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quarta-feira, 10 de julho de 2013

Viagem e visita ao concelho de Vila Real de Santo António

Brasão de Vila Real de Santo António

Localização

         Vila Real de Santo António é uma cidade portuguesa no Distrito de Faro, região e sub-região do Algarve, é sede de um pequeno município com 57,53 km² de área e subdividido em 3 freguesias. É um dos poucos municípios de Portugal territorialmente descontínuos,1 dividindo-se numa porção ocidental, a freguesia de Vila Nova de Cacela, e uma porção oriental, onde se situa a cidade e Monte Gordo. A parte oriental é limitada a norte e oeste pelo município de Castro Marim, a leste pelo Rio Guadiana, que define a fronteira com Espanha, município de Aiamonte, e a sul tem litoral no oceano Atlântico; a parte ocidental é limitada a norte e leste por Castro Marim, a oeste por Tavira e a sul tem litoral no oceano Atlântico.


História

        Vila Real de Santo António foi fundada em 1774, por vontade expressa do Marquês de Pombal, perto da foz do Guadiana. A cidade constitui um testemunho histórico importante devido ao facto de ter sido construída de raíz em apenas dois anos, segundo o padrão iluminista do século XVIII, caracterizado pela planimetria, altimetria e volumetria. A vila começou a ser construída em 1774 com base num processo de pré-fabrico e estandardização, técnicas que a Casa do Risco das Obras Públicas empregava desde a reconstrução de Lisboa, ficando em Agosto do mesmo ano concluída toda a parte destinada à Sociedade das Pescarias, foi rápida a sua construção, pois assim o exigiam as contingências da política face a Espanha e a vontade férrea do Marquês de Pombal, ministro do rei D. José I (1714-1777). Iniciada a marcação do plano da cidade em 2 de Março de 1774, em 6 de Agosto estavam já concluídas as Casas da Câmara e da Alfândega, os quartéis e iniciava-se a Igreja.
O final do séc. XIX e as décadas seguintes foram de prosperidade para Vila Real de Santo António. A presença de sardinhas e de atum nas águas do litoral algarvio transformaram a vila num importante centro conserveiro, enquanto o seu porto era demandado pelos barcos que subiam o Guadiana para carregar o minério extraído nas minas de São Domingos. A comprovar o seu dinamismo e riqueza refira-se que foi a primeira localidade do Algarve a ter iluminação a gás (1886). A história do concelho não começa, porém, com a fundação de Vila Real de Santo António. Esta área do litoral foi habitada desde tempos recuados, como comprovam a anta e “tholos” em Nora, perto de Cacela. Os romanos, e mais tarde os árabes, fizeram de Cacela povoação importante. Tomado o seu castelo, em 1240, por D. Paio Peres Correia, mestre da Ordem de Sant'Iago, Cacela foi o ponto de partida para a reconquista de todo o Algarve.
No Século XVII, os tempos eram outros e os desafios também. A edificação da vila neste importante ponto fronteiriço visava controlar o comércio e desenvolver as pescas, estimulando assim o aparecimento de uma indústria conserveira que se iria manter quase até os nossos dias. O rigor arquitectónico do Marquês de Pombal está ainda hoje integralmente presente e integrado no eixo urbano. A Praça Marquês de Pombal em conjunto com as históricas ruas pombalinas tece a principal área comercial da cidade. Na Praça encontramos um obelisco central, quatro torreões delimitando os vértices e o edifício da Câmara Municipal e Igreja Matriz. Junto ao rio, o edifício da Alfândega, primeiro a ser concluído, a par com os antigos edifícios da Sociedades das Pescarias, divide a cidade em duas metades simétricas, sendo o conjunto rematado por dois torreões que serviam de vigia à vila, para além da sede do concelho, Vila Real de Santo António inclui ainda o aglomerado urbano de Hortas, estendendo-se ao longo do troço da Ex-Estrada Nacional 125 que liga Vila Real à vila de Monte Gordo e as freguesias de Monte Gordo, uma importante estância balnear, e Vila Nova de Cacela. Essse aglomerado está, em termos administrativos, "dividido" entre as freguesias de Vila Real de Santo António e Monte Gordo. Esta última inclui ainda o aglomerado urbano da Aldeia Nova, no troço da Estrada Nacional 125 que liga Monte Gordo à freguesia de Altura, no concelho de Castro Marim.
Uma curiosidade interessante na geografia do concelho de Vila Real de Santo António é justamente o facto da freguesia de Vila Nova de Cacela surgir "separada" das outras duas freguesias do concelho pela freguesia de Altura, que constitui a "saída para o litoral" do concelho de Castro Marim, cuja sede se situa já no barrocal algarvio, a cerca de três quilómetros de Vila Real de Santo António.

