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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Viagem e visita ao concelho da Lousã

Brasão de Lousã

Localização :

        A Lousã é uma vila portuguesa no distrito de Coimbra, região Centro e sub-região do Pinhal Interior Norte, é sede de um município com 139,16 km² de área, subdividido em 6 freguesias e limitado a norte pelo município de Vila Nova de Poiares, a leste pelo de Góis, a sueste pelo de Castanheira de Pera, a sul pelo de Figueiró dos Vinhos e a oeste pelo de Miranda do Corvo. Situa-se na zona de transição entre as duas dinâmicas de desenvolvimento que demarcam a sub-região: de um lado, as terras mais «urbanas», mais próximas da capital regional; do outro, as mais afastadas, com carácter mais «rural». De entre os concelhos da sub-região com variação demográfica positiva, a Lousã é o que possui a mais elevada (18%), superior aos valores médios da região (3,4%) e do país (4,6%). Grande parte do concelho é abrangido pela Serra da Lousã. Orientada de Noroeste para Sudoeste, esta serra caracteriza-se pelos seus declives. O concelho é dominado pela bacia do rio Arouce e a sua afluente ribeira da Fórnea e pelas ribeiras de Fiscal e de Vilarinho.



História

       As origens de Lousã remontam à época de ocupação romana, sendo vários os vestígios deixados por este povo da sua permanência neste local, nomeadamente: cipos funerários, telhas, tijolos, utensílios de vidro e metal e moedas, entre outros. Também nas minas da Serra da Lousã foram encontradas ferramentas de cobre e lucernas, o que evidencia a exploração mineira por este povo. O próprio topónimo principal do concelho parece ser também um importante indício da sua antiguidade de povoamento. Segundo Piel, o étimo "lousã" seria derivado do nome pessoal de um romano, Lausus, cujo nome teria sido aplicado à terra onde se estabeleceu. Depois do desmembramento do império romano, a povoação possivelmente continuou a existir, no entanto, só no século X se volta a ter referências à Lousã, ou mais propriamente, a Arouce, numa altura em que os cristãos tentam a reconquista do território aos mouros. Data de 943 um documento que oficializa um contrato entre Zoleiman Abaiub e o abade Mestúlio, do Mosteiro de Lorvão, sendo este documento a primeira referência escrita onde surge o topónimo "Arauz", a povoação mais importante dessa altura daquela região, por se situar junto ao morro onde possivelmente já existiria um castelo. A fundação e fundador deste castelo, permanece em grande parte por explicar, estando a sua origem envolta em várias lendas, a mais famosa das quais conta que o rei Arunce, de Conímbriga, teria mandado edificar o castelo para proteger a sua filha Peralta, enquanto ele se encontrasse em campanha no Norte de África, e seria em nome deste rei que a povoação que aí existia se passou a chamar Arouce. A reforma deste castelo é atribuída a D. Sisnando, a quem D. Fernando ofereceu o condado de Coimbra, após a sua reconquista definitiva em 1064. É também a este conde que se deve a pacificação de todo o território, bem como a sua reorganização e desenvolvimento, sendo também por essa altura que recomeçou o repovoamento do local, onde atualmente se situa a vila de Lousã. Durante os reinados de D. Teresa e depois de D. Afonso Henriques a região de Lousã prosperou bastante e em 1151, o castelo de Arouce recebeu carta foral, confirmada depois por D. Afonso II e renovada por D. Manuel I. D. Dinis fez de seu filho bastardo, D. José Afonso, senhor da vila de Lousã, cargo que sempre foi ao longo dos tempos ocupado por nobres, incluindo D. Pedro, Duque de Coimbra; a este seguiu-se Pedro de Góis, Pedro Machado e Francisco Machado. Foi com este último que D. Jorge, filho de D. João II e fundador da casa ducal de Aveiro, fez uma troca de terrenos no Alentejo, ficando com o senhorio de Lousã. O senhorio de Lousã permaneceu então na posse da Casa Ducal de Aveiro, até ser extinto por D. José, passando nessa altura para a posse da coroa portuguesa. Foi então criado o título honorífico de Conde de Lousã, na pessoa de D. João Lencastre Baherem, filho bastardo de D. João II.

Bandeira de Lousã

Heráldica

Brasão: de negro com uma banda ondada de prata e de azul, acompanhada por um rodízio de ouro com oito pás do mesmo metal e por um molho de espigas de trigo de ouro atado de verde. Coroa mural de prata de quatro torres.

