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terça-feira, 17 de setembro de 2013

Viagem e visita ao Parque Natural da Serra de Montesinho



Localização :

            O Parque Natural de Montesinho (PNM) situa-se no Nordeste Transmontano (Portugal). Tem uma dimensão de cerca de 75 mil hectares, apresenta um relevo heterogéneo, com planaltos ondulados cortados por profundos vales encaixados, bem como algumas serras, das quais as duas mais importantes são a Serra de Montesinho, a norte de Bragança, e a Serra da Coroa, a norte de Vinhais. As altitudes variam entre os 1486 metros, na Serra de Montesinho e os 438 metros no leito do rio Mente, nele existe extensa biodiversidade, habitando espécies como o lobo-ibérico, a corça ou o veado.
O PNM conflui a norte com a Espanha, percorrendo a fronteira com as comunidades da Galiza e de Castela-Leão, e a oeste e a este também com a Espanha (Galiza e Castela-Leão, respectivamente). No oeste faz por breve trecho fronteira com o concelho de Chaves, sendo que a sul continua inserido nos concelhos de Vinhais e de Bragança.



História

        O Parque Natural de Montesinho foi criado a 30 de agosto de 1979, segundo o Decreto-Lei n.º 355/79, ocupando uma área de 75 000 hectares, e integra parte dos concelhos de Bragança e Vinhais. No extremo Nordeste de Portugal, limitado a norte, oeste e leste por Espanha e, a sul, por uma linha imaginária, que se estende de Sandim a Quintanilha, passando por Vinhais e Bragança, fica definido o espaço do Parque Natural de Montesinho. Carvalhais e castinçais alternando com lameiros, campos de cultura e aldeias características são o traço essencial deste Parque. Zona planáltica e de média montanha, apresentando uma morfologia regular, se bem que elevada, em que sobressaem as serras da Sequeira (1146 metros), da Coroa (1272 metros), de Mofreita (1147 metros), de Montesinho (1480 metros) e de Guadramil (1026 metros). Do conjunto, destaca-se a serra de Montesinho. Situado na Terra Fria transmontana, o território do Parque Natural apresenta um inverno agreste, com alguma neve, e o verão é curto e muito quente. O Parque Natural abrange toda uma zona de nascimento de cursos de água, que convergem para o vale do Douro e cujo fulcro se situa em Espanha. O rio Mente delimita Montesinho a oeste e o rio Maçãs, a leste. Entre ambos, e de oeste para leste, correm o Rabaçal, o Assureira, o das Trutas, o Tuela e o Barceiro, o Sabor, o Igrejas e o de Onor e as ribeiras de Pereira e de Caravelas, em vales estreitos ou mais amplos. A natureza dos solos é essencialmente xistosa, aflorando por vezes o calcário, como em Cova da Lua e Dine, existindo manchas graníticas na serra de Montezinho e, no extremo ocidental, em Pinheiros.



Fauna e Flora

        No que diz respeito à flora, a vegetação do Parque Natural é dominada pela presença de carvalhais, alguns deles dos maiores do País, de frondosos castinçais, sobretudo na região de Vinhais, prados naturais de variada composição florística, de lameiros e importantes extensões de mato. Existem manchas de azinheira, carrasco - na terminologia local - em zonas mais baixas e abrigadas, e o vidoeiro ainda é visível em altitudes superiores aos 1000 metros, nas serras da Coroa, Mofreita e Montesinho. Junto às linhas de água, surgem ulmeiros, freixos, salgueiros, choupos e amieiros. Quanto à fauna, observa-se a presença de mamíferos como o lobo, a raposa, a fuinha, o gato-bravo, o texugo, o toirão e a lontra, a gineta, coelhos e lebres, bem como inúmeros micromamíferos, desde o rato-do-campo até à toupeira-d'água. De entre as aves, a par da ameaçada águia-real, regista-se a presença de inúmeras aves de presa, como o milhafre, a águia-de-asa-redonda, o gavião e o peneireiro. Abunda a perdiz, o pombo-torcaz, a charrela, a codorniz e o tordo, sendo a área também frequentada pela cegonha. Répteis e batráquios - tritão-de-ventre-laranja, sapo, dicoglosso, sardão, cobra-de-água-de-colar, víbora-cornuda - e peixes - a truta, a boga, o escalo e o barbo -fazem parte de um conjunto faunístico diversificado. Quanto ao povoamento, adquire aqui um aspeto aglomerado, as casas agrupam-se em núcleos compactos. A casa é, por via de regra, retangular, com telhado de duas águas, de aspeto rude mas robusta, com uma construção que utiliza materiais e princípios rudimentares. No que diz respeito à arquitetura, nas aldeias do Parque Natural de Montesinho apenas se encontram pequenas capelas ou igrejas de planta retangular, como em Sacóias e em Rio de Onor. No exterior, o culto religioso faz-se nas denominadas "alminhas". Os moinhos movidos pela força da água testemunham uma arte antiga no aproveitamento das energias naturais. As paredes são, regra geral, de xisto, o mecanismo de moagem encontra-se montado no piso superior, o sobrado, enquanto o rodízio que faz girar a mó se esconde no piso inferior, o cabouco, para onde a água é conduzida através de um caleiro de pedra ou por um simples tronco escavado. O forno comum, a frágua do povo, o moinho ou lagar comunitário, são outras formas de arquitetura rural que podem ser observadas no Parque Natural de Montesinho.





