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quarta-feira, 22 de maio de 2013

Viagem e visita ao concelho de Lisboa

Brasão de Lisboa

Localização

        Lisboa é o concelho sede do distrito homónimo e cidade capital de Portugal. A cidade está situada na margem direita do rio Tejo, estendendo-se ao longo do seu estuário, até poucos quilómetros da sua foz. O rio Tejo é dessa forma o elemento hidrográfico de maior importância para o concelho e constituiu igualmente o maior rio da Península Ibérica, percorrendo cerca de 900 quilómetros desde a nascente, na serra de Albarracim (Espanha) até à sua foz, encontra-se ligada à margem Sul pela Ponte 25 de Abril, inaugurada em 1966 e pela Ponte Vasco da Gama, inaugurada em 29 de Março de 1998.
O concelho abrange uma área de 83.8 km2, distribuída por cinquenta e três freguesias que se por sua vez se encontram agrupadas em quatro bairros administrativos:
1.º Bairro - Anjos, Castelo, Coração de Jesus, Encarnação, Graça, Madalena, Mártires, Mercês, Pena, Sacramento, Santa Catarina, Santa Engrácia, Santa Justa, Santiago, Santo Estêvão, S. Cristóvão e S. Lourenço, S. José, S. Mamede, S. Miguel, S. Nicolau, S. Paulo, S. Vicente de Fora, Sé e Socorro;
2.º Bairro - Ajuda, Alcântara, Lapa, Prazeres, Santa Isabel, Santa Maria de Belém, Santo Condestável, Santos-o-Velho e S. Francisco Xavier ;
3.º Bairro - Alvalade, Ameixoeira, Benfica, Campo Grande, Campolide, Carnide, Charneca, Lumiar, Nossa Senhora de Fátima, S. Domingos de Benfica, S. João de Brito e S. Sebastião da Pedreira;
4.º Bairro - Alto do Pina, Beato, Marvila, Penha de França, Santa Maria dos Olivais, S. João, S. João de Deus e S. Jorge de Arroios.
O concelho faz fronteira a Norte, com os concelhos de Loures e Odivelas; a Oeste, com Amadora e Oeiras; e a Sul, com o rio Tejo.




História :

     A ocupação humana no território que corresponde ao actual concelho de Lisboa é bastante remoto, sendo que data do século VII-II a.C. a formação e desenvolvimento do primeiro núcleo populacional pré-romano. No entanto, são vários os autores que apontam a origem da cidade como sendo ainda mais remota, referindo-lhe como fundador o lendário Ulisses, tendo por base para essa afirmação, o antigo topónimo "Olisipona", acusativo de "Olisipo". No entanto, esse topónimo, ao contrário do que esses autores afirmam, tem origem ibérica, através das formas Ulixbona e Lixbona.
No século II a.C., dá-se o início da romanização e Décimo Júnio Bruto, manda fortificar a povoação, como base das suas operações de conquista da Lusitânia e da Calécia. A cidade passa então a chamar-se "Felicitas Julia Olissipo" e daí partia a estrada para Braga e três estradas para Mérida. Para além destas estradas, a civilização romana deixou bastantes vestígios importantes: o teatro romano dedicado a Nero (nas ruas de S. Mamede e da Saudade); as termas dos Augustais (rua da Lapa); para além de numerosos cipos funerários e votivos. Embora figurasse como capital subsidiária da Lusitânia na divisão administrativa romana da segunda metade do século I, Lisboa ficou incluída no Conventus Scallabitanus respeitante ao território entre Tagus e o Durius, com centro em Scallabis (Santarém).
Entre 409 e 714 a região foi invadida pelos povos do Norte (Bárbaros), entre os quais, Alanos, Godos, Suevos e Visigodos. Indício da importância da cidade nessa altura é a assistência dos Bispos de Lisboa nos Concílios de Toledo, em 633. A influência cultural, porém, deve ter sido diminuta, a julgar pelas escassas relíquias arqueológicas que chegaram até aos nossos dias. No centro urbano, prevaleceu a fisionomia hispano-romana, afirmando-se mais a visigoda nos arredores. Aos Bárbaros e Muçulmanos se deve a transformação de Lisboa numa praça de primeira ordem, aproveitando, porventura, parte das fortificações romanas e construindo-se, em época desconhecida, o conjunto do castelo, alcáçova e a chamada cerca moura, com torres avançadas, das quais resta a de S. Lourenço (na costa do Castelo) e a de Alfama. Em 714 os sarracenos ocupam "Lissabona", ou "Lixbona" que viria a assumir o topónimo árabe "Ascbouna". No entanto, a reconquista cristã, partindo das Astúrias, não tardou a levar as suas surtidas até às margens do Tejo e Afonso II, perseguindo os sarracenos na Galiza, adiantara-se para Sul até Lisboa, que tomou em 798; no entanto, em 808, Lisboa acabou por voltar à posse dos Muçulmanos. Posteriormente, a cidade começa a sentir os primeiros ataques dos Normandos que, desde 843, ocuparam o ocidente Europeu até à Corunha e que a 24 de Agosto de 864 apareceram no estuário do Tejo, atacando a cidade, sem lograr tomá-la. Em 1903, Afonso VI de Leão conseguiu ocupar Santarém, Sintra e Lisboa, entregando o governo da Galiza até ao Tejo a seu genro Raimundo.

