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domingo, 30 de dezembro de 2012

Feliz ano de 2013


Desejamos 2 semestres de sorte, 4 trimestres de sucesso,
12 meses de saúde, 365 dias de prosperidade
8760 horas de alegria, resumindo um feliz ano novo.
São os votos da equipa do blog Descobrir Portugal 
para todos os seguidores.


Viagem e visita ao concelho de Arouca

Brasão de Arouca

Localização : 

         Situado na extremidade nordeste no distrito de Aveiro, o concelho de Arouca, tem por limites os seguintes concelhos: a Norte, Gondomar, Castelo de Paiva e Cinfães, a Oeste, Santa Maria da Feira e Oliveira de Azeméis, a Sul, Vale de Cambra e S. Pedro do Sul e a Este, S. Pedro do Sul e Castro Daire. O concelho é composto por vinte freguesias, tendo a de Arouca sede na Vila homónima. Arouca é terra de paisagens magníficas, que durante anos esteve insensível à marcha do tempo, razão porque a chamaram por muitas décadas, "A Bela Adormecida". Assenta num bloco montanhoso e morfologicamente muito diverso das terras baixas do Litoral, podendo ser salientadas diferenças climatéricas, nomeadamente as que dizem respeito à precipitação, cujos índices apresentam valores elevados quando comparados com outros pontos da região, facto, que se revela determinante para o êxito e prosperidade de certas atividades como a agricultura. Arouca estende-se por um fértil vale, capaz de satisfazer parte considerável das necessidades daqueles que o habitam. O esguio vale de Arouca é quase completamente cercado por serrania alterosa, que lhe deixa apenas as bandas de Oeste, a fornecer-lhe a comunicação fácil com as povoações circunjacentes. Tem ao Norte, a Serra do Gamarão, por Leste o monte cónico da Mó, e a Serra da Freita, ao Sul. O Monte da Senhora da Mó, situado a 8 Km da vila de Arouca, possui no seu cimo, a 712 m de altitude, uma capela e um miradouro de onde se pode visualizar uma excelente panorâmica sobre o vale e sobre as montanhas que o rodeiam. A superfície das suas encostas é revestida por micaxistos e quartzitos (rochas que testemunham intensos fenómenos de metamorfismo) e encontram-se cobertas por plantações de pinheiro bravo e eucalipto. Da vegetação natural primitiva existem ainda, ou de novo, medronheiros e muitos exemplares de carvalhos. A Serra da Freita, cujo ponto mais elevado se situa na Malhada a 1102 m de altitude, é um local privilegiado do Maciço da Gralheira. As suas íngremes vertentes, são cortadas por inúmeras ribeiras que se precipitam em maravilhosas cascatas (algumas só visíveis na época das chuvas). Aliado à riqueza geológica, existe um extraordinário património biológico; nos cumes e nas encostas agrestes, por entre os castanheiros, carvalhos e bétulas aparece por vezes o azevinho. Sob o ponto de vista faunístico, pouco está estudado; num passado longínquo terão desaparecido os seus maiores vertebrados, como a cabra brava, o urso e mais recentemente o corço. Merece ainda referência a ocorrência na região, da raposa, do ginete, da lontra, do gato bravo e do javali, mamíferos pouco frequentes em Portugal. É de particular interesse a presença do guarda rios, do melro de água e de aves de rapina diversas. O concelho de Arouca tem como principais cursos de água os rios: Arda, Paiva, Paivó, Caima, Urtigosa, Ardena, Inha, Insua e as ribeiras de Moldes, de Rio de Frades e da Aguieira.





História :

