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segunda-feira, 29 de abril de 2013

Viagem e visita ao concelho de Benavente

Brasão de Benavente

Localização :

         O Concelho de Benavente pertence ao distrito de Santarém que ocupa uma área de 521.5 km2 distribuída por quatro freguesias, está localizado na margem esquerda do rio Tejo, integrando a sub-região da Lezíria do Tejo e faz fronteira a Norte com o rio Tejo e o concelho de Salvaterra de Magos; a Sul, é limitado pelos concelhos de Montijo, Alcochete e Palmela; a Nascente por Coruche e a Poente, com Vila Franca de Xira.
No concelho de Benavente está integrada a Reserva Natural do Estuário do Tejo, com terrenos alúvio-mediterrânicos de natureza hidromórfica, com características naturais de pauis e sapais.



História :

          O topónimo principal do concelho parece indicar a colonização por leoneses da Ordem de Calatrava, sediada no castelo de Benavente, e da qual derivou a Ordem de Avis. Este topónimo aparece não só em Portugal, mas também em Espanha e Itália, sob a forma "Benevento". Dos primórdios da sua história, muito se tem escrito, contudo, sem fundamento ou provas; para alguns autores, é uma povoação antiquissíma  que já existia no tempo dos romanos; para outros, esteve na sua origem um núcleo de estrangeiros que se fixaram na margem sul do Tejo e cuja vinda para Portugal foi consequência da política de povoamento de D. Sancho I, no ano de 1199.
Não há vestígio algum do domínio romano nem do domínio muçulmano em Benavente, nem no seu antigo termo; contudo, o mais certo é que não se pode negar a existência de povoação antes do domínio português, mas era certamente pouca, tão diminuída que levou esta povoação a estar praticamente desabitada até ao reinado de D. Sancho I e, só a partir de então, a meados de 1200, D. Paio ou Pelágio, bispo de Évora a reedificou, povoou, e lhe deu foral a 23 de Março do mesmo ano, confirmado pelo referido monarca; este foral é o mais antigo documento que se conhece de Benavente.
O local onde foi fundada a povoação de Benavente, além de ser próximo do Tejo, apresentava um amplo espaço para o crescimento da população, com encostas que facilmente poderiam ser fortificadas e defendidas; vantagens sem dúvida de grande importância, numa época tão tumultuosa como era a dos finais do século XII, em plena reconquista.
No eclesiástico deve assinalar-se a instituição da paróquia de Santa Maria de Benavente, ao que tudo indica nos princípios do século XIII. A Ordem de Calatrava apresentava o pároco, razão porque aparece posteriormente como priorado apresentado pelo rei, este como grão-mestre da Ordem de Avis.

Bandeira de Benavente

Heráldica

Brasão: de prata uma cruz florenciada de verde, vazia do campo, ladeada por duas travas de vermelho em pala e acompanhada por uma bandeira quadrada, requifada em facha de prata e de verde, franjada e realçada de negro, desfraldada, para a sinistra no chefe e com a haste e lança de negro colocada em pala. Coroa mural de prata, quatro torres. Listel branco, com os dizeres a negro: «Benavente».

Bandeira: esquartelada de prata e verde; cordões e borlas de prata e verde; haste e lança douradas.

Selo: circular, tendo ao centro as peças das armas sem indicação dos esmaltes e em volta, dentro de círculos concêntricos, os dizeres: «Câmara Municipal de Benavente».


Cultura e Turismo

        Integrado na lezíria ribatejana, numa paisagem de transição entre o Ribatejo e o Alentejo, o concelho de Benavente tem a oferecer ao visitante vários locais de interesse turístico. De facto, para além da belíssima paisagem da região, destacam-se neste concelho como locais a visitar, os Montes da Saúde e da Foz, este a cerca de três quilómetros da vila de Benavente, na margem do rio Sorraia; a Reserva Natural do Estuário do Tejo, criada em 1976, pelo Decreto-Lei 565/76 de 19 de Julho, e que é uma zona de transição entre as águas salgadas do oceano e doces do rio Tejo; e o Centro Equestre Berço de Prata, onde periodicamente se realizam vários eventos.
Benavente é também um concelho com um valor patrimonial considerável, de onde se destaca o cruzeiro Largo do Calvário, a Igreja de Nossa Senhora de Oliveira, o Pelourinho de Benavente, Cruzeiro e Igreja Matriz em Santo Estêvão, Igreja da Misericórdia, a Ermida de S. Brás e o Convento de Jericó, de frades arábicos, fundado pelo Infante D. Luís.
Em termos de unidades museológicas, o destaque vai para o Museu Municipal de Benavente, instalado num palacete do século XVIII. Anteriormente o edifício funcionou como casa de habitação, sendo que em meados do século XX passou aí a funcionar o Pensionato do Colégio de Benavente. Destaque ainda para o Núcleo Agrícola do Museu Municipal de Benavente, instalado no antigo edifício do Matadouro Municipal e que apresenta uma exposição dedicada à vida rural da região.
O concelho dispõe ainda de duas bibliotecas: a Biblioteca Municipal de Benavente, a funcionar na antiga Casa de Calheiros; e a Biblioteca de Samora Correia, instalada no Palácio do Infantado.



