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terça-feira, 11 de junho de 2013

Viagem e visita ao concelho de Mourão

Brasão de Mourão

Localização

       Mourão é uma vila portuguesa, no Distrito de Évora, região Alentejo e sub-região do Alentejo Central, é sede de um município com 278,54 km² de área e subdividido em 3 freguesias. O município é limitado a norte pelo município do Alandroal, a leste pela Espanha, a sueste por Barrancos, a sul por Moura e a oeste por Reguengos de Monsaraz.


História

      A região em que se insere a vila de Mourão encerra uma grande diversidade espácio-temporal relativamente à presença humana. Os conhecimentos existentes actualmente acerca das populações que viveram e circularam neste espaço revelam que a área, tanto a mais próxima (margens) como a mais afastada (vila e freguesias de Mourão) do rio Guadiana, conheceu uma ocupação contínua de grupos humanos desde a pré-história até aos nossos dias, sendo o rio e os seus afluentes factores motivadores e determinantes para a existência de vestígios de tal ocupação. O rio atraiu assim para as suas margens actividades essenciais ou complementares ao ciclo tradicional de subsistência económica.
Desde o período pré-histórico que esta zona apresenta diversos e abundantes registos de presença humana. Locais como a Barca, a Quinta da Fidalga e Agualta, o Mercador e o Porto das Carretas, entre outros, atestam tal presença, visível nas indústrias líticas, nos restos de cerâmica, nas manifestações de arte rupestre e nos monumentos megalíticos, como a Anta da antiga fábrica de celulose (Portucel).
 A presença mais marcante dos romanos no território de Mourão manifestou-se na envolvente da antiga aldeia da Luz. O Castelo da Lousa, construção fortificada do período romano (século I a. C.), foi o elemento patrimonial da herança romana mais visível no concelho, actualmente encontra-se submerso. 
Entre este período e o medieval é incerta a caracterização humana de Mourão. Com as suas origens históricas perdidas no tempo e envoltas na tradição, a primitiva vila de Mourão ter-se-ia localizado, eventualmente, na chamada Vila Velha. Esta foi objecto de escavações arqueológicas, antes de ficar submersa pelas águas do Guadiana, registando-se a existência de uma necrópole associada a uma igreja, bem como a identificação de uma zona habitacional de grandes dimensões. No período medieval há referências a Mourão, mas a sua titularidade apresenta-se como um elemento que se integra na indefinição de fronteiras entre os vários reinos resultantes da reconquista cristã, ora pertencendo aos reis de Castela e Leão ora sob o domínio do reino de Portugal.
 O prior da ordem do Hospital, D. Gonçalo Egas, concedeu a Mourão o seu primeiro foral em 1226 e D. Dinis, confirmou-o a 27 de Janeiro de 1296. Este rei reconheceu, no encontro de Salamanca (1298), D. Teresa Gil como senhora da localidade, passando Mourão para a coroa portuguesa após a sua morte. Após as exéquias de D. Teresa Gil, o rei português concedeu a um fidalgo espanhol, D. Raimundo de Cardona, o privilégio de poder comprar Mourão, facto que se consumou em 1313, contraindo para tal um empréstimo de avultada quantia a um judeu. Dada a impossibilidade de cumprir honradamente os compromissos assumidos, a praça de Mourão foi novamente sujeita a leilão, em 19 de Abril de 1317, no alpendre da Igreja de Nossa Senhora do Tojal, sendo desta vez adquirida por um mercador de Monsaraz, de seu nome Martim Silvestre, por 11 000 libras. No entanto, dadas as incompatibilidades sociais entre o mercador e o rei, este vai exigir a sua devolução pelo mesmo preço de aquisição, fazendo nova concessão a D. Raimundo e a seu filho Guilherme de Cardona.
 Relativamente à crise de 1383-85, a praça de Mourão aderiu à causa do Mestre de Avis, como é referido na crónica de Fernão Lopes, tendo sido alvo de devastadoras incursões castelhanas. No que diz respeito à alcaidaria de Mourão, esta foi atribuída pelo futuro rei D. João II a Diogo de Mendonça, estando nesta família até ao reinado de D. Afonso VI. Aquando da instauração da monarquia dualista (1580), Mourão, através do seu alcaide-mor Francisco de Mendonça, aderiu à causa espanhola. Após 60 anos, a vila passou, na pessoa de Pedro de Mendonça Furtado, para o lado dos conspiradores. O herdeiro da alcaidaria de Mourão, amigo íntimo do Duque de Bragança, sentiu a necessidade de dignificar a imagem da sua família, sendo dos primeiros conjurados a tomar parte nos acontecimentos que conduziram ao 1º de Dezembro, em 1640. Após a Restauração, no âmbito das guerras da independência, Mourão sofreu o impacto das frequentes escaramuças fronteiriças, sendo a sua praça assolada pelo exército inimigo em diversas ocasiões. É de realçar o cerco da mesma pelo exército do Duque de S. German, durante o qual, sob o comando do Capitão João Ferreira da Cunha, a praça conseguiu resistir apenas durante seis dias, revelando desse modo a fragilidade das muralhas do castelo. Dado que a reconquista de Mourão se tornou numa prioridade fronteiriça, a rainha regente, D. Luísa de Gusmão, empenhou-se profundamente na tomada da vila aos espanhóis, ocorrendo esta a 29 de Outubro de 1657. Nessa reconquista teve um papel determinante Joane Mendes de Vasconcelos.
No século XVIII, Mourão sofreu os efeitos do terramoto de 1755,  que, conjuntamente com os trabalhos de arranjo, ampliação e consolidação da estrutura defensiva do castelo, iniciados no século XVII, e o estado de destruição deixado pelos inimigos levaram ao redesenhar da traça urbanística da vila. No século XIX, a nova reforma administrativa levou à criação de novos limites concelhios, o que no caso de Mourão contribuiu para que este fosse extinto e anexado ao concelho de Reguengos de Monsaraz, pelo decreto de 24 de Outubro de 1853. Em 1861, o concelho de Mourão foi novamente restabelecido.
Mourão encontra-se actualmente rodeado pela água do Alqueva, perfilando-se este novo recurso natural como um dos motores do desenvolvimento económico sustentado desta localidade e do concelho.

