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quarta-feira, 17 de julho de 2013

Viagem e visita ao concelho de Portimão

Brasão de Portimão

Localização

            Portimão é uma cidade portuguesa no Distrito de Faro, região e sub-região do Algarve. O centro da cidade está situado a cerca de 2 km do mar e é um centro importante de pesca e turismo, é a segunda maior cidade do Algarve. É sede de um município com 182,08 km² de área e subdividido em 3 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Monchique, a leste por Silves e Lagoa, a oeste por Lagos e a sul tem litoral no oceano Atlântico.



História

         Vestígios arqueológicos comprovam a presença humana na zona desde o neolítico, na zona de Alcalar encontra-se uma importante necrópole neolítica, da qual resta o "monumento n.º 7" composto por uma câmara circular de placas de xisto a que se acede por um corredor, a exemplo de monumentos idênticos espalhados por toda a Europa ocidental, com destaque para os monumentos encontrados na Irlanda.
O pavimento é de xisto e grés calcário. A cripta funerária, com dois nichos rituais laterais, era rematada por duas lajes, e protegida por uma mamoa. Perto de Alcalar existe outra necrópole em Monte Canelas.O vestígio mais marcante ainda existente, situa-se perto da aldeia da Figueira, na zona da Abicada, na confluência de duas ribeiras, onde se pode encontrar uma estação arqueológica romana com várias salas.
Também na zona da Coca Maravilhas foi descoberta uma cisterna desse período, que se apresenta muito bem conservada, no rio Arade foram encontrados vários achados arqueológicos, entre eles moedas de ouro. Da altura do rei D.Afonso III é um foral que fala do sitio de Portimão. Sob o rei D.Afonso V, a pedido de 40 moradores, nasce S. Lourenço da Barrosa que originará a Vila Nova de Portimão. Portimão no início do século devido ao seu desenvolvimento industrial tornou-se um dos grande bastiões da luta operária, sendo José Buísel (anarco-sindicalista) um dos seus principais líderes.
No ano de 1924, nomeadamente a 11 de Dezembro, a "vila nova " é elevada a cidade pelo então Presidente da República Manuel Teixeira Gomes. No mesmo ano é fundada a primeira comunidade cristã da Assembleia de Deus em Portugal, através do missionário José de Matos.
Após o pico e queda da indústria conserveira nas décadas de 1950 a 1970, a cidade observou um modelo de desenvolvimento de centro turístico, à semelhança do resto do Algarve, apresentando uma ampla oferta em hotéis, restaurantes e comércio local, tornou-se destino de férias popular principalmente devido à famosa Praia da Rocha e é também considerada como cidade com grande potencial para apreciadores de pesca grossa (ex: espadarte), entre outros desportos náuticos, como o jet ski, a vela, o windsurf, mergulho ou pesca submarina. Nos últimos anos, a foz do rio Arade tem sido palco de grandes eventos. É também lugar da prova portuguesa do campeonato internacional de Fórmula 1 em motonáutica.
Portimão é hoje um município de referência no Algarve. Pólo âncora do Barlavento Algarvio, distingue-se pela sua oferta turística, pelo seu pulsar e dinamismo, muito próprios, e por uma diversidade de actividades que fazem com que o seu dia-a-dia seja vivido, a variados níveis, de forma intensa e marcado por um ritmo que se mantém ao longo do ano.
Portimão devido ao seu enorme desenvolvimento turístico, é hoje uma cidade, assim como outras nesta região (ex: Quarteira, Armação de Pêra) caracterizada pela sua paisagem urbana caótica.
Actualmente, Portimão é o 3º porto a nível nacional (apenas atrás de Lisboa e Funchal), que mais passageiros recebe proveniente de navios de cruzeiro, reforçando assim o turismo de qualidade num concelho caracterizado pelo turismo de massas. Sede do Centro Hospitalar do Barlavento algarvio e do Autódromo Internacional do Algarve, cidade dotada de pólos industriais com capacidade de evolução e de serviços, sede da direcção regional de desporto do Algarve, maior multiusos a sul do Tejo, são alguns dos exemplos da importância que Portimão representa para o Algarve.

Bandeira de Portimão

Heráldica : 

Armas - De vermelho, com uma torre de prata aberta e iluminada de verde, assente em rochedos de negro realçados de prata cortados por três faixas onduladas, duas de prata e uma de verde, com um peixe de prata nadante. Em chefe, acompanhando a torre, uma cabeça de carnação branca coroada de ouro e uma cabeça de carnação negra com turbante de prata. Coroa mural de prata de cinco torres. Listel branco com os dizeres “Cidade de Portimão” de negro.

Bandeira - Quarteada de oito peças, quatro de branco e quatro de verde. Cordões e borlas de prata e de verde. Haste e lança douradas.

Selo - Circular, tendo ao centro as peças das armas, sem indicação dos esmaltes Em volta, dentro de círculos concêntricos, os dizeres "Câmara Municipal de Portimão.


