Localização :
O Concelho de Baião situa-se entre a região Transmontana e a região Entre Douro e Minho, sendo este o concelho mais interior do distrito do Porto, mesmo encostado à Serra do Marão e beneficiando também com a passagem do Rio Douro. Baião tem como limites, Amarante a norte, Marco de Canaveses a oeste (ambos pertencentes ao distrito do Porto),Cinfães a sudoeste, Resende ao sul (pertencentes ao distrito de Viseu), Mesão Frio, Peso da Régua e Santa Marta de Penaguião (no distrito de Vila Real) a leste, possuindo 20 freguesias.
História :
A povoação do território que hoje corresponde ao concelho de Baião remonta a épocas bastante remotas, estando a história do concelho profundamente ligada a estes tempos ancestrais. De facto, esta deve ser entendida como um percurso de várias comunidades que aqui se fixaram ao longo dos anos e que nos deixaram a sua marca através da arqueologia. A serra da Aboboreira, que se estende desde o vale do rio Fornelo até às depressões do rio Juncal, constitui um prolongamento do Marão, marcado pelo imponente cabeço de Castelo de Matos. A relevância desse maciço da Serra do Marão para o património e história concelhia é enorme, no sentido em que foi aqui que começou o povoamento, não só de Baião mas também dos concelhos limítrofes. O povoamento inicial foi decerto diminuto, não se tratando mais do que o resultado da sedentarização de pequenos grupos familiares que aqui procuravam alimento, abrigo e segurança. O período que precedeu à fixação, dito Paleolítico, corresponde à fase mais remota da história humana, na qual o homem vivia essencialmente da caça e da recolha de produtos e frutos selvagens. Desse período, poucos vestígios arqueológicos foram até agora encontrados no concelho de Baião, tendo sido descobertos alguns artefatos na Serra da Aboboreira, nomeadamente um seixo afeiçoado de um dos lados. Já o período Neolítico, equivale à altura em que o Homem se foi progressivamente fixando e desenvolvendo os seus meios e técnicas. Dessa época, chegaram até aos nossos dias vários vestígios, sendo os de maior realce os monumentos construídos para homenagear os mortos, frequentes no concelho de Baião. Alguns destes monumentos chegaram até aos nossos dias, embora alguns se encontrem consideravelmente danificados. O dólmen de Chão da Parada é talvez o exemplo mais representativo destas edificações dolménicas. Os núcleos habitacionais estariam por certo na proximidade dos seus túmulos megalíticos, ou numa zona intermédia que permitisse o acesso aos vales e às terras aproveitáveis para a cultura dos cereais e às encostas próprias para o pastoreio. O período castrejo também deixou as suas marcas neste território. Embora já se notasse alguma tendência para fortificar e defender os povoados, com a chegada de novos núcleos populacionais, constituídos por famílias extensas, houve um novo impulso a esta tendência. Construíram-se as casas com pedra granítica da região, deram-lhe uma forma arredondada e dispuseram-nas em sítios altos, podendo-se encontrar este tipo de construções por toda a área do concelho. O povoamento do território continuou pela Alta Idade Média, tendo sido encontrados importantes vestígios desta altura, como uma placa de cinturão visigótica que remonta ao século VII d. C , descoberta no castro de Santa Marinha do Zêzere. A terra de Baião, um vasto julgado medieval, é referida em vários documentos, nomeadamente numa doação, de 1120, de um casal em Esmoriz , perto do castelo de Baião. O referido castelo estaria situado nos limites da freguesia de Santa Leocádia, eminente aos rios Douro e Ovil. Mais tarde, em 1202, D. Sancho doa a"Villa" de Santa Leocádia de Baião a um rico-homem, chamado D. Pôncio Afonso, fazendo com que a "Villa" passasse para a família D. Pero de Ponces e Froia Pais, pertencendo-lhes também a Quintã do Paço. Reza a história que esse paço terá sido fundado por D. Arnaldo, sendo este o primeiro que tomou a designação "de Baião" nos finais do séc. X . Enquanto isso, as terras e o respectivo governo oscilavam ao sabor da pessoa que herdava dentro da família senhorial. Mas ao longo dos tempos, assiste-se a uma progressiva limitação dos poderes senhoriais e concelhios e já D. Afonso II passa a intervir em casos de justiça quando uma das partes o requeria. Torna-se norma admitir uma única autoridade para averiguar a legalidade da justiça senhorial num determinado Couto, que reside em quem concedeu a carta de Couto. D. Dinis acaba mesmo por exigir a autenticação dos documentos municipais com o seu próprio selo, o que origina o conceder de favores a particulares. O primeiro destes donatários em Baião, foi Vasco Gonçalves Camelo, tendo-lhe doado D. João I, a Terra de Baião e da Lage. Em 1434, D. Duarte doa a Terra de Baião, já com as suas limitações, a Luiz Álvares de Sousa. Sendo as Terras de Baião limitadas pelo Julgado de Gouveia e de Gestaçô, pelo Julgado de Penaguião e pelo Julgado de Benviver. O último donatário das Terras de Baião foi D. Fernando Martins de Sousa Coutinho. Em 1 de Setembro de 1513, D. Manuel I assinou o foral de Baião, onde foram confirmados os privilégios e limites concelhios.
Cultura e Turismo :
Pela sua localização, Baião oferece a quem o visita um conjunto de atrações turísticas e culturais. O concelho tem como principal ponto de atração turístico a Serra da Aboboreira e a Albufeira da Pala, dispondo também de várias infra-estruturas culturais, museus, monumentos, bibliotecas, etc. É ainda de realçar o Núcleo Arqueológico que tem como finalidade expor os resultados de 20 anos de trabalhos arqueológicos realizados na Serra da Aboboreira, onde de uma forma didática se abordam vários temas desde a pré-história à Idade Media, com o especial destaque para o megalitismo da região; o Museu Etnográfico onde se podem encontrar expostos objetos ligados às práticas agrícolas, incluindo o cultivo do linho e objetos do uso quotidiano.
Gastronomia :
A gastronomia de Baião é bastante rica e diversificada. Entre os seus pratos típicos, são de destacar o cabrito assado, o ensopado de fressura de carneiro, mais conhecido como "bazulaque", a lampreia, trutas e os milhões com roncante (carne de porco). Na doçaria, são famosos os Doces de Teixeira, cuja receita foi passando de geração em geração até aos nossos dias.