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terça-feira, 19 de março de 2013

Viagem e visita ao concelho de Ourém

Brasão de Ourém

Localização

           Situado na parte Noroeste do distrito de Santarém, o concelho de Ourém abrange uma área de 416.5 km2, distribuída por 18 freguesias, é limitado a Poente pelos concelhos de Batalha e Leiria, a Norte por Pombal; a Nascente, com os concelhos de Alvaiázere, Ferreira do Zêzere e Tomar; e a Sul, com os concelhos de Torres Novas e Alcanena, nomeadamente com o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros. Integrado na zona de transição entre o Ribatejo e o distrito de Leiria, Ourém pertence, em termos turísticos, à região da Rota do Sol, com sede em Leiria.


História

            O topónimo principal deste concelho tem dado origem a várias interpretações, estando inclusive envolta numa lenda. Segundo a tradição, vivia na região uma moura chamada Fátima que se apaixonou por Gonçalo Hermingues, o "Traga-Mouros", inimigo de seu pai, e com quem viria a casar. Converteu-se ela ao cristianismo e recebeu no batismo o nome de Ouroana e que terá dado origem a "Ourém". No entanto a fonética vem desmentir esta hipótese: "Ouroana" é a forma do nome pessoal feminino muito usado até ao século XII e XIII e que os documentos latinos e portugueses nos dão na forma "Aurodomna" (Auroomna > Ouroomna > Ouroona > Ouroana). A queda do "n" ou uma apócope a ponto de resultar "ém" é inadmissível, além de o topónimo já estar documentado - Ourém (Aurém) - na segunda metade do século XII. Desta forma, surgem duas interpretações possíveis para a origem do topónimo: a primeira dá-lhe origem germânica, enquanto que a segunda remete o topónimo para o árabe, Uhram, a cidade de Oran, na atual Argélia, indicação de um possível povoamento primitivo árabe. A referência escrita mais antiga que se conhece relativa a Ourém remonta a 1159, tratando-se de um diploma de doação aos templários do castelo de Ceras e seu termo e onde surge, nas confrontações deste, um local chamado "portum Ourens". Em 1178, é fundado o Castelo de Ourém e, dois anos depois, D. Teresa, filha de D. Afonso Henriques, concede o primeiro foral a Ourém, tornando-o um dos primeiros concelhos de Portugal. D. Afonso II confirmou esse foral em Coimbra, em Novembro de 1217. Em 1299 o povoamento desta vila, que entretanto revertera à coroa, continuava bastante fraco, pelo que nesse ano, D. Dinis doa a vila a Martim Lourenço da Cerveira para que este promovesse o povoamento. No século XIII, Ourém possuía quatro igrejas (Santa Maria, S. Pedro, Santiago e S. João), tendo sido elevado à categoria de Condado por volta de 1350. No século XIV o povoamento de Ourém equiparava-se ao de Torres Novas ou de Pombal, no que diz respeito a número de moradores. O período áureo de Ourém surgiu no século XV, graças ao empenho de D. Afonso (4º Conde de Ourém), neto de D. João I e de Nuno Álvares Pereira, sendo dessa época a maioria dos monumentos ainda hoje existentes. D. Manuel deu-lhe foral novo em Lisboa a 6 de maio de 1515 e D. Pedro II concedeu novo foral em 6 de Julho de 1695. Em 1831 a vizinha Aldeia da Cruz foi elevada a freguesia e para lá se transferiu a sede do concelho em 23 de Setembro de 1841, com o nome de Vila Nova de Ourém. Mais tarde, a 20 de Junho de 1991, Ourém é elevada a cidade, perdendo o primeiro elemento do topónimo "Vila Nova".

Bandeira de Ourém

Heráldica

Brasão: de prata, uma águia estendida de vermelho, bicada e sancada de negro, coleirada com coronel de ouro, sustendo nas garras o escudo de Portugal antigo; coroa mural de prata de cinco torres e listel branco com os dizeres: «Cidade de Ourém».

Bandeira: gironada de oito peças, de branco e vermelho, cordão e borlas de prata e vermelho. Haste lança de ouro.

Selo: circular, tendo ao centro as peças do brasão, sem indicação dos esmaltes, tudo envolvido por dois círculos concêntricos entre os quais corre a legenda: «Câmara Municipal de Ourém».


Cultura e Turismo

            O concelho de Ourém está integrado na Região Turismo de Leiria - Rota do Sol, possuindo grandes potencialidades turísticas quer devido ao seu património cultural e edificado quer em virtude da sua beleza paisagística. No que diz respeito ao património edificado, merecem um visita: o Castelo de Ourém, cuja origem remonta ao século XII, é formado por três torres num perímetro triangular, tendo no centro do seu terreiro uma curiosa e enorme cisterna ogival; o Paço dos Condes de Ourém que foi a morada oficial do Conde de Ourém, D. Afonso; a antiga vila de Ourém (Nossa Senhora das Misericórdias); e a Sé Colegiada, reconstruída em estilo barroco após o terramoto de 1755 que destruiu a primitiva igreja da colegiada, fundada em 1445. O concelho de Ourém dispõe, como já foi dito, de um considerável património Natural e Paisagístico, merecendo um especial realce: o Agroal, na freguesia de Formigais, onde se encontra a nascente do rio Nabão; as ribeiras de Olival e de Seiça, onde se pode encontrar a lampreia de riacho, espécie única e rara na Península Ibérica; e o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros. A visitar também as Pegadas de Dinossauros. A jazida paleontológica de pegadas de dinossauros da Pedreira do Galinha, localiza-se na vertente oriental da Serra d`Aire e contém não só o mais antigo e o mais longo registo mundial de saurópodes, como também, os testemunhos de alguns dos maiores animais terrestres jamais existentes. Ao nível de infra estruturas culturais destaque para: o cine-teatro Municipal de Ourém, inaugurado em 1988 e com capacidade para 488 pessoas; e para a Biblioteca Pública de Ourém que iniciou o seu funcionamento em 1958 e que atualmente possui um acervo bibliotecário significativo. Também nas freguesias existem várias bibliotecas locais que funcionam em ligação com a Biblioteca Municipal, nomeadamente: a Biblioteca Pública da Atouguia, a Biblioteca Pública de Espite, a Biblioteca Pública de Freixianda, a Biblioteca Pública de Matas, a Biblioteca Pública de Olival e a Biblioteca Pública de Vilar dos Prazeres.

                                                                                                  Castelo de Ourém
Praia Fluvial do Agroal 


Gastronomia

         Os mais tradicionais pratos da gastronomia no concelho de Ourém são o carneiro à Vale Travesso, o coelho à bruxa, o ensopado de borrego de Vilar de Prazeres e os bolos de Arco de Ourém.

                                                                                                                             Bolos de Arco 
Coelho á bruxa