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sexta-feira, 19 de julho de 2013

Viagem e visita ao concelho de Albufeira

Brasão de Albufeira

Localização

           Albufeira é uma cidade portuguesa pertencente ao Distrito de Faro, região e sub-região do Algarve, é sede de um município com 140,66 km² de área e subdividido em 4 freguesias. O município é limitado a noroeste pelo município de Silves, a nordeste por Loulé, e a sul tem uma costa ampla para o Oceano Atlântico. 



História

            Desconhecem-se as origens de Albufeira, mas tudo leva a crer Foto de Albufeiraque a região já era povoada em tempos pré-históricos e que o local onde hoje se ergue a cidade teria sido, alguns séculos antes da nossa era, uma importante povoação com o seu porto marítimo. A primitiva povoação foi ocupada pelos Romanos que lhe deram o nome de Baltum. Introduziram uma organização administrativa centralizada e desenvolveram uma intensa actividade agrícola e comercial. Construíram aquedutos, estradas e pontes das quais ainda hoje existem vestígios.
O topónimo Albufeira provem da denominação árabe "Al-buhera" que significa "castelo do mar", razão que poderá estar ligada à proximidade do oceano e/ou da lagoa que se formava na zona baixa da localidade. Os árabes construíram sólidas fortificações defensivas, tornando-a quase inexpugnável, o que até certo ponto não era infundado, porque Albufeira foi uma das praças que os árabes conservaram por mais tempo em seu poder. O desenvolvimento da agricultura foi notável e verificou-se a introdução de novas técnicas e de novas culturas. Os Árabes usavam já a charrua e os adubos, assim como as noras para a elevação de águas nos poços. Introduziram novos sistemas de irrigação nos campos, salientando-se os açudes e levadas, transformando assim zonas incultas em hortas e pomares. Quando D.Afonso III ocupou o trono, já parte do Algarve tinha caído em poder dos cristãos. Templários e Hospitalários, ordens militares que auxiliaram na Reconquista, salteavam frequentemente as terras que ainda estavam sob domínio Árabe, mas detinham-se sempre diante das fortes muralhas de Albufeira. Somente depois da tomada de Faro é que a situação de Albufeira se tornou insustentável, cercada de inimigos por todos os lados, a praça caiu em poder de D.Afonso III, que imediatamente a doou à Ordem de Aviz.
Os mouros foram perseguidos de tal forma, que só escaparam ao furor dos vencedores os que fugiram e se refugiaram numa caverna, denominada Cova do Xorino, situada por baixo das rochas delimitantes da cidade pelo lado sul. No reinado de D. Manuel I já a vila reconquistara a sua antiga importância, pois este monarca concedeu-lhe foral em 20 de Agosto de 1504.
Albufeira foi das cidades algarvias a mais castigada por cataclismos naturais. Mas foi o terramoto e que causou os maiores estragos. O mar invadiu a vila com ondas que atingiram 10m de altura, destruindo quase todos os edifícios, tendo apenas ficado de pé 27 habitações e estas muito arruinadas. A Igreja Matriz, antiga mesquita árabe adaptada ao culto cristão, onde a população se refugiara, pedindo misericórdia, desabou causando 227 vítimas. Depois deste terramoto continuou todo o Algarve a sofrer abalos violentos até 20 de Agosto do ano seguinte o que não impediu que se iniciassem de imediato as obras de reconstrução por ordem do Bispo D. Francisco Gomes de Avelar.
Em 1833, durante a guerra civil entre absolutistas e liberais, Albufeira foi cercada e atacada pelos soldados do Remexido: um chefe popular absolutista que danificou profundamente a vila e executou grande número dos seus habitantes, a partir de meados do século XIX verificou-se um desenvolvimento da economia graças à actividade piscatória. Nas primeiras décadas do século XX registou-se um aumento acentuado da exportação de peixe e de frutos secos. A vila tinha, então, cinco fábricas que empregavam 700 a 800 pessoas, sobretudo mulheres de pescadores, de 1930 a 1960 registaram-se tempos de decadência, as armações de pesca arruinaram-se, as fábricas fecharam, as embarcações desapareceram e muitas casas foram abandonadas. A população ficou reduzida a metade e a pesca tornou-se novamente numa actividade de subsistência. No início da década de 60, assistiu-se ao nascimento do fenómeno turístico, Albufeira foi procurada por turistas nacionais, mas foi sobretudo com os ingleses que prosperou, na década de 80, verificou-se um enorme surto urbanístico, tendo a cidade crescido para nascente, local para onde se transferiu a maior parte dos serviços administrativos, incluindo a Câmara Municipal.

