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terça-feira, 23 de abril de 2013

Viagem e visita ao concelho da Lourinhã

Brasão de Lourinhã

Localização

            Concelho do distrito de Lisboa, Lourinhã está integrado na Região de Turismo do Oeste, fazendo fronteira com os concelhos de Torres Vedras, a Sul; Cadaval, a Sudeste; Bombarral, a Este; e Peniche, a Norte, com uma área de 146.1 km2, o concelho abrange um total de 11 freguesias, três das quais com sede em vila (Lourinhã, Moita dos Ferreiros e Ribamar). Pelo concelho passa a ribeira de Alcabrichel, junto à qual se situam as Termas de Vimieiro.



História

          O povoamento do concelho de Lourinhã é bastante remoto, como pode ser confirmado pela toponímia concelhia. Um exemplo bastante significativo parte do topónimo principal do concelho, derivado do baixo latim [Villa] Laurinana, que significa "a quinta de Laurino". O território que compõe o atual concelho terá sido também ocupado pelos árabes e reconquistado por algum dos cavaleiros estrangeiros que ajudaram D. Afonso Henriques na conquista de Lisboa. No tempo desse monarca um Jourdain ou Jordão, que se supõe ter sido cruzado, lhe deu foral, um documento curioso sobre a justiça da época. Para o assassinato, determinava que o matador fosse enterrado vivo e o morto lançado sobre ele (não era prevista a legítima defesa, nem qualquer atenuante). O roussador era preso e justiçado, mas se fugisse pagava 300 soldos e tinha que haver-se com os pais ou parentes da mulher roussada. Este foral foi depois confirmado em Santarém, em Março de 1218 e em Lisboa, a 16 de outubro de 1251. D. Manuel concedeu-lhe Foral Novo, datado de Lisboa de 1 de Junho de 1512.
No reinado de D. Afonso II, o senhorio era representado por um neto de D. Jordão, chamado Vicente Rodrigues que pelejou nas batalhas de Navas de Tolosa e de Alcácer do Sal. O senhorio passou depois aos de Taveiras, pelo casamento de D. Urraca, filha única de Vicente Rodrigues, com Rui Gonçalves Taveira. Quebrada a linha de sucessão direta  D. Afonso III incorporou na coroa o senhorio da Lourinhã, doando-o, pouco depois, em 1278, a seu filho infante D. Afonso. Morto D. Afonso III, os descendentes dos Taveiras lutaram para reaver o senhorio da terra, aproveitando as lutas de D. Dinis e o irmão. Por determinação régia, procederam-se às inquirições necessárias para ver quem deveria ter o senhorio que ficou a uma D. Urraca, dama idosa, bem casada, que vivia em Lisboa e entrou na posse do senhorio a 3 de Março de 1288. Em 1372, um neto de D. Urraca, Martim Gonçalves, deixou a vila a sua mulher, Maria Coelho, irmã de um dos assassinos de Inês de Castro. D. Fernando declarou a sucessão ilegal e incorporou a vila nos bens da coroa, para a doar, em 3 de Junho de 1373 a Gonçalo Vasques de Azevedo que veio a ser reconhecido como um dos principais descendentes de D. Jordão. Como Gonçalo de Azevedo viesse a seguir o partido de D. Leonor Teles, o Mestre de Avis, retirou-lhe todos os títulos e senhorios, dando o da Lourinhã ao arcebispo D. Lourenço. No tempo deste donatário a igreja matriz foi reconstruída, sobre as ruínas de uma antiga fortaleza, onde existia também uma ermida. Depois da morte de D. Lourenço, o senhorio passou ao Dr. João das Regras, transitando para a família dos Castros, condes de Monsanto, pelo casamento de D. Joana da Cunha (filha daquele jurisconsulto), com D. Afonso, um dos bastardos do infante D. João, filho de D. Pedro I e de D. Inês de Castro.
A 10 de Dezembro de 1867 o concelho da Lourinhã foi extinto e as suas freguesias foram então distribuídas pelos concelhos de Peniche e Torres Vedras. No ano seguinte, a população revoltou-se contra essa decisão e dessa revolta resultou o "assalto" à Câmara Municipal e a destruição do seu arquivo, bem como de todos os documentos relativos à história concelhia, entre os quais os seus forais. Não obstante da perda patrimonial, o ato teve resultados políticos favoráveis, uma vez que o concelho acabou por ser restaurado poucos anos depois.

