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terça-feira, 28 de maio de 2013

Viagem e visita ao concelho de Cascais

Brasão de Cascais

Localização :

       Cascais é sede de um município com 99,07 km² de área e subdividido em 6 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Sintra e a leste por Oeiras e a sul e a oeste tem costa no Oceano Atlântico, na famosa Costa do Estoril.
Há pouco mais de um século, devido aos maus acessos, costumava dizer-se que a "Cascais, uma vez e nunca mais". Porém a vila de Cascais é, desde finais do século XIX, um dos destinos turísticos portugueses mais apreciados por nacionais e estrangeiros, uma vez que o visitante pode desfrutar de um clima ameno, das praias, das paisagens, da oferta hoteleira e gastronómica variada.
A 27 de Junho de 1964 o Concelho de Cascais foi feito Membro-Honorário da Ordem Militar de Cristo.


História

             A ocupação do território que corresponde ao actual concelho de Cascais é bastante remota, sendo que se pode fazer recuar ao calcolítico, nomeadamente no povoado Pré-histórico da Parede, ou Casal do Geraldo. Durante a época de dominação romana, a zona foi também ocupada, sendo que o principal vestígio dessa época é a Villa romana de Freiria. Esteve, como toda a região circundante, sob o poder dos árabes, aos quais foi conquistada após a tomada de Lisboa e Sintra, por D. Afonso Henriques que lhe deu foral em 1154, confirmado por D. Sancho I em 1189. 
Inicialmente, Cascais era um pequeno aglomerado de pescadores, dependente administrativamente de Sintra, de cujo termo fazia parte. O aumento das receitas da pesca, contribuindo para o abastecimento de Lisboa, levou ao desenvolvimento da povoação. O seu topónimo tem origem nas suas tradições piscatórias, provindo da palavra "cascas" que significa "conchas", referindo-se, provavelmente, aos montes de conchas do mar vazias. Dado o seu desenvolvimento, em 1364, os homens-bons de Cascais pediram a D. Pedro I a elevação da povoação a vila, com jurisdição cível e crime própria. O monarca acede ao pedido e em 1364 concede carta de vila, em troca de 200 libras anuais, para além do que lhe rendiam os direitos que já anteriormente detinha em Cascais. No entanto, apenas a 8 de Abril de 1370 seria atribuído termo a Cascais, dotando a vila de território rural. O senhorio da vila foi criado por D. Fernando em 1371, na pessoa de Álvaro Pires de Castro, 1º Condestável do reino e irmão de Inês de Castro. Posteriormente, D. João I doou a vila a João das Regras, doação que passou para sua filha, D. Branca da Cunha, e depois para a sua neta, D. Isabel da Cunha, que casou com o 1º Conde de Monsanto, em cuja casa continuou o senhorio de Cascais, até ser criado o marquesado de Cascais, sendo o seu primeiro marquês o 6º Conde de Monsanto, D. Álvaro Pires de Castro.
A 15 de Novembro de 1514, D. Manuel I concedeu Foral Novo a Cascais, estipulando-se, dessa forma, todas as obrigações e direitos dos seus habitantes. Em 1580, Cascais sofre os ataques da poderosa armada espanhola; o Duque de Alba desembarca e com a ajuda de alguns traidores conquista o Castelo. Com a restauração da soberania em 1 de Dezembro de 1640, Cascais recupera a sua importância e são construídas ao longo da sua costa várias fortificações. Mais tarde, em 1807, Cascais sofreu os horrores da invasão francesa e sucumbiu no dia 12 de Dezembro, tendo sido o Palácio da Cidadela ocupado e nele residido temporariamente o General Junot. Pela supressão do concelho de Oeiras a 26 de Janeiro de 1895, foram anexadas ao concelho de Cascais as freguesias de Carcavelos, Oeiras e S. Julião da Barra e Carnaxide que depois voltaram ao concelho de Oeiras, restaurado em 13 de Janeiro de 1898, com a excepção da primeira que permaneceu integrada no concelho de Cascais.
Nos primeiros anos do século XIX, Cascais viveu um período de estagnação e relativo abandono, situação que se viria a alterar com a decisão de D. Luís, em 1870 de transformar a Cidadela em residência de verão da família real. Entre 1870 e 1908, a corte frequentou Cascais como estação balnear o que promoveu uma verdadeira transformação da região, com a construção de palacetes, a inauguração da iluminação eléctrica, a construção da estrada Cascais - Oeiras, inauguração do caminho de ferro e a instalação do primeiro telefone. Em inícios do Século XX, surge o Estoril, localidade que se converterá em cartão de visita da "Riviera Portuguesa" transformando o modesto Santo António do Estoril, em centro de turismo internacional. Em 1916, por iniciativa de Fausto de Figueiredo, iniciou-se a construção do parque do Estoril que se transforma no bairro residencial de luxo que ainda hoje é perpetuando Cascais como estância turística e de veraneio.
Bandeira de Cascais