Gastronomia : 

         Dos pratos tradicionais confeccionados no concelho de Benavente, destacam-se as migas de bacalhau, a sopa de molho de toucinho, o ensopado de enguias e os linguadinhos fritos com arroz de feijão.
                                                                                                          Delícias de Batata 
Delícias de BatataMigas com Entrecosto
Migas com Entrecosto 

Viagem e visita ao concelho de Vila Franca de Xira

Brasão de Vila Franca de Xira

Localização

            Vila Franca de Xira é um concelho do distrito de Lisboa, com uma área de 293.9 km2, distribuída por 11 freguesias. A vila e sede do concelho dista cerca de 29 quilómetros de Lisboa e está situada na margem direita do rio Tejo, no Ribatejo. O concelho de Vila Franca de Xira é limitado a Norte pelos concelhos de Alenquer e Azambuja (separado deste e em pequena parte do de Azambuja pelo curso do Tejo); no extremo Nordeste, pelo concelho de Salvaterra de Magos; a Este, pelo concelho de Benavente (separado pelo rio Sorraia); a Sul, pelo estuário do Tejo e pelo concelho de Loures; e a Oeste, pelos concelhos de Loures e Arruda dos Vinhos. É atravessado pelo rio Tejo que nele começa a alargar o seu vasto estuário, formando três ínsuas, abrangidas na área do concelho: o Mouchão da Póvoa, o Mouchão do Lombo do Tejo e o Mouchão da Alhandra. Na margem direita fica a zona mais acidentada do concelho, mas também a mais populosa e mais industrializada; na margem esquerda, fica a vasta lezíria ribatejana, cortada pela estrada do cabo e ainda por cursos de água que fazem a drenagem das terras baixas e inundáveis, além do Sorraia, o Mar de Cães, o Esteiro do Vinagre, a Aberta do Infante, o esteiro do Ruivo, entre outros.