No entanto, logo no ano seguinte, Lisboa foi novamente ocupada pelos mouros, sendo reconquistada em 1905. Em Maio de 1111, os Almorávidas de Ysuf Ibn Taxufin voltaram a ocupar Lisboa, pondo em risco o território Portucalense que então se estava a formar. D. Afonso Henriques procura então reconquistar definitivamente a cidade com a ajuda dos cruzados que por essa altura passavam pela costa ocidental de Portugal a caminho da Terra Santa. A primeira tentativa deu-se em 1142, com a ajuda das tropas de Guilherme Vítulo e seu irmão Raúl, mas o intento gorou-se, perecendo Martim Moniz numa das portas das muralhas do lado Norte. Em 1147, após o sucesso da tomada de Santarém, D. Afonso Henriques planeou um novo ataque aos mouros, em Lisboa. Com esse intento, partiu para o Porto, a fim de reunir novas forças, juntando uma tropa de cerca de 12 mil cruzados de Colónia Lorena, Flandres, Bolonha de Normandia e Inglaterra. Já em Lisboa, as forças cristãs cercaram a cidade durante vinte semanas, impedindo a entrada de alimentos e água e a 25 de Outubro de 1174, Lisboa caiu em poder cristão. No mês seguinte, a antiga mesquita foi transformada em Sé Catedral. A 25 de Setembro de 1176 chegaram a Lisboa, segundo a tradição, as relíquias de S. Vicente, acompanhado por dois corvos, episódio que se encontra representado nas armas da cidade. Três anos depois, a cidade é atacada por uma frota árabe, comandada por Gamine Ibne Marandis que foi, no entanto, controlada. Em Maio do mesmo ano, D. Afonso passa a primeira carta foral a Lisboa.
Em 1189 reúne-se no Tejo uma armada de cruzados que auxilia D. Sancho na conquista de Silves e a 10 de Julho de 1217 entra no Tejo uma nova armada de cruzados que por negociações do bispo D. Soeiro, decide auxiliar a conquista de Alcácer do Sal. Em Novembro de 1217 D. Afonso II confirma o foral de Lisboa e em 1255, D. Afonso III eleva Lisboa a capital do reino. Em 1285, D. Dinis reúne as cortes em Lisboa, para tratar das suas questões com o clero. O mesmo monarca, dois anos depois, funda em Lisboa um "estudo geral" que veio dar origem à Universidade que em 1308 foi transferida para Coimbra. Em 1294 constrói-se a nova muralha ribeirinha e das Tercenas, sendo este século (XIII) marcado por obras de consolidação e urbanização da Baixa e pela reorganização das paróquias e instalação de conventos no centro e nas colinas (S. Domingos, Santo Elói, S. Francisco, Espírito Santo, Trindade e Agostinhos).
Em 1352, reuniram-se novamente as cortes em Lisboa, debatendo-se a situação criada pela peste negra que então assolara o país. Verificava-se a falta de mão de obra nos campos, com grandes extensões deixadas por cultivar, nomeadamente as que tinham passado para a posse da igreja com a devastação da peste. Um outro problema levantado a D. Afonso IV, no decorrer das cortes, foi o impedimento legal de exportar produtos agrícolas de região para região, que implicava uma quebra de lucros no comércio.