Bandeira de Vila Real de Santo António


Cultura e Turismo

            A cultura algarvia tem em Vila Real de Santo António um importante centro de divulgação. Nesta cidade nasceram e trabalharam vários artistas que deixaram a sua marca na literatura, nas artes plásticas, entre outras áreas culturais.
Um dos mais conhecidos é António Aleixo, poeta popular da primeira metade do século XX; famoso pela ironia e crítica social, é um dos mais aclamados poetas algarvios. Também Manuel Cabanas foi uma figura de destaque no panorama artístico vila realense; o Mestre Cabanas, como era conhecido, foi xilogravador e um opositor convicto do Estado Novo. É ainda a cidade natal de Lutegarda Guimarães de Caires, ativista e poetisa, promotora do Natal dos Hospitais e diversas causas sociais em Portugal. Para os turistas que visitem Vila Real de Santo António, existe um variado leque de zonas históricas e de lazer que poderão visitar nas diferentes freguesias do concelho.

Cacela Velha
           
          A cerca de 12 quilómetros da sede do concelho, foi a sua primitiva sede, antes da fundação de Vila Real de Santo António. A sua existência como centro urbano remonta ao tempo dos Romanos e Árabes, embora se lhe atribua origem fenícia. Ao tempo dos romanos, foi uma importante "villa" ligada à pesca e à salga de peixe. No período da ocupação muçulmana tinha muralhas de defesa, após a reconquista cristã, foi vila com foral outorgado em 1283, pelo Rei D. Dinis. Hoje, Cacela Velha é uma pequena povoação onde a agricultura e a pesca constituem ainda a principal actividade das suas gentes, caracteriza-se por casas brancas e térreas, ao estilo algarvio, oferecendo um magnífico miradouro sobre o mar e os vastos areais da Ria Formosa, detém a credencial de Imóvel de Interesse Público desde 23 de Setembro de 1983.

Praia da Manta Rota

           A Praia da Manta Rota, na Freguesia de Vila Nova de Cacela,é uma das mais extensas da Europa, caracterizando-se por águas cálidas e um areal a perder de vista, na "fronteira" entre o mar aberto e o cordão de dunas e ilhas-barreira que constitui a Ria Formosa, menos explorada em termos turísticos que a zona de Monte Gordo, oferece recantos sossegados, mesmo no pico da chamada época alta, em que a maioria das praias da região "fervilha" de turistas. Vastas dunas e frondosos pinheiros quase a beijarem o mar têm contudo atraído, nos últimos anos, cada vez mais pessoas, que procuram também as suas águas cálidas e límpidas. Foi distinguida com a Bandeira Azul da Europa.


Praia de Monte Gordo

          Monte Gordo é uma praia com luminoso areal a perder de vista e águas seguras e cálidas. Essas características ímpares atraíram grande número de turistas estrangeiros, logo a partir da década de 60. No seu limite nasceu um dos primeiros hotéis do Algarve. A Praia de Monte Gordo foi assim o "motor" que transformou, em poucas décadas, uma aldeia de pescadores num grande centro turístico internacional. Nos últimos anos, tem sido feito um esforço de transformar esta praia numa zona balnear verdadeiramente "para todos", dotando-a de acessos para pessoas com mobilidade condicionada. Durante a época balnear, existe também um serviço de cadeiras de rodas anfíbias, os chamados "tiralots", que permite a essas mesmas pessoas disfrutar das cálidas águas da baía, sem paralelo mesmo noutras zonas do Algarve, os muitos snack-bares e restaurantes espalhados pela praia permitem também tomar uma refeição ou uma bebida refrescante sem ter de sair da praia. O areal a perder de vista convida a um passeio, para quem quer ficar em forma ou simplesmente relaxar, recarregar baterias para mais um ano de trabalho. A bandeira Azul da Europa atesta a qualidade desta praia, "delimitada" por uma extensa Marginal, em calçada portuguesa.

