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terça-feira, 2 de julho de 2013

Viagem e visita ao concelho de Castro Verde

Brasão de Castro Verde

Localização

          Castro Verde é uma vila portuguesa pertencente ao Distrito de Beja, região do Alentejo e sub-região do Baixo Alentejo, é sede de um município com 567,31 km² de área e subdividido em 5 freguesias. O município é limitado a Norte pelos municípios de Aljustrel, e de Beja, a Este por Mértola, a Sul por Almodôvar e a Oeste por Ourique.
Castro Verde está situado no Baixo Alentejo, na região do Alentejo, num território conhecido como o Campo Branco. Uma grande parte do território do município encontra-se dentro de uma zona da Rede Natura 2000 da União Europeia, representadas por uma Zona de Protecção Especial (ZPE) para as espécies de aves estepárias ameaçadas como a abetarda e o peneireiro-das-torres.3 As fronteiras do município são marcadas nas bermas das estradas que conduzem até aos limites do território com o emblema logótipo do concelho - o marco do município - "Uma janela sobre a planície".



História

           Desde há cerca de 3000 anos que a paisagem da região de Castro Verde é objecto de uma profunda humanização. Marcada pela presença de comunidades humanas que teriam na exploração mineira e na pastorícia as suas principais actividades, desde cedo que aqui se instalam estruturas comunitárias fortemente desenvolvidas, conhecedoras da escrita e com profundos “contactos comerciais" com o Mediterrâneo. Exemplo do extraordinário desenvolvimento e conhecimento da escrita dessas comunidades, é o famoso Silabário da Espanca, pedra gravada com caracteres de origem fenícia, dos séculos V/IV a.C., e que terá servido como suporte para ensinar um dos mais antigos abecedários conhecidos na Europa, denominado por "Escrita do Sudoeste". Nessa “pedra” estão, na parte superior 27 letras cuidadosamente desenhadas, enquanto na parte inferior existe uma cópia do “alfabeto” em cima lavrado na lousa. 
É de sempre que toda esta região se encontra ligada ao mundo mediterrânico. A sua riqueza metalífera está, indubitavelmente, na origem desta realidade histórica, tantas vezes retratada por várias autores. Em particular, porque o concelho de Castro Verde é atravessado pela Faixa Piritosa Ibérica, que se caracteriza pela formação de ocorrências metálicas de fácil exploração, onde abundam o cobre, a prata, o estanho e o ouro. As escavações realizadas no couto mineiro de Neves-Corvo, ou os diversos achados ocasionais referenciados em locais como o Castelo de Montel, são bem a prova da riqueza deste território já profundamente conhecido pelos povos mediterrânicos ainda antes do advento dos “romanos”. A chegada destes à região traz a multiplicação de vias de comunicação e, em particular, dos chamados castella, cronologicamente datados dos séculos II/I a.C., normalmente associados a estruturas de armazenamento e guarda de metais preciosos, e que se distribuem em particular na região de Castro Verde, estando localizados neste concelho cerca de 65% desses conjuntos edificados.
A proximidade do porto fluvial de Mértola e a importância que as minas de Aljustrel têm para as receitas imperiais, fazem de toda esta região um território particularmente romanizado que poderá estar na origem do nome de Castro Verde, eventualmente um espaço utilizado como acampamento militar. Para a justificação da origem do topónimo Castro Verde há, pelo menos, duas versões. Uma primeira defende que deriva de Castra Castrorum, a que se juntou o adjectivo verde que significaria o mais novo. Mais consistente é a versão que defende a origem do topónimo do nome Castrum Veteris, o castro mais antigo, em contraposição com um outro que existiria no pequeno planalto onde actualmente se encontra a capela de S. Martinho e que terá sido abandonado na Idade Média. O termo “Castro” deriva de castrum, estabelecimento ou acampamento militar.  