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quinta-feira, 14 de março de 2013

Viagem e visita ao concelho de Ferreira do Zêzere

Brasão de Ferreira do Zêzere

Localização

      O concelho de Ferreira do Zêzere situa-se no extremo Norte do Ribatejo, integrado no distrito de Santarém e na Região de Turismo dos Templários (Floresta Central e Albufeiras). Com uma área de 184.3 km2, o concelho de Ferreira do Zêzere é composto por nove freguesias, Ferreira do Zêzere faz fronteira a Norte com Alvaiázere, Figueiró dos Vinhos e Sertã; a Sul, com os concelhos de Vila do Rei e Sertã; e a Poente, com Ourém e a Sul com Tomar. É limitado a nascente pelo rio Zêzere, o mais importante recurso hídrico do concelho; este rio nasce a cerca de 1900 metros de altitude, na Serra da Estrela, e desagua no Tejo, em Constância.


História

           O povoamento do território que compõe o atual concelho de Ferreira de Zêzere é bastante remoto, sendo comprovado, por exemplo, nos vestígios paleolíticos da gruta de Avecasta. Da época romana, chegaram até aos nossos dias vestígios do povoado castrejo de S. Pedro do Castro. O primeiro documento escrito relativo a Ferreira do Zêzere remonta a 1159, tratando-se de uma doação de D. Afonso Henriques à Ordem dos Templários do termo de Ceras, que incluía quase metade do actual concelho. Por essa altura também foi mandada construir, pelo mestre Gualdim Pais, a torre de Dornes, aproveitando o Zêzere como linha de defesa natural. É também dessa época a origem do primeiro elemento do topónimo principal do concelho "Ferreira". D. Sancho I, recompensando o seu besteiro Pedro Ferreiro, fez-lhe a doação de Vale d`Orjais. Este, em 1222, atribui foral à "villa Ferreiro" estando aí as origens da vila. O segundo elemento do topónimo remonta já à época liberal, tendo sido aplicado para distinguir a povoação de outras com esse nome. No reinado de D. Dinis, a Ordem dos Templários dá lugar à Ordem de Cristo que alargam os seus domínios nesta região. Um dos vestígios mais importantes das possessões dessa ordem no concelho de Ferreira do Zêzere é a igreja de Dornes, reconstruída por D. Gonçalo de Sousa, feitor do infante D. Henrique. No século XVI, com a elaboração dos Forais Novos, Águas Belas e Ferreira receberam carta foral, respectivamente a 3 e a 12 de Março de 1513; no mesmo ano, também Dornes recebeu carta foral, a 10 de Novembro; Pias, que seria elevada à categoria de Vila já no reinado de D. João III, manteve-se sob a jurisdição administrativa e eclesiástica respectivamente do Foral e Prelazia de Tomar. Os termos destas quatro vilas eram formados da seguinte forma: a Águas Belas pertenciam a Nossa Senhora da Graça de Águas Belas; em Dornas, estavam integradas as de Nossa Senhora do Pranto de Dornes, Santo Aleixo do Beco e S. Vicente de Paio Mendes; Ferreira era composta apenas pela freguesia de S. Miguel de Ferreira; finalmente, a Pias, pertenciam S. Luís das Pias, Santa Maria das Areias, S. Pedro de Alviobeira e Espírito Santo da Igreja Nova do Sobral. No século XIX, com a nova reforma administrativa de 1836, os municípios de Águas Belas e Dornes foram integrados, com as suas freguesias, no concelho de Ferreira do Zêzere que dessa se compôs administrativamente com nove freguesias. Ferreira do Zêzere foi berço de muitas personalidades que se destacaram em Portugal e no Estrangeiro. Vultos da cultura como Rodrigo Leal Rodrigues, Ivone Silva ou António Baião foram os expoentes de um conjunto de notáveis que por nascimento se encontram associados a este Concelho. Por outro lado Alfredo Keil, autor da "Portuguesa" passou aqui largas temporadas e foi nestas paragens que escreveu a Ópera Serrana, a orquestração da Portuguesa e onde igualmente se inspirou para centenas de quadros que se encontram hoje nas mais reputadas coleções e nos mais credenciados museus da Europa. Igualmente relevante é o trabalho desenvolvido nos últimos anos pelo investigador Dr. Paulo Alcobia Neves de cujas pesquisas históricas, genealógicas e iconográficas resultaram cumulativamente à obra monográfica do Dr. António Baião os mais importantes estudos dedicados a este Concelho. A cidade, dita a capital do ovo, fez a maior omelete do mundo, pesando 6.466 quilos. O recorde anterior era turco, com uma omelete de 4.401 quilos. Na confecção dessa omelete gigante, foram precisos 160 mil ovos(cerca de 7 toneladas), 500 litros de óleo e uma frigideira com um diâmetro de 10 metros; o custo, 120 mil euros.

Bandeira de Ferreira do Zêzere

Heráldica

Brasão: de prata, com uma faixa de negro carregada de três espigas de trigo de ouro folhadas do mesmo. Em chefe, as cruzes do Templo e de Cristo de vermelho, e em contrachefe uma faixa ondada de azul. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com os dizeres «Vila de Ferreira do Zêzere», a preto.

Bandeira: esquartelada de amarelo e de vermelho. Cordões e borlas de ouro e de vermelho. Lança e haste douradas.