Cultura e Turismo

           Cascais é um concelho vocacionado essencialmente para o turismo, sendo vários os seus atractivos naturais e patrimoniais. O concelho é abrangido pelo parque Natural de Sintra-Cascais, o que lhe confere características paisagísticas muito especiais. O Parque Natural foi criado em 1994, pelo Decreto - Regulamentar 8/94 de 11 de Março e subdivide-se em duas unidades paisagísticas: a extensa área agrícola a Norte de Colares que abrange o planalto de S. João das Lampas e a faixa costeira entre a foz do rio Falcão e a Cidadela de Cascais, dominada pelo Cabo da Roca e compreendendo uma sucessão de falésias marinhas calcárias, arribas baixas, praias e dunas de areia.
A costa do Estoril constitui, com as suas praias e o casino, uma das principais atracções deste concelho. Entre as praias mais afamadas desta zona, são de realçar: a praia de Carcavelos, bastante procurada pelos praticantes de surf, windsurf e bodyboard, devido à forte ondulação das suas águas, razão pela qual se disputam aí várias competições; a praia da Parede, que apesar de não ser uma zona destinada a banhos, dadas as suas características rochosas, é no entanto procurada pelos banhistas em virtude da sua orientação específica, em termos de exposição solar; a praia de Avencas, localizada a Sul da praia de Parede e de extensão relativamente reduzida, estando rodeada de arribas; a praia de Santa Marta, incluída no Parque Natural de Sintra-Cascais; a praia da Cresmina, também integrada no Parque Natural Sintra-Cascais e com uma grande extensão de areal; a praia Grande do Guincho, sendo uma das praias de maior afluência de banhistas, caracterizada por um ondulação e ventos fortes, sendo uma das praias próprias para a realização de desportos radicais e windsurf, sendo aqui efectuadas diversas competições de âmbito internacional; e a praia do Abano, situada na continuidade da praia do Guincho, embora menos frequentada, não só pela sua pequena extensão de areal como também pelos difíceis acessos existentes. Uma menção ainda para as praias da Barrufeira, de S. Pedro do Estoril, da Azarujinha, da Poça, do Tamariz, das Moitas, da Duquesa, da Conceição e da Ribeira de Cascais. O concelho dispõe também de várias associações e colectividades, ligadas às mais diversas áreas e que levam a cabo, ao longo de todo ano, várias actividades, como é o caso do Aeródromo Municipal de Cascais, o Clube Naval de Cascais, cuja origem remonta a 2 de Fevereiro de 1938 e que ao longo da sua existência conquistou uma invejável reputação na organização de provas e campeonatos de diversos níveis; o Clube de Ténis do Estoril que dispõe de 18 campos com todas as infra-estruturas necessárias à prática deste desporto, inclusive à noite; e o Hipódromo Municipal de Cascais onde são realizados periodicamente concursos hípicos. No que diz respeito a infra-estruturas culturais e de apoio à cultura destacam-se o Arquivo Histórico Municipal de Cascais criado em 1987 e que contém fontes essenciais para investigadores locais e nacionais, desde o Século XIV até aos nossos dias. No âmbito da difusão e promoção de estudos sobre o concelho, o arquivo tem organizado exposições e conferências, promovendo ainda, a publicação de trabalhos de investigação efectuados pelos seus leitores, sobre a documentação do Arquivo. 
O Centro Cultural de Cascais está instalado no antigo convento de Nª. Sra. da Piedade datado do século XVI, mandado construir para acolher a ordem religiosa dos Carmelitas Descalços. Trata-se de um espaço multidisciplinar, especialmente vocacionado para as artes plásticas, mas cuja polivalência poderá ser testada em seminários, concertos, espectáculos, etc.
Cascais dispõe igualmente de vários espaços museológicos: o Museu Condes de Castro Guimarães; Museu do Mar / Rei D. Carlos; Museu da Música Portuguesa; o Espaço Memória dos Exílios e o Museu Militar de Forte de S. Jorge de Oitavos. O Espaço Memória dos Exílios encontra-se instalado no piso superior da Estação de Correios e tem como principal objectivo a evocação da memória de um dos traços mais distintivos da história recente do concelho: o de ter representado um espaço de refúgio, espera e passagem para milhares de exilados e refugiados no contexto dos diversos conflitos europeus. Para além do núcleo de exposição permanente, o Espaço Memória dos Exílios é constituído por um auditório, uma zona de exposições temporárias, onde vão alternando mostras alusivas a estas temáticas. Já o Museu Militar de Forte de S. Jorge de Oitavos encontra-se instalado nessa fortificação, construída de 1641 e que foi um dos mais importantes baluartes de defesa da costa. Perdido o seu carácter militar, a autarquia de Cascais decidiu reconstituir a história do Forte de S. Jorge de Oitavos.





Gastronomia

               As especialidades gastronómicas do concelho de Cascais são o peixe e o marisco, sendo de mencionar o ensopado de peixe, o robalo grelhado, o linguado, o bacalhau seco, o arroz de marisco, a lagosta grelhada e os caranguejos estufados. Na doçaria, o destaque vai para as raivas, as joaninhas, as nozes de Cascais e os queijinhos.

                                                                                                           Raivas
RaivasAçorda de Lagosta
Açorda de Lagosta 

Joaninhas
Joaninhas