Localização :
A cidade de S. João da Madeira situa-se no extremo Norte da Beira Litoral e do distrito de Aveiro, encontrando-se geograficamente bem posicionada, composto somente por uma freguesia, o concelho de S. João da Madeira é o mais pequeno do distrito de Aveiro, ocupando uma área de cerca de 8.1 Km2. A sua única freguesia está situada a 240 m de altitude, estando divida em 21 lugares. S. João da Madeira está situado entre os concelhos de Santa Maria da Feira, a Noroeste/Nordeste e o de Oliveira de Azemeis a Sudeste, Sul e Sudoeste. S. João da Madeira forma o Agrupamento de Concelhos de Entre Douro e Vouga, no qual detém uma posição central, desenvolvendo entre si interações fortes, tanto de âmbito económico, como social e cultural. O concelho de S. João da Madeira assenta sobre três colinas e está enquadrado a nascente pelo rio UL, (que toma o nome de Antuã ao entrar em Estarreja), pequena ribeira de caudal reduzido, atravessando um fértil vale, em cujos socalcos se produz milho e erva para o gado. Na margem esquerda do rio, o terreno eleva-se progressivamente e, ao longe, podem-se avistar os contrafortes das serras da Arada e da Gralheira, a nascente. Para poente da cidade, corre, no sentido Norte-Sul, um pequeno curso de água que acompanha a linha do caminho de ferro do Vouga e que, vindo da freguesia vizinha de Arrifana, vai desaguar no Ul, já no couto do histórico convento beneditino de Cucujães, fora dos limites do concelho. O clima de S. João da Madeira é marítimo; de Inverno os índices de pluviosidade são altos e os Verões curtos e secos. Os solos são graníticos e xistosos, ricos em potássio e óxido de ferro e pobres em ácido fosfórico. Os terrenos são muito férteis nas margens do rio Antuã.
História :
A sua origem é multissecular, anteriores à própria Nacionalidade. No final do século XII, D. Sancho I terá concedido foral à Terra da Feira - na qual se incluía S. João da Madeira - e, em 1088, aparece pela primeira vez, em fontes escritas, a menção de S. João da Madeira. A expressão "Uilla de Sancto Ioanne de Mateira" é referida em duas cartas de venda, em pergaminho. Estes documentos, de grande valor histórico, encontram-se guardados na Torre do Tombo desde o século XIX. No ano de 1179, a Igreja de S. João e as terras que a rodeavam passam para a posse do Mosteiro de S. Cristóvão de Rio Tinto, por doação de Gontina Guterre, mulher de Gonçalo Mendes. Mais tarde, nas Inquirições levadas a efeito durante o reinado de D. Dinis, em 1288, são referenciadas em S. João da Madeira duas "quintãs", uma pertencente a um indivíduo de nome Estêvão Soares e outra a Pero Viegas. Pouco tempo depois, em 1311, a posse da igreja de S. João é transferida para o padroado da Ordem Militar de Cristo. Pode pois concluir-se da antiguidade da povoação, como agrupamento populacional, já com uma certa importância e da sua privilegiada posição estratégica em relação às vias de comunicação Norte-Sul que viria a tornar-se decisiva para o seu desenvolvimento. O início do século XIX trará a S. João da Madeira um intenso crescimento, fruto do desenvolvimento comercial e industrial, sobretudo com a indústria dos chapéus e dos lacticínios, transformando radicalmente a situação do povoado. Aliás, de todas as atividades a criação de uma indústria chapeleira foi aquela que mais contribuiu para a afirmação no contexto nacional de S. João da Madeira. Com o progresso e a modernização, veio a alteração radical do panorama arquitetónico da povoação; assim, a primitiva igreja foi demolida em 1883 e no ano seguinte iniciou-se a construção da igreja nova que, a 11 de Julho de 1888, era benzida e inaugurada. Em 1908, D. Manuel II inaugurava o troço de linha de Caminho de Ferro do Vale do Vouga, contribuindo muito para o incremento das vias de comunicação paralelamente à construção de estradas e caminhos. A 1 de Janeiro era inaugurado o Hospital, surgia a luz eléctrica e era criado o Grupo Patriótico Sanjoanense que deu novo impulso ao progresso de S. João da Madeira. A este grupo de deve a elevação do povoado à categoria de vila. O apogeu de todo este desenvolvimento viria com emancipação concelhia por decreto em 11 de Outubro de 1926, sendo assim criado o concelho de S. João da Madeira. Este decreto considerava o novo concelho como o "centro industrial mais importante do distrito de Aveiro" e o seu desenvolvimento económico e social estava a ser "prejudicado, sufocado pela sua inferior categoria administrativa". Administrativamente, S. João da Madeira manteve-se como freguesia de vila da Feira (Santa Maria da Feira) até finais do século XIX. Há a ressalvar, no entanto, um curto lapso de tempo, iniciado em 1801, em que S. João da Madeira integrou temporariamente o recém-criado concelho de Oliveira de Azeméis. Como corolário de todos estes factos, viria a elevação a cidade. Pela lei 13/84 de 28 de Junho de 1984, S. João da Madeira viu reconhecido o intenso labor dos seus habitantes traduzido no desenvolvimento e progresso que hoje se pode atestar nas mais diversas realizações arquitectónicas, desportivas, sociais, culturais, urbanísticas. Coexistem hoje na cidade, em perfeita sintonia de linguagens, as construções de outros tempos com as novas construções adaptadas ao desenvolvimento e às necessidades da cidade. Permanece porém inquestionável o espírito industrioso deste povo que, longe de ficar a olhar para o passado, constrói o futuro para melhoria das condições de vida dos vindouros.
