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terça-feira, 9 de abril de 2013

Viagem e visita ao concelho de Castelo de Vide

Brasão de Castelo de Vide

Localização

            Situado no Nordeste alentejano, o Castelo de Vide é um concelho do distrito de Portalegre, dista a cerca de 16 quilómetros da fronteira espanhola, abrange uma área de 264.8 km2, distribuída por quatro freguesias: S. João Baptista, Santa Maria da Devesa e Santiago Maior (sede concelhia), e Nossa Senhora da Graça de Póvoa e Meadas.
Castelo de Vide faz fronteira a Oeste, com o concelho de Nisa; a Sul, com Crato e Portalegre; a Este, com o concelho de Marvão; e a Nordeste com a Espanha, em frente da vila de Castelo de Vide fica a serra de S. Paulo, integrada no Parque Natural da Serra de S. Mamede. Além dessa serra, destacam-se ainda a serra do Facho (762 m) e a serra de Urre (782 m) como áreas de maior altitude. Dos seus principais recursos hídricos, de salientar o rio Sever, afluente da margem esquerda do rio Tejo que serve de fronteira entre Portugal e Espanha em quase todo o seu curso; e a Ribeira de Nisa.



História

        Toda a região testemunha a presença do homem desde os tempos mais remotos da sua existência, pois os vestígios arqueológicos, desde o paleolítico até ao tempo atual  comprovam a continuidade da permanência dos ocupantes ao longo das épocas, dos vestígios mais significativos da primitiva ocupação do território que corresponde ao atual concelho de Castelo de Vide são os vários monumentos megalíticos aí existentes. Dessa forma, são de mencionar as antas: da Casa dos Galhardos, da Coutada de Alcogulo, da Nave do Grou, da Tapada de Matos, da Várzea dos Mourões, de Corleiros, de Fonte de Mouratão, de Merliça, do Cerejeiro, do Couto de Zé Godinho, do Junçal, do Pai Anes, do Porto Aivado, do Tapadão da Relva, do Vale de Sancho, dos Coureleiros, dos Olheiros, dos Pombais e das Tapadas de Pedro Álvares; de mencionar também o Menir da Meada. Os romanos deixaram também assinalada a sua passagem pelo povoado, sendo o vestígio mais importante que atesta a sua presença a barragem romana da Tapada Grande, tratando-se de uma represa para utilização agrícola.
Castelo de Vide terá sido conquistada aos mouros por D. Afonso Henriques que a doou a Gonçalo Mousinho, cavaleiro nobre do tempo de seu pai. Mais tarde, foi propriedade de Pedro Anes que lhe concedeu foral, em 1180. Em 1276, Castelo de Vide surgia já como município independente da da área municipal de Marvão da qual fazia parte desde 1226. D. Afonso III, doou a vila a seu filho, o Infante D. Afonso, juntamente com Portalegre e Marvão, sendo que nas lutas que este teve com seu irmão, D. Dinis, Castelo de Vide foi um dos pontos da discórdia (o infante desejava muralha-la, no que o rei não consentia). As discórdias entre os dois irmãos só terminaram em 1282 e D. Afonso cedeu a vila à coroa. D. Dinis faz então algumas obras de defesa. Segundo alguns autores, foi D. Dinis o fundador do castelo, sendo que, de acordo com outros, o rei apenas se limitou a edificar a Torre de Menagem e a fazer algumas reparações. Em 1281, o monarca recebeu em Castelo de Vide os embaixadores de Aragão que vinham ratificar o seu casamento com D. Isabel, a rainha Santa. Em 1299, confirmou os foros da vila, concedendo-lhe que fosse sempre da coroa e dando-lhe foral em 1310. As obras no castelo prosseguiram durante todo o seu reinado e só terminaram em 1327, já no tempo de D. Afonso IV. No ano 1372, D. Fernando cede a vila e o seu termo à Ordem de Cristo, em troca de Castro Marim e posteriormente, D. João I, doou-a a Gonçalo Anes, um dos heróis de Aljubarrota. D. Manuel concedeu-lhe foral novo a 1 de Junho de 1512 e D. Pedro II, em 1647, governando o reino como príncipe regente, concedeu-lhe o título de Vila Notável. A situação de Castelo de Vide, relativamente próxima da fronteira espanhola, fez com que a vila fosse palco de muitas ações em guerras entre Portugal e Espanha, especialmente no período de 1640 a 1711. No século XVIII, devido ao aumento da população, houve a necessidade de se expandir a povoação, tendo sido então construído o Forte de S. Roque, aproveitando-se uma elevação do terreno. Em 1836 é suprimido o município de Póvoa e Meadas que figura integrado no de Castelo de Vide.

Bandeira de Castelo de Vide

Heráldica

Brasão: de vermelho, com um castelo de ouro, acompanhado de dois ramos de vide, de verde, folheados, do mesmo e frutados de púrpura, postos em pala. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com as palavras «Notável Vila de Castelo de Vide», a negro.

Bandeira: amarela, de um metro quadrado, com o brasão ao centro. Cordões e borlas de ouro e vermelho.

Selo: redondo, com as mesmas peças e à roda a legenda «Câmara Municipal da Notável Vila de Castelo de Vide».


Cultura e Turismo

            São vários os pontos de interesse turístico de Castelo de Vide, estando parte do concelho integrado no Parque Natural da Serra de S. Mamede. A serra de S. Mamede é de grande beleza paisagística e de grande diversidade de habitantes  quer ao nível da flora, quer ao nível da fauna. Outros locais de interesse turístico são a Barragem de Póvoa e Meadas, localizada na freguesia homónima e as termas de castelo de Vide. A estância hidrológica possui três nascentes, a da Ribeira da Fazenda do Arco, a da Fonte da Vila e a da Fonte da Mealhada, recomendadas para o tratamento do reumatismo, de doenças da pele, de doenças do aparelho digestivo e do metabolismo (diabetes). A nível do património arquitetónico e monumental, merecem referência: o burgo medieval, o castelo, o forte de S. Roque, as muralhas que envolvem a vila, a judiaria, a sinagoga medieval e as portas e janelas ogivais dos séculos XIV a XVI. Como infra-estruturas culturais, destacam-se o Centro Municipal de Cultura, onde, no primeiro piso, têm lugar exposições temáticas temporárias e no segundo piso existe uma Secção de Arqueologia da Câmara Municipal de Castelo de Vide, também com exposições temáticas temporárias, e o Centro de Interpretação do Parque Natural da Serra de S. Mamede, um centro museológico e expositivo. 

                                                                                                        Forte de S. Roque 
Serra de S. Mamede 

Gastronomia

            No que se refere à gastronomia, merece destaque o sarapatel, o ensopado de cabrito, a "sopa gata", a alhada de cação, as migas com entrecosto. Na doçaria destaque para os bolos secos, a boleima e o bolo finto.
                                                                                                       Boleima de Castelo de Vide
Alhada de Cação