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sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Viagem e visita ao concelho de Albergaria-a-Velha

Brasão de Albergaria-a-Velha

Localização :

              Situado entre serras e planícies, o concelho de Albergaria-a-Velha pertence ao distrito de Aveiro, de cuja sede dista cerca de dezoito quilómetros e tem uma área de cerca de 156 Km2, distribuídos pelas suas oito freguesias, tendo sede em Vila as de Albergaria-a-Velha, Angeja e Branca. Albergaria-a-Velha é terra em pleno desenvolvimento na região do vale do Vouga e caracteriza-se pelo antagonismo campo/serra, com um clima moderadamente húmido que justifica uma forte aptidão florestal, promovida pela abundância do pinheiro bravo e do eucalipto. Na base do seu progresso está a sua localização geográfica, valorizada pelos empreendimentos no campo das vias de comunicação. Este concelho apresenta motivos que merecem e proporcionam uma agradável visita fazendo sobressair a beleza do vale do Vouga. O concelho tem a particularidade de ser servido por infra-estruturas rodoviárias de grande importância, que permitem às suas povoações um fácil acesso aos grandes centros urbanos, portos de mar, caminho de ferro e aeroportos. Ponto privilegiado em termos de vias de comunicação, Albergaria-a-Velha tem criadas todas as condições para encarar o futuro com a segurança e a confiança indispensáveis ao seu desenvolvimento.




História :

