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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Viagem e visita ao concelho de Alfândega da Fé

Localização : 

            Alfândega da Fé é sede de município com 321.96 km2 de área, subdividido por 20 freguesias, o município é limitado a norte pelo concelho de Macedo de Cavaleiros, a leste por Mogadouro, a sul por Torre de Moncorvo e a oeste por Vila Flor. 




História :

                O nome de Alfândega da Fé remete-nos desde logo para fatos relacionados com a História de Portugal, o nome de Alfândega estará relacionado com as invasões árabes que ocorreram por volta  do século VIII e que deixaram, entre outras coisas, os vocabulários começados por al e o da Fé, evoca por sua vez o processo de reconquista cristã da Península Ibérica e que só terminou completamente no século XV. Alfadagh, designação atribuída pelos árabes a esta região, significa hospício ou fronteira, ou seja um local calmo e hospitaleiro, povoado por gente pacífica e trabalhadora. Esta vila de fundação árabe, talvez do século VIII, os árabes precisavam de levar a sua vida nómada, por toda a parte para onde iam. encantados com a conquista d'Hespanha trataram logo de afeiçoar o pais aos seus costumes, um solo de que tanto gostavam, uma terra que segundo eles diziam era semelhante à Siria na amenidade do clima e na pureza da atmosfera, ao Yémen na fecundidade do solo, a Índia nas flores e nos aromas, ao Hedjaz nos produtos e ao Aden nos portos e nas costas. Para além disso, existe hoje a convicção de que durante o período da ocupação árabe foi sede administrativa com alguma importância de uma região designada  " Valiato de Aldancida ". No entanto, afigura-se como muito provável o povoamento do território em períodos anteriores, fato que ganha sustentação se atender aos vestígios arqueológicos que se encontram na área do concelho. A conquista da região pelos neogodos das Astúrias, deverá ter acrescentado ao toponímico Alfândega a palavra Fé. Há quem defenda que a vila foi sede de uma antiga ordem, anterior à dos Templários e que dava pelo nome de Ordem dos Cavaleiros das Esporas Douradas, terá sido dividido à valentia destes Cavaleiros e das gentes de Alfândega, que estas terras foram libertadas do jugo " infiéis ". Assim reza a lenda dos Cavaleiros das Esporas Douradas ou do Tributo das Donzelas. O primeiro foral foi-lhe atribuído em 8 de maio de 1294, por D. Dinis, documento que entre outros aspetos define os primeiros limites geográficos do concelho. A 17 de setembro de 1295, o monarca concede-lhe carta de feira, do mesmo tipo da Covilhã, mas com a particularidade de obrigar que a referida feira se realizasse depois da de Mogadouro e antes da de Mirandela, a carta da feira foi novamente passada por D. João I, a 13 de janeiro de 1410. Sabe-se que em 1320 D. Dinis mandou reconstruir o castelo, um edifício anterior ao primeiro foral e que provavelmente foi construído pelos mouros, este castelo acabaria por desaparecer. O recenseamento de 1530 faz referência ao castelo e indica-o como derrubado e malbarato, o Tombo dos Bens do concelho ( 1766) ainda faz alusão aos antigos muros. Atualmente a Torre do Relógio, ex-líbris da vila, parece ser o que resta do antigo castelo medieval. Decorria o ano de 1510, quando D. Manuel I concede novo foral a Alfândega da Fé, alternando-lhe os limites geográficos anteriormente estabelecidos, aumentando-lhe a área. A 24 de outubro de 1855, o concelho foi extinto e as suas freguesias incorporadas em Moncorvo, Vila Flor, Macedo de Cavaleiros e Mogadouro, em janeiro de 1898, foi restaurada como circunscrição administrativa independente.


Gastronomia :

                Passar por Alfândega da Fé é embrenhar-se nos saberes e sabores que a tradição tão bem soube preservar, os produtos da terra servem de elemento base a muitas das iguarias que aqui vai encontrar. Não se esqueça de regar um bom naco de vitela, um pedaço de bacalhau ou cabrito com o azeite desta terra, conhecido pela sua excelente qualidade, o Botelo acompanhado de Casulas secas não é de perder, assim como as Sopas da Segada, pratos que se servem com alguma regularidade nos restaurantes da terra. Também não será difícil encontrar o fumeiro local, alheiras, salpicão ou chouriças fazem as delícias do mais exigente dos comensais, a cereja, de um paladar sem igual, enfeita as mesas de maio a junho e é a base para a confecção de compotas, doces ou licores, que são o acompanhamento ideal para o queijo de ovelha produzido nestas paragens.