          A História deste atual concelho remonta a tempos pré-Nacionais, tendo atingido identidade própria, muitos séculos antes de ser concelho, e a comprová-lo estão os monumentos funerários que se estendem por diversas áreas do concelho. Uns foram espoliados por caçadores de tesouros, sem o mínimo de respeito pela História nem pelas regras científicas no trato dos achados arqueológicos; outros foram destruídos pela ignorância; outros ainda, dos muitos que restam, têm merecido estudo científico. Predominam nas terras altas e nos planaltos, nomeadamente o vasto conjunto megalítico de Escariz, que se estende pela freguesia que lhe dá o nome, bem como por terras de Mansores, Chave, e bem no meio da serra da Freita, no sítio denominado de Portela de Anta. Esta serra que faz parte do maciço da Gralheira, correndo de Nordeste para Sueste, é limitada a Norte pelo vale do rio Arda (afluente do Douro) e a Sul pela ribeira de Teixeira, afluente do Vouga. Contudo, o nivelamento de terrenos em tempo de arroteias, terá levado à eliminação de muitos outros vestígios pré-histórios. Da época da presença e domínio dos romanos na Península Ibérica, sabe-se muito pouco; porém, pelos vestígios arqueológicos encontrados se deduz que Arouca terá sofrido uma romanização tardia, talvez por estar localizada já fora das zonas mais próximas do litoral e das vias de circulação Norte/Sul. Pela toponímia local é atestada a permanência de populações de origem germânica (resultante das chamadas invasões bárbaras). Nomes como Sá, Saril, Alvarenga, Burgo, Escariz, Friães, Melareses, são exemplificativos. Indelevelmente associado ao nome de Arouca, está o milenar Mosteiro, edificado na sede de concelho. A fundação do Mosteiro de S. Pedro de Arouca é atribuída a um casal de fidalgos visigodos, Luderigo e sua mulher. Não existe consenso quanto à data provável da sua construção, nem sobre a regra que o regia; contudo, sabe-se a partir dos finais do século XI, foi para as mãos de um nobre de alta linhagem, D. Ansur de Godestais, a quem se atribuem ações importantes no sentido de desenvolver aquele cenóbio. Foi sob o governo de dois religiosos pertencentes à sua família que, nos finais do mesmo século (XI), por volta de 1085-1095, o Mosteiro adotou a regra de S. Bento, que só viria a ser substituída quase dois séculos depois. Data concretamente de 1091, a mais antiga referência ao Mosteiro de Arouca. A partir da fundação da Nacionalidade, o Mosteiro foi-se desenvolvendo cada vez mais, e com ele as povoações em seu redor. Deste modo, trabalhava para o Mosteiro a quase totalidade dos habitantes dessas povoações, recebendo em troca sustento e assistência dispensada pelos religiosos. Entretanto, as terras de Arouca foram servindo de palco a várias lutas travadas pela posse de território, ao longo da Idade Média. As incursões muçulmanas levaram a que os núcleos habitacionais de Arouca ficassem quase desertos de população cristã, que se refugiou em locais pouco acessíveis ou noutras paragens mais a Norte, donde só terão regressado quando, mais tarde, com os avanços da Reconquista Cristã para Sul, a instabilidade se afastou. Em 1102, ficou célebre a batalha travada entre o rei mouro de Lamego, Echa Martim, e o Conde D. Henrique, que resultou na derrota incondicional dos muçulmanos e na conversão de Echa Martim ao Cristianismo. Arouca recebeu o seu primeiro foral, em Abril de 1151, das mãos de D. Afonso Henriques, que viria a ser confirmado por D. Afonso II, em 1217. Nesta época, o Mosteiro era já exclusivamente feminino, pois provavelmente até 1154, ano em que terminou o abadessado de D. Toda Viegas, terá sido dúplice (de frades e freiras). O cenóbio conheceu um período áureo durante o padroado da Princesa D. Mafalda, uma das filhas de D. Sancho I e de D. Dulce, que escolheu o Mosteiro de Arouca para ingressar na vida religiosa quando regressou de Castela, após a morte do seu marido, o Rei Henrique I de Castela. Esta princesa reformou a vida e hábitos da comunidade, ao adotar a regra da Ordem de Císter, aumentando a riqueza do mosteiro por doação dos seus bens herdados, entre eles os direitos reais e a jurisdição da vila de Arouca. Sob o padroado desta princesa, o Mosteiro converteu-se definitivamente em verdadeiro pólo de Arouca, irradiando daí todo o progresso das populações circundantes. A figura de D. Mafalda e a sua vida ficaram de tal forma marcadas nas gentes de Arouca, que após o seu falecimento, estas lhe atribuíram a santidade, sendo beatificada nos finais do século XVIII. O Mosteiro continuou a crescer em importância económica, sobretudo durante o séculos XV e princípios do XVI, quando as reformas Manuelinas levaram à criação do concelho de Arouca por Foral de 1513. Este novo período florescente que o Mosteiro conheceu, corresponde principalmente aos abadessados de D. Melícia de Melo (durante o reinado de D. Dinis) e de D. Leonor Coutinho (filha dos Condes de Marialva). No decorrer do século XIX, as ordens religiosas sofreram um rude golpe com o advento do liberalismo (1834), que via no clero um dos grandes adversários. Com os bens confiscados e os privilégios extintos, os mosteiros viram-se rapidamente despojados da sua importância e influência, face ao poder laico. O Mosteiro de Arouca não constituiu excepção à regra e não tardou a perder o secular estatuto de centro polarizador do desenvolvimento material e espiritual da região. A Nascente e Poente do concelho de Arouca existiram dois outros concelhos, cujos territórios, devido à reforma administrativa de 1836, foram em parte, integrados no de Arouca (o de Alvarenga e o de Fermedo, ambos com foral de 1514). Por Lei de 1917, Covelo de Paivó, do vizinho concelho de S. Pedro do Sul, passou para o de Arouca, completando-se assim o alargamento do território concelhio.