Em 1371, o povo de Lisboa protesta contra o casamento de D. Fernando com D. Leonor Teles, sendo que chefiando os protestantes estava o alfaiate Fernão Vasques; dois anos depois, os castelhanos põem cerco a Lisboa e lançam fogo aos arrabaldes. Dessa data é também a construção da nova muralha ou Cerca Fernandina, que protegia toda a cidade entre Alfama e os Mártires, o Rossio e o Tejo. A 6 de Dezembro de 1383 o povo de Lisboa revolta-se de novo, apoiando o Mestre de Avis, após a morte do Conde de Andeiro; no mesmo dia é assassinado o bispo de Lisboa, D. Martinho. Em 1384, D. João I, de Castela, põe cerco a Lisboa, sendo as suas tropas atacadas por uma epidemia e em 1395 dá-se a organização das actividades comerciais, através do arruamento dos mesteres, sendo que pela mesma altura (1401) dá-se início à urbanização da Vila Nova do Olival até ao Carmo.
Em 1410, reuniram-se novas cortes em Lisboa, onde foi feita uma petição a D. João I para que fossem expulsos das terras os indigentes, para que o rei tomou providências, ordenando a sua prisão e em caso de reincidirem que fossem açoitados. Quatro anos depois, a peste assola Lisboa, trazida por navios estrangeiros que vieram ajudar na conquista de Ceuta; desta epidemia morreu D. Filipa de Lencastre. A 25 de Julho de 1415, parte do Tejo a armada que conduziu D. João I e os Infantes à conquista de Ceuta. Por essa época, a cidade de Lisboa tinha uma população de cerca de 65.000 habitantes, distribuídos por 23 paróquias. Em 1427, de novo reúnem as cortes em Lisboa, tendo então sido tomadas medidas para regular a acção dos corregedores, que há muito suscitavam críticas da parte dos procuradores do concelhos. Em 1438, uma epidemia de natureza desconhecida assola Lisboa e faz com que D. Duarte disperse a corte. Em 1439, reúnem as cortes que confirmam o Infante D. Pedro na regência do reino, durante a menoridade de D. Afonso V. Nesta reunião dispôs-se também que os filhos dos lavradores deviam seguir o mesmo ofício, procurando-se dessa forma evitar o êxodo rural e a baixa produtividade na agricultura, bem como a indigência nas cidades. Sete anos mais tarde, deu-se nas Cortes de Lisboa a passagem do poder a D. Afonso V. As Cortes de 1466 foram ainda marcadas pela suspensão da dízima que o monarca cobrava sobre a importação da prata; pela decisão de acabar com o fronteiro (governadores das praças situadas nas fronteiras); e pelo pedido de intervenção do rei no caso de certos navios que haviam sido capturados pelos ingleses. Em 1480, aparece uma epidemia de tabardilho (designação antiga do tifo exantemático que é transmissível através das fezes dos piolhos, entrando na circulação sanguínea do homem e desencadeando febres elevadas, congestão facial, bronquite, falta de ar e laringites), atribuindo-se a sua origem aos judeus refugiados de Espanha e aqui acolhidos por D. João II. Em 1490, uma nova epidemia ataca a população de Lisboa, dando origem a sábias medidas de higiene ordenadas por D. João II e à criação do Hospital de Todos os Santos; procede-se também à extinção das judiarias e das mourarias. A 7 de Agosto de 1500, D. Manuel concede à cidade Foral Novo e no mesmo ano parte de Lisboa a armada de Pedro Álvares Cabral que descobre o Brasil; dá-se também início às obras no Paço da Ribeira. Nos anos seguintes, foi fundada a Igreja da Madre de Deus a Xábregas (1509); procedeu-se ao início do loteamento do Bairro Alto (1513); e construiu-se a Torre de Belém (1515-21), inserida no conjunto defensivo da Barra do Tejo. Em 1521 irrompe na capital uma epidemia de modorra (vontade mórbida de dormir; sonolência; prostração; apatia) que "mata muito povo e 200 pessoas de categoria", entre as quais D. Manuel. A 20 de Setembro de 1540, celebra-se em Lisboa o primeiro auto-de-fé na Ribeira Velha. Em 1562, reúnem-se as cortes perante as quais D. Catarina renuncia à regência durante a menoridade de D. Sebastião. Em 1569, começa em Lisboa a epidemia que ficou conhecida como a "Peste Grande", sendo que na capital chegaram a morrer diariamente 600 pessoas e houve um total de 60.000 óbitos. Nesse ano, a cidade tinha uma população de cerca de 100 000 habitantes, distribuídos por 24 paróquias.
