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quinta-feira, 27 de junho de 2013

Viagem e visita ao concelho de Aljustrel

Brasão de Aljustrel

Localização

       Aljustrel é uma vila portuguesa pertencente ao Distrito de Beja, região do Alentejo e sub-região do Baixo Alentejo, é sede de um município com 455,66 km² de área e subdividido em 5 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Ferreira do Alentejo, a leste por Beja, a sul por Castro Verde, a sudoeste por Ourique e a oeste por Santiago do Cacém.


História

           No território que hoje é o concelho de Aljustrel está documentada a passagem de grupos de caçadores-recolectores do Paleolítico. Contudo, os primeiros registos arqueológicos de inicio de povoamento remontam a finais do 3º milénio a.C. e situam-se no morro de Nª Sr.ª do Castelo, uma comunidade que já se dedicava à extracção e metalurgia do cobre. E foi o cobre e a riqueza dos seus solos agrícolas que fizeram com que, a partir daí, a ocupação do território se tenha processado de forma ininterrupta, tendo-se recolhido vestígios de todos os períodos pré-históricos.
Com a chegada dos romanos em finais do séc. I a.C., a exploração mineira sofreu um grande impulso com uma exploração bastante intensiva. Deste período recolheram-se inúmeros vestígios dessa actividade para além de outros da vida quotidiana das populações. Foram também encontrados dois textos jurídicos gravados em bronze e que representam os mais antigos textos legislativos conhecidos no nosso país que, embora incompletos, foram exaustivamente estudados por investigadores nacionais e estrangeiros, bem como os restos de uma oficina metalúrgica onde se processava o tratamento do minério e também ruínas de habitações da povoação que se denominava Vipasca.
Após o declínio e queda do Império Romano outros povos por aqui terão passado, embora sem deixar a sua marca, uma vez que aqui não se fixaram. Até que no séc. IX, com o domínio muçulmano da Península Ibérica, começam aqui a fixar-se comunidades mouras, vindas principalmente do norte de África e o lugar passa a denominar-se Albasturil. Constroem um Castelo de taipa, no séc. XI, que se mantém funcional até à reconquista cristã em 1234. A praça foi conquistada pelos cavaleiros da Ordem Militar de Santiago da Espada a quem o rei D. Sancho II faz a doação dos territórios conquistados, com excepção dos rendimentos das minas e das termas de S. João do Deserto.
A partir de 1252 o concelho de Aljustrel assume forma jurídica com a atribuição de Carta de Foral, outorgada pela Ordem de Santiago, e confirmada pelo rei D. Afonso III, sendo referida nos textos como Aliustre. Em Setembro de 1510 recebe nova Carta de Foral atribuída por D. Manuel I.
Em 1836 o concelho de Aljustrel vê aumentada a sua área, com a inclusão da freguesia de Ervidel, e em 1855 sofre nova alteração com a anexação de parte do extinto concelho de Messejana. Mais tarde, em 1871, acaba também por ser extinto o concelho de Aljustrel, embora por um curto período de três anos. Em 1910, Aljustrel adere de imediato à República, tendo sido um membro ilustre de Aljustrel, o Dr. Manuel de Brito Camacho, médico, jornalista, politico, deputado e ministro, um dos principais líderes do movimento republicano.

Bandeira de Aljustrel

Heráldica

Brasão: de negro, com uma fonte de ouro repuxando de prata e de azul. Em chefe, um crescente de ouro acompanhado por duas cruzes de S. Tiago de púrpura perfiladas de ouro. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com os dizeres: «Vila de Aljustrel», de negro.

Bandeira: esquartelada de branco e de púrpura. Cordões e borlas de prata e de púrpura. Haste e lança douradas.

Selo: circular, tendo ao centro as peças das armas sem indicação dos esmaltes. Em volta, dentro dos círculos concêntricos, os dizeres «Câmara Municipal de Aljustrel».