História

          O povoamento do território que corresponde ao atual concelho de Vila Franca de Xira é bastante remoto, datando do paleolítico inferior os mais antigos vestígios de ocupação humana, tratando-se de instrumentos de pedra lascada, recolhidos em Alverca do Ribatejo. Também na freguesia de Castanheira do Ribatejo foram encontrados artefatos de pedra lascada que testemunham acampamentos temporários de caçadores-recolectores nos terrenos junto ao rio. Do período do neolítico, chegaram até aos nossos dias vestígios da existência de pequenas comunidades que ocuparam as elevações sobranceiras ao Tejo e outras bacias hidrográficas como os vales de Vialonga, Calhandriz e S. João dos Montes. Já na Idade do Ferro, existiu em Castanheira do Ribatejo, o povoado fortificado do Monte dos Castelinhos que posteriormente foi romanizado. Da época de ocupação romana, foram também encontrados vários vestígios, disseminados pelas freguesias que compõe o atual concelho de Vila Franca de Xira, como é o caso das várias ânforas achadas no leito do Tejo, junto aos mouchões de Alhandra e da Póvoa de Santa Iria, e que denunciam a intensa atividade comercial romana; também lápides funerárias epigrafadas, existentes em várias freguesias do concelho, testemunham a presença romana. Eram duas as povoações que posteriormente deram origem ao topónimo composto do concelho e a uma só localidade, sendo essas: Vila Franca e Cira. A coroa, para promover o repovoamento desta região marginal do Tejo praticou a política das concessões territoriais a particulares nobres ou eclesiásticos. Assim, D. Sancho I doou em 1206 a "villa de Cira" a Froilhe Erminges, compreendendo nela o assento de Vila Franca; Alhandra foi doada aos bispos de Lisboa; S. João dos Montes parece ter sido atribuído aos Templários e Povos recebe foral próprio em 1195. Mais tarde, em 1203, o bispo Soeiro de Lisboa deu foral a Alhandra e em 1212 D. Froilhe Herminges outorga foral à sua "villa" de Cira. Nesse documento, distingue-se explicitamente a existência de uma primitiva herdade de Cira, situada mais no interior, e uma Vila Franca nas margens do rio. Principia o foral que estabelece o direito da inviolabilidade domiciliária, como garantia da segurança dos povoadores: quem entrasse pela força numa casa, usando armas, peitaria 500 soldos; se o violador ou "raptor" for morto dentro da casa violada, pagar-se-à deste crime, para satisfação da justiça, um maravedi; sendo apenas ferido o violador na casa, a multa era meio maravedi. Os crimes de homicídio e rousso públicos eram punidos com a multa de 500 soldos. Outro crime, excepcionalmente, considerado grave é o ferimento a couces e pontapés (equivalente a rousso ou homicídio), talvez por considerar-se lesivo da dignidade humana, como o lixo na boca. O foral trata depois do relego da dona da terra: durante o período reservado para ela a venda do seu vinho, não podia ninguém vender o seu, sob a pena de lhe pagar de multa (às duas primeiras vezes, cinco soldos por cada vez e à terceira de se lhe entornar todo o vinho, depois de dado o testemunho do atentado contra o relego); do vinho de fora que na localidade se vendesse, pagar-se-ia por cada carga um almude. Estabelecem-se depois os encargos sobre o pão, de que se daria a quinta parte; o vinho, de que se daria a oitava, no lagar; e no linho, de que se entregava a oitava também; dava-se ainda a oitava das azeitonas na tulha. Em seguida, o foral ocupava-se de outros casos de criminalidade: quem matasse alguém fora do couto peitaria sessenta soldos e quem ferisse, igualmente fora de balizas, peitaria trinta soldos; os ferimentos feitos na praça pública, equivaliam na multa, a meio homicídio. Mais tarde, D. Froilhe Ermiges declara que antes de Vila Franca receber foral, já o tinha recebido Xira. Faz tal declaração a fim de estender o foral de Xira a Vila Franca, permitindo a reunião das duas povoações, com igual foro. Em Maio de 1228, D. Froilhe doou a "villa" de Cira, inclusa Vila Franca, à Ordem do Templo, sendo mestre nos três reinos, D. Martim Sanches. Apesar de a doação ter sido feita à Ordem dos Templários, a verdade é que os Hospitalários também aí possuíam direitos, o que levantou, séculos depois, questões entre as duas ordens. No século XVI, Vila Franca e Xira passam a pertencer à Coroa. 
Em 1510, Vila Franca, Povos e Castanheira receberam Foral Novo, no âmbito da reforma dos forais promovida por D. Manuel I. O concelho de Vila Franca tinha então de termo, para a parte de Povos (concelho por si) um "tiro de besta"; para a de Alhandra (também concelho) meia légua; para a de Arruda, outra meia légua. Tratava-se, portanto, de um concelho muito diverso do atual  pois que para além daqueles concelhos (que atualmente são freguesias que o compõe) Castanheira também era concelho; S. João dos Montes pertencia aos Templários; Póvoa de Santa Iria era um lugar do concelho de Alverca; Calhandriz do termo de Lisboa; Cachoeiras da Casa da Rainha. Em 1527, pertenciam ao concelho de Vila Franca de Xira: o lugar de Aldeia dos Bispos e a "quintãa" do Paraíso, propriedade do Conde de Penela.
O inicio do século XIX, ficou marcado pelas invasões francesas, sendo que no concelho de Vila Franca de Xira se iniciava o sistema defensivo construído em grande sigilo entre 1810-1812, para fazer face ao invasor francês e que haveria de ficar conhecido por linhas de Torres Vedras. Um outro acontecimento importante do inicio desse século, a que ficou ligado o nome de Vila Franca de Xira, foi a "vilafrancada", golpe de estado comandado por D. Miguel que decorreu de 27 de Maio a 3 de Junho de 1823 em Vila Franca de Xira. Ainda no século XIX processou-se a reforma administrativa que viria a dar origem à constituição do concelho de Vila Franca de Xira, tal como hoje o conhecemos: em 1836 deu-se a extinção do concelho de Povos e no ano seguinte desapareceu o de Castanheira; em 1855 a reforma fez extinguir os concelhos de Alhandra e de Alverca, passando doravante Vila Franca de Xira a integrar toda esta área administrativa; em 1886, com a extinção do concelho dos Olivais, a freguesia de Vialonga passou para o concelho de Vila Franca e, finalmente, já no século XX, em 1926, a freguesia de Póvoa de Santa Iria foi também anexada alargando para Sul a área do município.

