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sexta-feira, 28 de junho de 2013

Viagem e visita ao concelho de Sines

Brasão de Sines

Localização

           Sines é uma cidade portuguesa no distrito de Setúbal, região do Alentejo e sub-região do Alentejo Litoral, é sede de um município com 202,7 km² de área e subdividido em 2 freguesias. O município é limitado a norte e leste pelo município de Santiago do Cacém, a sul por Odemira e a oeste tem litoral no Oceano Atlântico. O litoral do município, para sul de São Torpes, faz parte do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.



História

         A história de Sines tem sido enformada pelo mar. Da Pré-História aos dias de hoje foram o mar e os seus recursos que definiram a economia, a cultura, a composição e até o carácter das suas gentes. Há evidências da existência de populações humanas na área no concelho desde a Pré-História. Vestígios de alguns desses povoamentos estão hoje a descoberto em estações arqueológicas como a Palmeirinha e a Quitéria. Os Celtas e Púnicos também terão andado por Sines. A presença celta é apenas uma hipótese, mas a púnica é uma certeza: é púnico o Tesouro do Gaio, descoberto numa herdade do concelho em 1966 e actualmente à guarda do Museu de Sines.
Com os Romanos, o concelho define-se pela primeira vez como centro portuário e industrial. A baía de Sines é o porto da cidade de Miróbriga. O canal da Ilha do Pessegueiro está ligado a Arandis (Garvão). Sob o poder de Roma, Sines e a Ilha são polos "industriais", com complexos de salgas de peixe. A segunda hipótese de etimologia de Sines é também romana: "sinus" - baía ou "sinus" - seio, que é a configuração do cabo de Sines visto do Monte Chãos. A Alta Idade Média, em que a região teve ocupação por Visigodos e Mouros, é o período mais obscuro da história de Sines. Há no Museu de Sines cantarias visigóticas que atestam a existência de uma basílica do século VII. Durante a ocupação árabe do sul da península, Sines é praticamente abandonada.
Povoação da Ordem de Santiago de Espada a partir o século XIII, Sines adquire autonomia administrativa em 24 de novembro de 1362. Dom Pedro I concede carta de elevação de Sines a vila interessado na sua função defensiva da costa, colocando como condição a construção do Castelo. A vida do município na Idade Moderna continua a ser marcada pelas funções marítimas. A fundação de Porto Covo, por Jacinto Bandeira, acontece no final do século XVIII, no pressuposto de aí virem a ser construídos dois portos.
No século XIX, com o Liberalismo, o concelho deixa de pertencer à Ordem de Santiago e acaba mesmo por ser extinto, em 1855. Mas a segunda metade do século é, paradoxalmente, de crescimento. Em meados do século XIX, um jovem médico algarvio escreve a primeira monografia de Sines conhecida, "Breve Notícia de Sines". A Sines de Francisco Luís Lopes é uma vila com problemas, mas aberta e tolerante.
O século XX começa praticamente com a restauração do município, em 1914. A indústria da cortiça, a pesca e alguma agricultura e turismo constituem a base da vida de Sines até ao final da década de 60, quando, além da proximidade do mar, Sines pouco se distingue do resto do Alentejo.
O grande complexo industrial criado pelo governo de Marcello Caetano em Sines, em 1970, muda o concelho. A população explode e diversifica-se, a paisagem ganha novas configurações e a comunidade luta para manter a sua integridade e a qualidade de vida, mitigando os impactes negativos da instalação das novas unidades e aproveitando os positivos.

Bandeira de Sines

Heráldica

Escudo xadrezado de ouro e de vermelho, de três peças em faixa e cinco em pala, as de vermelho carregadas de dois filetes de prata postos em faixa; castelo de prata realçado de negro, aberto e iluminado de vermelho, com a torre central carregada de cruz da Ordem de Santiago, de vermelho, assente o castelo num mar de seis faixetas ondadas, três de verde e três de prata. Coroa mural de prata de cinco torres. Listel branco, com a legenda a negro: "SINES".

Bandeira - Gironada de oito peças de branco e vermelho. Cordão e borlas de prata e vermelho. Haste e lança de ouro.