Bandeira: amarela e azul. Cordões e borlas de ouro e azul. Listel branco com letras pretas. Lança e haste dourada.


Cultura e Turismo :

          O concelho de Lousã é bastante rico em termos culturais e locais de interesse turístico. O castelo de Arouce e as ermidas são pontos de passagem obrigatória para quem se desloca a este concelho. O castelo é uma fortificação construída no alto de um dos montes da serra, com uma vista privilegiada para a área circundante. Abaixo deste castelo pode-se encontrar uma piscina natural, bastante procurada durante a época estival. Durante todo ano, Lousã é palco de várias atividades culturais, promovidas por várias colectividades existentes no concelho, dispondo igualmente de várias infra-estruturas para a prática dessas atividades  é o caso da Biblioteca Municipal, uma das mais antigas do distrito de Coimbra, e do Museu Municipal que dispõe de várias coleções  relativas à história e tradições do concelho.




Aldeias de Xisto

Aldeia de Cerdeira
     A Cerdeira é um local mágico. Logo à entrada, uma pequena ponte convida-nos a conhecer um punhado de casas que espreitam por entre a folhagem. Parece que atravessamos um portal para um mundo fantástico. Tudo parece perfeito neste cenário profundamente romântico. O chão de ardósia guia-nos por um caminho até uma fonte no meio de uma frondosa vegetação. Mas há mais para descobrir: não passam despercebidos nem um atelier de artesanato (Atelier da Cerdeira), nem uma produção biológica de ervas aromáticas e condimentares (Planta do Xisto), plantada em socalcos, claro. Aliás, em certos momentos do ano, esta aldeia é animada por encontros temáticos que juntam arte e botânica.

foto genérica

Gastronomia

          Os pratos mais típicos do concelho de Lousã são: as migas ou o aferventado, a chanfana, o cabrito grelhado, a sardinha albardada, a tibornada no lagar e a tijelada lousanense. Das bebidas destacam-se: Aguardente de Pera na sua garrafa especial e o Licor Beirão, antiga receita conventual. Também muito apreciados são os refogados, as avelãs e o mel tradicional da Serra da Lousã. Este último passou recentemente a ter Denominação de Origem Protegida. Assim, recomendamos que procure sempre frascos devidamente rotulados com "Mel da Serra da Lousã - DOP". Atualmente é o único produto da Beira Litoral com Denominação de Origem Protegida. 



Licor Beirão

        O Licor Beirão é um licor típico de Portugal. A sua produção teve início no século XIX, na vila da Lousã, com base em diversas plantas - entre as quais o eucalipto, a canela, o alecrim e a alfazema - e sementes aromáticas, submetidas a um processo de dupla destilação. O produto assim obtido apresenta uma tonalidade de topázio transparente, de sabor doce. É normalmente consumido como digestivo, simples ou com gelo.
A bebida, ainda sem o apelido que a caracterizaria, nasceu na vila da Lousã no século XIX. De acordo com a tradição, um caixeiro-viajante do Porto, de passagem pela vila para a venda de vinho do Porto, apaixonou-se pela filha de um farmacêutico local, e com ela se casou, ali se estabelecendo. A farmácia de seu sogro vendia, além dos remédios habituais, licores preparados com ingredientes naturais, segundo receitas ancestrais e secretas. Com a entrada em vigor, no país, de uma lei que proibia a atribuição de efeitos medicinais a bebidas alcoólicas, o jovem caixeiro decidiu montar uma fábrica em separado, onde veio a desenvolver os processos artesanais do sogro. Em 1929 teve lugar em Castelo Branco, capital da então Beira Baixa, o Congresso Beirão, e este licor foi assim batizado para celebrar esse evento. De notar que o próprio evento premiou o Licor com a medalha de ouro pela excelência e qualidade apresentadas. Em 1940, devido às dificuldades impostas pela Segunda Guerra Mundial, a fábrica e a receita secreta foram adquiridas pelo jovem José Carranca Redondo, natural da Lousã, que nelas investiu as suas economias, passando a dedicar-se inteiramente ao negócio. A produção do licor passou a estar a cargo da esposa deste e, desde então, o licor tornou-se um dos mais populares do país, sendo hoje consumido por todas as gerações.

Processo de Fabrico :
   É na Quinta do Meiral que o filho e dois netos do fundador fazem perdurar no tempo o sabor único do Licor Beirão. Produzido, segundo a formula secreta original, por uma dupla destilação de 13 sementes aromáticas, plantas e especiarias criteriosamente selecionadas  o Licor Beirão de cor âmbar e sabor único, é ideal para ser bebido como digestivo, puro ou com gelo, mas também excelente para cocktails e doçarias.