O que Visitar : 

             Quem disponha de pouco tempo para uma visita poderá utilizar os parques de merendas instalados em lugares de paisagem atraente, preparados para gozar umas horas de descanso com a família, e onde poderá também, se desejar, grelhar umas saborosas alheiras, ou um pouco de delicioso cordeiro ou uma suculenta posta de vitela Mirandesa - a tradicional Gastronomia do Nordeste Transmontano. Se dispuser de mais tempo, as instalações hoteleiras de Bragança e Vinhais, o parque municipal de campismo de Bragança ou, mediante marcação, as casas-abrigo do Parque Natural de Montesinho poderão servir como ponto de partida para qualquer roteiro pretendido.
Caso escolha uma forma mais desportiva de conhecer o Parque Natural de Montesinho, de bicicleta ou de mochila às costas, sugerimos que percorra os “caminhos velhos”, as azinhagas e atalhos que ligam as aldeias entre si, ou - porque não? - ir à descoberta dos “Caminhos de Santiago”, por onde há séculos passavam os peregrinos em demanda de Santiago de Compostela! O Parque Natural de Montesinho possui um rico património sócio-cultural com práticas quotidianas vindas de usos e costumes ancestrais, embora já marcadas pela crescente mobilidade das gentes e pelas inovações tecnológicas. Por isso os serviços do Parque Natural de Montesinho lhe dedicam particular atenção, não na miragem de algo a preservar a todo o custo, mas sim apostando na sua conservação dinâmica face ao futuro. As festas são o elo de ligação dos povos, o pretexto para o reencontro que cada ano se repete, entre famílias, amigos e aldeias. Têm especial valor as antiquíssimas “Festas dos Rapazes”, realizadas principalmente na zona da Lombada (Babe, S. Julião, Deilão) por altura do Natal e dos Reis, segundo o costume de cada aldeia. Nesses dias, nalgumas aldeias, os rapazes solteiros de mais de 16 anos envergam coloridos fatos felpudos que os escondem da cabeça aos pés, afivelam máscaras aterradoras em latão pintado, madeira ou outros materiais e, com molhos de chocalhos à cintura, correm a cabriolar por toda a aldeia em tremenda algazarra, ritualizando cerimónias de iniciação, cuja origem, no parecer do abade de Baçal, remonta aos romanos veneradores de Saturno.
Outra das facetas da cultura regional é a música tradicional. Velhos temas joviais continuam a ser tocados nas alvoradas das festas, onde se destacam as sonoridades celtas da gaita de foles. São notáveis ainda os exemplos de arquitectura popular, que utilizando os materiais característicos de cada região, resultam de milhares de anos de aperfeiçoamento e adaptação ao meio ambiente. Há também aspectos exclusivamente funcionais na arquitectura popular dignos de destaque: referimo-nos aos pombais e aos moinhos de água. Parte destes últimos são propriedade comum dos povos ou aldeias, e continuam ainda a funcionar, com apoio do Parque nas obras de conservação e reconstrução.
Na integração da actividade humana com o seu meio é de realçar o papel que o “homem rural” tem vindo a desempenhar na modelação da paisagem. Por essa razão nem sempre é simples fazer uma separação nítida entre as actividades do homem e os recursos naturais, que aqui se encontram estreitamente relacionados. Com efeito, um dos objectivos do Parque Natural de Montesinho consiste na animação regional, intervindo em áreas tão diversas como a actividade florestal, a comercialização de produtos caseiros, a habitação tradicional, o artesanato local ou o recreio e turismo como formas de assegurar às populações novas fontes de receitas, tendo em vista o desenvolvimento sustentado dos seus recursos, no respeito da evolução equilibrada da vida das comunidades e da paisagem. Tem sido ainda objectivo do Parque encorajar o turismo através do incentivo ao turismo rural e ao artesanato, bem como a criação de infra-estruturas de acolhimento (Centro Hípico, Parques de Merendas e Casas-Abrigo) e a valorização e relançamento da gastronomia e da arquitectura tradicional. Neste âmbito destaca-se o fumeiro tradicional, com feiras anuais em Vinhais, ou a apicultura; o apoio à agropecuária, promovendo a conservação de raças autóctones (ovino Churro Galego-Bragançano, bovino Mirandês), também através de exposições/concursos anuais em Bragança e Vinhais; a recuperação das extensas florestas de carvalhos e castanheiros visando o seu uso múltiplo no espaço e no tempo assim como a tomada de medidas anti-fogo e anti-erosão.

