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terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Viagem e visita ao concelho de Sever do Vouga

Brasão de Sever do Vouga

Localização : 

             O concelho de Sever do Vouga constitui uma espécie de fronteira, separando o litoral do planalto beirão. É constituído pelas freguesias de Cedrim do Vouga, Couto de Esteves, Dornelas, Paradela do Vouga, Pessegueiro do Vouga, Rocas do Vouga, Sever do Vouga, freguesia com sede em Vila homônima e Silva Escura. Os seus limites são os concelhos de Vale de Cambra, a Norte, Águeda, a Sul, Albergaria a Velha e Oliveira de Azeméis, a Oeste, e Oliveira de Frades, a leste (no distrito de Viseu). O seu carácter de terra serrana está representado nos dois grandes sistemas montanhosos que prolongam os maciços da Gralheira e do Caramulo, ao Norte e ao Sul, respectivamente a Serra do Arestal, que se eleva aos 847 metros, e a Serra das Talhadas, com 751 metros. Grandes diferenças de relevo dentro do concelho condicionam as condições climatéricas que nele se sentem, acentuando as diferenças entre as terras altas e as baixas. Pode dizer-se que Sever do Vouga tem clima temperado, para o que contribuem as massas de ar vindas do litoral; a forte irregularidade do relevo provoca variações acentuadas, no que respeita à temperatura. Os níveis de pluviosidade são elevados, quase sempre superiores a mil e quinhentos milímetros; nas zonas de montanha regista-se a maior queda pluviométrica. As paisagens, contudo, são de uma beleza inegável, quer pela diversidade de colorido quer pela variedade de culturas. Algumas delas são verdadeiramente paradisíacas; abundam o pinheiro (em maior escala) e o eucalipto, com principal incidência na margem direita do Vouga, com os riachos ou rios precipitando-se em quedas, ou estendendo-se em leitos extensos que proporcionam a formação de pequenas praias fluviais. De facto, são muitos os rios secundários e outros cursos menores que concorrem para o regadio das terras de praticamente todas as freguesias do concelho: rio Arões, rio Gresso, ribeira de Catives (tributário deste rio), ribeiros de Coucinhos e do Carvalhal (afluentes do ribeiro da Póvoa), ribeiro de Sever, rio Bom (que curiosamente na freguesia de Silva Escura, é designado por Rio Mau), ribeira de Cedrim e ribeira de Carrazedo.




História :

      Existem vários testemunhos da passagem do homem antigo por esta região: castros, como os de Cedrim, Rocas do Vouga, Espinheiro (Silva Escura), além de mamoas, normalmente em pontos elevados. Os romanos também por aqui passaram; comprovam-no alguns topónimos de origem latina (como Cedrim por exemplo) e elementos materiais, tais como utensílios: um chicote de couro, uma espécie de recipiente, restos do que teria sido uma caldeira de barro, duas lucernas (datadas dos séculos I e II, d.C.). Quase todos os vestígios referidos foram conhecidos aquando da descoberta, no século XVIII, das minas do Braçal, tudo indicando que os romanos já se dedicavam à sua exploração. Os primórdios de Sever do Vouga, no século V, radicam na presença dos visigodos, a começar pelo próprio topónimo. De facto, este tem (segundo a tradição) origem no nome do Conde Sevérus, irmão do rei dos visigodos de Espanha, Teodorico II, tendo começado a desenvolver-se nas terras deste conde - terras de Severi - a povoação que é hoje Sever do Vouga. No período da ocupação da Península pelos árabes, as terras estiveram por mais de uma vez na sua posse, voltando definitivamente para as mãos dos cristãos com a Reconquista. A sua história está documentada desde o século IX-X, sendo abundante a documentação que refere a permanência de populações rurais cristãs, sob o jugo muçulmano. A atual vila teve um mosteiro moçárabe, posteriormente colocado sob a dependência do Mosteiro da Vacariça; no século XI existiam outros mosteiros na sua área concelhia. No século XII, sob a invocação de Santiago, foi ali fundado, por João Cirita, abade do Mosteiro de S. João de Tarouca, um mosteiro para os eremitas que pouco depois se juntaram a Este, em 1141. Nesse ano foi elevado a couto por D. Afonso Henriques e em 1514, D. Manuel I deu foral novo a Sever do Vouga. O concelho de Sever do Vouga chegou a ser extinto em 1895, passando a integrar o de Albergaria-a-Velha. Esta situação manteve-se durante 3 anos, até que um Decreto de 13 de Janeiro de 1898 lhe pôs termo, tem sido o concelho restaurado.

Bandeira de Sever do Vouga

Cultura e Turismo :

            O recreio e a cultura têm lugar marcante através de associações e colectividades, algumas de grande antiguidade. No desporto destacam-se as associações que muito têm contribuído para a sua divulgação e prática. Pelas suas características geomorfológicas, Sever do Vouga predispõe-se à prática de desportos típicos de Turismo Activo, com destaque para o Todo-o-Terreno, Canyonning, BTT, Paintball, Passeio a Cavalo, Canoagem ou simplesmente Marcha e Orientação. As mini-hídricas, os rios (Vouga e seus afluentes e o rio Alfusqueiro) de leitos sinuosos e ricos de recantos paisagísticos, o tipo de terreno muito acidentado nalguns locais, os miradouros e locais altos do concelho, reúnem em si condições excepcionais para a prática de atividades turístico-desportivas. Ainda do ponto de vista turístico, o concelho de Sever do Vouga oferece uma paisagem rica em vegetação, cobrindo as serras do Arestal e das Talhadas, de onde se podem admirar panorâmicas inesquecíveis, com o rio Vouga correndo ao fundo, separando mas ao mesmo tempo unindo os dois promontórios. A ponte rodoviária do Pessegueiro e a do Poço de Santiago, dos caminhos de Ferro e o percurso da EN16 ao longo do Vouga, são dignas de paragem e de atenção especial. Além dos referidos, existem no concelho outros locais de onde se avistam belas paisagens, sobretudo nos pontos mais elevados. E em plena Serra do Arestal, perdida no tempo, surge a pequena e graciosa Vila Fria (freguesia de Silva Escura), tipicamente serrana, com suas habitações rústicas. A cascata da Cabreira, na mesma freguesia, constitui um dos mais belos pormenores naturais do vale do Vouga.



Gastronomia : 

            No capítulo gastronómico, os pratos mais característicos de Sever do Vouga são a vitela, os rojões, a lampreia à moda antiga e os doces brancos.