Cultura e Turismo

         Sines é um concelho privilegiado do ponto de vista natural, nomeadamente no seu recorte de costa., apesar de o complexo industrial ter tido impacto paisagístico no terço central do concelho, existem áreas com uma assinalável preservação. É o caso da faixa litoral entre São Torpes e os Aivados, integrada no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, onde estão situadas a Ilha do Pessegueiro e algumas das mais belas e virgens praias do país. A norte do concelho, a zona húmida da Lagoa da Sancha (integrada na Reserva Natural da Lagoa de Santo André e da Sancha) é um elemento de grande valor natural. Os importantes complexos de dunas, a Albufeira de Morgavel e as ribeiras são outros valores a assinalar.
Em apenas 30 quilómetros de costa, Sines tem praias para todos, das famílias aos aventureiros. As principais praias de Sines têm vigilância permanente durante a época balnear, estão equipadas com os devidos apoios de praia e têm excelente qualidade sanitária. A Praia de S. Torpes, a Praia de Morgavel, a Praia de Vale Figueiros, a Praia Grande do Porto Covo (na foto) e a Praia da Ilha do Pessegueiro, nos últimos anos sempre galardoadas com a Bandeira Azul da Europa, são excelentes quer pelas suas qualidades naturais, quer por permitirem a frequência a toda a população, das crianças aos mais idosos. Não há praias como as praias de Porto Covo, uma das mais belas aldeias do país e, de certeza, uma das costas mais belas. A praia Grande e a praia da Ilha são as mais amplas e acessíveis, mas todo o recorte litoral da freguesia está cheio de prainhas de areia fina e água transparente, separadas por grandes rochedos, que parecem ter sido feitas para criar uma sensação de intimidade e exclusividade. As praias são de todos, mas dá vontade de dizer: escolha a sua! Vieirinha, Oliveirinha, Foz, Burrinho, Samouqueira (na foto), Pequena, Espingardeiro, Búzios, são alguns dos nomes destes tesouros tão pequenos quanto preciosos. Note-se que todas estas praias estão em boas condições sanitárias, mas que em algumas delas o acesso é difícil e não têm vigilância permanente. Uma das pequenas praias de Porto Covo é a praia do Salto. Situada entre o Cerro da Águia e a Cerca Nova, com um ambiente de privacidade e tranquilidade, faz parte desde 2002 do grupo restrito de praias naturistas reconhecidas oficialmente em Portugal. O cabo de Sines divide o litoral alentejano ao meio. A sul ficam as pequenas praias entrecortadas de rochedos. A norte, ficam quilómetros e quilómetros de areal contínuo, até à península de Tróia. É toda uma outra forma de ser e viver a praia. É o domínio dos grandes espaços, do mar vigoroso. Devido à agitação marítima e aos fundos perigosos, a Costa do Norte de Sines (na foto) não está indicada para banhos, mas pode proporcionar uma experiência gratificante a quem procura isolamento e a pujança dos elementos. Os ricos bancos de peixe nas grutas submarinas são motivos de atração de mergulhadores e caçadores.
A melhor forma de aproveitar o mar e a natureza de Sines é vivê-los de forma ativa. Sines situa-se numa das zonas mais preservadas do litoral europeu. A parte sul do concelho está integrada no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, que se estende de São Torpes ao Algarve. Grandes escarpas, prainhas, complexos de dunas, pequenos ribeiros, charnecas, zonas de serra. É um lugar de uma diversidade única em Portugal e uma experiência de paisagem emocionante.São Torpes é o paraíso dos praticantes de surf da região . Estão ali instaladas escolas de surf abertas o ano inteiro e com oferta letiva para todas as idades e níveis de experiência. É possível pescar à cana em quase todo o concelho. São Torpes e Costa do Norte são as zonas preferidas. Mergulhadores e caçadores submarinos têm muitos lugares por onde escolher. Em Sines, pode-se também aprender vela e caiaque. No Verão, é possível visitar a Ilha do Pessegueiro e outras zonas do mar de Sines de barco . A pé, de bicicleta ou de jipe, há espaços interessantíssimos para descobrir no interior do concelho, desde a quase secreta Lagoa da Sancha, a norte do concelho, às áreas rurais da Cabeça da Cabra, Provença e Sonega. A melhor forma de viver ativamente o interior é através dos chamados desportos da natureza. Em Sines, há empresas com programas adaptados a todo o tipo de clientes e necessidades, que proporcionam experiências em modalidades como BTT, canoagem, rappel, slide, paintball, manobras de cordas, passeios a cavalo e de burro, etc. 



Gastronomia

         A qualidade da sua gastronomia e dos seus restaurantes é uma das principais razões para vir a Sines. Entre todas as razões para visitar Sines, a qualidade da sua gastronomia é, sem discussão, uma das principais. Será difícil sair insatisfeito dos inúmeros restaurantes do concelho, muitos deles juntando ao puro prazer da comida o prazer de uma vista deslumbrante sobre o oceano. A cozinha típica do concelho tem como base o peixe e o marisco, ingredientes sempre frescos, provenientes, em grande parte, das duas lotas existentes, em Sines e Porto Covo. Pratos como a açorda de marisco e a feijoada de búzios são exemplos também da influência do interior alentejano, resultando numa combinação irresistível entre os sabores da costa e da planície. Se a principal força da gastronomia de Sines está nos frutos do mar, sob todas as formas - pratos quentes, saladas, petiscos -, não deixe de provar o doce regional “Vasquinhos”, pequenos bolos à base de amêndoa que tomam o nome do navegador aqui nascido.