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terça-feira, 13 de agosto de 2013

Viagem e visita ao concelho da Calheta - Açores

Brasão de Calheta

Localização :

          A vila da Calheta é uma das mais antigas povoações da ilha de São Jorge, depois da sua fundação em 1483 rapidamente cresceu graças a possuir um porto que lhe facilitava bastante a comunicação com a ilha Terceira, próxima. É sede de um município com 126,51 km² de área e subdividido em 5 freguesias. O concelho é limitado a noroeste pelo concelho de Velas, sendo banhado pelo Oceano Atlântico em todas as outras direcções. 



História

           Foi elevada a vila em 3 de Junho de 1534, por carta régia de D. João III de Portugal, a 12 de Maio de 1718, autorização da fundação do convento da vila da Calheta. Em 1732, tem início da reedificação da sua Igreja Matriz, a Igreja de Santa Catarina, o seu núcleo populacional à medida que foi crescendo foi também irradiando para as localidades próximas; foi o caso da Fajã Grande, Ribeira Seca, Relvinha, Biscoitos e Norte Pequeno. O seu crescimento justificou que no ano de 1534 fosse desanexada do Concelho de Velas e elevada a Vila. Ao longo da sua história esta localidade foi por diversas vezes atacada e saqueada por piratas e corsários. Só no ano de 1597 a população conseguir repelir um ataque, chegando ao ponto de se apoderarem da bandeira dos piratas.
Arrasada pelo grande terramoto de 9 de Julho de 1757, que ficou conhecido na história como o Mandado de Deus ao que "ficou sem casa onde se recolhesse o Santíssimo Sacramento", foi atingida em 1945, a 4 de Outubro, por grande Levante do Mar, esta vila possui monumentos e edifícios de interesse público e arquitectónico, seja pela arquitectura utilizada seja pela sua imponência ou características próprias. Exemplo deste caso é a Igreja de Santa Catarina cuja construção é posterior a 1639, pois a 8 de Janeiro desse ano, um grande incêndio destruiu a primeira que remontava ao século XVI. O desenvolvimento humano da localidade foi progredindo ao longo dos séculos. Sendo que uma das maiores manifestações populares organizativas são as filarmónicas que existem desde 1868. Além dos recentes festivais musicais organizados pela Câmara Municipal da Calheta e as actividades desenvolvidas pela Escola de Ensino Complementar "Padre Manuel de Azevedo da Cunha".
 Em tempos idos no Porto da Calheta chagaram a ser construídos navios que faziam a rota de Gibraltar e da América do Norte. A primeira plataforma portuária digna deste nome e que substituiu o pequeno cais então existente foi construído em 1755, no entanto só lhe foi colocado um farolim de sinalização em 1873. Facto curioso e histórico foi construído em lugar alto, destacado e bastante visível a partir do mar, sobre a vila da Calheta uma forca que durou até 1666. Nunca foi utilizada como tal. Esta forca tinha por finalidade servir de aviso à ameaça representada pelos piratas e corsários que se aproximassem da povoação.

Bandeira de Calheta


Cultura e Turismo

          Nesta vila existe uma igreja dedicada à evocação de Santo António que se encontra na Rua de Baixo, estrada de ligação com a Ribeira Seca. Igreja de Santo António foi concluída em 1816. é ainda de mencionar nesta vila um fontanário cuja construção recua a 1878. Esta localidade tem um Parque de Campismo que foi Inaugurado no dia 3 de Julho de 1993. A sua localização foi pensada de forma aproveitar as características excepcionais do local que o transformou num ponto privilegiado para o lazer e prática da natação e pesca. Encontra-se próximo da costa, junto às Poças de Vicente Dias e à Baía de Simão Dias. O Jardim Maestro Francisco de Lacerda, é um agradável jardim localizado no centro da Vila da Calheta em homenagem aquele que é um dos jorgenses mais conhecidos. Este jardim é composto por muros de empedrados, uma grande variedade de plantas e flores (na sua grande maioria não da Macaronésia, mas introduzidas), que se encontram dispostas em diferentes níveis ligadas por escadas. Podem ainda ver-se algumas aves, em pequenas casas construídas para esse efeito. Em lugar de destaque está a escultura do Maestro Francisco de Lacerda, da autoria de Didier Couto, como locais de lazer encontrará o Jardim Público <<Francisco de Lacerda>>,campos de jogos, piscina natural e parque de campismo da Fajã Grande ou um passeio a pé ao Cruzeiro, que assinala a passagem da Virgem, e seu miradouro, e porque não? ao largo do cais, o mais mercantil destas ilhas no séc. XIX.
Norte Pequeno -  Presépio no Norte da Ilha, passagem obrigatória, quer atravessando as estradas de penetração com miradouros das Brenhas, ou para visitarmos a Fajã dos Cubres com o seu miradouro sobre o canal e a Caldeira, que poderá visitar num belo passeio a pé ou a cavalo. Nesta freguesia, temos a igreja de S.Lázaro, Centro Social Polivalente da Casa do Povo, Cooperativa Agrícola e indústria de serração de madeiras. Festas principais:15 de Agosto, Senhora do Rosário. Possui no campo cultural a Filarmónica de S.Lázaro e o Grupo Folclórico sénior e juvenil. Como figura da Igreja Universal, temos o venerável Padre Lázaro Nunes, mártir em Chipre.
Fajãs - Quarta ilha açoreana na ordem da descoberta, São Jorge, é também a quarta em superfície e a segunda em comprimento, caracterizada pelo seu relevo altivo (lomba infindável), tem  depressões notáveis na costa junto ao mar - as chamadas "fajãs", que lhe dão uma característica única. Provenientes do abatimento da falésia , as fajãs são superfícies planas que se estendem pelo mar fora. Todas elas convertidas em férteis pomares, em campos de cultivo do inhame, milho, legumes, devido a microclimas, em algumas delas crescem o chá, café, frutos tropicais e belos dragoeiros.  As fajãs estendem-se de ambos os lados da Ilha. Na costa norte, a paisagem oferece-nos um azul-marinho, tendo como plano de fundo os mares da Graciosa e Terceira. Na encosta sobranceira, temos : - Penedia, Fajã do Norte Pequeno, Fajã dos Cubres, com o seu miradouro , e , num belo passeio a pé, encontramos a Fajã da Caldeira  de Santo Cristo, estas com as suas lagoas marinhas, onde se criam as amêijoas e os loiros camarões. 




Gastronomia

         Os pratos típicos da cozinha tradicional açoreana estão também presentes em São Jorge. Pertence-lhe , porém, o exclusivo das amêijoas, apanhadas nas águas da Caldeira, e a verdadeira abundância de outros mariscos. Nos doces, a variedade é grande e inclui coscorões, rosquilhas de aguardente, espécies, suspiros, doce de leite, bolos de véspera, cavacas, bolos de coalhada e doce branco.

                                                                                                   Rosquilhas de aguardente 
Bolo de coalhada