Mas é em Santa Bárbara de Padrões que mais fortemente se manifesta a presença romana, através dum testemunho único e de dimensão internacional. Junto ao local onde actualmente se encontra a Igreja Matriz, e ao longo de toda a encosta nascente da aldeia, encontra-se um importante povoado de época romana, onde para além dos vestígios dum espaço religioso basilical, se descobriu um depósito de lucernas, cuja cronologia se baliza entre o século I e III d.C., tendo sido recolhidos fragmentos de mais de dez mil lucernas. Uma colecção que pode ser visitada no Museu da Lucerna, localizado em Castro Verde. Para muitos autores, este local corresponderia ao antigo oppidum de Aranni ou Arandis, referenciado no Itinerário de Antonino como estação intermédia entre Ossonoba (Faro) e Pax Julia (Beja) e distante da primeira daquelas cidades cerca de 60 milhas (aproximadamente 90 quilómetros). Associado ao processo de romanização e, em particular, a partir do século III d.C., está o aparecimento de estruturas de carácter fundiário identificadas como villae, que se podem associar em termos de funcionalidade aos nossos “montes alentejanos” da primeira metade do século XX, em que, de uma forma simplista, o proprietário procura que a sua propriedade seja auto-suficiente e, ao mesmo tempo, crie excedentes para venda ou troca. Em todo o concelho essas propriedades marcam o território e estabelecem uma lógica de ocupação territorial baseada genericamente na auto-suficiência que se estende até à ocupação islâmica, no século VIII d.C..  Inicia-se então uma fórmula de ocupação do território distinta, assistindo-se a um aumento generalizado da população, a uma maior concentração populacional e ao natural aparecimento de pequenos núcleos populacionais designados por alcarias. No concelho de Castro Verde e, em particular, na faixa que corresponde administrativamente à freguesia de Santa Bárbara de Padrões, essas qarias são em grande número e correspondem a pequenas comunidades, tradicionalmente identificadas como clãs, que têm na exploração dos recursos endógenos e, em particular, das ricas pastagens e eventualmente de pequenos afloramentos metálicos, realidades naturais e geológicas que caracterizam os Campos de Ourique. Topónimo que identifica a sudoeste do Baixo Alentejo. A região de Castro Verde está intrinsecamente ligada ao processo de formação de Portugal e ao fundador. A lendária Batalha de Ourique, em que Afonso I “derrota cinco reis mouros”, tem como pano de fundo o sítio de S. Pedro das Cabeças, localizado a cerca de quatro quilómetros de Castro Verde. Conta a lenda que a batalha decorreu nos dias 24 e 25 de Julho, do ano de 1139, e que a mortandade foi tanta que as águas da Ribeira de Cobres se tingiram de vermelho. No entanto, e apesar da lendária e vitoriosa batalha, a Reconquista cristã só se apodera, definitivamente, desta região no reinado de Sancho II, em meados do século XIII, à volta do ano de 1234, quando é conquistado o Castelo de Aljustrel. 
