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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Viagem e visita ao concelho de Lamego

Brasão de Lamego

Localização : 

          O concelho de Lamego está integrado no distrito de Viseu, localizando-se no extremo Norte do mesmo. Tem uma área de 166.7 Km2 , distribuída por 24 freguesias, fazendo fronteira a Norte com o rio Douro que separa este concelho do distrito de Vila Real, a Oeste com o concelho de Resende, a Sul com o de Castro Daire e a Este com os de Armamar e Tarouca.

 


História : 

          O significado e origem do topónimo "Lamego" encontra-se envolto em várias dúvidas e tem levantado várias interpretações  O termo parece derivar do termo latino "lamaecus", de significado obscuro. Do mesmo modo, a origem da fundação da cidade de Lamego tem dado azo a várias suposições, no entanto, a maioria delas são apenas opiniões isoladas, sem fundo documental; assim, segundo alguns autores, o povoamento original teria sido greco-celta, num local diferente de onde atualmente se encontra a cidade, assumindo por essa altura o nome de "Laconimurgi"; outros no entanto defendem que a primitiva cidade teria sido erguida nos atuais lugares de Queimada e Queimadela (em Armamar) e teria sido incendiada e arrasada por Trajano, contra quem a cidade se revoltara. Por certo, parece seguro afirmar que Lamego surgiu por reunião de várias aldeias das imediações. Com efeito, as estâncias arqueológicas, proto-históricas e lusitanas, são abundantes nos montes que rodeiam a velha cidade e é sem sombra de dúvida ao povo que habitou esses castros que se deve a fundação da mesma, sendo que o próprio castelo de Lamego parece ter sido alicerçado sobre um desses castros. Durante o domínio visigótico foi uma cidade bastante importante, nomeadamente durante o reinado de Sisebuto que chegou aqui a cunhar a sua moeda. Em 570 era sede de diocese, com Sardinário como bispo. A diocese de Lamego, que era por essa altura sufragânea de Braga, passou então a reconhecer Mérida como metrópole. A conquista de Lamego pelos árabes que a denominaram "Lamico", teve pouco tempo de calma, sendo que Lamego passa a sofrer com as constantes conquistas e reconquistas dos árabes e dos cristãos. O árabe Almançor, em 987 e 997, devasta a cidade e nela se estabelece um "váli", que só aparentemente depende do califado de Córdova. Aqui surge a lenda de Ardinga, a princesa moura assassinada pelo seu pai devido ao seu amor por um cavaleiro cristão. A cidade foi definitivamente reconquistada aos mouros em 1057 por Fernando Magno que chacinou grande parte da população árabe e a outra parte obrigou aos trabalhos de reconstrução de edifícios e templos adaptando-os ao rito cristão. O alcaide mouro de Lamego, chamado Echa tomou o batismo e adotou então o nome de Echa Martim; D. Fernando, vendo-o fiel e cristão, deixou-lhe o governo da terra lamecense, sujeito a D. Sisnando. Ainda sob a autoridade do Conde Sisnando, são tenentes de Lamego, sucessivamente: Egas Erminges, Múrio Viegas, Afonso Peres, Martim Moniz, Egas Gosendes e Egas Moniz. A tenência de Lamego estendia-se ao Sul do rio Douro, entre os rios Paiva e Távora. Egas Moniz estabeleceu residência em Britiande, junto à cidade, e aí procedeu a uma grande obra de repovoamento por todo o Ribadouro, que pode dizer-se era quase todo de seu senhorio. Em 1191, D. Sancho concede carta da couto a Lamego. Falecido Egas Moniz, é tenente de Lamego o seu filho D. Soeiro Viegas, a quem sucede o seu filho D. Lourenço Soares; a partir de 1222, é tenente D. Gonçalo Mendes; posteriormente D. Abril Peres, o Infante D. Afonso, D. Diogo Lobo e D. João Garcia. Nas discórdias entre D. Dinis e seu filho, a cidade seguiu o partido do Infante D. Afonso que em 1324 aqui se encontrava a organizar a rebelião quando D. Dinis lhe enviou o seu clérigo, António Martins, com uma carta em que lhe aconselhava obediência; o infante ordenou que o enviado de el-rei fosse posto fora de muros da cidade. Nos séculos XIV e XV, os Coutinhos são a família mais preponderante de Lamego, acumulando com a alcaidaria da cidade, o senhorio de extensos territórios dela. A cidade, que atingira no tempo de D. Dinis uma população superior à atual  ativa no comércio e na indústria, começava a declinar rapidamente por efeito da alienação do aro à omnipotente nobreza. O município de termo limitadíssimo, definhava e para agravar a situação, com as perturbações que se sucederam à morte de D. Fernando, o alcaide do castelo de Lamego, Gonçalo Vasques Coutinho, parecia disposto a abraçar o partido de Castela, porém sua mãe, ameaçando-o de se matar diante dele, levou-o a seguir o Mestre de Avis. Durante o reinado de D. Afonso V, à semelhança do que aconteceu no reinado de D. João I, foram feitas grandes doações à nobreza dentro do termo de Lamego, o que acabou por atrasar o seu desenvolvimento. O alarme foi tal que Lamego levou as suas reclamações às Cortes, pedindo que lhe fossem restituídas várias terras que eram do seu termo por justiça. O município tinha então o rendimento de apenas 3.000 réis. O rei não atendeu as reclamações e o declínio agravou-se de tal modo que Lamego era praticamente uma aldeia em 1525, tendo foral novo dado por D. Manuel I em 1514. Com o Liberalismo foram integrados no concelho de Lamego, os extintos concelhos de Ameirós, Magueija, Parada do Bispo, Baldigem e Sande; em novo arranjo, recebeu em 1896 as freguesias de Lalim, Lazarim, Meijinhos e Ferreirim. A nível eclesiástico, a diocese de Lamego foi restaurada em 1071 por D. Sancho e D. Elvira, filhos de D. Fernando, O Magno, estando à frente da diocese o Bispo D. Pedro. As precárias circunstâncias económicas regionais não permitiram que o bispado se mantivesse e o seu governo, assim como o da diocese de Viseu, ficou ao cargo do bispo de Coimbra. Não se sabe ao certo o ano em que Lamego voltou a ter bispos próprios, talvez por volta de 1144. Em 1148 já tinha prelado, D. Mendo, que assistiu ao concílio provencial celebrado em Braga, nesse ano. A diocese de Lamego tem a particularidade da cidade da sua sede não constituir capital do distrito, sendo o único caso em Portugal onde isto acontece.