Passeios e Lazer

             No Parque Natural de Montesinho é possível fazer alguns percursos pedestres e de bicicleta e observar lindas paisagens em qualquer época do ano. Essa beleza de paisagem deve-se, em grande parte, à morfologia do terreno e ao tipo de vegetação que aí existe. O Carvalho-negral, o Castanheiro, a Azinheira o Pinheiro silvestre, o Teixo, o Amieiro, o Freixo, o Choupo, e o Vidoeiro são algumas das árvores responsáveis pelo festival de cores que se podem observar e que muda de acordo com a época do ano. Podes também ter a sorte de poder observar algumas aves como a Águia-real, o Bufo-real, o Tartaranhão azul, o Falcão peregrino, o Melro-das-rochas, o Melro d' água e o Chapim, assim como alguns mamíferos como a Toupeira-aquática, o Lobo, a Raposa, o Veado, a Lontra e o Javali. Mais próximo dos cursos de água podes encontrar o Sapo-parteiro e o Lagarto-de-água.




Onde ficar : 

Casa da Aldeia de França
Situada num dos príncipais núcleos do Parque Natural de Montesinho, junto ao rio Sabor e a 16 Km de Brangança onde se procurou conjugar o espaço com uma estadia agradável. Situa-se em frente de uma majestosa mata de carvalhos, onde pode passear pelos caminhos que a atravessam. Dispõe de aquecimento central, cinco quartos duplos e 10 camas, equipados com TV, sala de jogos, um grelhador exterior, coberto, para que possa fazer os seus churrascos e um amplo espaço envolvente. 

Morada: Rua do Cruzeiro - Aldeia de França
Código-Postal: 5300-541 Bragança
Telemóvel: 964 516 337
E-mail: casadefranca@netureza.pt
Website: http://casadefranca.netureza.pt


Casa da Edra
A Casa da Edra situa-se na aldeia de Montesinho, autentico paraíso rural. É constituída por 5 quartos e 7 camas, sendo dois duplos e três de casal, todos com casa de banho privativa, uma sala de estar/convívio, onde poderá desfrutar de televisão, TV cabo, DVD,ou utilizar o computador com ligação à Internet. Dispõe também de um sala de jantar, com serviço à lista e de um espaço exterior, onde poderá degustar as suas refeições ao ar livre. A casa oferece ainda condições para jantares temáticos, de grupo ou empresariais.

Morada: Rua do Meio
Código-Postal: 5300-542 Montesinho Bragança
Telefone: 273 919 039
Telemóvel: 962 777 026
E-mail: reservas@casadaedra.com
Website: www.casadaedra.com

            
Casa da Mestra
Situada no coração do Parque Natural de Montesinho, na aldeia de Gimonde, esta graciosa casa rústica foi outrora a casa das professoras que eram destacadas para esta região. Hoje, a casa foi restaurada e as antigas mestras já não moram aqui. No entanto, ciosas de seus deveres, deixam a todos aqueles que por aqui passam um trabalho de casa: conhecer e desfrutar a natureza e a gastronomia destas terras únicas.
5 Quartos | 9 Camas

Morada: Rua Coronel Álvaro Cepeda
Código-Postal: 5300-553 Gimonde Bragança
Telefone: 273 302 510
Telemóvel: 969 361 386
Fax: 273 381 302
E-mail: geral@amontesinho.pt
Website: www.amontesinho.pt