Cultura e Turismo

            Portimão também é uma cidade muito marcada pelo desporto. É aqui que se realizam, no Verão, o Mundialito de Futebol de Praia e a Etapa Portuguesa da Liga Europeia de Futebol de Praia. Por vezes, a Volta a Portugal em Bicicleta e foi palco do Rali Lisboa-Dakar, onde também se costumam praticar desportos náuticos, como o Surf e o Kitesurf e outros desportos de acção como o BMX e o Skate. Portimão também tem vários clubes desportivos como por exemplo o Portimonense, Portinado ou o Clube Bicross de Portimão. O desporto no concelho de Portimão ficou marcado pela data 2 Novembro 2008, pois nesse dia foi inaugurado, oficialmente, o Autódromo Internacional do Algarve. Parta à descoberta da natureza em Portimão e conheça a riqueza do património natural que o Município se empenha em conservar e valorizar. Desde as dunas e a Ria de Alvor, às praias de falésias exuberantes, esperam por si caminhos e passeios onde a natureza se impõe na sua perfeição. Para que possa usufruir da melhor forma destes tesouros escondidos, o Município concebeu cinco percursos, que pode realizar a pé, de bicicleta ou de barco. 



Gastronomia

            A alimentação da população de Portimão tinha como base tanto os produtos da terra como do mar. O porto de Portimão e a zona ribeirinha de Alvor eram locais de chegado dos barcos com o peixe fresco, algum do qual era logo consumido e outro salgado para ser utilizado mais tarde. As boas condições para a reprodução e apanha de bivalves (berbigão, amêijoa e conquilha), sobretudo na ria de Alvor, facilitavam o sustento das populações habituadas a tirar do mar grande parte do que necessitavam para viver. A localização das muitas fábricas de conserva de peixe em Portimão devia-se, fundamentalmente `a facilidade na obtenção de pescado. A terra proporcionava a outra parte do sustento. Predominava a pequena propriedade agrícola, donde cada família tirava os produtos para a alimentação, à base de cereais, legumes, frutos frescos e secos. De uma maneira geral, o peixe estava disponível ao longo do ano, enquanto muitos dos produtos da terra eram sazonais, por natureza e pela não existência de mecanismos de frio.
Na região, particularmente nos meios rurais, ainda se utilizavam, até há pouco tempo, expressões deste teor: “no tempo das ervilhas, no tempo das favas, no tempo das pêras...”, sinal evidente da sazonalidade dos diferentes produtos agrícolas. As azeitonas, graças à conserva caseira, eram consumidas ao longo de todo o ano, o mesmo se verificando com os frutos secos, figos e amêndoas. A introdução do milho no Algarve, a partir do século XVII, modificou, em parte, a gastronomia tradicional. Era um produto que se conservava bem ao longo do ano e era utilizado, sob a forma de farinha, na alimentação humana nas papas de milho, às quais, à beira-mar, se juntavam produtos do mar: sardinhas e berbigões. Deve registar-se o facto das papas serem um prato consumido preferivelmente no inverno, altura em que rareavam os produtos agrícolas frescos, o mesmo se verificando com os pratos feitos com feijão ou grão. Embora o cultivo do milho seja relativamente tardio, tornou-se, em poucos anos, um produto importante na alimentação dos algarvios, sobretudo entre a população mais débil que praticava uma agricultura de subsistência. Apesar da utilização desse cereal, o pão de trigo continuou a ser um alimento essencial na gastronomia da região. Na célebre oração cristã do Pai Nosso, pede-se a Deus que nos dê o “pão de cada dia”, porque, faltando ele, a subsistência corre risco. Era vulgar os camponeses dizerem que, se o pão faltasse, havia guerra, tal é a importância atribuída a este produto na alimentação. Mesmo actualmente, na maioria das refeições o pão está presente, mesmo ao lado dos manjares mais requintados. Na gastronomia algarvia, são frequente os molhos e o pão é utilizado para fazer sopas, ou na própria confecção dos pratos ou à mesa para cada um molhar e comer. Havia muitos casos em que algumas refeições fora de casa eram feitas com pão, a que se juntava o designado conduto: azeitonas, sardinhas, presunto, chouriço, toucinho..., acompanhados, quase sempre de vinho. Desde que não faltasse o pão, as pessoas já se sentiam confortadas.
No foral concedido aos moradores de Vila Nova de Portimão em 1504, por D. Manuel I, o primeiro dos produtos mencionados, sobre os quais recaíam os impostos é o pão (trigo, cevada, centeio, milho painço) e farinha de cada um deles. Nesse documento, faz-se referência ao pão que vem de fora, sinal evidente de que a produção, a nível local era insuficiente para as necessidades. A importância do pão é reforçada pelas disposições legais contidas naquele documento, referentes aos fornos. Estes eram necessários no fabrico do pão. Dos tempos antigos, chegou até nós a toponímia com a designação de rua do Forno, localizada muito perto do largo da Barca. Aí funcionou o forno colectivo, pertença do rei, a quem os utilizadores pagavam um pão de cada dezasseis cozidos. Esta disposição legal não se aplicava aos moradores das quintas ou herdades fora da vila. Estes podiam cozer o pão para as suas famílias nos fornos próprios, sem estarem sujeitos a qualquer imposto. A casa rural algarvia tinha sempre um anexo para o forno e uma das principais obrigações da dona da casa era cozer o pão, semanalmente, estando a seu cargo peneirar a farinha, amassar e tender. Por vezes, recorria ao marido para este meter e tirar o pão do forno, por se tratar de uma operação que exige mais esforço.
