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terça-feira, 15 de outubro de 2013

Viagem e visita ao Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros


Localização

        O Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros é uma área protegida criada em 4 de Maio de 1979 pelo Decreto-Lei Nº 118/791 e tem por objectivo a protecção dos aspectos naturais assim como a defesa do património arquitectónico existente nas serras de Aire e Candeeiros; possui uma área de 38 900 hectares. Marcando a fronteira entre o Ribatejo e o Oeste abrange os municípios de Alcobaça e Porto de Mós no Distrito de Leiria e Alcanena, Rio Maior, Santarém, Torres Novas e Ourém no Distrito de Santarém.




História :

          Criado pelo Decreto-Lei n.º 188/79, de 4 de maio de 1979, o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros insere-se no Maciço Calcário Estremenho, elevando-se no litoral português acima dos 400 metros. É constituído fundamentalmente por afloramentos do Jurássico Médio. Ocupa uma área de 34 000 hectares, e integra parte dos concelhos de Alcanena, Alcobaça, Ourém, Porto de Mós, Rio Maior, Santarém e Torres Novas.
De paisagem vigorosa e agreste, possui algumas das mais interessantes formações geológicas do país. No interior do parque podem ver-se as maiores belezas e os mais relevantes aspetos científicos. Na verdade, o maciço calcário, resultante de movimentos orogénicos de grande amplitude, revela-nos um conjunto variado de acidentes, com numerosas falhas que deram origem a escarpas por vezes com centenas de metros de altura e grutas de muito interesse. A permeabilidade das formações calcárias a que se associa a fácil dissolução da rocha, permitindo fissuras por onde se infiltra a água das chuvas, justifica que não existam cursos de água permanentes à superfície mas, em contrapartida, a região é riquíssima em correntes subterrâneas, que são levadas até locais cavados pelas águas no fundo de grutas enormes, e que ressurgem à superfície, em fontes. A erosão cársica originou uma série de formações características, tornando a área do Parque Natural na mais rica concentração destes acidentes geomorfológicos de todo o país. São especialmente notáveis os poljes, depressões fechadas originadas por erosão cársica, que acumulam água, formando pequenas lagoas, entre as quais, pelas suas dimensões, se destacam as de Mendiga, Alvados e Minde. No Arrimal há ainda pequenas lagoas que são notáveis exemplos de dolinas, depressões de origem cársica, em forma de funil, em que o bico atinge os lençóis freáticos. A exuberância das grutas revela-se no facto de já estarem localizadas e identificadas mais de 130 só na área do Parque; algumas delas são espectaculares, estando as grutas de Santo António, Alvados e Mira de Aire a ser exploradas comercialmente. As grutas continuam a ser motivo de atracção irresistível para muitas pessoas. Uvalas, stochs, algares, lapas, campos de lapiaz são outros tantos fenómenos geomorfológicos que se encontram no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros. É de referir também o vale tifónico, a nascente de Rio Maior e os afloramentos de margas salinas da Fonte da Bica, onde se explora o sal-gema desde o tempo da presença dos Romanos na região.




Biodiversidade :