A 24 de Junho de 1578, parte para África a armada de D. Sebastião cujo exército acabaria por se perder em Alcácer Quibir, e no ano seguinte, o Cardeal D. Henrique convoca as cortes para se resolver a sucessão. Os participantes insistem na necessidade de o rei se casar e criar descendência para o que era necessária a dispensa do compromisso eclesiástico, a conceder pela Santa Sé. Sendo já claro que D. Henrique poderia morrer dentro em breve e tornando-se também evidente a ameaça castelhana, foram eleitos cinco governadores que tomariam conta do reino caso o cardeal-rei falecesse. A 28 de Junho de 1580, D. António Prior do Crato entra em Lisboa como rei e a 25 de Agosto do mesmo ano, o Duque de Alba destroça as tropas de D. António na ponte de Alcântara. A 29 de Junho de 1582, D. Filipe I faz a sua entrada solene em Lisboa, reunindo-se depois as cortes que juram como herdeiro do trono o futuro Filipe II. A 30 de Maio de 1588, parte do Tejo a Invencível Armada, derrotada pelos ingleses nesse ano. Em 1589, D. Filipe I fecha o porto de Lisboa aos Ingleses e em 1594 aos holandeses. Cinco anos depois, um grande terramoto destrói as colinas de Santa Catarina e Chagas, dando origem à urbanização da Bica. No dia 1 de Dezembro de 1640 é banido por uma revolução o domínio espanhol e a 28 de Janeiro do ano seguinte, reúnem-se cortes em Lisboa, as primeiras depois da Restauração. Nessas cortes prestou juramento D. João IV, bem como o príncipe herdeiro, D. Teodósio, assim se consagrando formalmente, perante as três ordens da sociedade, a nova dinastia portuguesa. Foram também tomadas providências para a defesa do reino, definindo-se o número de efectivos a mobilizar de imediato, os encargos a suportar e a maneira de os custear. A 29 de Agosto do mesmo ano são degolados no Rossio, o Duque de Caminha, o Marquês de Vila Real, o Conde de Armamar e outros implicados numa conjura a favor de Castela. A 18 de Setembro de 1642 reúnem-se em Lisboa os Três Estados, organismo de finanças públicas instituído com a dupla função de efectuar a colecta e a administração dos impostos votados para sustento da guerra e custear os encargos do esforço diplomático desenvolvido nos anos imediatos à Restauração. Os seus membros eram representantes do clero, da nobreza e do povo. Em 1650 é feita a primeira planta topográfica da cidade e a consolidação das primeiras aldeias dos arredores da cidade, sendo feita a redefinição da área urbana, em 1652, através de um perímetro de fortificação e a ligação, em 1665, do Chiado à Baixa, através da Rua Nova do Almada. A 23 de Novembro de 1667 uma conjura palaciana tira o poder a D. Afonso V e em Janeiro do ano seguinte assina-se em Lisboa a paz com Espanha que põe termo à guerra de Restauração.
A 20 de Abril de 1709, o padre Bartolomeu de Gusmão apresenta a D. João V, no Terreiro do Paço, um aeróstato, "instrumento para se andar pelo ar", a chamada Passarola, apontando-lhe várias utilidades práticas. D. João V funda a Academia Real de História, em Lisboa, a 8 de Dezembro de 1720, com o objectivo de realizar e promover os estudos historiográficos em Portugal, no entanto o seu período áureo não ultrapassou muito a morte de D. João V, entrando em declínio e acabando por cessar as suas actividades. Em 1729 é iniciada a construção do Aqueduto das Águas Livres, o maior de Portugal, com uma extensão (incluindo todos os ramais) de 58 135 metros, possuindo 137 clarabóias e 35 arcos, abastecendo 34 chafarizes e que só foi retirado do sistema de abastecimento de águas à cidade de Lisboa em 1967.
A 1 de Novembro de 1755, um grande tremor de terra, o maior que sofreu a cidade, causou enormes prejuízos destruindo-a quase toda. O terramoto foi acompanhado por um maremoto que varreu o Terreiro do Paço e por um gigantesco incêndio que durante 6 dias, completou o cenário de destruição de toda a Baixa lisboeta. Como consequência, ruíram importantes edifícios, como o Teatro da Ópera, o palácio do Duque de Cadaval, o Palácio Real e o arquivo da Torre do Tombo, cujos documentos foram salvos, o mesmo não acontecendo com as bibliotecas dos Dominicanos e dos Franciscanos. Ao todo, terão sido destruídos cerca de 10 000 edifícios e terão morrido entre 12 000 a 15 000 pessoas. Perante este cenário, Sebastião José de Carvalho e Melo (Marquês de Pombal) revelou as suas capacidades de chefia e organização ao encarregar-se da restituição da ordem, na cidade: procurou evitar a fuga da população ao providenciar socorros e ao distribuir alimentos; puniu severamente os que se dedicavam ao roubo e saque de habitações; e começou imediatamente a pensar na reconstrução de Lisboa. Foi então pensada a solução de construir uma nova cidade sobre os escombros, sendo adoptado um modelo em que eram proibidas as obras de iniciativa particular (os proprietários dos terrenos foram obrigados a reconstruir segundo o plano geral num espaço de 5 anos, sob pena de serem obrigados a vender