Serra e os Capelenses e os ranchos folclóricos de Algodres e de Infias.



Gastronomia : 

           Dos pratos típicos deste concelho, o destaque vai para o cabrito ou borrego assado no forno, as batatas de caçoila à moda de Fornos, o bacalhau à lagareiro e as migas com feijão frade. Um especial realce ainda para o tradicional queijo da serra, um dos principais produtos deste concelho, para a morcela de Fornos e para a farinheira, a chouriça e o presunto.