A nova realidade política e religiosa, introduz uma nova estrutura socio-económica na região de Castro Verde. Ainda tendo a criação de gado como pano de fundo, mas dando ao cultivo de cereais uma muito maior importância. O concelho, assim como toda esta região, é então priorado da Comenda de Santiago, que tem como donatários os Duques de Aveiro. O concelho de Castro Verde resume-se à realidade administrativa centrada na actual sede de concelho e das pequenas hortas que a cercam. Casével e Entradas ganham autonomia administrativa. Santa Bárbara de Padrões pertence ao concelho de Padrões. S. Marcos da Atabueira pertence a Mértola.  O desenvolvimento da agricultura "extensiva" leva ao reaparecimento das estruturas agrárias, tipo monte alentejano, cuja organização se manteve quase até aos nossos dias. Contudo, a pastorícia assume-se como factor fundamental na vida económica da região. São os Campos de Ourique que nos séculos XVI e XVII são, por natureza, o destino para as invernias dos grandes rebanhos vindos de Castela e da Serra da Estrela, tendo por isso, o fenómeno da transumância, marcado fortemente económica, social e culturalmente o concelho. Na vila de Padrões realiza-se uma importante feira de gado que irá ser substituída mais tarde pela Feira de Castro, que ainda hoje é tida como uma das mais importantes feiras do Sul de Portugal. Nasce no ano de 1620, por ordem de Filipe II, com o objectivo de que o resultado dos terradegos, ou dos impostos provenientes da venda dos locais de venda nas feiras, fosse utilizado nas obras da Igreja dos Remédios. 
O concelho de Castro Verde é então um território diminuto. Entradas, Casével e Castro Verde são concelhos autónomos que têm em D. Manuel I, entre 1510 e 1512, o donatário dos forais que lhes dão a dignidade de cabeça de município. E Castro Verde assume uma importância superlativa ligada à lendária batalha de Ourique, que leva o Rei D. Sebastião, na sua breve passagem pela vila em 1573, a promover a construção da Igreja Matriz, como forma de assinalar o desfecho maior para as hostes cristãs. Da mesma forma, é do século XVII a Igreja dos Remédios que, marcada por uma rica iconografia regional, guarda os traços de dois pintores fundamentais da imaginária do sul: os pintores Pardalinho e Diogo Magina. O concelho de Castro Verde tem no período histórico que medeia o século XVI e o século XIX, um tempo de assinalável riqueza económica que se reflecte, muito particularmente, no número de monumentos religiosos que aparecem representados em todo o seu território administrativo que, à época, se divide em cinco concelhos: Castro Verde, Casével e Entradas como sede de concelho. Santa Bárbara como parte integrante do concelho de Padrões. E S. Marcos da Atabueira como freguesia integrante do concelho de Mértola.  A 6 de Novembro de 1836, no âmbito da reforma do Código Administrativo de Passos Manuel, que extingue 466 dos 817 concelhos do reino, são integrados no concelho de Castro Verde os territórios de Entradas, Santa Bárbara e S. Marcos da Atabueira. Casével é então deslocado para o renovado concelho de Messejana. Só a 24 de Outubro de 1855, no âmbito da reforma administrativa de Rodrigo da Fonseca Magalhães, Ministro do Reino de D. Pedro V, quando é extinto o município da Messejana, é que Casével integra definitivamente o Município de Castro Verde. 
Castro Verde é um concelho de carácter profundamente rural e assim entra no século XX. E neste mundo de natureza rural, o mundo do sagrado tem na região um tempo de culto imemorial, profundamente representado nos seus templos que se distribuem por toda a área do concelho. Ermidas e capelas, igrejas e pequenos templos. Nessa religiosidade ancestral que caracteriza as populações desta região, esses espaços marcam a paisagem e os séculos. Da mesma forma que se reflecte nas tradições culturais e nos costumes que, ainda hoje, marcam regularmente as manifestações culturais e os rituais das gentes de Castro Verde.