Bandeira de Arouca

Cultura e Turismo :

           No que diz respeito aos valores culturais, encontram-se neste concelho algumas manifestações de carácter popular: as feiras e romarias, os trajes típicos e usos e costumes, dos quais alguns vão ficando no esquecimento, embora outros permaneçam na memória, sendo ainda hoje praticados, como a "Reza", no período da "Quaresma", e a "Queima dos Judas" no "Sábado Aleluia", véspera de Páscoa. Noutras épocas, era comum os locais juntarem-se em grupos que reuniam quase toda a população de cada lugar e, de sol a sol, das sementeiras até às colheitas, uniam-se no trabalho duro do amanho da terra, na eira ou nas desfolhadas, cantando através dos séculos e transmitindo as cantigas de geração em geração. Esta "tradição", levou a que ainda no decorrer da Segunda Guerra Mundial, o organismo corporativo, Grémio da Lavoura, criasse a "Feira das Colheitas", que ainda hoje é um dos maiores atrativos de gentes ao concelho, tendo-se tornado mais uma festa do que propriamente uma feira. Os ranchos folclóricos que então surgiram, para além de atuações em várias festas e romarias, tinham como ponto culminante esta feira. Atualmente  e embora se verifiquem reaparecimentos pontuais desses ranchos folclóricos, em função ainda da Feira das Colheitas, são poucos os agrupamentos que estão voltados para a recolha e aperfeiçoamento dos cantares de outrora, bem como a preservação de instrumentos e trajes que entretanto caíram em desuso. Generosamente dotada de uma grande beleza natural, Arouca recebe anualmente a visita de quem aprecia paisagens de inesquecíveis panorâmicas, para as quais contribuem as águas dos rios Caima e Paiva, com as suas margens alcantiladas. De entre os vários pontos de interesse destacam-se a Serra da Freita, os montes de S. João de Valinhas ou da Pena Forcada, a Serra de S. Macário que proporciona igualmente um agradável percurso para excursões ou passeios turísticos, sobretudo através do Portal do Inferno. Destaca-se ainda a formosa Serra da Mó, rica em paisagens e aprazível, com a sua capela em honra da Senhora da Mó, e ainda as quedas da Aguieira e os Moinhos da Carreira. Finalmente e ocupando lugar de destaque, está a Frecha da Mizarela, no rio Caima, cujas águas se precipitam numa queda de cerca de 75 metros durante todo o ano. Nas suas encostas sustentam-se algumas aldeias em que a rusticidade das casas de xisto sobressai. Destacam-se ainda algumas aldeias, muito célebres pelas notáveis pedras parideiras, fenómeno único em Portugal e raro no resto do Mundo; e ainda alguns povoados antigos que guardam as ruínas das minas de volfrâmio, testemunhas de um passado não muito longínquo. Estas aldeias, de povoamento concentrado, mas distantes umas das outras, são o reflexo de uma sociedade onde o comunitarismo agro-pastoril prevaleceu.



Gastronomia : 

           Numa terra fértil, é natural que essa fertilidade faça parte da maneira de ser da sua gente e dos seus costumes, assim como da sua gastronomia. Deste modo, os valores gastronómicos mais típicos desta região são as barrigas de Freira, as bolas de S. Bernardo, o cabrito assado, as castanhas doces, as cavadas, os charutos de amêndoa, as fatias húmidas (pão de ló), o manjar de língua, os melindres, as morcelas de Santa Mafalda, o pão de ló, as roscas de amêndoa e a vitela assada.