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quarta-feira, 13 de março de 2013

Viagem e visita ao concelho de Figueiró dos Vinhos

Brasão de Figueiró dos Vinhos

Localização

              Ocupando uma área de 172 km2, o concelho de Figueiró dos Vinhos está integrado no distrito de Leiria, na sub-região do Pinhal Interior Norte, abrangendo administrativamente cinco freguesias. O concelho faz fronteira a Norte com os concelhos de Lousã e Miranda do Corvo, no distrito de Coimbra; a Oeste Ansião e Alvaiázere; a Sul com os concelhos de Ferreira do Zêzere e Sertã; e finalmente, a Oeste com Pedrógão Grande e Castanheira de Pêra. Figueiró dos Vinhos está inserido numa região de características montanhosas, com declives acentuados e altitudes entre os 400 e os 1000 metros e uma rede hidrográfica densa constituída essencialmente pelos ribeiros afluentes do rio Zêzere.






História

          O concelho recebeu foral do infante Dom Pedro Afonso, filho de Dom Afonso Henriques, em 1204. No seu auge era denominada pela "Sintra de norte", remontam à Idade do Bronze Final os primeiros vestígios de ocupação humana do território pertencente ao concelho de Figueiró dos Vinhos, documentado no referenciado Castro da Serra do Castelo, espaço que conheceu igualmente os efeitos da Romanização e da presença islâmica. É no século XII que encontramos as primeiras fontes escritas com referência ao território figueiroense, primeiro com o registo da Doação da Herdade do Pedrógão em 1135 e mais tarde com a concessão por D. Pedro Afonso, filho natural de D. Afonso Henriques, de Carta de Foral aos Concelhos de Arega (1201) e Figueiró (1204), sendo estes dos Concelhos mais antigos do país. Com o advento da Época Moderna Figueiró reforça a sua importância com a renovação da Carta de Foral em 16 de Abril de 1514 por D. Manuel I, atingindo uma apreciável prosperidade económica, evidenciada no incremento urbano da Vila, visível nos edifícios do Centro Histórico, donde se destaca a construção da Torre Comarcã erigida em 1506, testemunha simbólica da confirmação do poder concelhio, que coabitou com as formas prevalecentes do Poder Senhorial. O Século XVII assinala épocas de desenvolvimento local com a construção dos Conventos de Nossa Senhora da Consolação e de Nossa Senhora do Carmo, e com a exploração, mineração e transformação do ferro nos Engenhos da Machuca e na Fábrica da Foz de Alge. Com a afirmação do Liberalismo e o fim do Antigo Regime, verificam-se no espaço figueiroense alterações substanciais de ordem política e social. Foram várias as mutações registadas a nível administrativo variando a fixação da Sede de Comarca e a configuração do Concelho durante os Consulados de Mouzinho da Silveira, Passos Manuel, Costa Cabral e João Franco, havendo ainda a registar a ocorrência de tumultos populares contra os impostos em 1864. Com o início do século XX, o Concelho ganha uma notoriedade nacional até aí inesperada, beneficiando da ligação de algumas personalidades do Mundo das Belas Artes a Figueiró dos Vinhos, no advento do Naturalismo. Os pintores José Malhoa e Henrique Pinto e os escultores Simões de Almeida, Tio e Sobrinho, tornaram esta região o arquétipo daquela corrente artística, criando o espírito da «Escola Naturalista de Figueiró» onde sobressai a temática paisagística rural e sentimental.
A implantação do regime republicano em 1910 trouxe ao espaço político local a tensão política e social que caracterizaram o republicanismo retardando o desenvolvimento do concelho. Daí que entre 1928 e 1948 em pleno período de vigência do Estado Novo, Figueiró dos Vinhos, tenha conhecido um período de progresso assinalável com a definição de um plano de intervenção de melhoramentos materiais e da aposta no Turismo, processo interrompido nos anos 60 e 70 em que o concelho assiste a uma enorme «sangria» humana sem retorno. O processo de Democratização e Europeização do País abriu ao concelho de Figueiró dos Vinhos uma possibilidade de desenvolvimento sustentado, ainda hoje prosseguida, que aliou o desenvolvimento económico, à promoção de políticas sociais consistentes, aos níveis da Educação, Saúde e Ação Social, traduzida na realização profissional, desportiva e cultural da população, aumentando os níveis e indicadores de qualidade de vida e bem-estar.

Bandeira de Figueiró dos Vinhos

Heráldica


Brasão: de ouro, com um cacho de uvas de prata, assente no folhado de verde e sustido do mesmo, acantonado por quatro folhas de figueira, também de verde. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com os dizeres: «Vila de Figueiró dos Vinhos», a negro.

Bandeira: esquartelada de branco e de verde, cordões e borlas de prata e de verde. Lança e haste douradas.

Selo: circular, tendo ao centro as peças das armas, sem indicação dos esmaltes. Em volta, dentro de círculos concêntricos, os dizeres: «Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos».



Cultura e Turismo :

       O concelho de Figueiró dos Vinhos dispõe de vários atrativos turísticos, proporcionados pelas suas características naturais e riqueza patrimonial. Para os amantes de praias, o concelho dispõe de várias praias fluviais: a praia fluvial de Foz de Alge, onde se encontram sediadas as instalações do Clube Náutico de Figueiró dos Vinhos; a praia fluvial das Fragas de S. Simão; a praia fluvial Aldeia Ana de Aviz; a praia fluvial de Campelo e a praia fluvial de Alge. A vila possui vários monumentos dignos de interesse, sendo de se destacar a Igreja Matriz, classificada como Monumento Nacional, tratando-se de um vasto e grandioso templo mandado construir pelos religiosos do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. O concelho dispõe também de varias infra-estruturas desportivas e culturais, como o Pavilhão Gimnodesportivo de Figueiró dos Vinhos, a Piscina Municipal; o Centro Cultural de Figueiró dos Vinhos e a Biblioteca Municipal Simões de Almeida Tio.















Gastronomia : 

         As águas límpidas da Ribeira de Alge e do Rio Zêzere, que correm em todo o concelho proporcionam a existência de algumas espécies de peixe como o Achigã, Boga, Carpa, Barbo e as trutas, que permitem variadas confecções gastronómicas, para além de cada restaurante apresentar nas suas ementas pratos tradicionais de borrego e cabrito. Figueiró dos Vinhos orgulha-se de ter grande tradição na doçaria conventual. Os doces ricos em ovos e amêndoa, como as castanhas doces, pingos de tocha e queijinhos do céu, nunca esquecidos, biscoitos de manteiga, broinhas de casamento complementam a fama do Pão-de-Ló de características muito próprias, doçaria que conserva ainda hoje as receitas originais deixadas pelas freiras que permaneceram neste concelho até ao século XIX. A produção de mel serrano, enquadrado na Região Demarcada da Serra da Lousã (Denominação de Origem Protegida) e a doçaria conventual rematam a riqueza da gastronomia figueiroense que apresenta singularidades incontornáveis no contexto regional.