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domingo, 2 de junho de 2013

Viagem e visita ao concelho de Palmela

Brasão de Palmela

Localização

         Palmela é uma vila portuguesa e sede de Município pertencente ao Distrito de Setúbal, região de Lisboa e sub-região da Península de Setúbal, Palmela é uma vila e sede de um município com 462,87 km² de área e subdividido em 5 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Benavente, a nordeste pela porção oriental do município de Montijo, a leste por Vendas Novas, a sudeste por Alcácer do Sal, a sul por Setúbal, a oeste pelo Barreiro e a noroeste pela Moita, pela porção ocidental de Montijo e por Alcochete. A sua altitude máxima é de 378 metros, medida no morro onde se localiza o Castelo.


História

          A presença do Homem na região que hoje é ocupada pelo município de Palmela remonta ao Neolítico superior, onde a sua presença é bastante notada, sobretudo durante a cultura do campaniforme, e cujo testemunho nos foi deixado sob a forma do mundialmente conhecido Vaso de Palmela. Ocupada por celtas, romanos e árabes, todos encontraram neste território um lugar estratégico para se fixarem. Em 1147 foi conquistado por D. Afonso Henriques, outorgando-lhe foral em 1185. Mas o período áureo de Palmela pode ser localizado nos primeiros anos da Nacionalidade, quando Palmela era a chave do território entre o Sado e o Tejo. Esta importância estratégica deve-se a aspectos conjunturais de natureza político-religiosas relacionadas com o processo de conquista e consolidação do Estado português, e do qual a Ordem de Santiago e Espada, (que recebeu Palmela como doação de D. Afonso Henriques por volta de 1172), não pode ser separado. A Ordem de Santiago marca a sua presença na sociedade portuguesa por ser senhora de um vastíssimo território que ia do antigo município de Riba Tejo (que engloba os actuais municípios do Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete) até Mértola, no Baixo Alentejo. O poder administrativo da Ordem passa a estar centrado em Palmela “já em tempos do Infante D. João, filho de D. João I”. A importância desta escolha não se prendeu apenas com a proximidade de Palmela face a Lisboa, onde a congregação detinha o convento de Santos, entre outros, mas também devido ao facto de Palmela ser a maior Comenda da Ordem e às características do seu castelo, de grandes dimensões, com capacidade de albergar o conjunto monumental da Ordem – o Convento e a Igreja. Afastados os perigos das invasões – árabe, inicialmente, e castelhana, numa época posterior – a Ordem de Santiago começa a perder a importância e o poder que detinha. Junto com ela, Palmela deixa também de possuir o papel de guardiã avançada, um papel desempenhado anteriormente pelas antigas sedes da Ordem – Mértola e Alcácer do Sal. Após a extinção das Ordens Militares e Religiosas, Palmela já não possuía qualquer tipo de importância, nem estratégica, nem económica, nem política, a tal ponto que a Reforma Administrativa de Mouzinho da Silveira, em 1855, extingue o seu município integrando-o no de Setúbal, onde permanecerá até 1926. Aproveitando o movimento militar decorrente do 28 de Maio de 1926, as elites locais pressionam a Junta Militar a aceder à restauração do município de Palmela, facto que é consumado em Novembro desse mesmo ano.

Bandeira de Palmela

Heráldica

Brasão: de ouro, mão de carnação movente do pé do escudo, segurando uma palma de verde, posta em pala, acompanhada de duas torres de vermelho, abertas do campo. Em chefe, os escudetes das armas de Portugal, de azul, postos em cruz, carregado cada um de dez besantes de prata, os dois dos flancos apontados para o centro, acompanhados de duas cruzes de Santiago, de púrpura, carregada cada uma com uma vieira de ouro. Coroa mural de quatro torres de prata. Listel branco com as letras a negro: "VILA DE PALMELA".

Bandeira: de cor púrpura, cordões e borlas de prata e púrpura. Haste e lança de ouro.