os terrenos). Dessa forma, a cidade medieval de ruas estreitas, deu lugar a um traçado racional de linhas rectilíneas, com prédios da mesma altura. De toda a Baixa Pombalina, assim designada por ter resultado da iniciativa do Marquês de Pombal, destaca-se a Praça do Comércio, majestosa "sala de entrada" na cidade, com a estátua equestre de D. José I, monarca da altura, da autoria do escultor Machado de Castro. A 3 de Agosto de 1780 é criada a Casa Pia de Lisboa, pelo intendente Pina Manique e a 20 de Fevereiro de 1796, D. Maria I funda a Biblioteca Nacional de Lisboa. No mesmo ano, é fundada Academia Real das Ciências que se inseria no espírito "anti-Marquês de Pombal". À semelhança do que se verificava com instituições da mesma natureza existentes em países como a França e a Inglaterra, a Academia Portuguesa revestia-se de uma grande preocupação didáctica e de investigação, visando, como dispunham os seus estatutos, o desenvolvimento das ciências e das artes. Inicialmente, encontrava-se dividida em três áreas: Ciências Naturais, Matemáticas e Belas-Letras; mais tarde, passaria a ser organizada apenas nas classes de Ciências e Letras.
A 29 de Novembro de 1807, a família real e a corte saem da barra de Lisboa, a caminho do Brasil, fugindo aos franceses, que entram na capital no dia seguinte, regressando D. João VI a Portugal apenas em 4 de Agosto de 1821. A 25 de Abril de 1828, D. Miguel é aclamado como rei na Câmara Municipal de Lisboa, sendo que a 23 de Junho faz-se a abertura solene dos Três Estados que a 11 de Julho proclamam D. Miguel como rei absoluto. Três anos depois, a 22 de Julho, a Infantaria 4 pronuncia-se pela Constituição, morrendo muita gente num combate no Rossio, entre liberais e absolutistas. Por essa altura também, aparece a cólera trazida pelas tropas que vinham de Ostende. Todo o país foi atingido e na capital morreram 13.000 pessoas; ao mesmo tempo regressou o tifo. A 24 de Julho de 1833, entram em Lisboa as tropas liberais; D. Pedro IV chega a Lisboa no dia 28 e D. Maria II a 23 de Setembro. A 9 de Setembro de 1836 desembarcaram no Terreiro do Paço os deputados oposicionistas do Porto, entre os quais, Manuel da Silva Pais. Simultaneamente, rebenta uma revolução (de Setembro) que revoga a Carta Constitucional e adopta a Constituição de 1822 e a 4 de Novembro do mesmo ano, uma nova revolta tenta restabelecer a Carta Constitucional. Em 13 de Maio de 1851, entra em Lisboa o Marechal Saldanha, iniciando o período chamado Regeneração. A 19 de Maio de 1870, o marechal Saldanha, chefiando uma sedição militar, assume o poder em regime de Ditadura (governo dos cem dias). Em 1885-86, a cidade, com cerca de 230.000 habitantes, amplia o perímetro urbano, a partir da integração dos antigos concelhos de Olivais e Belém. Durante essa década é inaugurado o monumento dos Restauradores (28/04/1886), e construído o túnel da estação do Rossio (1887), entre muitas outras obras, e em 1892 é inaugurada a Praça de Touros do Campo Pequeno. A 31 de Março de 1897, D. Carlos confirma a carta de brasão de armas de Lisboa.
A 28 de Janeiro de 1908 descobre-se um movimento republicano que é sufocado, mas dias depois, a 1 de Fevereiro, são assassinados o rei D. Carlos e o príncipe real D. Luís Filipe. A 5 de Outubro de 1910, uma revolução derruba a Monarquia e proclama a República, sendo que por essa altura, Lisboa contava com uma população de 436.000 habitantes. A partir de 1924 dão-se inicio a uma série de projectos e de construções na cidade: o Cinema Tivoli (1924); o Cinema Capitólio (1925); o Instituto Superior Técnico (1927); a estação do Cais do Sodré (1928); o Cinema Éden (1930); e a Casa da Moeda (1934). Em 1940, é realizada a Exposição do Mundo Português, comemorando o Duplo Centenário da Fundação e Restauração e que foi a principal obra de imagem do regime do Estado Novo; foi também construída a Ponte sobre o Tejo que possibilitou uma rápida ligação entre as duas margens do rio. Em 1959, inaugura-se o metropolitano e é feita uma nova reorganização administrativa que confere ao concelho 53 freguesias. Após a instauração do regime democrático, dá-se o início do retorno da população que estava nas ex-colónias, dando início também a um novo impulso urbanístico, como é o caso do complexo das Amoreiras (1980-1990). Durante os anos 90, lançaram-se as bases para a reabilitação dos bairros históricos; recupera-se a zona ribeirinha, constrói-se sobre o Tejo uma nova ponte (Vasco da Gama) e reabilita-se toda a área Oriental para a realização da Exposição Mundial dos Oceanos (1998).