Bandeira de Lamego

Cultura e Turismo : 

             Conhecido pela sua beleza paisagística, o concelho de Lamego dispõe de vários locais onde essa beleza pode ser apreciada. É o caso do miradouro do Castelo, do Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, da Serra das Meadas e da Capela de Nossa Senhora do Monte. O concelho é também famoso pelas suas realizações culturais, de que se destacam os "Concertos de Santa Cruz", as representações da companhia de teatro residente "Filandorra" e as exposições do Museu de Lamego. Este museu está instalado no antigo paço episcopal que integra o seu acervo original; trata-se de um museu predominantemente de arte sacra, merecendo um especial destaque as cinco tábuas quinhentistas de Vasco Fernandes que faziam parte do retábulo da Sé de Lamego e o conjunto de tapeçarias flamengas do século XVI.



Gastronomia : 

           Entre as especialidades gastronómicas características do concelho de Lamego, são de destacar: o cabrito assado com arroz no forno, o leitão assado, as trutas grelhadas ou recheadas com presunto, a perdiz assada no espeto, a lebre à caçador, a vitela assada e os milhos. A doçaria tradicional, teve em grande parte origem nos conventos que existiram no concelho, sendo os doces mais apreciados a tarte de maçã, as gradinhas, os bolinhos de amor, o biscoito teixeira e os pastéis de Lamego.