Cultura e Turismo :
Apesar da sua reduzida dimensão, o concelho de S. João da Madeira tem alguns pontos merecedores de destaque e de visita. Embora não existam praias, nem caça, aqui existe pesca desportiva, nas Albufeiras do rio Antuã. O Parque Natural do Orreiro, o Jardim Público da Ponte e o Parque Nossa Senhora dos Milagres são espaços naturais de grande valor local e regional e cuja requalificação permitirá, quer aos residentes quer aos utilizadores do espaço urbano Sanjoanense, encontrar um bom ambiente natural. A reabilitação destes espaços dotará S. João Madeira de espaços naturais com aptidões diversificadas: O Jardim Público da Ponte das Travessas com vocação para o lazer; O Parque do Orreiro com características de parque urbano; O Parque Nossa Senhora dos Milagres associará a sua função religiosa, enquanto lugar de culto e recinto de festas populares, com a de, por exemplo, parque de merendas. Além disso, o concelho tem-se esforçado, em termos de animação e requalificação dos espaços públicos urbanos, incentivando iniciativas que não se limitam à programação tradicional das festas, incluindo também manifestações pouco usuais em espaços públicos, como por exemplo, representação de peças de teatro. Como é do conhecimento da grande generalidade da população Sanjoanense, a Biblioteca Municipal sempre serviu de suporte e deu acolhimento ao mais diversificado conjunto de iniciativas culturais, quer promovidas diretamente quer em estreita colaboração com a Câmara Municipal e o seu Pelouro da Cultura, a Academia de Música e outras entidades não oficiais. A Biblioteca Municipal é um novo espaço, que vai permitir disponibilizar à comunidade Sanjoanense em geral, um espaço novo e moderno, de características inovadoras, que favorece a própria dinamização cultural, nomeadamente ao nível das camadas mais jovens. Procura-se que existam aqui à semelhança do passado, espaços de acolhimento para os jovens e menos jovens poderem desenvolver as suas tarefas académicas ou de pesquisa. O Museu da Cidade é um projeto de considerável envergadura no que diz respeito à preservação da história da indústria Sanjoanense, e neste momento, numa fase de muito concreta e acelerada de concretização, especificamente no que diz respeito ao processo de aquisição do valioso espólio da Sanjo no valor de várias dezenas de milhares de contos. Visando ainda o fomento de criar tempo e espaços de lazer, cultura e diversão, foi inaugurado no dia 20 de Setembro de 1997 o "Sítio" dos mais jovens, o mais recente projeto de apoio à juventude promovido pela Câmara Municipal de S. João da Madeira, com o apoio do Centro Regional de Segurança Social, do Instituto Português da Juventude e de alguns jovens entusiastas que se empenharam arduamente em criar um lugar especial de convívio e aprendizagem instalado no Monumento Arquitetónico da Praça; pretende-se dar aos jovens um espaço para o desenvolvimento de diversas iniciativas no âmbito da informática, informação, estudo, jornalismo, etc., sendo desde já de ressaltar a existência de um Gabinete Polivalente de apoio e orientação profissional e de atendimento de jovens.
Gastronomia :
No capítulo da gastronomia são dignos de registo os deliciosos pastéis confeccionados à base de amêndoa e de ovos.