Bandeira de Lisboa

Heráldica

Brasão: de ouro, com um barco exteriormente de negro realçado de prata e interiormente de prata realçado de negro, mastreado e encordoado de negro, com uma vela ferrada de cinco bolsas de prata. A popa e a proa rematadas por dois corvos de negro afrontados. Leme de negro realçado de prata. O barco assente num mar de sete faixas ondadas, quatro de verde e três de prata. Coroa mural de ouro de cinco torres. Colar da Torre e Espada. Listel branco com os dizeres «Mui nobre e sempre leal cidade de Lisboa», de negro.

Bandeira: quarteada de quatro peças de branco e quatro de negro. Cordões e borlas de prata e de negro. Haste e lança douradas.

Selo: circular, tendo ao centro as peças das armas, sem indicação dos esmaltes. Em volta, o colar da Torre e Espada e, exteriormente, entre círculos concêntricos, os dizeres: «Câmara Municipal de Lisboa».



Cultura e Turismo

             O concelho de Lisboa dispõe de uma oferta variada de pontos de interesse turístico e cultural, apoiados quer no seu património arquitectónico, quer nas suas infra-estruturas culturais, quer ainda nos seus espaços naturais e de lazer. O Parque Florestal de Monsanto é o maior espaço verde do concelho de Lisboa, estendendo-se Serra de Monsanto, do Alto da Serafina à Mata de S. Domingos de Benfica, passando pela Quinta dos Marqueses de Fronteira e pelo Campo de Tiro a Chumbo. Integrado no Parque Florestal de Monsanto, encontram-se: o Parque Ecológico, com um Centro de Interpretação, um Auditório, Área de Exposições permanentes e temporárias, um Centro de Recursos Multimédia, loja, e um bar para receber os seus visitantes, o Parque Urbano dos Moinhos de Santana, o Parque Recreativo do Alto da Serafina, o Parque Recreativo do Calhau, a Mata de S. Domingos de Benfica, o Parque Infantil do Alvito, os Viveiros da Quinta da Fonte, e o parque Monteiro Mor, situado na freguesia do Lumiar e que se encontra anexo ao Museu Nacional do Traje e ao Museu Nacional do Teatro. Instalado no Palácio Palmela (séculos XVIII e XIX), o acervo do Museu Nacional do Traje inclui tecidos do século IV ao XIX, salientando-se os tecidos coptas, indumentária civil dos séculos XIV a XX, com especial relevo para o traje da corte de meados do século XVIII e traje Império. Por sua vez, o Museu Nacional do Teatro encontra-se instalado numa antiga casa de veraneio do século XVIII, o Palácio do Monteiro Mor, e o seu espólio documenta a evolução do Teatro em Portugal, nos séculos XIX e XX. Este museu dispõe de uma Biblioteca especializada em Artes do Espectáculo, com mais de 40.000 volumes, aberta ao público em geral.
Ainda relativamente a espaços naturais e de lazer, é de referir o Parque Eduardo VII, situado na freguesia de S. Sebastião da Pedreira e constitui um local de excelente vista panorâmica sobre a cidade. Inicialmente, chamava-se Parque da Liberdade, tendo sido rebaptizado com o nome do rei de Inglaterra aquando da sua visita a Lisboa, em 1903. Desde a sua origem este parque foi palco de feiras e várias exposições, sendo que a sua estrutura, com uma faixa central coberta de relva, ladeada por um passeio de calçada portuguesa, é da autoria do arquitecto Keil do Amaral, constituindo um marco importante na evolução urbana da cidade. O Parque Eduardo VII abrange o Pavilhão dos Desportos, construído em 1932 e actualmente designado Pavilhão Carlos Lopes; a estufa fria, construída em 1930 sobre uma antiga pedreira e que constitui um viveiro natural de vegetação exótica de regiões como a China, Coreia, África, Austrália, Brasil, Antilhas, Peru e México; um conjunto de estatuária entre a qual se destaca o busto de Eduardo VII de Inglaterra e a escultura de evocação ao 25 de Abril da autoria de João Cutileiro; e um miradouro de onde se pode avistar toda a Avenida da Liberdade, a Baixa Pombalina e as encostas que a definem (à esquerda o Castelo de S. Jorge, à direita as ruínas do Convento do Carmo), perdendo-se no leito do Tejo e, em dias de boa visibilidade, alcançando a outra margem. Finalmente, destaque para o Parque das Nações que abrange uma área de 340 ha, com extensão de 5 km na frente ribeirinha do estuário do Tejo, integrando numa área de 60 ha, ao redor da Doca dos Olivais - construída nos anos 40 para aeroporto de hidroaviões - o espaço onde decorreu a Exposição Mundial de 1998 ( a EXPO`98 decorreu em Lisboa de 22 de Maio a 30 de Setembro de 1998, tendo por base o tema "Os Oceanos, Um Património para o Futuro" e acolheu cerca de 11 milhões de visitantes). Todo o Parque das Nações está dotado de várias infra-estruturas urbanas e culturais, como é o caso do Oceanário, o Centro Vasco da Gama, a Estação do Oriente e o Pavilhão Atlântico. O Oceanário de Lisboa está situado, como foi dito, na doca dos Olivais, no Parque das Nações, e trata-se de um aquário gigante dedicado aos oceanos e à sua conservação. A visita ao Oceanário desenrola-se em dois níveis, o terrestre e o subaquático: o primeiro representa 4 habitats costeiros (Atlântico Norte, Antárctico, Pacífico e Índico Tropical), enquanto que o segundo, é constituído por mais 24 aquários. O Pavilhão Atlântico é uma sala polivalente, vocacionado para os mais diversos eventos, localizado no coração do Parque das Nações. O Parque dispõe também de vários jardins, dos quais se destacam: o Jardim Garcia de Orta, com uma área de 340 ha, e onde se pode encontrar uma flora variada e exótica vinda de outros continentes, num conjunto de ecossistemas (Goa, África, Macau/Coloane, Açores, Madeira, Cabo Verde e S. Tomé); e os Jardins da Água, entre o Teatro Camões e o Oceanário de Lisboa.
