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domingo, 16 de dezembro de 2012

Viagem e visita ao concelho de Tarouca

Brasão de Tarouca

Localização : 

          Integrado no distrito de Viseu, o concelho de Tarouca é composto por dez freguesias, abrangendo uma área de 101,5 Km2. Faz fronteira a Poente e a Norte com o concelho de Lamego, a Nordeste com Armamar; a Nascente com Moimenta da Beira, a Sudeste com Vila Nova de Paiva e a Sudoeste com Castro Daire. O sistema orográfico em que o concelho de Tarouca está inserido caracteriza-se pela existência de três vales secundários: o vale de Tarouca, o vale de Salzedas e o vale de S. João-Mondim-Ucanha. Este último está rodeado pelos montes Corvo, Cascalheira, Recião, Senhor da Misericórdia e Galinheira, e a Norte o rio Varosa. Para além destes vales, o concelho é dominado pela serra de Santa Helena e os montes de Santa Bárbara e Ladário. O elemento hidrográfico mais relevante do concelho é talvez o rio Varosa que nasce em Várzea da Serra e vai desaguar no rio Douro. 



História : 

           O povoamento do território que constitui o atual concelho de Tarouca é remotíssimo, sendo demonstrado pela arqueologia, nos vestígios de antigas povoações castrejas nas suas imediações. A dois quilómetros para Norte de Tarouca encontra-se o mais importante povoado fortificado do concelho e do qual teria sido originária a primeira "villa" de Tarouca e a cabeça da vasta terra medieval. Sobre este castro alicerçou-se, muito provavelmente, o castelo de Tarouca que defendia a primitiva vila. Esta primitiva "villa", sucessora da citânia, devia ter principiado a ser abandonada nos finais do século IX, de tal maneira que a sua extinção já era um facto remoto no século XII. A atual vila de Tarouca parece ter tido origem nas ações de repovoamento do território lamacense, levado a cabo por Afonso III das Astúrias, do século IX para o X. A primitiva vila de Tarouca adoptou o topónimo Castro Rei, sendo este uma referência ao primeiro libertador e povoador da região, Afonso III das Astúrias. Depois de fundada a nova vila e com o progressivo abandono da primitiva, o topónimo Castro Rei foi aplicado à nova povoação, sendo que Tarouca designava o distrito medievo. O certo é que estas duas designações foram sendo aplicadas alternadamente pelo menos até ao século XV. Em 1057, após a última dominação arábica, o rei leonês D. Fernando I liberta definitivamente Tarouca e doa-a ao Conde Sisnando para este a restaurar, povoar e edificar. Durante a administração sisnandina, o "foro de Tarouca" firmou-se, sendo que a vila atual e todo o seu termo sofreram um povoamento sistemático a foro de jugada e cavalaria. Um diploma teresiano datado de 1128, mostra que a "terra de Tarouca", originada na cividade do monte sobre Dálvares, chegava até ao rio Paiva, abrangendo o território do atual concelho de Vila Nova de Paiva, parte dos concelhos de Castro Daire e de Moimenta da Beira, além da totalidade do atual concelho de Tarouca. No século XII, dentro dos limites do actual concelho existiam apenas duas paróquias: Argeriz e Tarouca. A primeira foi uma vasta honra de Egas Moniz, a cuja morte ficou metade aos filhos e a outra metade à viúva D. Teresa Afonso que aí fundou uma opulenta abadia cisterciense, o Mosteiro de Argeriz, depois dito de Salzeda. Relativamente à paróquia de S. Pedro de Tarouca esta abrangia grande parte das freguesia do atual concelho de Tarouca e algumas fora dele. Segundo as Inquirições de D. Dinis, em toda esta "terra" de Tarouca ou julgado de Castro Rei, existiam já sete paróquias: Meijinhos, Lazarim, Lalim, Castro Rei (ou Tarouca), Vila Cova, Caria de Susã e Caria de Jusã. Em 1227, era tenente de Tarouca D. Abril Peres que foi destituído, segundo consta, por S. Sancho II, em 1245, pela sua parcialidade