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domingo, 24 de fevereiro de 2013

Viagem e visita ao concelho de Cantanhede

Brasão de Cantanhede

Localização

          O concelho de Cantanhede está integrado na província da Beira Litoral, distrito de Coimbra e abrange uma área de 392.8 km2, é composto por 19 freguesias, pela cidade de Cantanhede e pelas vilas de Ançã, Febres e Tocha, o concelho faz fronteira a Norte com os concelhos de Mira, Vagos, Oliveira do Bairro e Anadia; a Sul com os concelhos da Figueira da Foz, Montemor-o-Velho e Coimbra; a Nascente com Anadia, Mealhada e Coimbra; e a Poente com o concelho de Mira e o Oceano Atlântico.O concelho encontra-se dividido em três sub-regiões naturais: a de Bairrada, a da Gândara e a do Baixo Mondego, a Bairrada caracteriza-se por uma topografia mais acidentada, com colinas e vales; já a Gândara, caracteriza-se pela predominância de pinhais. A Economia é predominantemente terciária na cidade, e primária nas restantes freguesias do concelho. Devido às propriedades argilosas do solo as culturas mais lucrativas são as pouco exigentes: batata, forragem e vinha. A paisagem vinhateira em planície rodeia a cidade de Cantanhede. O vinho de Cantanhede é reconhecido internacionalmente pelo seu sabor característico devido às condições de crescimento únicas da vinha. O concelho obteve foral manuelino em 1514.


História

      Embora não existam elementos que nos conduzam a uma data certa da fundação de Cantanhede, há alguns importantes achados arqueológicos que dão conta da presença humana no território pelo menos no Paleolítico Médio, cujo terminus ocorre por volta de 30.000 a 28.000 a.C.. Durante este período, o Homem de Neanderthal ocupou esta região e foi responsável pelos inúmeros artefatos em sílex encontrados em diversas estações arqueológicas de freguesias como Ançã, Outil e Portunhos. Esses achados, recolhidos ao longo de anos pelo arqueólogo Carlos Cruz, estão hoje em exposição no Museu da Pedra e compilados na Carta Arqueológica do Concelho de Cantanhede editada pelo Município de Cantanhede. O topónimo Cantanhede vem da raiz celta cant, que significa “pedra grande”, e relaciona-se com as pedreiras existentes na região. Daqui nasceu o primitivo “Cantonieti”, mencionado na documentação dos séculos XI, XII e XIII também com as grafias “Cantoniedi” “Cantonidi” “Cantonetu”. As primeiras referências históricas remontam a 1087, data em que D. Sisnando, governador de Coimbra, a teria mandado fortificar e povoar. Segundo alguns autores, D. Afonso II terá dado foral a Cantanhede, posteriormente confirmado pelo foral outorgado por D. Manuel I, em 20 de Maio de 1514. Foram seus donatários os Meneses, tendo sido D. Pedro de Meneses o primeiro Conde de Cantanhede, título nobiliárquico criado por D. Afonso V por carta datada de 6 de Julho de 1479. O título seria depois renovado por Filipe II, em 1618, na pessoa de seu neto e pai de D. António Luís de Meneses, 3º Conde de Cantanhede e 1º Marquês de Marialva, que se notabilizou nas Batalhas de Linhas de Elvas e Montes Claros e que foi um dos vultos mais importantes da Restauração de 1640. À família dos Meneses se ficaram a dever alguns exemplares da arte do Renascimento existentes no Concelho, e a casa que perpetua a sua memória acolhe as sessões de Câmara desde 1 805 (espaço a mais, entre 1 e 8), embora a fixação definitiva da sede municipal da autarquia no edifício só tenha ocorrido em finais dessa centúria. Das personalidades de vulto associadas a Cantanhede merecem ainda referência o Capitão Pedro Teixeira, conquistador da Amazónia; D. João Crisóstomo de Amorim Pessoa, prelado, distinto orador sacro e Arcebispo Primaz de Braga entre 1876 e 1883; Jaime Cortesão, médico, historiador e ensaísta; Carlos de Oliveira, escritor e poeta; António de Lima Fragoso, pianista e compositor emérito; Augusto Abelaira, escritor, e Maria Amélia de Magalhães Carneiro, pintora.