O património cultural e edificado do concelho é vastíssimo, sendo vários os edifícios e os locais de grande interesse turístico e histórico a serem visitados neste concelho. A Torre de Belém, consagrada ao santo padroeiro de Lisboa S. Vicente, é um dos monumentos mais conhecidos da cidade de Lisboa. Estava integrada no plano de defesa do Tejo, concebido por D. João II mas que só se veio a concretizar no reinado de D. Manuel II. É formada por uma torre (Torre de S. Vicente) e um baluarte pentagonal (Baluarte do Restelo) que avança sobre a água; o Baluarte do Restelo, embora construído para defesa, serviu também de palco para as cerimónias de partida e chegada das naus, onde nas suas varandas o rei e a sua corte podiam assistir e participar; a Torre de S. Vicente, projectada por Francisco de Arruda, um dos principais arquitectos do manuelino, apresenta toda uma série de esquemas rebuscados na utilização de planos diversos, na redundância de elementos construtivos, na multiplicação de elementos naturalistas e heráldicos. Junto à Torre, no local onde funcionou até meados do século XX a "Fábrica do Gás de Belém", situa-se o Jardim da Torre de Belém, sendo que na proximidade se situa também: a Doca do Bom Sucesso, para barcos de recreio; o Padrão dos Descobrimentos, em cujo terraço existe um miradouro, donde se pode avistar Lisboa, o rio, a Ponte 25 de Abril e a margem Sul do Tejo; e o Museu de Arte Popular. O acervo deste Museu é constituído por peças de arte popular, instrumentos de recreio e de lazer, vestuário, mobiliário, tecelagem, cerâmica, cestaria, pintura, trabalhos em papel, couro e cortiça, das diversas regiões de Portugal. Do património do concelho destaca-se também o Palácio das Necessidades, antigo palácio e convento do século XVIII, mandado construir por D. João V, sendo o convento doado à Congregação do Oratório com a promessa de se dedicarem ao ensino de Teologia, Humanidades e Ciências. Do palácio faziam parte jardins e tapadas que o circundavam, redesenhados em 1843 por ordem de D. Fernando, sendo a zona de hortas transformada em jardim inglês. Em 1855-1861, D. Pedro V manda construir a estufa circular e o rei D. Carlos (finais do séc. XIX), manda construir um campo de ténis e um Pavilhão, conhecido por Casa do Regalo, que servia de atelier de pintura da rainha D. Amélia. Presentemente, aí funciona a Estação Florestal Nacional. Após a Proclamação da República, o palácio ficou desabitado até cerca de 1950, altura em que foi ocupado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros que se mantém lá até hoje. Ainda de destacar: o Convento da Madre de Deus, o Convento do Carmo, o Mosteiro de S. Vicente de Fora, Sé Catedral de Lisboa, o Castelo de S. Jorge, e o Palácio de S. Bento, entre outros. O Convento da Madre de Deus reproduz a fachada do antigo Mosteiro de Xábregas, destinado inicialmente a duas dezenas de freiras clarissas e actualmente dá abrigo, em algumas das suas dependências, ao Museu Nacional do Azulejo. O museu apresenta um espólio de Azulejaria principalmente portuguesa, com um núcleo de produção estrangeira e dispõe de uma Biblioteca especializada em Cerâmica e Azulejo. O Convento do Carmo, dedicado a Nossa Senhora do Vencimento, surgiu no cumprimento de um voto feito pelo Condestável D. Nuno Álvares Pereira, em 1389. O terramoto de 1755, deixou estragos significativos, perdendo o convento do Carmo grande parte do seu valioso espólio. Actualmente, o Convento do Carmo está ocupado pela Guarda Nacional Republicana e na igreja instalou-se o Museu Arqueológico do Carmo, pertencente à Associação de Arqueólogos Portugueses. O acervo desse museu integra peças de valor histórico, arqueológico e artístico, contemplando artefactos e obras desde a Pré-História à época contemporânea; possui ainda uma excelente colecção de Pedras de Armas de grande interesse heráldico.
O Mosteiro de S. Vicente de Fora foi construído fora das velhas muralhas, em 1147 e na sequência de um voto feito por D. Afonso Henriques durante o cerco, foi doado aos frades de Santo Agostinho. Em meados de quinhentos foi a residência escolhida pelo arcebispo de Lisboa, D. Fernando de Vasconcelos, e no século XVIII albergou a Patriarcal (de 1773 a 1792) enquanto duravam as obras da Sé. De 1834 até à Implantação da República serviu de Paço Patriarcal e residência do cardeal. Finalmente, em 1910, o Estado tomou conta do edifício. A Sé Catedral de Lisboa, situada na encosta da mouraria, foi mandada construir por D. Afonso Henriques, como símbolo da fé cristã, após a tomada da cidade aos mouros. A fachada apresenta uma estrutura amuralhada duas torres ameadas ladeando o portal principal e a rosácea de vitral novecentista. Desde o início do século XX, o edifício sofreu diversas obras de restauro, mas, as recentes campanhas de recuperação no claustro devolveram-lhe a sua primitiva traça e revelaram testemunhos arqueológicos fenícios, romanos e árabes. O Castelo de S. Jorge, com uma área de 6000 m2, tem uma forma irregular de quadrilátero e dez torres e daí se pode apreciar, em toda a sua extensão, a esforçada morfologia da cidade, estando a sua muralha aberta às sete colinas lisboetas. Destaque ainda para o Museu Nacional dos Coches, situado no antigo Picadeiro Real de Belém e que possui uma das mais notáveis colecções de viaturas reais do século XVII aos finais do século XIX. Foi inaugurado a 23 de Maio de 1905, tendo sido criado pela iniciativa da rainha D. Amélia de Orleães e Bragança e da sua colecção primitiva faziam parte 29 viaturas, fardamentos de gala, arreios de tiro e acessórios de cavalaria, utilizados pela Família Real. Actualmente, o Museu reúne uma colecção que é considerada única no mundo devido à variedade artística das magníficas viaturas de aparato dos séculos XVII, XVIII e XIX, e ao número de exemplares que integra. Destaque ainda para o Museu Nacional dos Coches, situado no antigo Picadeiro Real de Belém e que possui uma das mais notáveis colecções de viaturas reais do século XVII aos finais do século XIX. Foi inaugurado a 23 de Maio de 1905, tendo sido criado pela iniciativa da rainha D. Amélia de Orleães e Bragança e da sua colecção primitiva faziam parte 29 viaturas, fardamentos de gala, arreios de tiro e acessórios de cavalaria, utilizados pela Família Real. Actualmente, o Museu reúne uma colecção que é considerada única no mundo devido à variedade artística das magníficas viaturas de aparato dos séculos XVII, XVIII e XIX, e ao número de exemplares que integra.
