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sexta-feira, 26 de julho de 2013

Viagem e visita ao concelho do Machico - Madeira

Brasão de Machico

Localização

            Machico é um município português na ilha da Madeira, Região Autónoma da Madeira, com sede na cidade e freguesia de homónima, tem 68,31 km² de área e é subdividido em 5 freguesias. O município é limitado a sudoeste pelo município de Santa Cruz, a oeste pelo Funchal através de uma pequena faixa a norte de Santa Cruz, a noroeste por Santana e é banhado pelo oceano Atlântico a norte, sul e leste.


História

          Esta Villa de Machiquo (cabeça e assento deste Capitão primeiro Tristão) ainda que seja pequena, e de poucos uezinhos, he muito bem assentada, alegre, de muitas hortas, e pomares, situada no meio de húa Ribeira tam fresca como soberba" - Jerónimo Dias Leite, século XVI.

Em Julho de 1419 João Gonçalves Zarco e Tristão "das ilhas" desembarcaram na formosa praia de Machico. Dava-se, assim, início à gloriosa epopeia dos descobrimentos portugueses. Aqui, foi celebrado a primeira missa na Madeira, por padres franciscanos, no dia da visitação de Santa Isabel (2 de Julho) que acompanharam a expedição, como agradecimento e regozijo da descoberta, muitas hipóteses se têm levantado acerca da origem do nome de Machico. A mais conhecida, e não menos polémica, reside na lenda romântica dos malogrados amantes ingleses Robert Machim e Ana d´Arfet. O nome desta localidade parece que advém da corruptela da palavra Machim. A 8 de Maio de 1440 o infante D. Henrique doa a Tristão Vaz e seus descendentes a Capitania de Machico (que se estendia desde a Ponta da Oliveira, no Caniço, até à Ponta de S. Lourenço e desta até à Ponta do Tristão, no Porto Moniz). Machico torna-se, assim, a primeira sede de capitania do arquipélago da Madeira. Ainda no século XV, aproveitando a abundante água e o excelente clima, por toda a capitania desenvolve-se a produção de cana-de-açúcar. Aparecem os primeiros engenhos que transformam esta cana em "pãos de açúcar" que são exportados para toda a Europa. Embora a capitania não reunisse as melhores terras para o cultivo da cana-de-açúcar (em 1494 fornecia um quinto da produção regional) foi na antiga vila, segundo o cónego da Sé Jerónimo Dias Leite, que se ensaiou o fabrico de açúcar: "(...) o primeiro açúcar que se vendeu nesta ilha da Madeira foi na vila de Machico donde se começou a fazer e recolheram treze arrobas dele que se vendeu cada arroba a cinco cruzados (...)". Machico cresce economicamente graças ao lucrativo comércio. Algumas famílias machiquenses tornam-se socialmente poderosas, entre as quais, a família dos Capitães-Donatários. E é esta importante família que vai erigir a Igreja Matriz de Machico, em finais do século XV, tendo como orago a Nossa Senhora da Conceição. O povoado de Machico, tornado vila por certo de criação simultânea com a do Funchal (segunda metade do século XV), cresceu junto à ribeira protegido pela encosta, ao longo do vale. A vila, compreendia em meados do século XVI, dois pólos centrais. Do lado direito da ribeira, o bairro da vila com os principais edifícios públicos (Câmara, Alfândega e Igreja) e do lado esquerdo, o núcleo populacional da Banda d'Além, onde se localizava a Misericórdia e a Capela de Cristo, actualmente Capela de Nosso Senhor dos Milagres. Ao longo de cinco séculos a localidade foi crescendo à custa da luta das gentes residentes contra a implacável natureza e insularidade local. Desse estoicismo ficaram memórias. Testemunhos que hoje nos propomos a apresentar, no fiel objectivo de melhor conhecer a História e o Património do Concelho de Machico.

Bandeira de Machico

Heráldica

Brasão: De azul, com uma banda de prata, aguada do campo, entre duas canas de açúcar de verde.

Armas: Escudo de azul, com uma banda de prata, aguada do campo, entre duas canas de açúcar de verde. Coroa mural de prata de cinco torres. Listel branco, com a legenda a negro : " MACHICO ".

