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segunda-feira, 8 de abril de 2013

Viagem e visita ao concelho de Nisa

Brasão de Nisa

Localização

           Integrado no distrito de Portalegre, no Alto Alentejo, o concelho de Nisa ocupa uma área de 573.9 km2, distribuída por dez freguesias, faz fronteira a Sudoeste com o concelho de Gavião; a Sul, com Crato; e a Este, com Castelo de Vide.
Como recursos hídricos, destacam-se a ribeira de Figueiró, a ribeira de Nisa, a albufeira da Póvoa e as termas de Nisa. A Ribeira de Nisa é um afluente da margem esquerda do Rio Tejo, onde desagua poucos quilómetros adiante das Portas do Ródão. No seu leito, e a poucos quilómetros da vila de Nisa, foi construída uma barragem para aproveitamento hidro eléctrico do seu caudal.


História

         A atual vila de Nisa sucede à antiga Nisa-a-Velha, povoação de origem castreja, alcandorada na parte cimeira do Monte de Nossa Senhora da Graça. Antes de 1232 (reinado de D. Sancho II) já constituía um concelho, cujo foral desapareceu provavelmente queimado, em 1704, quando, na Guerra da Sucessão, as tropas espanholas, de passagem por esta vila, reduziram a cinzas parte do arquivo da câmara. Durante o reinado de D. Dinis, Nisa-a-Velha continuava a desenvolver-se dentro das muralhas, sob a proteção do castelo, no entanto, na luta entre D. Dinis e o seu irmão D. Afonso, Nisa foi uma das vilas mais prejudicadas. Uma vez que o rei não consentia que o seu irmão fortificasse a vila de Castelo de Vide, D. Afonso tentou resistir à imposição do irmão e tratou de organizar os seus meios de defesa. Recolheu então a Portalegre e dali, por meio de seus emissários, exortou as povoações próximas a fornecerem-lhe homens e mantimentos. Nisa manteve-se fiel a D. Dinis e logo o Infante, despeitado, caiu com as suas tropas sobre a vila, destruindo-a e incendiando-a. Da antiga Nisa-a-Velha restou apenas, no alto do monte, a capela de Nossa Senhora da Graça e, a meia encosta, a capela de Nossa Senhora dos Prazeres. D. Dinis mandou então edificar uma nova povoação, defendida por muralhas e seis torres. O seu desenvolvimento foi notável, de tal forma que passados poucos anos , a povoação não se confinava às muralhas, expandindo-se para Sul, originando o núcleo de povoação hoje conhecida como Arrabalde (Espírito Santo). Em 1427, D. João entregou-lhe o título de Notável, mais tarde confirmado por Filipe II. D. Manuel deu-lhe, em 1512, o segundo foral e mandou reparar as muralhas.
D. João IV, por carta régia de 15 de Outubro de 1646, elevou-a à categoria de marquesado de que fez Marquês D. Vasco Luís da Gama, terceiro Conde da Vidigueira. No mesmo ano, para a defesa da população contra as investidas dos castelhanos que em 1646, construiu-se uma nova muralha com duas portas. Mais tarde, pelo seu quase nulo poder defensivo e porque prejudicava a expansão e estética da vila, a câmara mandou demoli-la.

Bandeira de Nisa

Heráldica

Brasão: de púrpura, um castelo de ouro, aberto e lavrado de negro, tendo sobre a torre do centro uma cruz da Ordem de Cristo, acompanhada à dextra de uma estrela de seis pontas de prata sobre um escudete das quinas das armas de Portugal e à sinistra por outra estrela de seis pontas sobre um crescente deitado voltado, ambos de prata. Coroa mural de quatro torres de prata. Listel branco com a inscrição a negro: «Notável Vila de Nisa».

Bandeira: amarela, com cordões e borlas de ouro e púrpura, haste e lança de ouro.

Selo: circular, tendo no centro as peças das armas sem indicação dos esmaltes, tudo dentro de dois círculos onde corre a legenda: «Câmara Municipal de Nisa».


Cultura e Turismo

         Entre outros recursos naturais existentes no Concelho, realçam-se as águas minerais da Fadagosa de Nisa, localizadas a dez quilómetros da sede do concelho, na confluência das freguesias do Espírito Santo, Arez e Tolosa. Estas são bastante procuradas, por pessoas vindas um pouco de todo o país, durante a época termal que se estende de Abril a Novembro.
A nível do património monumental e arquitetónico  destaca-se o Castelo da Amieira do Tejo, do século XIV; a capela de Nossa Senhora da Graça, uma construção do século XVI, profundamente modificada que deveria ter sido edificada sobre outra mais antiga, talvez do séc. XIV ou XV; a capela do Calvário; e a capela de Nossa Senhora dos Prazeres, edifício do século XVI, reconstruído sobre outro, possivelmente do século XIV. Na Capela da Misericórdia de Nisa, situa-se o Núcleo Museológico de Arte Sacra de Nisa.
                                                                                                   Castelo de Amieira do Tejo 
Albufeira da Póvoa 

Gastronomia

           Da gastronomia tradicional do concelho de Nisa fazem parte: o afogado (ensopado de borrego), o sarapatel, a sopa de cachola, as migas, os pézinhos de borrego e os maranhos. Destaque também para o afamado queijo de Nisa, com denominação de origem. Na doçaria, são de referir: as cavacas, os bolos dormidos, os rebuçados de ovos e as azevias.
                                                                                                       Sarapatel 
Ensopado de Borrego 

Rebuçados de Ovos