Finalmente, uma menção especial ao Museu Nacional de História Natural, vocacionado essencialmente para a investigação científica e actividades de extensão cultural, produzindo e acolhendo exposições permanentes e temporárias e é, ainda, sede de conferências, debates, cursos de formação e outro tipo de eventos de divulgação científica, cultural e artística. As actuais instalações do Museu Nacional de História Natural ocupam (em conjunto com o Museu de Ciência e o Instituto Geofísico Infante D. Luís) uma área que no século XVII correspondia à cerca do Noviciado da Cotovia com o seu horto. Extinto o Noviciado, foi fundado no mesmo espaço o Colégio Real dos Nobres (1761-1837), a que se sucederam a Escola Politécnica (1837-1911) e a Faculdade de Ciências (1911-1985). A história do Museu Nacional de História Natural reporta-se à criação dos Gabinetes de História Natural na Escola Politécnica, os quais por sua vez foram os herdeiros das colecções do Real Museu da Ajuda (1858). Integrado no Museu Nacional de História Natural, encontra-se o jardim botânico, plantado no século XIX na antiga cerca do Colégio Real dos Nobres, tendo como principal objectivo o ensino da Botânica e Princípios de Agricultura. Trata-se de um espaço densamente arborizado, com cerca de 4 ha, onde podemos encontrar lagos, pontes e estátuas, sendo de destacar, neste jardim, uma das maiores colecções de cicas do país (plantas ancestrais do tempo dos grandes dinossauros), os conjuntos de palmeiras, de figueiras e a colecção de cactos e plantas carnosas. Um outro importante jardim botânico, este situado na freguesia da Ajuda, é o jardim Botânico da Ajuda, o mais antigo jardim de Portugal, tendo sido mandado plantar pelo Marquês de Pombal, em 1768 com a designação de Real Jardim Botânico da Ajuda. Presentemente é administrado pelo Instituto Superior de Agronomia o qual levou a cabo entre 1994-1997 um projecto de recuperação visando, essencialmente, garantir a sua origem botânica, mantendo e apresentando as plantas de uma colecção que recorda a história da curiosidade científica dos portugueses que abriram os Oceanos, e, apresentá-lo como um espaço de lazer. Ainda na freguesia de Ajuda situa-se o Palácio Nacional da Ajuda, edificado na primeira metade do século XIX e que foi residência oficial da família real portuguesa quando D. Luís I (1833-1889) se tornou rei de Portugal; após a proclamação da República, em 1910, foi encerrado, reabrindo em 1938 como museu. Actualmente, o Palácio é também utilizado pelo Estado Português para a realização de cerimónias oficiais. Para além dos já referidos, são vários os espaços verdes no concelho de Lisboa e representam também um ponto de interesse turístico da cidade: o Jardim Guerra Junqueiro, também conhecido por Jardim da Estrela, localizado na freguesia de Lapa, foi construído em 1842, por iniciativa do estadista Bernardo da Costa Cabral, Marquês de Tomar; o Jardim da Praça Afonso de Albuquerque, situado na freguesia de Santa Maria de Belém; o Jardim do Campo Grande que foi Passeio Público no séc. XVI, altura em que era conhecido como Campo de Alvalade; o jardim do Príncipe Real, localizado na freguesia das Mercês; e o Jardim Vasco da Gama, construído em homenagem ao grande navegador português Vasco da Gama, que em 1498 descobriu o Caminho Marítimo para a Índia. De destacar também: as praças do Duque da Terceira, do Comércio, do Município, da Figueira, D. Pedro IV e a Praça dos Restauradores. A Praça Duque da Terceira, vulgarmente conhecida como Cais do Sodré, é um espaço arborizado e calcetado com empedrado preto e branco e apresenta ao centro a estátua do Duque da Terceira, da autoria de Simões de Almeida. Perto desta praça situa-se o Mercado da Ribeira que foi erigido sobre o antigo Forte de S. Paulo onde existia um mercado projectado, em 1882, por Ressano Garcia e que havia sido destruído por um incêndio. A Praça do Comércio situa-se no local que foi o porto e porta de entrada na cidade antes do terramoto de 1755, sendo de que, do seu lado Norte se ergue um Arco Triunfal (Arco da Rua Augusta) de estilo neo-clássico inspirado no Arco do Triunfo de Paris e no centro encontra-se a estátua equestre de D. José I da autoria de Machado de Castro.




Gastronomia :

          Sendo uma cidade ponto de encontro de culturas, é natural que em Lisboa confluam vários géneros de gastronomia, destacando-se vários pratos de peixe, sendo típica a sardinha assada. Um destaque também para a caldeirada à Fragateiro e para as perdizes à Convento de Alcântara. Na doçaria, são afamados os pastéis de Belém.
                                                                                                                Pastéis de Belém
Pastéis de BelémCaldeirada de Peixe
Caldeirada de Peixe


Nozes de Cascais
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