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quarta-feira, 8 de maio de 2013

Viagem e visita ao concelho de Arronches

Brasão de Arronches

Localização

        O concelho de Arronches, situa-se em pleno Alto Alentejo, estando inserido no distrito de Portalegre, ocupa uma área de 314.5 km2, distribuída por três freguesias, sendo limitado a Norte, pelo concelho de Portalegre; a Sudeste por Campo Maior; a Sul, por Elvas; e a Oeste, por Monforte.
No que se refere à morfologia, os terrenos são, geralmente, planos, devido à existência de dois grandes planaltos, com vales largos, onde se ergue a serra de S. Mamede, com cerca de 40 km de comprimento e 10 km de largura e que corresponde ao extremo ocidental da cordilheira luso-espanhola. Este concelho está inserido na área do Parque Natural da Serra de S. Mamede, criado através do Decreto-Lei nº 121/89 de 14 de Abril. As zonas mais elevadas da Serra de S. Mamede constituem o principal centro de distribuição de águas superficiais da região e o festo principal que separa as bacias do Tejo (a Norte) e do Guadiana (a Sul). Na primeira encontramos os rios Sever e Nisa; na segunda, os rios Caia e Xévora. O afluente do Caia, ribeira de Arronches e o afluente do Xévora, ribeira de Arronches definem dois importantes vales na área do Parque.
Em Arronches, a zona da Serra é atravessada pela ribeira de Margens, afluente da Ribeira de Abrilongo, sendo o limite Sul, atravessado pela ribeira Algalé, afluente do rio Caia, e pela barragem do Caia.



História

       A origem da povoação de Arronches encontra-se ainda envolta em algumas dúvidas, atribuindo alguns autores a sua fundação a moradores de Aroche, na Andaluzia, no tempo de Caio Calígula. Foi conquistada em 1166 aos mouros, por D. Afonso Henriques que a perdeu, tendo sido reconquistada por D. Sancho II, em 1235. Tornou a cair em poder dos mouros, sendo reconquistada definitivamente em 1242, por D. Paio Peres Correia. D. Sancho II doou a vila aos cónegos regrantes de Santa Cruz de Coimbra, em 1236. Nesse ano, o prior D. João, ao mesmo tempo que tomava posse da vila, lançava os fundamentos da igreja-colegiada de Santa Maria. Depois de concluída, D. João Pires colocou à testa da colegiada o seu irmão D. Godinho Pires. Mais tarde, o mesmo rei trocou ao convento o senhorio da vila pelas igrejas de Santa Maria de Óbidos e Santa Maria de Assumar e a albergaria de Paiares. Poucas vilas de Portugal gozavam de tantos privilégios como a de Arronches: assento em cortes, no banco 9º; não dever ser dada a senhorio algum (carta de D. Afonso V de 12 de Maio de 1475); dispensa de trabalhos com muros, calçadas e outras obras públicas (carta de D. João II de 9 de Março de 1463); dispensa de fornecer soldados (D. João I, 4 de Abril de 1423), entre outras. Em contrapartida, existia o encargo da defesa conveniente da praça pelos moradores, por estar na fronteira. O castelo e a vila de Arronches fizeram muitas vezes parte da história militar portuguesa: no tempo de D. João I, Arronches caiu em poder dos castelhanos, sendo reconquistada por D. Nuno Álvares Pereira em 1384; em 1661, foi tomada por D. João de Áustria; e em 1712 foi cercada e assaltada pelos castelhanos.
A paróquia de Santa Maria de Arronches tem a sua origem no século XIII. Os prelados de Portalegre, que eram priores de Arronches, punham um vigário coadjutor, benefício que era por ele apresentado com mais oito. Havia então aqui um juiz de fora (servindo de juiz dos órfãos), nomeado pela coroa, com o encargo de juiz da alfândega e dos direitos reais. O juiz de fora servia de presidente de câmara, com três vereadores procurador e escrivão.

Bandeira de Arronches

Heráldica

Brasão: de prata, com um castelo de púrpura aberto e iluminado do campo. Em chefe, 5 escudetes das quinas de Portugal, acompanhadas por 2 ramos de sobreiro, folhados e landados de verde. Em contrachefe uma faixa ondada de azul. Coroa mural de prata de 4 torres. Listel branco com a palavra «Arronches» de negro.

Bandeira: esquartelada de branco e púrpura. Cordões e borlas de prata e de púrpura. Haste e lança douradas.

Selo: circular, tendo ao centro as peças das armas sem indicação dos esmaltes. Em volta, dentro de círculos concêntricos, os dizeres «Câmara Municipal de Arronches».


Cultura e Turismo

          São vários os pontos de interesse existentes no concelho de Arronches quer pela sua belíssima paisagem natural, quer pelo interesse do seu património edificado. O concelho de Arronches está inserido na área do Parque Natural da Serra de S. Mamede, sendo banhado pelo rio Caia e seus afluentes, entre os quais a ribeira de Arronches. No Caia está situada a Barragem do mesmo nome, cuja albufeira se situa no concelho de Arronches. As atividades desportivas que aí se praticam são importantes para a dinamização do turismo deste concelho, sendo de se destacar os desportos náuticos e a pesca.
Ao nível do património arquitetónico  destacam-se a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção que substituiu, em meados do século XVI, o antigo templo gótico de 1236, pertencente ao Padroado do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra; a Fortaleza de Arronches datada de 1310, fundada por D. Dinis; e a Torre da Cadeia, integrada na fortaleza. De referir, também, a Igreja de Nossa Senhora da Luz, que data do século XVI, fundada em 1570 por Fr. Francisco da Ressurreição e Fr. Hilário de Jesus, religiosos agostinhos calçados, e posteriormente vendida a particulares, no século XIX. No que diz respeito a unidades museológicas, destacam-se neste concelho o Museu do Brinquedo e o Museu Agrícola.
                                                                                                  Ribeira de Arronches




Gastronomia

          A gastronomia do concelho de Arronches é bastante variada, sendo de referir: o gaspacho, a sopa de cachola, as migas de pão e de batata, a carne de porco ensacada (enchidos), o ensopado de borrego, a sopa de cação, a carpa grelhada e o lacão assado. Na doçaria, destaque para a boleima e para os bronhóis.
                                                                                                         Ensopado de Borrego 
Ensopado de BorregoSopa de Cação
Sopa de Cação