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quarta-feira, 27 de março de 2013

Viagem e visita ao concelho de Peniche

Brasão de Peniche

Localização

            O concelho de Peniche está integrado no distrito de Leiria, sendo composto por seis freguesias, três das quais (Conceição, S. Pedro e de Nossa Senhora da Ajuda) formam a cidade de Peniche.
A área deste concelho pode ser dividida em duas zonas, uma peninsular e outra continental. A primeira é limitada a Norte e a Oeste pelo Oceano Atlântico, a Sul e Sudeste pelo concelho da Lourinhã e a Leste pelo concelho de Óbidos. A parte insular, mais reduzida, é formada pelo Arquipélago das Berlengas. O arquipélago das Berlengas, situado ao largo de Peniche, entre o Cabo Carvoeiro e a Papoa é composto por 3 grupos de ilhéus: Berlenga Grande, e recifes adjacentes, Estelas e Farilhões-Forcadas, todas de natureza geológica diferente da costa portuguesa. A Berlenga Grande é a maior e única habitável e pelas suas características constitui um ecossistema único no mundo, pelo que, em 03 de Setembro de 1981 foi criada a Reserva Natural da Berlenga. Neste arquipélago existem espécies de plantas únicas que é o caso das Armeria berlengensis e Pulicaria microcephala; quanto à fauna são poucas as espécies de vertebrados não voadores presentes na ilha, sendo o caso da lagartixa de Bocage e do sardão que se encontra em perigo devido a vários factores tais como o aumento de gaivotas, o coelho bravo e o rato-preto. No caso de aves existem várias espécies, tais como o corvo-marinho, pardela, várias espécies de gaivotas, o airo, entre outras não marinhas. 


História

         O topónimo principal do concelho parece corresponder a um termo antigo, com o significado de "barco pequeno", no entanto, segundo alguns autores, o topónimo corresponde à corrupção da palavra "península", é bastante remoto o povoamento das terras deste concelho, sendo vários os vestígios que permitem confirmar a sua antiguidade. Para além dos vestígios pré-históricos que fazem recuar a épocas bastante remotas, o primitivo povoamento na então pequena ilha de Peniche, sendo já do tempo dos romanos os vestígios mais antigos, também o antigo porto natural de Tauria (Atouguia da Baleia) nos faz recuar nos tempos. Este porto deverá ter sido o principal porto de pesca e comercial da Lusitânia. A população aumentou consideravelmente e a atividade pesqueira e mercantil desenvolveu-se. Em 1165, D. Afonso Henriques doa Atouguia a Roberto de Lacorne ou Wilhelmo (Guilherme) de Lacorne; tal ato foi uma recompensa do monarca, pelo auxílio que aquele lhe prestara na conquista de Lisboa. O mesmo monarca deu foral a Atouguia, a 24 de Fevereiro de 1167. Em 1448, D. Afonso V concede o título de Conde de Atouguia (então sede do Concelho) a Álvaro Gonçalves de Ataíde, depois alcaide-mor de Peniche. Em 1589, D. António Prior do Crato, com a ajuda da esquadra inglesa desembarcou na praia Sul de Peniche, partindo daí para Lisboa. A marcha deste exército ficou marcada pela devastação e saque que os ingleses fizeram nas povoações que iam encontrando, que fez nascer o epíteto "amigos de Peniche", expressão que atualmente se refere a pessoas desleais. 
Em breve, Peniche ganhou a importância que Atouguia da Baleia teve até então e em 1609, Peniche foi elevado a vila por Filipe III e, dois anos depois, por carta régia adotou o foral de Atouguia. A península de Peniche, já fortificada desde o reinado de D. João III, viria a tornar-se uma importante praça-forte a partir de 1640 durante o reinado de D. João IV. A fortaleza, imponente pela sua grandeza, incluía várias casamatas abaixo do nível do mar, onde se encerrava uma bateria de pólvora. O forte foi transformado em prisão política pelo Estado Novo e devolvido, após o 25 de Abril, a espaço museológico. Conhecida pelos historiadores da antiguidade como a Ilha de Saturno, a Berlenga foi habitada por vários povos. Em 1513, os monges da Ordem de S. Jerónimo fundaram aí o Mosteiro da Misericórdia que durante anos foi atacado por corsários até que foi votado ao abandono. Mais tarde, foi mandada erguer pelo rei D. João IV a fortaleza de S. João Baptista, que viria a ser palco de inúmeras batalhas, até ser abandonada em 1847.

Bandeira de Peniche

Cultura e Turismo

          Pelas suas condições naturais, Peniche oferece um grande conjunto de várias praias, entre as quais se destacam: a praia do Baleal, bastante procurada por veraneantes; a praia de S. Bernardino, as praias da Almagreira (de Ferrel); do Lagide (Baleal Norte), um local excepcional para a prática do surf e bodyboard tendo, durante todo o ano, inúmeros praticantes e nela decorrendo diversos concursos e provas dessas modalidades; da Cova da Alfarroba; e a praia do Quebrado. A Ilha da Berlenga e a Fortaleza Museu constituem também um lugar privilegiado de visita. A fortaleza de Peniche, um complexo militar do século XVII que funcionou como prisão política durante o Estado Novo, aloja atualmente o Museu Municipal de Peniche.
                                                                                                        Ilha da Berlenga 
Praia do Lagide ( Baleal Norte )


Gastronomia

            A gastronomia tradicional do concelho de Peniche é fortemente influenciada pela proximidade do mar, pelo que os principais pratos do concelho são à base de peixe. Assim, são de se destacar: a caldeirada de Peniche; a sardinha assada; a lagosta suada e a açorda de marisco. Na doçaria, são típicos deste concelho os pastéis de Peniche e os "esses", biscoitos de amêndoa.
        
                                                                                                    Caldeirada de Peniche 
Sardinha Assada 



Pastéis de Peniche