         O topónimo Albergaria deriva de "albergaria", ou seja "estalagem para albergar viajantes"; é um topónimo muito comum, pelo que é muitas vezes acompanhado de uma designação para o distinguir de outros semelhantes, como é o caso do composto "a-Velha". O povoamento de Albergaria-a-Velha teve início em épocas já muito longínquas como comprovam as mamoas existentes em certos locais na região. No entanto, foi no tempo de D. Teresa, mulher do Conde D. Henrique, que foi fundada a povoação que deu origem ao actual concelho, a de "Osseloa", (hoje um bairro da sede de concelho, com o nome de Assilhó) e na qual tinha residência o fidalgo Gonçalo Eriz, um dos senhores da região. Terá sido na casa de Gonçalo Eriz e de sua mulher, Ónega Romarigues, que, de passagem, a Rainha D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques se hospedou e deu à luz um filho. Por essa razão se diz que D. Teresa, intitulando-se pela primeira vez Rainha de Portugal, deu a "Osseloa" (a evolução do topónimo parece ter sido a seguinte: Osseloa - Osselóo - Osolóo -Assolhóo - Silhó - Assilhó) a carta do Couto a meados de 1117, e que assim constitui a certidão de nascimento e de baptismo de Albergaria-a-Velha. Gonçalo Eriz ficava então senhor de vastas terras, contudo, com a obrigação de manter uma albergaria que a Rainha entretanto instituíra "naquele lugar ao cimo da estrada", que na época era uma zona onde se sucediam assaltos e mortes a peregrinos e viajantes. A carta de couto de Osseola foi confirmada por D. Afonso Henriques a um neto de Gonçalo Eriz, de nome Mendo Fernandes; e mais tarde, em 1258, a carta foi mandada passar para pública forma por D. Egas, então bispo de Coimbra. Finalmente, é de referir sobre esta carta a particularidade de ter sido o primeiro documento em que aparece a designação de reino atribuída a Portugal. A albergaria referida respondia à necessidade urgente de proteger os que por ali transitavam, provindo ajuda aos viajantes pobres e oferecendo-lhes privilégios especiais, como a alimentação e assistência, tanto na doença como na morte. Após a emanação da referida carta do couto, foi permitido que se fixasse na frontaria da albergaria, uma lápide, que hoje se encontra nas escadarias da Câmara Municipal, com os dizeres: "albergaria de pobres e passageiros da Rainha D. Teresa com 4 camas e 2 enxergões e esteiras, lume, água, sal, fogo e cavalgaduras e esmola e ovos ou frangos aos doentes". Instituída a albergaria, estavam também criadas as condições para a população se fixar na região. O concelho não teve foral, pois, sendo terra doada, não exercia a coroa, direitos sobre ela. No início do século XIX, (1809) o concelho de Albergaria-a-Velha foi agitado pelas tropas francesas do General Soult que ocuparam então Alquerubim, S. João de Loure, Angeja, Albergaria-a-Velha e Mouquim na freguesia de Valmaior, neste concelho, onde entraram em 30 de Março de 1809, Quinta-Feira Santa. Em face disto, logo as populações se empenharam numa guerrilha contra os invasores, ao longo da linha do Vouga. De tal modo que o general Francechi ordenou medidas violentas, praticando atrocidades e latrocínios contra a resistência, na qual tomavam também parte corajosas mulheres. Daqui resultou a destruição e saque de alguns bens religiosos e civis do concelho, tendo ocorrido o maior combate, a 9 de Maio de 1809, nos pinhais, entre Albergaria-a-Velha e Albergaria-a-Nova, (povoação que tomou este nome por oposição à anterior), em que o exército anglo-luso derrotou as forças francesas e, abrindo rápido caminho até ao Douro, impôs a retirada do Marechal Soult e o fim da 2ª invasão. Contra a proclamação de D. Miguel como rei absoluto, eclodiu a Revolução Liberal de 1828, que veio a ter a adesão activa de destacados e ilustres albergarienses. Alguns foram, por isso, presos e outros se exilaram. João Henrique Ferreira, filho de uma das famílias locais, foi enforcado no Porto e a sua cabeça trazida para Albergaria-a-Velha e cravada num poste durante três dias, em frente a casa dos seus pais, na rua depois chamada dos Mártires da Liberdade. Nas imediações de Abergaria-a-Velha travaram-se violentos recontros e a vitória do liberalismo veio a ter influência decisiva na criação do concelho. Em 1834, Albergaria-a-Velha fazia parte, como freguesia, do termo de Aveiro, e destacava-se a freguesia de Alquerubim como cabeça de concelho que era Paus e que tinha o forte apoio da corrente partidária dos cabralistas. Pela portaria de 31 de Dezembro de 1836 e com a reforma administrativa de 18 de Março de 1842, Albergaria-a-Velha afirma-se com a convicção de concelho já com as freguesias de Alquerubim, de Albergaria-a-Velha, S. João de Loure e Valmaior. Extinto o concelho de Paus apadrinhado até então, como já referido, pelo partido Cabralista, o novo concelho impõe-se com o apoio da facção contrária, cuja actividade do movimento era bem nítida. Com a extinção dos concelhos de Angeja a 31 de Dezembro de 1853 e do de Bemposta em 24 de Outubro de 1855, ao concelho de Albergaria - a - Velha foram anexadas do primeiro as freguesias de Angeja e Frossos e do segundo, Branca e Ribeira de Fráguas.

Bandeira de Albergaria-a-Velha

Cultura e Turismo : 

              Como fontes de projeção de cultura, o concelho tem Museus e Teatros para apresentar aos interessados que os visitem. No que refere ao aspecto turístico, são grandes atractivos os rios Vouga, Caima e Filveda que correm nas terras de Albergaria-a-Velha, constituindo fonte de vida e de grande beleza natural proporcionando passeios inesquecíveis nas suas freguesias ribeirinhas, como Angeja, Frossos, S. João de Loure e Alquerubim. Os mesmo rios oferecem óptimos locais para desfrutar dos prazeres da pesca. Entre os melhores miradouros do concelho, estão o do Monte da Senhora do Socorro, o do Monte de S. Julião e o da Vila Nova de Fusos.


Gastronomia : 

            Albergaria-a-Velha apresenta alguns pratos característicos, como por exemplo, a caldeirada de peixe do rio, a lampreia e caldeirada de enguias, o leitão assado, os rojões, as febras de porco ou a vitela assada. Em Angeja o prato típico é enguia frita ou de caldeirada. Quanto à doçaria mais característica do concelho, salientam-se os apetitosos turcos, o arroz doce feito em leite e polvilhado de canela, as roscas, as raivas e gemas e os bilharacos tradicionais do Natal.