Bandeira de Cantanhede

Heráldica

Brasão: de prata, um pinheiro de verde frutado de ouro troncado e arrancado de negro, acompanhado de dois cachos de uva de púrpura folhados e sustidos de verde; chefe de azul, um anel de ouro com um rubi de vermelho, acompanhado de duas flores de lis de ouro. Coroa mural de cinco torres de prata listel branco com os dizeres «Cidade de Cantanhede», a negro.

Bandeira: gironada de oito peças de amarelo e púrpura. Cordões e borlas de ouro e púrpura, haste e lança de ouro.

Selo: circular, tendo ao centro as peças das armas sem indicações dos esmaltes, tudo envolvido por dois círculos concêntricos, onde corre a legenda «Câmara Municipal de Cantanhede».

Cultura e Turismo

           O concelho de Cantanhede caracteriza-se pela sua situação privilegiada, no centro de uma vasta zona de interesse turístico. Um dos principais atrativos do concelho é sem dúvida a praia da Tocha, antiga aldeia de pescadores da freguesia de Tocha, onde ainda podem ser encontrados vestígios de antigos palheiros. No que diz respeito a infra-estruturas culturais, destaca-se a Biblioteca Municipal de Cantanhede, integrada na Rede de Leitura Pública; este espaço visa uma melhor democratização da sociedade, possibilitando a livre circulação da informação e de ideias.


Aldeia dos Pescadores 

Museu da Pedra

         O Museu da Pedra da cidade de Cantanhede foi inaugurado a 20 de Outubro de 2001 e desde então tem desenvolvido um trabalho notório tendo sido já distinguido com os prémios: Menção honrosa de melhor museu português 2001 e Geo-Conservação 2006. Instalado num edifício recuperado do século XVIII o museu dedica-se à abordagem da pedra sob as mais variadas perspectivas. Possuí artefatos arqueológicos recolhidos nas estações pré-históricas e romanas do concelho, achados paleontológicos oriundos das pedreiras locais, ornamentos realizados com "Pedra de Ançã", estatuária religiosa proveniente de igrejas e capelas da cidade e seu termo, e as ferramentas utilizadas na sua elaboração. O museu possuí também um núcleo de exposições temporárias, auditório e ateliers de artes plásticas nos quais são regularmente desenvolvidas atividades lúdico-pedagógicas dirigidas especialmente às escolas.

Gastronomia

         O Concelho de Cantanhede apresenta pratos de uma gastronomia rica e diversificada com características muito próprias, embora em alguns casos com manifestas influências de outras regiões, são eles, Sopa Gandaresa; Caldo Verde; Sopa de Feijão ou à Camponesa; Caldeirada de Peixe; Robalo Assado no Forno; Batata Assada na Areia; Bacalhau à Lagareiro; Sardinha Assada na Telha; Leitão à Bairrada; Cabidela de Leitão; Chanfana à Bairrada; Arroz Malandro; Bucho Recheado; Torresmos; Sarrabulho; Vitela Assada; Entrecosto em Vinho d'Alhos; Frango de Churrasco; Galo Velho; Açorda de Nabos, em relação aos doces podemos encontrar o Bolo de Ançã ; Folar da Páscoa; Tigelada; Arroz-doce; Aletria; Filhós de Abóbora; Papas de Abóbora Menina. Também de salientar outros petiscos como o Chouriça de Vinho d'Alho; Morcelas de Sangue; Farinheiras; Boroa de Milho; Tremoço de Cadima.

                                                                  Leitão á Bairrada 
Bolo de Ançã