Situando-se Portimão à beira-mar, o pescado era fundamental na alimentação, como se disse. O foral de Portimão dá também relevo a este produto de uso quotidiano. O rei tinha direito a um imposto sobre o pescado que entrasse ou saísse da vila, mas os que trouxessem peixe para si ou para dar aos amigos ou o que pescavam à linha estavam isentos de qualquer imposto. No passado, como no presente, é grande a variedade de peixes capturados pelos pescadores de Portimão: atum, besugo, carapau, cavala, safio, sardinha, tamboril... Em tempos, o atum destacava-se pelo seu valor comercial. Foi um dos elementos importantes da economia do Algarve, não tanto por ser um dos pilares da gastronomia local, mas, sobretudo, pela grande quantidade destinada à exportação. No Algarve, existiram almadravas ou armações de atum espalhadas pela costa, algumas das quais no actual concelho de Portimão. Essa faina ocupava muitos homens que, por vezes, se fixavam com as famílias junto a esses espaços durante o período de campanha da pesca dos atuns, a maioria dos quais preparados para a exportação.
A sardinha era e é o peixe de maior consumo e o pescado em maior quantidade, a ponto de, no século XVIII, um autor a ter considerado como um peixe destinado pela Providência à sustentação das pessoas de todas as classes sociais. Hoje em dia, no período de maior captura, entre Maio e Outubro, são frequentes as assadas de sardinha, sempre acompanhadas de batata cozida, salada de tomate e pimento grelhado. É frequente grupos de amigos combinarem uma confraternização em que o acepipe é uma sardinhada. Muitos restaurantes de Portimão têm no seu menu sardinha assada no período considerado, por ser um prato de grande procura. Os figos são também um dos produtos agrícolas mais generalizados e apreciados no Algarve, embora, actualmente, não se colham em tão grande abundância, como até há décadas atrás. Eram muito utilizados na alimentação, depois de secos,  porque se conservavam com facilidade e estavam disponíveis nos meses de inverno, quando não há muitos frutos. É igualmente utilizado na preparação do queijo de figo, consumido em festas ou encontros de amigos. A lenda das amendoeiras em flor, segundo a qual foram apresentadas uma princesa cristã, casada com um príncipe mouro para a compensar pela falta da brancura da neve das montanhas do norte, é um testemunho irrefutável da abundância deste fruto na região, em tempos idos. A maior parte das amêndoas produzidas alimentava o comércio externo e só uma pequena parte se destinava ao consumo interno, sobretudo na doçaria regional e no fabrico de amarguinha, bebida muito apreciada como digestivo. A alfarroba, fruto com a forma de vagem alongada, preto depois da maturação, constituía, com o figo e a amêndoa o grande rendimento dos camponeses que tinham algumas terras. Era exportada, mas também se utilizava na alimentação, sobretudo do gado e na confecção de licor e de doces muito apreciados nos nossos dias. Como em toda a bacia mediterrânica, as plantas aromáticas/condimentares têm grande aplicação na gastronomia, pelo agradável aroma e sabor que proporcionam, sem quaisquer efeitos negativos para a saúde. A salada de tomate fica mais apetitosa com umas folhinhas de orégão que também dão sabor ao molho de azeite e vinagre das cavalinhas e a algumas conservas de azeitonas, em que se utilizam também as próprias hastes. O tomilho, a hortelã, o alecrim e os coentros também tornam os pratos mais apetitosos. A tradição alimentar em Portimão tem como fundamento os condicionalismos geográficos e históricos atrás referidos. As pessoas foram-se adaptando às diferentes situações, sem que seja possível identificar outros factores. Vinda das Américas, como a batata comum ou redonda, a batata doce tornou-se “ o pão dos pobres”, no dizer de uma estudiosa do Algarve. O seu alto teor de água levou a que a considerassem um alimento fresco. Esta raiz entumescida apresenta alguns problemas de conservação, devendo ser mantida no escuro e raramente aguenta de uma colheita a outra. Tem aplicações variadas na gastronomia: assada, frita ou incorporando vários pratos, tais como caldeirada de choco ou sopas  diversas. A batata doce é um genuíno produto da gastronomia regional em franca recuperação.
                                                                                                         Feijoada de buzinas
Feijoada de BuzinasCataplana de Amêijoas
Cataplana de ameijoas 

Morgados
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