              No que diz respeito à flora, o património natural é ainda completado com o valor da vegetação espontânea, de que restam vestígios, integrando alguns endemismos. Certas encostas estão cobertas de denso matagal de carrasco a que se associam o sanguinho, a aroeira, o zambujeiro e o trovisco. Subsistem alguns núcleos de carvalho-português e há vastas formações de rosmaninho e de alecrim. Nas linhas de água, a mata ribeirinha está muito degradada, mas ainda se encontram ulmeiros e densa vegetação arbustiva de associação ripícola.
A fauna foi drasticamente atingida com a ocupação humana deste território que devastou os habitats e destruiu recursos. Além de algumas rapinas e muitos passeriformes, vale a pena destacar, por ser rara, a gralha-de-bico-vermelho que aqui nidifica. São também de salientar várias espécies de morcegos que habitam as grutas, estando estes ameaçados de extinção. O povoamento destas zonas montanhosas é muito antigo, havendo indícios de ocupação humana desde o Paleolítico. Sabe-se que a região foi muito ocupada durante o domínio dos Romanos. A agricultura pratica-se nos melhores solos de vales encaixados e em todo o planalto de Santo António; o pastoreio é um dos apoios da economia rural, e as atividades florestais têm hoje reduzida expressão. Uma das atividades mais importantes da área do Parque é a extração de inertes, sobretudo de pedras de calcário quer para britagem quer para pavimentação e cantarias. O Parque Natural tem sede em Rio Maior e procura alargar a sua implantação através de novas instalações, nomeadamente com vista a aspetos culturais e divulgação, ou de apoio direto às populações. Iniciou-se o trabalho para instalar um centro de tecelagem em Chãos e uma casa-abrigo para espeleologia em Valverde. Iniciaram-se também os processos de criação de um posto de informações em Minde e de um novo centro de interpretação em Porto de Mós. Está em fase de recuperação a Igreja de Mira de Aire. O apoio às atividades da região revela-se ainda no projeto de revitalização do núcleo das lagoas de Arrimal, em colaboração com o cantão de Vaud (Suíça), e na constituição do apiário do parque que dará colaboração aos apicultores, quer promovendo cursos de formação quer fazendo o inventário e a divulgação de novos processos e técnicas em apicultura. O Parque Natural desenvolve intensa atividade cultural sendo de salientar a realização da "Semana da Pedra", conjunto de realizações como um concurso nacional de Escultura, de Fotografia e Desenho; folclore e espetáculos, incluindo um concerto subterrâneo numa gruta. Com enormes potencialidades no domínio do recreio de ar livre e do turismo rural, o Parque Natural poderá ser uma área fundamental na estrutura de recreio e de lazer ainda sob a influência da cidade de Lisboa.















O que visitar :

           Neste Parque Natural pode visitar as grutas de Mira de Aire, Alvados, Santo António e Moeda, que são referências turísticas nacionais. Junto às grutas de St.º António, existe a Reserva de Burros, a partir de onde se podem fazer passeios de burro à descoberta da serra. Mais perto de Fátima, na localidade de Bairro, encontra-se o Monumento Natural das Pegadas dos Dinossáurios. São cerca de vinte pistas de pegadas, que datam do médio-jurássico (175 milhões de anos) e constituem o mais longo trilho de pegadas de dinossáurios saurópodes conhecido em todo o mundo. Os muros de pedra solta que dividem as propriedades agrícolas são baixos e tortuosos e conferem à paisagem uma forte identidade, juntamente com os moinhos de vento dispersos pelos cabeços, as casinas (abrigos de pastores) e as cisternas que recolhem as águas pluviais. Nas aldeias assiste-se aos processos agrícolas e artesanais do passado no fabrico de queijos, apicultura e tecelagem. São também visíveis os vestígios pré-históricos, como o Castro de Santa Marta, e os sinais da presença romana, como as Minas de salgema. Nas imediações do Parque situam-se os Moinhos da Pena, provavelmente o maior aglomerado de moinhos de vento em Portugal, alguns dos quais recuperados para alojamento turístico.

Monumento Natural das pegadas de Dinossauros da Serra de Aire 
Local: Bairro - Ourém 

O Monumento Natural das Pegadas de Dinossáurios no extremo oriental da Serra de Aire na povoação de Bairro, em pleno Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros contém um importante registo fóssil do período Jurássico, as pegadas de alguns dos maiores seres que alguma vez povoaram o planeta Terra: os dinossáurios saurópodes. Na laje calcária onde as pegadas de dinossáurios se conservaram ao longo de 175 milhões de anos, podem ser observados cerca de 20 trilhos ou pistas, uma delas com 147m e outra com 142m de comprimento. Os saurópodes eram animais possantes, herbívoros, quadrúpedes, de cabeça pequena, e cauda e pescoço compridos. A cauda serviria possivelmente para se defender dos predadores; o pescoço, tal como a cauda, ajudariam estes animais a manter o equilíbrio, permitindo-lhes chegar à vegetação mais alta e torná-los mais competitivos em relação a animais de menor porte.