Curiosidades :
          O licor é utilizado na preparação de uma variante da caipirinha, denominada caipirão; O rótulo do licor inclui o nome da vila de origem, Lousã, escrito à maneira do século XIX, Lousan; Na década de 1950, foram colocados painéis nas estradas portuguesas, em diversas curvas perigosas, publicitando o licor. Estes painéis acabaram por ser proibidos, mas, de acordo com a imprensa à época, os desastres nesses trechos diminuíram de facto, uma vez que os condutores, com curiosidade pelos cartazes, acabavam por abrandar a velocidade dos veículos. Na década de 1960, o licor foi publicitado na imprensa com o "slogan" "Licor Beirão - O Beirão de quem se gosta"[1]. A frase referia-se, veladamente, a António de Oliveira Salazar. Diz-se que este já conhecia o anúncio mesmo antes de ser lançado, mas limitou-se a sorrir perante a audácia.








Viagem e visita ao concelho de Góis

Brasão de Góis

Localização :

            O concelho de Góis tem uma área de 263.7 km2, distribuída pelas freguesias de Alvares, Cadafaz, Colmeal, Vila Nova do Ceira e Góis, as duas últimas com sede em vila. O município é limitado a norte pelo município de Arganil, a leste por Pampilhosa da Serra, a sudoeste por Pedrógão Grande e por Castanheira de Pera, a oeste pela Lousã e a noroeste por Vila Nova de Poiares.



História

          O topónimo principal do concelho, "Góis", é mencionado pela primeira vez numa doação de D. Teresa, apresentando a grafia "Goes" que, ao longo dos séculos foi sofrendo diversas variações: "Gooes", "Goões", "Guoes", Goees", "Gooees" e finalmente "Góis", forma que apresenta atualmente. O povoamento do território que corresponde ao atual concelho de Góis é bastante remoto, existindo vestígios da ocupação de vários povos primitivos, sendo um dos achados mais representativos a Pedra Leiteira, onde constam figuras variadas, sendo possível reconhecer alabardas, arcos e flechas, figuras antropomórficas e outras até ao momento sem identificação. Da época romana, foram encontrados indícios da exploração mineira nas minas da Escádia que atestam a abundância de minérios nesta região e explicam o principal motivo da permanência dos romanos neste território: a riqueza do subsolo. Com a invasão dos povos germânicos, uma nova povoação terá sido edificada no lugar atualmente conhecido por Góis Velho. Segundo consta, a vila de Góis terá sido mandada povoar, no tempo do Conde D. Henrique, por D. Anião Estrada, senhor asturiano que aí instituiu um extenso morgado. Góis recebeu foral de D. Manuel I, por sentença da Nova relação, em Lisboa, a 20 de Maio de 1516. A vila foi senhorio dos Condes de Sortelha, confirmado por D. Afonso V na pessoa de D. Nuno Martins da Silveira.

Bandeira de Góis

Heráldica

Brasão: de ouro, com uma ponte de três arcos de negro realçada de prata, ladeada de dois comoros de penhascos de verde realçados de negro e nevados de prata. A ponte saínte de cinco faixas ondadas, três de azul e duas de prata e encimada por um pinheiro de verde frutado de negro, com realces de ouro e troncado e arrancado de negro. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com os dizeres "Vila de Góis", a negro. 

Bandeira: esquartelada de branco e de verde. Cordões e borlas de prata e de verde. Haste e lança douradas.

Selo: circular, tendo ao centro as peças das armas sem indicação dos esmaltes. Em volta, dentro de círculos concêntricos, os dizeres "Câmara Municipal de Góis".


Cultura e Turismo

         O concelho de Góis é bastante rico em termos de recursos naturais, sendo o rio Ceira a principal referência hidrográfica do concelho e as suas praias fluviais bastante procuradas na época estival. Situado junto ao castelo de Góis, o parque de campismo oferece boas condições físicas e naturais aos visitantes. De destacar também neste concelho, são o Parque do Cerejal, o Cerro da Candosa e o Penedo de Góis.
                                                                                                            Penedo de Góis 
Parque do Cerejal 


Gastronomia

       No que diz respeito à gastronomia concelhia, são bastante tradicionais: a sopa de castanhas, o bucho de Góis e o pão de milho. Na doçaria, destacam-se as filhós de mel.

Filhós de Mel 
Bucho de Góis