Bandeira de Albufeira




Heráldica

         As armas são de prata, com um castelo de vermelho aberto e iluminado de ouro. Em chefe, uma águia de negro, acompanhada por duas cabeças, uma coroada de ouro e outra de carnação negra com um turbante de prata. Em contrachefe, duas faixas ondadas de verde. Coroa mural de prata de cinco torres. Listel branco com os dizeres "Cidade de Albufeira". A prata indicada para o campo é o metal que heraldicamente significa humildade e riqueza. O castelo é de vermelho esmalte, que significa a vida, força, vitórias e guerra. O ouro aberto e iluminado do castelo é o metal, que significa nobreza, fidelidade e poder. O negro da águia é o esmalte, que representa firmeza e honestidade. O mar é representado heraldicamente por faixas ondadas de prata e de verde. Este esmalte significa esperança e fé.
A título de curiosidade, podemos referir que Albufeira já foi representada pela imagem de uma vaca em campo azul, símbolo da abundância de gado; porém nada se sabe acerca da sua proveniência, embora conste nas Ordenações Filipinas e no Dicionário Chorográfico de Portugal Continental e Insular.


Cultura e Turismo

                Se é adepto de momentos de lazer e diversão, tem ao seu dispor um leque muito variado de actividades, o Zoomarine, um espaço privilegiado, onde encontrará mamíferos marinhos, peixes e aves aquáticas é sem dúvida uma excelente proposta. A partir da Praia da Oura pode embarcar num cruzeiro e percorrer toda a costa litoral num ambiente agradável, o mergulho subaquático é uma outra actividade que tem ao seu dispor mas se estiver interessado em momentos de aventura e de descoberta, pode participar num dos muitos passeios de jeep, onde vislumbrará a beleza do Algarve interior.
Para quem é aficionado, poderá ainda assistir na Praça de Touros de Albufeira a uma corrida à portuguesa. Ao longo de todo o ano Albufeira oferece várias manifestações. Folclore, artesanato, música erudita, concertos com grupos da actualidade, teatro, diversas salas de cinema, literatura e um rol infindável de manifestações, além de exposições de artes plásticas, é o que Albufeira oferece a todos aqueles que a visitam ou nela residem, de destacar as comemorações do Dia do Municipio e o programa de Fim de Ano que tem vindo a marcar significativamente a oferta nacional para esta época festiva, a culminar um dia passado na praia ou em passeio pela região, nada mais agradável do que tomar a sua bebida predilecta ao ar livre, numa das muitas esplanadas que, nos mais variados locais convidam a apreciar o encanto único das noites de Albufeira. Para garantir um fim de dia tão descontraído como divertido, tem igualmente à sua escolha inúmeros bares, clubes e discotecas que, com ambientes movimentados e excelente música, vão, seguramente, proporcionar-lhe momentos memoráveis.
Quer procure uma original e característica peça de artesanato, ou uma boutique das mais sofisticadas, Albufeira tem um pouco de tudo para lhe oferecer, tanto em lojas modernas e bem equipadas como nos típicos mercados, por todo o lado, à semelhança do resto do Algarve, multiplicam-se os exemplos de todo o tipo de artesanato, tapetes de esparto, capachos em carepas de milho com decorações, produzidas na povoação de Almeijoafras, Monte Novo e Cerca Velha (Paderne). Dentro da cidade os melhores miradouros são os mirantes do Rossio e o Bem Parece. Existem muitas grutas e túneis a explorar, como por exemplo: a Cerro do Malpique, o Lajem do Cónego, a Cova do Xorino, entre outros locais, Albufeira tem cerca 30 km de costa. Na época balnear de 2011, 20 praias foram classificadas com bandeira azul , tendo sido o concelho português com mais distinções.





Gastronomia

             Centro Internacional, Albufeira prima por uma culinária rica e diversificada. A grande variedade de restaurantes oferece-lhe, desde pratos regionais às mais refinadas especialidades da cozinha Francesa, Italiana, ou Alemã, região ligada ao mar, os pratos de peixe e marisco constituem uma presença marcante na gastronomia. A sardinha, o linguado, o robalo, são sempre frescos e deliciosos. A lagosta e as gambas, um verdadeiro "Manjar dos Deuses". A caldeirada, mistura dos mais variados peixes com batatas, pimentos e salsa é um dos pratos mais apreciados e primorosamente confeccionado pelos pescadores.
As amêijoas na cataplana, o arroz de marisco, os choquinhos com tinta e a salada de polvo são especialidades a que não deve resistir, o atum, abundante na costa até princípios da década de 70, destacou-se há muito na gastronomia algarvia, sendo cozinhado de diversas formas, isto não esquecendo o Xerém (papas de milho) as favas e as ervilhas à algarvia, com um bom vinho algarvio a acompanhar.
No final da refeição, não deixe de experimentar todos os doces confeccionados à base de amêndoas, gila e figos, mas prove também os bolinhos de alfarroba e os famosos D.Rodrigos.

                                                                                                        Amêijoas na cataplana
Amêijoas na CataplanaArroz de Marisco
Arroz de marisco 
                                                                                                         Bolinhos de alfarroba
Bolinhos de AlfarrobaSalada de Polvo
Salada de polvo 

Morgadinhos
Morgadinhos