Mata

          Numa extensão com cerca de 3 Km entre Vila Real de Santo António e Monte Gordo, poderá passear tranquilamente num dos vários "caminhos no pinhal", observando o meio ambiente envolvente, observe a vegetação dunar constituída principalmente por estorno (Ammophila arenaria), cordeiros-da-praia (Otanthus maritimus), cardo-marítimo (Eryngium maritimum) e narciso-das-areias (Pancratium maritimum).
Junto a Monte Gordo encontra-se um parque de merendas onde poderá relaxar à sombra dos pinheiros mansos (Pinus pinea). A Mata Nacional das Dunas Litorais de Vila Real de Santo António assume um papel de protecção desta região, funcionando como meio de fixação do sistema dunar, controlando os ventos marítimos e abrigando fauna selvagem. A Mata alberga uma importante população de Camaleão, réptil que tem aqui um dos últimos redutos do seu habitat natural, o solo arenoso dificulta a fixação da vegetação sendo o coberto arbóreo constituído, quase exclusivamente, por Pinheiro-bravo e algumas manchas localizadas de Pinheiro-manso. A mata tem actualmente uma importante função social cuja manutenção é essencial para a valorização da qualidade de vida da população em seu redor.

Ria Formosa

       O Parque Natural da Ria Formosa reúne um conjunto ambiental de rara beleza onde a natureza foi mantida intacta. Desde a zona do Ludo, no concelho de Loulé, até Cacela Velha, no concelho de Vila Real de Santo António, ao longo de cerca de 60 Km, podemos observar um sistema lagunar de grandes dimensões constituído por várias ilhas barreira e 2 penínsulas arenosas que se estende mais ou menos paralelamente à costa, protegendo uma laguna onde se desenvolve um labirinto de sapais, canais, zonas de vasa e ilhotes, a sua constituição sedimentar prende-se sobretudo pela acção das marés, ventos e correntes marítimas, proporcionando um habitat de excepção para inúmeras espécies raras como o camaleão (Chamaleo chamaleon), a marrequinha (Anas crecca), ou a gaivota de cabeça preta (Larus melanocephalus). A maioria da população desta zona dedica-se a actividades ligadas à Ria Formosa - a pesca, a mariscagem e a moliscicultura, sendo esta uma área de produção natural de bivalves com predominância para as amêijoas e ostras. 




Gastronomia

            A região do Algarve é uma região marcada pelo sol, peixe, marisco e gastronomia serrana. Ao longo do Algarve há uma grande diversidade de alimentos na composição da gastronomia tradicional de cada cidade e há diferenças entre o interior e o sul.
Vila Real de Santo António sendo uma cidade algarvia a sua gastronomia é rica e diversificada. Os seus pratos são feitos a partir de alimentos oriundos do mar, tais como: conquilhas, amêijoas, chocos, atum, berbigão e lingueirão, mas em Vila Real de Santo o rei é o atum. Nesta cidade confecciona-se o atum de várias maneiras, no entanto a maior parte dos portugueses conhecem o atum em conservas, entre os pratos típicos de Vila Real de Santo António encontra-se o Arroz de polvo, Arroz de berbigão, Arroz de lingueirão, Choquinhos com tinta, Espinheta (guisado de atum com batatas) e a Estupeta. Os doces típicos de Vila Real de Santo António são: bolinhos de amor, as tartes de amêndoa, os Dom-Rodrigo, as estrelas de figo, o morgado, os bolos de alfarroba e ainda com as “areias’’.
                                                                                                              Arroz de Lingueirão 
Arroz de LingueirãoEstupeta
Estupeta
                                                                                                          Morgado 
MorgadoEstrelas de Figo
Estrelas de figo