Olhos D'Água do Alviela
Local : Nascente do Rio Alviela 

A nascente do rio Alviela situa-se na transição entre o Maciço Calcário Estremenho, zona onde predomina a rocha calcária, e a Bacia Terciária do Baixo Tejo, paisagem constituída principalmente por arenitos. A sua bacia de alimentação estende-se ao longo de cerca de 180 km2, onde a água percorre verdadeiros labirintos subterrâneos até chegar à nascente. O rio Alviela é alimentado durante todo o ano por uma nascente permanente, mas em períodos de maior precipitação a água é também expelida através de nascentes temporárias, nomeadamente por uma saída temporária de extravasamento situada junto à nascente principal (Olhos de Água) e por uma outra situada junto ao Poço Escuro.
A nascente dos Olhos de Água do Alviela é uma das mais importantes do nosso país, chegando a debitar 17 mil litros por segundo, ou seja, 1,5 milhões de metros cúbicos de água por dia (pico de cheia). Desde 1880 até bem próximo da actualidade, a nascente do Alviela foi uma das principais fontes de abastecimento de água à cidade de Lisboa (através da EPAL), e ainda hoje “abre portas” a um dos maiores reservatórios de água doce do país. Em pleno Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, o Complexo das Nascentes do Alviela oferece aos seus visitantes as mais variadas experiências de contacto com a Natureza, num ambiente bucólico de rara beleza paisagística. Repousar na Praia Fluvial, descobrir os caminhos que a água percorre até chegar à Nascente ou praticar desporto ao ar livre são apenas algumas das ofertas disponíveis no local.


Marinhas de Sal
Local : Fonte da Bica - Rio Maior 

"As Salinas da Fonte da Bica, também conhecidas por Marinhas de Sal de Rio Maior, são um património e uma actividade emblemáticos do concelho, a ponto de haver uma referência às suas pirâmides no próprio brasão autárquico. A exploração testemunha-se desde os tempos romanos e terá continuado pela Idade Média, havendo documentos que referenciam a actividade desde, pelo menos, 1177 (diploma em que parte das salinas passaram para a posse dos Templários). No séc. XV, o conjunto era importante o suficiente para o próprio monarca (D. Afonso V) ser proprietário de cinco talhos.
As salinas implantam-se no sopé da Serra dos Candeeiros e têm a particularidade de se localizar a ceca de 30 km do oceano Atlântico, facto que constitui um verdadeiro fenómeno natural. Este é formado a partir de uma jazida de sal-gema que é atravessada por m dos muitos cursos de água subterrâneos que percorrem o território calcário. A jazida contem um poço-mãe de aproximadamente oito metros de profundidade e quatro de largura, que é, desde há séculos, o verdadeiro centro alimentador desta indústria."    



Onde Ficar

 “CASAS DO ALTO DA SERRA”
Casa Grande e Casa Pequena

Morada: Alto da Serra , 2040 - Rio Maior

As Casas do Alto da Serra consistem num núcleo composto por dois edifícios: Casa Grande e Casa Pequena, respectivamente com a capacidade de 4 quartos duplos e 2 quartos duplos.
Encontram-se localizadas a cerca de 5 Km de Rio Maior e a 3 Km das Salinas, um dos ex-libris deste Parque Natural. Próximo da povoação do Alto da Serra, com ligação à EN 1, inserem-se junto à estrada que percorre a cumeada da Serra dos Candeeiros. Junto a ambas as casas existem duas zonas para merendas, equipadas com bancos, mesas e grelhadores. Na povoação do Alto da Serra, bem como nas Marinhas de Sal, existem vários restaurantes com gastronomia regional. 
Para Reservas Contactar:
Tlm 966 599 867
pnsacvisitas@gmail.com