Bandeira de Castro Verde

Heráldica

Armas: de prata, castelo de verde, aberto e iluminado de vermelho. Em chefe, à dextra, cinco escudetes de azul postos em cruz com dois flancos virados para o centro e todos carregados de cinco besantes de prata. 

Bandeira: esquartelada de branco e vermelho, haste e lança de ouro, cordões e borlas de branco e vermelho. Em chefe, à sinistra, cruz de Santiago de vermelho. Em contra-cheque, duas espigas de trigo amarelo-torrado cruzadas e sobrepostas a uma picareta de mineiro de negro colocada ao eixo do escudo. Escudo Nacional encimado por uma coroa mural de quatro torres de prata. Listel Branco com letras a negro: MUNICÍPIO DE CASTRO VERDE. 

Selo: circular com as peças do escudo inscritas ao centro e rodeadas de um listel com a frase: “MUNICÍPIO DE CASTRO VERDE”.


Cultura e Turismo

       Um dos seus mais bonitos monumentos é a Basílica Real, com espantosos azulejos que retratam cenas da Batalha de Ourique, na qual, reza a lenda, D. Afonso Henriques venceu cinco reis mouros, expulsando-os da região e conquistando o sul do país. Castro Verde é uma terra de encontros. É o ponto de encontro de todos os caminhos que há séculos e séculos construíram e constroem as planuras e serras do ocidente peninsular. Gentes calcorreando caminhos atrás dos gados; mineiros procurando na terra o brilho dos metais; gentes lançando a semente à terra do seu sustento. Neste mosaico social e económico, Castro Verde construiu e constrói a sua cultura, os seus hábitos, as manifestações do seu património de raízes imemoriais. Expressões visíveis no seu artesanato, nas feiras, no saber estar destas gentes campaniças. Mas é o cante que reflecte um dos traços culturais mais genuínos do concelho, onde sempre se cantou de modo muito próprio, traduzindo uma oralidade muito rica. Agora o cante é dinamizado pelos grupos corais, que organizados em associações procuram dinamizá-lo, de forma a transmitir às novas gerações os sons únicos deste cantar de Castro. Ainda é possível ouvi-lo ao final da tarde em algumas tabernas, nas ocasiões em que o petisco e o convívio o proporcionam, e se o “cante” é um dos mais puros reflexos do património cultural desta região, a viola campaniça, instrumento cordiforme, tem aqui um dos seus últimos redutos e depositários da memória musical dos descendentes dos instrumentos de cordas medievais. Utilizada para acompanhar o cante de despique e baldão, bem como algumas modas campaniças, o seu som oferece emoções únicas e diferentes. Outrora era instrumento utilizado nos bailes populares. Ao longo de todo o ano, são estes e outros “bailhos” uma forma de reencontro da comunidade castrense. Na Pinha, na Semana Santa, nos Santos Populares, nas festas religiosas ou nas simples comemorações de aldeia. Mas a Feira de Castro continua a ser o ponto de encontro destas culturas musicais transtaganas, mescladas num sabor de Sul que pouco a pouco os tempos vão apagando. Contudo, aqui ainda resiste um certo exotismo que nos oferece, em particular, o sábado e o domingo da feira. Feira centenária, foi criada em 1620/1621 por Filipe III, com o intuito de reverter as receitas do terradego (imposto por ocupação de espaço na feira), na construção ou restauro da Igreja das Chagas do Salvador, agora os Remédios, que a tradição dizia ter sido mandada construir por D. Afonso Henriques. O pedido dos castrenses foi atendido pelo rei filipino, mas removendo a feira que se realizava então na Vila de Padrões. E a feira foi-se construindo ao longo dos séculos assente numa lógica profundamente comercial para toda a região sul. “Quem vai à Feira de Castro /E se apronta tão bonito /Não pode acabar a Feira /Sem entrar no bailarico /Sem entrar no bailarico /A modos de bailação /Ai que me deu um fanico /Nos braços de um manganão…”. É esta melodiosa envolvência que Paulo Abreu e Rui Veloso imortalizaram numa canção bem recente, que ainda veste a Feira de Castro dos dias de hoje. Ali tudo se vende. Roupa, plásticos, loiça, cadeiras de verga, as últimas novidades “made in china”, produtos hortícolas, frutos secos e artigos regionais. A feira é um leque interminável de cores, de vozes, de falares num rendilhado quantas vezes ininteligível. A Feira de Castro é o espaço de reencontro. Entre a tradição e a modernidade. O ontem e o hoje. As gentes de hoje trazendo as memórias de ontem. E aqui, a tradição oral que a Feira invoca, renasce no cante ao baldão, no cantar ao desafio, nas expressões tradicionais de transmissão do património imaterial. O concelho de Castro Verde carrega nas suas vivências este património da idade dos homens. E é dessa memória que faz os novos caminhos. Um largo caminho que começa quando os primeiros povos mediterrâneos chegam aqui em busca dos minérios destes campos de cobre, estanho, ouro e prata. Os mesmos metais nobres que entre o século I a.C. e o século III d.C. os romanos exploraram na