em favor do bolonhês tendo sido substituído por Ferreira Bezerra e filhos deste. Já em 1255 era rico-homem local, D. Pedro Anes, neto de D. Abril Peres. Em 1258 realizaram-se as Inquirições gerais de D. Afonso III, constatando-se que apesar do corpo do castelo ser todo reguengo, a povoação intramuros era da pertença da igreja local de S. Pedro de Tarouca, por sucessivas doações ou testamentos. Quatro anos depois, a 11 de Dezembro de 1262, D. Afonso III passa o primeiro foral de Tarouca: a chamada "carta de foro de Castro Rei" na qual o monarca diz querer povoar a sua pobra de "terra" de Tarouca. Em 1348, D. Afonso IV expede uma carta de confirmação a Tarouca do foral de 1262. Já D. Dinis havia confirmado o dito foral de seu pai e é a ele ainda que D. Manuel I, no foral novo concedido em Lisboa, se reporta. Relativamente ao senhorio de Tarouca, apesar de aí terem existido vários ricos-homens e tenentes, o primeiro senhor da vila de Tarouca e de seu termo, parece ter sido o filho bastardo de D. Dinis, D. Pedro, Conde de Barcelos. Depois dele vagou o senhorio, até que D. Fernando, por carta dada em 1372, o doou a D. Maria Giroa, mulher de Martim Vasques da Cunha. No mesmo ano, o dito rei estende a doação aos descendentes dos dois esposos, devendo Tarouca reverter à coroa, logo que esta descendência legítima acabasse. Por carta de 26 de Abril de 1375, D. Fernando concede a Martim Vasques da Cunha toda a jurisdição civil na vila e no seu termo. Em carta de 1401, D. João I declara ter comprado a vila de Tarouca e outras terras ao senhor delas, D. João de Castro, para poder doa-las a seu filho, o Infante D. Henrique que passa a ser senhor de Tarouca, mas literalmente, sob a condição de que o infante não as possa "doar, vender ou empenhar, nem deixar em testamento". No entanto, estas condições não foram cumpridas e o Infante D. Henrique, vendo-se endividado, empenhou Tarouca a D. Duarte de Meneses, Conde de Viana. Morrendo o infante sem ter retirado o penhor, ficou no senhorio de Tarouca à mulher de D. Duarte de Meneses que posteriormente o doou a seu filho, D. João de Meneses que foi feito por D. Manuel I, o primeiro Conde de Tarouca. Por alvará de 27 de Janeiro de 1801, obteve de D. João a categoria de Distrito de Vara Branca, sendo-lhe por isso a ele anexados, além dos concelhos da antiga ouvidoria, mais os de Várzea da Serra, Ucanha e Cever. Em 1834 o distrito de Vara Branca foi extinto e um ano depois, todos ou quase todos os concelhos e julgados da sua antiga correição foram suprimidos, somente persistindo os concelhos de Tarouca e Mondim. Em 1896 estes dois concelhos foram também extintos, sendo que o de Tarouca foi restaurado dois anos depois em 1898, tendo-lhe sido anexada a vila de Mondim com parte das suas antigas freguesias, ficando, até aos nossos dias composto de 10 freguesias.

Bandeira de Tarouca

Cultura e Turismo : 

              Atualmente  Tarouca é um concelho em franca expansão a nível turístico não só devido à sua riqueza monumental, mas também paisagística. Em partes do percurso do rio Barosa que atravessa o concelho pode-se praticar canoagem, hidrospeed e canoagem. Nas suas margens foram também criadas três praias fluviais, nas freguesias de Mondim da Beira, Ucanha e Várzea da Serra. A nível cultural, destaca-se a Biblioteca Municipal de Tarouca.




Gastronomia : 

             Da gastronomia tradicional do concelho de Tarouca destacam-se: o Basulaque, parto típico confeccionado por altura das festas concelhias em honra a S. Miguel; o cabrito assado com arroz de forno; as trutas recheadas; os milhos; o caldo de castanhas; a bola de carne em vinho de alhos e os torresmos de porco. Na doçaria, o destaque vai para o sarrabulho doce com nozes, os bolinhos de mel, a broa de milho doce e as trufas e falachas de castanha.