Bandeira de Lourinhã

Heráldica

Brasão: de vermelho, com um loureiro de verde frutado de ouro num terrado de negro realçado de verde. O tronco acompanhado por duas flores-de-lis de ouro. Em chefe um crescente de prata e um sol de ouro. Coroa mural de prata com quatro torres. Listel de branco com os dizeres, a negro: "Vila da Lourinhã".

Bandeira: esquartelada de amarelo e de verde. Cordões e borlas de ouro e verde. Haste e lança douradas.

Selo: circular, tendo ao centro as peças das armas, sem indicação dos esmaltes. Em volta, dentro de círculos concêntricos, os dizeres: «Câmara Municipal da Lourinhã».


Cultura e Turismo :

            Os seus 12 quilómetros de costa, onde se combinam belas praias, penhascos recortados e tranquilas baías, são de uma riqueza paisagística única. Estas condições naturais convidam à prática de diversos desportos náuticos, pesca desportiva, caça submarina, fotografia subaquática, surf ou, entre outros, o jet ski. Das praias deste concelho, destaque para a Praia do Valmitão, o Porto Dinheiro, o Porto das Barcas, a Praia do Zimbral, a Praia do Areal, a Praia da Areia Branca, a Praia de Vale de Frades, a Praia do Caniçal e a Praia do Paimogo. Ainda no que diz respeito a locais de lazer, destaque para o Parque da Fonte Lima e para as Termas de Vimeiro. O Parque da Fonte Lima foi inaugurado a 26 de Setembro de 1999, tendo sido construído em torno de uma fonte natural e constitui um agradável espaço de lazer, equipado com parque de merendas, parque infantil e WC. As Termas de Vimeiro estão situadas a poucos quilómetros de Lourinhã, sendo as duas nascentes que a constituem (Rainha Santa e Frades) estão especialmente indicadas no tratamento de perturbações dispépticas, disfunções hepatovesiculares, afecções crónicas dos rins e bexiga, e certas dermatoses.
Do vasto património arquitetónico existente no concelho destaca-se o Forte de Paimogo, do século XVII; o Monumento da Batalha do Vimeiro, inaugurado em 21 de Agosto de 1908; a Igreja de Santa Maria do Castelo; a Igreja Matriz (século XIV); a Igreja da Misericórdia (século XVII) com uma porta manuelina; o Convento e a Igreja de Santo António; e a Igreja de Nossa Senhora da Anunciação. Destaque também para os vários moinhos de vento existentes por todo o concelho e que apesar de não terem a mesma importância que tiveram outrora, são um importante testemunho das antigas tradições do povo da Lourinhã. A esse nível, realce para o conjunto de cinco moinhos, situados na freguesia de Moita dos Ferreiros.
No que diz respeito a unidades museológicas, são de referir o Museu Rural do Reguengo Grande e o Museu da Lourinhã. O primeiro, inaugurado em 1989, apresenta uma coleção de objetos agrícolas e diversos artigos ligados à etnografia do concelho. O Museu da Lourinhã situa-se na vila de Lourinhã, tendo sido fundado em 1984. Para além das coleções aí existentes, abrangendo as áreas de Arqueologia, Arte Sacra, Etnografia e Paleontologia, este museu possui a maior coleção ibérica de fósseis de dinossauros do Jurássico Superior e uma das mais importantes a nível mundial. O Museu expõe uma série de dinossauros que são os únicos exemplares conhecidos destas espécies. Também é possível observar fósseis diferentes, invertebrados, peixes, crocodilos, pterossauros, tartarugas, mamíferos, entre outros.
                                                                                                  Praia do Valtimão 
Forte de Paigomo 


Gastronomia

          Da gastronomia típica do concelho da Lourinhã, destacam-se os pratos de peixe e de marisco: as caldeiradas, os pratos de bacalhau, o peixe seco com batata cozida e a famosa lagosta suada. Destaque também para os ensopados de borrego, o cabrito e o sarrabulho. Na doçaria, especial referência para os amendoados, as areias brancas, as delícias do convento, o Paimogo e o pão de ló de Miragaia.

                                                                                                                     Caldeirada de Peixe
Pão de ló de Miragaia 

Delícias do Convento