Bandeira: De branco, lisa, medindo 1 metro quadrado, com o brasão de armas ao centro, encimado por uma coroa mural de quatro torres, de prata. Listel branco com a legenda «Machico» em letras de negro.


Cultura e Turismo

              Machico apresenta temperaturas amenas ao longo de todo o ano, com amplitudes reduzidas e cuja variação depende da altitude (seguindo as tendências que se verificam em toda a ilha). Devido à sua localização e características morfológicas, a ilha da Madeira apresenta uma complexa estrutura climática, cuja variação é acentuada, mesmo em locais geograficamente muito próximos. 
Relativamente ao relevo, o concelho apresenta dominância de declives médios, com uma excepção notável – o vale de Machico (onde os declives são suaves e moderados), formado por duas cadeias de montanhas, a Este o Pico do Facho, a Oeste o planalto da Queimada, (onde os declives são suaves e moderados). Ainda de realçar duas zonas onde o declive se atenua consideravelmente sendo moderado a sul do Porto da cruz (na bacia hidrográfica da Ribeira do Juncal) e na zona do Caniçal (sobretudo na bacia da Ribeira da Palmeira).
O Museu da Baleia, localizado no Caniçal, traduz toda a história da caça à baleia na Madeira, que se iniciou em 1940 e terminou em 1986. Esta actividade teve uma expressão preponderante na região, conduzindo à criação de uma fábrica que produzia derivados da baleia. Assim, o museu retrata toda esta envolvente através de fotografias, artefactos, maquetas de embarcações e da fábrica. O miradouro do Pico do Facho é um dos atractivos de Machico, proporcionando uma vista fabulosa sobre a baía de Machico. Segundo se conta, o nome deste deve-se ao facto de, para avisar as populações de eventuais ataques de piratas ou corsários, se acenderem alguns fachos de fogo neste pico. A Igreja Matriz de Machico situa-se numa praça, em frente ao edifício da Câmara Municipal de Machico, tendo sido mandada construir pela família dos capitães-donatários. Aquela remonta ao século XV e princípios do século XVI, mantendo ainda hoje as suas características primitivas do gótico final e do manuelino. No seu interior destacam-se os belíssimos altares de talha dourada. O forte de São João Baptista, junto ao cais de Machico, estrategicamente situado no alto de uma falésia, foi construído por ordem do Governador da Madeira, capitão general Duarte Sodré Pereira, no ano1708. Chama-se também Forte do Desembarcadouro, porque ali perto desembarcaram os descobridores da ilha. O interior contém uma capela neogótica, dedicada ao santo que dá o nome à fortaleza. Nos últimos tempos serviu de hospital e, depois, de colónia de férias das crianças do convento de Santa clara do Funchal.
A capela da Piedade, no Caniçal, merece inteiro destaque, pois situa-se no alto de um pequeno morro. Desconhece-se o ano da sua construção mas pensa-se que a capela seja, provavelmente, do século XVII. No terceiro domingo de Setembro, celebra-se a festa de Nossa da Piedade, em que a imagem é levada, através de um cortejo marítimo, até à base da escarpa rochosa, sendo o resto do trajecto percorrido a pé. No concelho de Machico existem vários percursos pedestres à disposição dos amantes da natureza e das caminhadas. Entre os vários, salientam-se a Levada da Portela ou a Levada do Castelejo no Porto da Cruz, a Levada do Caniçal e a Vereda da Ponta de São Lourenço, no Caniçal. Aconselha-se igualmente o miradouro da Portela, pela paisagem deslumbrante sobre o Porto da Cruz. Dentro do concelho encontram-se várias zonas balneares, salientando-se a praia de Machico, a Prainha no Caniçal, as piscinas do Porto da Cruz e a praia da Lagoa no Porto da Cruz.

Igreja Matriz 


Gastronomia

               Podemos destacar a  sopa de couve, sopa de moganga, cuscuz, milho cozido com chicharros, tripa de porco recheada, gaiado seco, gaiado de escabeche, lapas grelhadas, fragateira ou caldeirada e vinho americano.