Bandeira de Mourão

Heráldica

Brasão: de azul, com um castelo em ouro, lavrado, aberto e iluminado de negro; em chefe um escudete de prata com as quinas de Portugal, entre um sol de ouro e um crescente de prata. Listel branco com a palavra «Mourão», em letras negras. Coroa mural de quatro torres de prata.

Bandeira: de amarelo, com escudo das armas ao centro. Haste e lança douradas. Cordões e borlas de amarelo e azul.

Selo: circular, tendo ao centro as peças das armas, sem indicação dos esmaltes. Em volta, dentro de círculos concêntricos, os dizeres: «Câmara Municipal de Mourão».


Cultura e Turismo

          Mourão, tem tradição na utilização do buínho no fabrico de cadeiras.com pouca expressão económica, regista-se a cestaria e esteiras, isto na freguesia da Granja, a produção de rendas e bordados disseminada um pouco por todo o concelho, e a confecção de artigos de pele e curtumes. O concelho de Mourão tem como património cultural classificado o Castelo de Mourão (Imóvel de Interesse Público). O Castelo da Lousa, Villa fortificada romana, construído no sec. I aC classificado como Monumento Nacional, foi submerso pelas águas de Alqueva.

Castelo - Apesar de na sua lápide de fundação a construção do Castelo de Mourão ter ocorrido durante o reinado de D. Afonso IV, desconhece-se quem efectivamente o mandou fazer, já que documentos de datas anteriores referem o Castelo de Mourão, mas provavelmente terá sido a Ordem do Hospital.
A muralha apresenta 5 portas militares e 11 torres quadradas, das quais se destacam a Torre de Menagem e a Torre do Relógio encimada por um campanário.
No período da Guerra da Restauração, a estrutura defensiva do castelo foi ampliada e reforçada segundo o sistema Vauban, o que resultou na construção de uma nova cintura abaluartada, conferindo-lhe a forma de estrela irregular.




Gastronomia

        Os queijos, os enchidos e presuntos artesanais, as azeitonas, a doçaria e as variadas açordas recheadas de plantas aromáticas, bem acompanhadas pelo vinho da Cooperativa Agrícola de Granja, Crl e de Vale Formoso, tornam a gastronomia típica do Concelho verdadeiramente tentadora.

                                                                                                          Gaspacho 
GaspachoCalducho
Calducho 
                                                                                                        Encharcada
EncharcadaSopa da Panela
Sopa da Panela