Selo: circular, tendo ao centro as peças das armas sem indicação dos esmaltes. Em volta, dentro de círculos concêntricos, os dizeres: «Câmara Municipal de Ferreira do Zêzere».

Cultura e Turismo

            Situado no extremo Norte do Ribatejo, Ferreira do Zêzere é um concelho interior com vários pontos de interesse e grandes potencialidades turísticas. O rio Zêzere, as albufeiras e as praias fluviais existentes, conferem ao concelho importantes centros de lazer. A Albufeira da Barragem Castelo de Bode ocupa uma parte do concelho de Ferreira do Zêzere, sendo de destacar também a piscina municipal coberta e a piscina fluvial. Do património cultural e edificado deste concelho, destacam-se as igrejas de Areias, Dornes e Beco; a capela de S. Pedro de Castro; os pelourinhos de Águas Belas e de Pias; a Torre de Dornes; o Moinho Triangular e de Madeira em Ave Casta; e o açude da Laranjeira.

                                                                                               Torre de Dornes
Estalagem do Lago Azul 


Gastronomia : 

        Das especialidades gastronómicas do concelho de Ferreira do Zêzere salientam-se o leitão à ferreirense e o cabrito assado. Na doçaria, o destaque vai para as tijeladas e para os "bons maridos".

                                                                                                                       Cabrito assado 
Tigeladas de Ferreira 


Maior omelete do Mundo 

Vila de Dornes

          Dornes é uma freguesia portuguesa do concelho de Ferreira do Zêzere, com 19,00 km² de área e 594 habitantes (2011). Densidade: 31,3 hab/km², a Vila de Dornes situa-se numa pequena península à beira-Zêzere, no concelho de Ferreira do Zêzere, foi sede de concelho entre 1513 e 1836. Era constituído pelas freguesias de Beco, Dornes e Paio Mendes. Em 1801 tinha 2 287 habitantes e 43 km². A freguesia de Dornes situa-se no extremo norte do distrito de Santarém, concelho de Ferreira do Zêzere, eclesiásticamente pertence ao Bispado de Coimbra e turisticamente está integrada na Região de Turismo dos Templários, Dornes faz fronteira, através do rio Zêzere (Albufeira de Castelo do Bode), com a freguesia de Cernache do Bonjardim, concelho da Sertã e distrito de Castelo Branco. No concelho de Ferreira do Zêzere faz fronteira com as freguesias Águas Belas, Beco e Paio Mendes.Compõem esta freguesia a Vila de Dornes, sede histórica e religiosa da freguesia e os lugares de Barrada, Cagida, Carril, Casal Ascenso Antunes, Casal da Mata, Frazoeira, Joaninho, Junqueira, Lameirancha, Macieira da Rocha, Peralfaia, Quinta da Benta, Quintas, Ribeiro da Coroa, Rio Cimeiro, Rio Fundeiro, Salão de Baixo, Salão de Cima e Vale Serrão. Terra muito antiga, será mesmo anterior à fundação da nacionalidade, como o atestam os monumentos e os vestígios arqueológicos que por aqui se têm encontrado. Já na primeira dinastia alguns documentos que lhe fazem referência, sendo documentada a presença de um religioso de Dornes no Foral de Arega, em inícios do século XIII. Ainda no século XIII há referências à Comenda Templária de Dornes. Mais tarde, no século XV, Dornes, enquanto Comenda Mor da Ordem de Cristo teve por Comendador D. Gonçalo de Sousa, homem muito influente, da Casa do Infante D. Henrique, e que aqui mandou construir, em 1453, a Igreja de Nossa Senhora do Pranto. Este local de culto deu à povoação, parte da importância que esteve na origem, em 1513, da atribuição do Foral Manuelino, a Dornes pertenceu o território de três freguesias: Dornes, Beco e Paio Mendes.Aqui nasceram, um século mais tarde, muitos dos heróicos combatentes que por volta de 1650 se bateram nas fronteiras para assegurar a independência nacional.
Do "modus vivendus" das gentes de Dornes, destacaremos a produção e comercialização da madeira de castanho, tradição que já encontramos descrita desde o século XIV e que se manteve até finais do século XIX. Também no Século XIX, a reforma de Rodrigo da Fonseca, veio extinguir o Concelho Dornes, integrando-o desde 1835, no Concelho de Ferreira do Zêzere. Do século XIX para cá, a freguesia de Dornes tem sido um polo de atração turística e a sala de visitas do Concelho de Ferreira do Zêzere em função das suas paisagens deslumbrantes sobre o Zêzere e também em virtude da grande carga histórica e monumental que as suas aldeias encerram. De entre os visitantes ilustres, destaca-se Alfredo Keil que em 1890, estando hospedado na Estalagem dos Vales, ensaiaria com a então Sociedade Filarmónica Carrilense a primeira orquestração da marcha: "A Portuguesa", sendo por isso o Carril um dos berços do atual hino nacional de Portugal. A Igreja de Dornes ou Igreja de Nossa Senhora do Pranto (Dornes), construída no século XIII e reedificada em 1453, onde existe um órgão de tubos oitocentista, imagens de pedra de Nossa Senhora do Pranto e de Santa Catarina, um púlpito de 1544 e um quadro a óleo denominado «Descanso na Fuga para o Egipto».

Brasão de armas de Dornes