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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Viagem e visita ao concelho de Aguiar da Beira

Brasão de Aguiar da Beira

Localização : 

          Aguiar da Beira é um concelho da Beira Interior, estando integrado no distrito da Guarda. Com uma área de 203.7 km2 o concelho de Aguiar da Beira é constituído por 13 freguesias, uma das quais com sede em vila (sede concelhia), estendendo-se entre as serras da Lapa, ao Noroeste e do Pisco a Sudoeste, sendo característico pelos grandiosos maciços graníticos. O concelho é limitado a Norte por Sernancelhe; a Oeste por Sátão; a Sudoeste por Penalva do Castelo; a Este com Trancoso e a Sudeste com Fornos de Algodres. A área florestal é composta por pinheiro bravo, carvalho negral e castanheiro.



História : 

        Existem no território do atual concelho de Aguiar da Beira vários vestígios que comprovam a antiguidade de povoamento desta região, sendo um dos mais significativos, o dólmen de Carapito que remonta ao Neolítico final, tratando-se de um dólmen de grandes dimensões, apresentando dois esteios. Da época de ocupação romana, chegou até aos nossos dias a Ponte do Candal, ou ponte Portucalense, sob o rio Coja, que estaria integrada na via romana proveniente de Viseu e que foi reutilizada durante o período medieval. Aguiar da Beira era uma povoação fortificada já antes da Nacionalidade, desconhecendo-se porém a data exata do seu povoamento. É possível que o castelo medieval de Aguiar fosse construído sobre um castro preexistente que coroava a eminência junto à povoação, e esteve sob o domínio sarraceno. Supõe-se que a povoação de Aguiar da Beira se tivesse formado a partir desse castro e que ao longo dos tempos foi descendo para uma zona mais baixa. O topónimo principal do concelho tem também origens bastante remotas, sendo um derivado de "águia", através do latim "aquila", derivado em "águila", de grande antiguidade, duvidando-se porém que remeta à ornitologia local. O determinativo "da Beira" surgiu posteriormente, sendo referido pela primeira vez nas Inquirições de 1258. Não é abundante a informação relativa a Aguiar da Beira, pelo menos antes da Nacionalidade. O primeiro documento que lhe faz referência, apesar de indiretamente  é um testamento de D. Chamoa, que cita determinados castelos, entre os quais o de Aguiar e suas povoações, referidas como "populas" e "penas" (pequenos castelos roqueiros), como foi o caso do castelo medieval de Aguiar. D. Abril Peres foi tenente do castelo de Aguiar que entre outros já não era recente no século XII. A primeira notícia diretamente referente a esta localidade, é a carta de D. Afonso Henriques, de 1131, pela qual são confiscados os bens a Aires Mendes e Pedro Pais e doados ao prócer D. João Viegas (ou D. João "Ranha", da estirpe dos Baião). Em vários documentos é citado um foral alegadamente dado a Aguiar por D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, em 1120; se assim foi, este foral foi confirmado por D. Afonso II, em 1220 e reformulado por D. Afonso III, em 1258. A sua área era então muito inferior à atual  sendo limitado a Nordeste por Sernancelhe e Trancoso; a Sudeste por Carapito; a Sudoeste por Gulfar; a Poente por Ferreira (atualmente a freguesia de Ferreira das Aves) ; a Noroeste por Caria e abrangia então as freguesias de Aguiar da Beira, Pinheiro, Souto de Aguiar da Beira, Sequeiros e Gradiz. No que diz respeito às paróquias, existia no então concelho de Aguiar apenas uma paróquia: a de S. Pedro de Aguiar. Em 1297, D. Dinis doa à Ordem do Hospital, na pessoa do Comendador do Crato e da Sertã a igreja de S. Pedro de Aguiar. Por Bula de Leão X de 1514, esta igreja foi incorporada no "grande indulto das comendas novas para a Ordem de Cristo"; mais tarde, em 1510, Aguiar da Beira recebeu também um Foral Novo de D. Manuel I. O concelho foi suprimido em 1896 e anexado ao de Trancoso, sendo novamente restaurado em 1898, com as suas atuais freguesias.

Bandeira de Aguiar da Beira

Cultura e Turismo : 

       O concelho de Aguiar da Beira possui vários locais de interesse turístico, dadas as suas características naturais que proporcionam locais de grande beleza e tranquilidade; as serras do Pisco e da Lapa e os rios Távora, Dão e Vouga definem a paisagem característica do concelho, típica do planalto beirão. Um destaque para as Caldas da Cavaca, a cerca de 3 quilómetros da vila de Aguiar da Beira, na freguesia de Cortiçada. Pouco se conhece da história das Caldas da Cavaca; a nascente de água hipossalina, sulfurosa, bicarbonatada sódica, quente, empregada no tratamento do artritismo, doenças do estômago e dos intestinos, que se situa numa quinta, no vale do rio Coja, afluente do Dão, foi sempre, segundo os locais, de propriedade particular, pertença dos antepassados da família Laires. No entanto, foram sempre utilizadas pelas gentes locais, de forma gratuita. Além das Termas da Cavaca, importante local de interesse turístico, existem na freguesia de Cortiçada outros atrativos como o freixo centenário, considerado o seu ex-libris. A freguesia de Dornelas oferece também vários motivos de interesse turístico, a começar pela flora local, onde abundam os salgueiros, os freixos, os álamos e caniceiros entre muitas outras espécies arbóreas; ainda o local da Pedra do Cume, onde existe um marco geodésico; também de grande interesse é o característico local do Penedo da Lapa da Silveira, além das "casinhas d'El-Rei", que consiste de uma caverna num penedo. Na vila sede de concelho merecem especial atenção: a primitiva Igreja Matriz de S. Pedro, da qual restam apenas ruínas, pois esta foi abandonada por se localizar longe da vila, construindo-se a Igreja Paroquial de Santo Eusébio; no centro da vila há a Fonte Ameada, com porta ogival de acesso para a fonte de mergulho, atualmente sem serventia; esta fonte foi classificada como Monumento Nacional, a 17 de Agosto de 1922; junto à fonte situa-se a Torre de Relógio, também classificada como Monumento Nacional no mesmo ano e um terceiro monumento classificado, o pelourinho manuelino, rematado por esfera armilar. Para visitar também, é o Santuário da Senhora da Lapa, de estilo barroco, onde as influências filipinas são evidentes. Da mesma forma, as ruínas do antigo Castelo e as igrejas e capelas do concelho são reveladores de um património arquitetónico e artístico singular e de grande valor.



Gastronomia : 

      Da gastronomia tradicional deste concelho o destaque vai para os enchidos, o presunto, o queijo da serra, o cabrito assado, o entrecosto com grelos e a vitela assada. Na doçaria, destaque para o bolo de azeite, as queijadas de carapito e as cavacas.