Cultura e Turismo

           Em Aljustrel existe uma vasta e interessante oferta cultural. A música tem lugar de destaque existindo, para além dos espectáculos inseridos nos grandes eventos do concelho, uma programação que vai da música mais popular das Quartas à Noite (meses de Julho e Agosto) à mais alternativa do espaço Oficinas de Formação e Animação Cultural, ou dos bailes populares no Mastro da Praça da Resistência (Junho, Julho e Agosto) ou da Cesta de Animação de Ervidel. E também as exposições de artes plásticas, os cursos e workshops, o cinema, etc. A cultura popular faz parte do dia-a-dia e é vivida em sociedade e, por isso, um pouco por todo o concelho e ao longo do ano vão acontecendo os espectáculos e os bailes, os encontros de grupos corais e de ranchos folclóricos, as iniciativas ou momentos espontâneos que fazem esta cultura viva.  
O mundo rural tradicional, do concelho de Aljustrel e de toda esta região, é dominado pelas searas e pelo montado. E pelos montes, conjuntos de construções para residência dos proprietários e de alguns assalariados contratados, mas que também inclui ramadas, palheiros, armazéns e arrumos vários. Enfim, o necessário para a gestão da propriedade. Domínio das grandes herdades tem no trabalho duro dos campos a sua identidade: o cereal e o gado. Nalguns casos o olival e a vinha. A cadência cíclica de trabalho e de falta dele, os ranchos que seguem o trabalho disponível, os malteses e os almocreves, os “moirais”, boieiros e porqueiros constituem uma paisagem humana que caracteriza este mundo rural. E é este conjunto de homens e mulheres que constroem esta paisagem e que faz este mundo rural.
Desde meados do século passado que esta realidade começou a mudar. Pela expansão da mecanização dos campos e a alternativa das zonas industriais que levou muitos a ir para as cidades. Pela alteração das relações de trabalho e a melhoria do nível de vida. Pela introdução de novas culturas e de novos modelos de gestão das explorações. E também a barragem do Roxo que, há mais de 40 anos, criou cinco mil hectares de regadio no concelho de Aljustrel que também já fazem parte da nossa história. Tudo isto são factores que têm introduzido alterações na vida dos campos. Mas isto é a sociedade a fazer o seu percurso histórico normal. E ainda bem que assim é. E é esta caminhada histórica que marca a diversidade do nosso património rural. Para além dos pólos museológicos existentes ou em implementação (Núcleo Rural de Ervidel, Moinho de Vento e Núcleo Rural de Aljustrel, todos do Museu Municipal), o nosso património rural é marcado pela existência simultânea de traços da tradicionalidade e de modos e formas novas desta actividade. É esta riqueza e diversidade que fazem de Aljustrel um concelho em que as searas a ondular ao vento coexistem com campos a perder de vista com as flores imensas do girassol. É assim que se constrói o património. 
Aljustrel tem espaços de lazer espalhados um pouco por toda a vila. Existe um conjunto de pequenos jardins e espaços ajardinados que são sítios agradáveis para estar tranquilamente ao ar livre, conversando com amigos ou lendo. O JARDIM PÚBLICO é um espaço de maior dimensão, carregado de história e simbologia para a população local, situado junto ao coração da vila e que está na iminência de sofrer uma grande intervenção de requalificação. Os espaços culturais são também espaços para estar para além dos momentos em que decorrem iniciativas. Usufrua deles.
Na BIBLIOTECA MUNICIPAL pode ler um jornal ou revista, ouvir um CD ou ver um filme em DVD. Pode visitar o MUSEU ou ver uma exposição no espaço OFICINAS. Ou simplesmente passear pelas ruas da VILA, descobrir os seus recantos e pormenores, meter conversa com alguém que simplesmente esteja na rua. Aproveite a rua e o ar livre para seu próprio prazer.
A PISCINA DESCOBERTA é também um espaço muito agradável no Verão. Pela presença de água que atenua o calor, por aquele relvado com sombra a fazer lembrar um oásis no deserto, por aquela esplanada onde se está tão bem. Tem também um restaurante o que lhe permite passar aqui todo o dia.
Mas, para além destes espaços e equipamentos, PARTA À DESCOBERTA da envolvente da vila e das aldeias do concelho para um percurso a pé, uma caminhada ou uma “volta” de bicicleta pelos caminhos rurais. Vai ter oportunidade de descobrir a paz dos campos, a natureza, o ar puro. Enfim, “carregar as baterias”. Vá em grupo e aproveite para fazer um piquenique. 


Gastronomia

         A gastronomia regional alentejana é extremamente rica e variada. Condicionada pela escassez de meios, os alentejanos tiveram de ser criativos: a base da gastronomia sul-alentejana são o pão, a água e os temperos. Mas, o que faz a diferença é o bom pão alentejano, com fermento da massa e cozido em forno de lenha; os condimentos e ervas aromáticas de que se destacam a hortelã da ribeira, os orégãos, os coentros, a hortelã, a salsa de preferência acabados de apanhar no quintal; a qualidade dos ingredientes. E, sobretudo, a arte velha de gerações, da confecção. Estes factores juntos completam um todo que produz resultados conhecidos: os gaspachos (que também podem ser vinagradas ou lavadas), as migas, as açordas, os cozidos de grão e de feijão e as sopas e ensopados serão alguns dos pratos mais característicos da nossa cozinha tradicional. Em Aljustrel pode ainda encontrar, num dos seus restaurantes, um prato que é já muito raro: feijão com molhinhos. Certifique-se que o prato está disponível nesse dia ou encomende, e prove. Depois diga-nos o que achou. Já agora, ressalve-se um detalhe: sopa e sopas não são a mesma coisa. A sopa é, em geral, de legumes e é uma boa entrada para uma refeição. As sopas alentejanas são pratos quentes que, sendo caldosos, são vertidos sobre fatias de pão. Mas do bom, senão desfazem-se e não sabem a nada.
Destaque-se ainda que na cozinha regional alentejana existem muitos pratos que, tradicionalmente, ou não têm carne nem peixe, ou em que estes podem ser abolidos sem perda das suas qualidades. Alguns exemplos: o gaspacho, prato de Verão que se come frio e que acompanha, mais comummente, peixe frito ou presunto, pode acompanhar, como há algumas décadas atrás para a maior parte dos trabalhadores rurais, azeitonas; as célebres e saborosas sopas de tomate, que não têm carne nem peixe, podem ser confeccionadas com azeite em substituição da banha; os pratos tradicionalmente designados por «de azeite e vinagre» não incluem carne nem peixe; as açordas podem levar só ovo.
Muitos destes pratos pode encontrá-los nos restaurantes de Aljustrel, uns estão normalmente na lista, outros só por encomenda.

                                                                                                          Açorda 
AçordaEnsopado
Ensopado