Bandeira de Vila Franca de Xira

Cultura e Turismo

          O concelho de Vila Franca de Xira caracteriza-se pela diversidade da sua paisagem, que vai desde a Lezíria, grande planície alagada nas margens do rio, despoluída, à zona interior mais acidentada. Ao longo dos tempos a pesca no rio Tejo e os trabalhos no campo, assim como, a criação e lide de cavalos e touros sempre marcaram vincadamente a cultura dos seus habitantes, sendo a tourada considerada um ex-libris deste concelho. O concelho destaca-se também pela sua riqueza patrimonial, destacando-se a esse nível: a Igreja da Misericórdia que alberga importantes obras de arte sacra; a Igreja de Alhandra; o Pelourinho Manuelino, considerado Monumento Nacional; o monumento ao Campino, peça de bronze datada de 1982 de autoria de Domingos Soares e António Trindade; a Praça de Touros Palha Blanco, inaugurada a 28 de Setembro de 1901 em substituição de um antigo tauródromo de madeira construído em 1810 e que ardeu nos finais do século XIX; a Igreja Matriz de Vila Franca de Xira (séc. XVII), antiga igreja da Ordem Terceira de S. Francisco, foi fundada em 1677 e reconstruída no século XX; o Monumento à Batalha das Linhas de Torres no Sobralinho; e a Capela de fundação Medieval no monte do Senhor da Boa Morte.
No que diz respeito a atividades culturais, a Câmara Municipal e as várias associações e colectividades existentes no concelho desenvolvem ao longo do ano um vasto leque de iniciativas, pretendendo ir ao encontro dos gostos e necessidades das diferentes camadas da população. De realçar a Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira que assume uma vertente de concurso de âmbito nacional, contando ainda com a participação de instituições, escolas e fotógrafos convidados pelo Comissariado e uma programação de exposições paralelas. O município assegura a programação de cinco galerias: a Galeria Municipal de Vila Franca de Xira e a Galeria de Exposições da Biblioteca Municipal de Vila Franca de Xira (Vila Franca de Xira); a Galeria do Fórum Cultural (Alverca do Ribatejo), a Galeria Municipal Augusto Bértholo – Casa/Museu Dr. Sousa Martins (Alhandra); e o Palácio Quinta da Piedade (Póvoa de Santa Iria). Dispõe ainda de dois auditórios, um em Alverca do Ribatejo (Auditório Municipal Scala) e outro em Vila Franca de Xira, na Biblioteca Municipal. A programação destes auditórios consiste sobretudo em actividades ligadas à música, ao teatro e á literatura.
O Museu Municipal de Vila Franca de Xira foi criado em 1951, por iniciativa do Dr. António Vidal Baptista que, em conjunto com Raúl de Carvalho, havia já fundado, quatro anos antes, a Biblioteca local. Em 1980, o museu foi encerrado, reabrindo cinco anos depois no edifício setecentista da Rua Serpa Pinto em Vila Franca de Xira. Em 1988 foi constituído o segundo núcleo museológico com a aquisição e recuperação de um Barco Varino do Rio Tejo, e em 1990 abriu o Núcleo Museológico de Alverca; já em 2001 foi inaugurado o Núcleo Museológico de Arte Sacra na Igreja do Mártir Santo São Sebastião em Vila Franca de Xira.




Gastronomia :

          Vila Franca de Xira é um concelho com grandes tradições, sendo os pratos típicos: peixe do rio (cozinhado de diversas maneiras), galinha do campo, sável frito com açorda de ovas, linguado frito, ensopado de enguias, enguias fritas e cabrito assado.
                                                                                                              Açorda de Sável
Açorda de SávelSopa de Bacalhau
Sopa de Bacalhau