região, levando-os a construir uma impressionante grelha de pequenos entrepostos em todo o território, os castella, e que ainda hoje se assumem como referentes paisagísticos no suave ondulado destas terras. Castelo do Vale de Mértola, Castelo das Juntas ou o Castelo das Amendoeiras, são alguns desses sítios que entretanto terão sido reutilizados como villae agrícola. Mas do processo de romanização, o Castelo Velho do Cobres é, sem dúvida, a grande estrutura amuralhada que marca a ocupação protohistórica no concelho de Castro Verde. A riqueza das pastagens do “Campo Branco” e, em particular, das terras da região de Castro Verde, leva ao aparecimento de pequenos aglomerados agro-pastoris em particular no território dos concelhos de “Entradas”, “Padrões” e Castro Verde. E é com os processos de transumância dos séculos XV/XVIII, que todo o concelho vai ganhar uma personalidade económica de invejável pujança, que leva ao aparecimento de um importante conjunto de edifícios religiosos, demonstrativo da importância social deste “concelho” na estrutura sócio-económica da região, procure e desfrute os olhares, os sons e os saberes do concelho. 
O concelho de Castro Verde tem no seu espaço geográfico um conjunto de actividades que contribuem para a riqueza do mosaico artesanal do Alentejo. O artesanato é aqui um hino às mãos.
Aqui, o cadeireiro ainda encontra no buínho o melhor material para criar o entrelaçado para o melhor dos assentos. A tecedeira, ao som da velha cantiga do tear, continua a transformar a lã em mantas e em meias. Há artesãos que fazem réplicas dos objectos reais do quotidiano socioeconómico de outros tempos, em miniaturas de beleza fascinante. Há rendas, meias de linha e tapetes de tipo Arraiolos. Novas ceramistas moldam o barro com as cores do Alentejo. E, a crescer, há aventuras na construção da rara Viola Campaniça. As mãos são um instrumento fundamental no reino dos velhos ofícios. As mãos sensíveis do moleiro apuram a finura do trabalho da mó na farinha que, acompanhada de outros ingredientes, há-de sentir as mãos de quem ainda a transforma no pão alvo que cresce no velho forno com cheiro à esteva, que serviu para aquecer as suas paredes seculares.
As mãos das boleiras guardam os segredos das queijadas de requeijão e dos folhados de gila, tal como as cozinheiras, de alguns restaurantes, conhecem os milagres das ervas aromáticas na comida da nossa terra. O Posto de Turismo de Castro Verde ajuda-o a descobrir o mundo das nossas mãos, do artesanato, da gastronomia... incluindo as mãos de outros tempos, as mãos que fizeram monumentos e costumes. 
Com uma paisagem pouco acidentada, de vegetação parca, solos xistosos e terras claras, a região de Castro Verde é o coração do Campo Branco. O coberto vegetal esclerófilo, de folhagem dura, caracteriza-se por manchas raras de azinheiras, alguns sobreiros e pequenas cercas de olival. Aqui e ali, pequenas linhas de água rasgam a morfologia padronizada na planície deste concelho. Duas pendentes caracterizam a região de Castro Verde, fazendo correr as águas de Inverno para o Guadiana e para o Sado. Duas bacias hidrográficas marcadas, a primeira, pelas ribeiras de Cobres e Maria Delgada, Terges e Oeiras; a segunda, pelos barrancos da Gata, do Montinho e das Almoleias. Os sistemas cerealíferos extensivos e as pastagens seminaturais que caracterizam o concelho de Castro Verde, têm marcado sistematicamente, e durante centenas de anos, o território natural do concelho. Padrão de ocupação do solo muito particular, terra limpa, com rotações de cereais e pousios longos. Neste habitat pseudo-estepário, adaptaram-se várias espécies de aves, hoje na sua maioria em vias de extinção. A Abetarda, a verdadeira rainha da estepe, o Sisão, o Cortiçol de Barriga-Preta, o Penereiro-das-Torres, o Grou, o Rolieiro, a Cegonha Branca, entre muitas outras, compõem a riqueza do mosaico natural, que está momentaneamente protegido pelo Projecto Biótopo Corine. 



Gastronomia

          A cozinha do Campo Branco cumpre as regras simples da cozinha alentejana. Sabores únicos que obedecem à mão centenária do saber fazer das gentes campaniças. Esta é uma cozinha dos sabores da terra. O borrego é a base de muitos pratos. Tal como a lebre ou a perdiz. Naturalmente, o porco alentejano. A cozinha da região mistura o requinte do saber fazer com os produtos produzidos na região. Aventure-se a procurar neste concelho os sabores nascidos da terra, Sopas de pão, Açorda, Migas e Ensopado de Borrego, podemos encontrar estes pratos nos vários restaurantes de Castro Verde. Cabeça de Borrego Assada, especial destaque para a mítica Taberna do João das Cabeças, onde este é o prato típico e com um sabor único. Folhados de gila, Queijadas de requeijão, Popias de espécie e Popias brancas, estas são as maiores especialidades nestas terras do Campo Branco. Sabores inconfundíveis e convidando ao desfrutar prolongado.