Cultura e Turismo

        O Centro Histórico de Palmela apresenta características particulares que lhe  conferem  uma  identidade  muito  própria.  Trata-se  de  uma  vila  não muralhada encimada pelo Castelo, que se desenvolveu ao longo encosta voltada para Norte, ajustando-se ao seu relevo acidentado.
O núcleo pré-urbano terá surgido inicialmente na cerca onde se implantou a  alcáçova  e  talvez  a  Medina.  Verifica-se  uma  ocupação  muçulmana ininterrupta da alcáçova do castelo desde meados do séc. 8 e 9 até à reconquista, no séc. 12. A partir deste século, a  população  desloca-se  para  o  Arrabalde  com  uma  ocupação  cujo  traçado  urbano  se  adapta  às  condições topográficas e defensivas, através de ruas estreitas, travessas, becos, labirintos e escadas. As casas apresentam soluções arquitectónicas e técnicas construtivas de cariz defensivo com escassas funestações. A Rua Direita, actual Rua Contra Almirante Jaime Afreixo, era a artéria mais importante da vila, tanto pela densidade de ocupação como pelo atravessamento quase total da vila, da qual irradiavam eixos secundários (ruas e travessas com escadarias). As travessas desenvolveram-se a partir das direcções de maior declive, acompanhando as curvas de nível, correspondendo provavelmente aos caminhos pré-existentes.
Na época dos Descobrimentos Palmela ganha duas novas Igrejas - Igreja da Misericórdia (Imóvel de Interesse Municipal, em vias de classificação como Imóvel de Interesse Público) e a nova Igreja Matriz de S. Pedro, assim como  o Pelourinho  (Monumento  Nacional).  O Castelo e a Igreja de Santiago  (Monumentos Nacionais) perdem importância  e  surge  um  novo  pólo  dinamizador  -  o  Largo  do  Município  -  onde  se  desenvolvem  actividades religiosas, administrativas, económicas e onde se inicia também um novo crescimento urbano. Com dois pólos opostos estruturantes - Lg. d’Él Rei D. João I (antigo Lg. do Rossio) e o Largo do Município, onde se localiza também o edifício dos Paços do Concelho, a vila acabou por consolidar-se no séc. 16, densificando-se até ao séc. 18 com um traçado linear e quarteirões de lote estreito.
O Chafariz de D. Maria I, Imóvel de Interesse Municipal, data do séc. 18. Nos séc. 19 e 20, o edificado existente articula-se com a área de expansão urbana de malha reticulada (designada por Zona de Transição), através de quarteirões reguladores de uma malha ortogonal intencional, apoiada em dois espaços públicos estruturantes: o Largo do Touril, a Poente, (actual Largo 5 de Outubro) com ligação ao Largo do Município e o Largo S. João, a Norte,  onde se localiza a Capela de S.  João  Baptista,  datada do  séc.  17 e classificada  como  Imóvel  de Valor Concelhio.
 O  espaço  construído,  com  os  seus  tipos  arquitectónicos  dominantes,  congrega  um  núcleo  urbano  com características muito particulares. O casario acompanha a morfologia do terreno, resumindo-se a arquitectura civil corrente a casas térreas, com ou sem chaminé (com ou sem ressalto) e algumas com assimetria na disposição dos vãos, revelando a sua origem medieval. O poder económico de algumas famílias ligadas à cultura vitivinícola nos séc. 19 e 20, manifesta-se em “casas- quarteirão” que ocupam lotes de dimensões significativas na sua totalidade, com especial incidência na zona de expansão do séc. 20 (Zona de Transição). Estes tipos arquitectónicos, característicos da vila, têm 1 ou 2 pisos e integram adegas de produção própria na maioria dos casos. Existem outras adegas mais modestas, de lotes menores e de arquitectura mais simplista, espalhadas por todo o núcleo. Na arquitectura civil corrente, destacam-se pormenores arquitectónicos nas casas do burgo medieval como: arestas boleadas nos vãos, varandas constituídas por balcão de sacada com hastes cilíndricas aneladas em ferro forjado, óculo na zona da escada de acesso ao segundo piso, que a iluminava naturalmente. O tipo de cobertura tradicional deste núcleo foi o telhado de tesouro. Nos finais do séc. 19, surge o uso da platibanda decorada, por vezes encimada por balaustradas e faianças, que vem alterar a composição das fachadas. Na zona de expansão de finais do séc. 19 e do séc. 20, a Norte da vila, surgem casas abastadas com cantarias nos vãos, elementos trabalhados em argamassa na fachada, azulejo cerâmico de revestimento nas fachadas e painéis que retratam cenas da vida quotidiana da vindima, integrados na linguagem Arte Nova. 


Gastronomia

           Palmela é rica em produtos de qualidade que constituem a base da sua gastronomia, comece com a cremosa Manteiga de Ovelha e o afamado Queijo de Azeitão, produto certificado de renome, ideal para acompanhar o pão caseiro. Delicie-se com o sabor genuíno da típica sopa “Caramela”, das favas à “Palmeloa”, do Coelho com feijão à moda de Palmela, do Cozido do Capado ou da Galinha Acerejada, e termine com uma suculenta Maçã Riscadinha, que encontra apenas durante os meses de Julho e Agosto.
Na doçaria, destacam-se a Fogaça de Palmela, o Santiago, o Palmelense, o Bolinho de Amêndoa, a Pêra cozida em vinho Moscatel, a Tarte de Maçã Riscadinha, o Arroz doce com leite de ovelha, os Suspiros e o Bolo de Família.
                                                                                                             Fogaça de Palmela 
Fogaças de PalmelaCoelho com Feijão à Moda de Palmela
Coelho com feijão à moda de Palmela