Translate

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Viagem e visita ao concelho de Armamar

Brasão de Armamar

Localização : 

              Localizado a Sul do rio Douro, o concelho de Armamar está integrado no distrito de Viseu e abrange na sua zona administrativa dezanove freguesias, distribuídas por uma área de 112.2 Km2 . Armamar faz fronteira a Norte com os concelhos de Sabrosa e Peso da Régua, integrados no distrito de Vila Real; a Sul com os concelhos de Moimenta da Beira e Tarouca; a Leste com o rio Tedo que o separa do concelho de Tabuaço e a Ocidente com o concelho de LamegoIntegrado no Vale do Douro, uma das mais belas regiões do país, o concelho de Armamar caracteriza-se pelo extenso anfiteatro de vinhedo que se estende pelas margens do rio Douro e domina grande parte do concelho. O curso de água mais importante que nasce no concelho é o ribeiro de Temilobos; com origem na serra de Lumiares, este ribeiro tem um curso de cerca de 16 quilómetros e desagua no rio Douro. 





História :

            A ocupação humana no atual concelho de Armamar remonta a épocas ancestrais, bastando para confirmar este facto, analisar a arqueologia local; o primitivo castelo de Armamar parece confirmar isso mesmo, pois ao que tudo indica, corresponde, na sua origem, a um castro. As lutas entre árabes e cristãos para a posse de toda a terra de Lamego tornaram, por certo, deserto o território de Armamar que voltaria a ser povoado no século XII, por ação do nosso primeiro rei D. Afonso Henriques. O primitivo assento da povoação era diferente do atual  pela análise de documentos e factos históricos se depreende que a povoação que se tornou cabeça da "terra", deveria localizar-se na atual freguesia de Aldeias, sobre as chãs da Fraga da Pena. Assim se depreende que esta deveria ser a "civitas" originária da cabeça da "terra" designada, na Idade Média, "Ermamar"Durante o século XII, a "terra de Ermamar" perde a sua autoridade em algumas povoações, como é o caso de FonteloTões e Lumiares (na atual freg. de Santa Cruz) que passam a Egas Moniz e seus sucessores, como comenda, honra e couto, respectivamente; Vila Seca saiu também e foi feito couto por D. Afonso Henriques para Echa Martins "Mouro". Um outro fator que contribuiu para a referida perda de autoridade foram as cartas de foro passadas a algumas povoações da terra de "Ermamar". Assim, segundo as Inquirições de 1258, a autoridade da vila e castelo de Armamar era exercida apenas nas atuais freguesias de Armamar,AriceraS. Romão e Aldeias. "Terra de Ermamar", era muito mais reduzida em relação ao atual concelho, sendo que as freguesias de Queimada e Queimadela eram do termo de Lamego, a de Cimbres do de Tarouca; as de S. CosmadoGoujoim e Santo Adrião eram do termo de Leomil. Eclesiasticamente, apenas existia no termo de Armamar uma paróquia, a de S. Miguel do Castelo e por essa razão as freguesias que aí apareceram depois (Aricera, CouraFolgosaSantiago, S. Romão, Tões e Vila Seca), foram todas curatos de apresentação do reitor de Armamar. A vila de Armamar foi cabeça de um condado, extinto logo no início da guerra da restauração, em consequência da condenação à morte do jovem Conde Rui de Noronha, envolvido na conspiração urdida pelo Arcebispo de Braga, D. Sebastião de Noronha, seu tio, pelo Duque de Caminha e pelo Marquês de Vila Real contra o novo rei D. João IV. O Conde de Armamar que contava com 24 anos, foi degolado juntamente com os restantes conjurados, em 29 de Agosto de 1641, na Praça do Rossio em LisboaPor ter sido terra doada ao Mosteiro de Santa Maria de Salzeda, em 1189, Armamar não teve, curiosamente, foral antigo. A 3 de Maio de 1514, D. Manuel I deu foral novo a esta vila e por decreto de 24 de Outubro de 1855, Armamar foi elevada a cabeça de comarca. A área do atual município resultou de sucessivas reformas administrativas que extinguiram os concelhos de Fontelo, Lumiares (atual freg. de Santa Cruz) e S. Cosmado, hoje freguesias do concelho de Armamar. Por ter sido terra doada ao Mosteiro de Santa Maria de Salzeda, em 1189, Armamar não teve, curiosamente, foral antigo. A 3 de Maio de 1514, D. Manuel I deu foral novo a esta vila e por decreto de 24 de Outubro de 1855, Armamar foi elevada a cabeça de comarca. A área do atual município resultou de sucessivas reformas administrativas que extinguiram os concelhos de Fontelo, Lumiares (atual freg. de Santa Cruz) e S. Cosmado, hoje freguesias do concelho de Armamar.

Bandeira de Armamar

Cultura e Turismo : 

         O concelho de Armamar está integrado na Região de Turismo do Douro Sul, uma das regiões mais aprazíveis e mais belas de Portugal, em que a montanha, a floresta e o rio definem a paisagem. Dos locais mais apreciados e conhecidos pela sua fabulosa vista sobre o concelho destacam-se o miradouro do Monte, na freguesia de Fontelo, considerado um dos mais belos miradouros da região do Douro, a elevação do Monte Raso, em Queimadela, o miradouro de Misarela, uma das mais bonitas aflorações graníticas do país, sendo de salientar a cascata de Temilobos, aí localizada, o monte Castro em Goujoim e a serra da Senhora da Piedade, em S. Martinho das Chãs. A nível turístico, são também de salientar os vários esforços para o desenvolvimento do turismo rural, do turismo de habitação e do agroturismo, sendo neste sentido de destacar a Quinta da Barroca, em funcionamento desde 1993. 





Gastronomia : 

           O concelho de Armamar é bastante rico em termos de tradições gastronómicas, sendo célebre por todo o país o cabrito de Armamar. Outros pratos de igual tradição são o guisado de abóbora e os milhos, acompanhados com bacalhau ou carne de porco. Na doçaria, são tradicionais as fritas de castanha, o pão amarelo e as fritas lêvedas, também conhecidas como orelhas de abade ou filhós.






Viagem e visita ao concelho de Resende

Brasão de Resende

Localização : 

               concelho de Resende está integrado no distrito de Viseu e tem uma área de 122.7 Km2 , distribuída por quinze freguesias; Resende faz fronteira a Norte com o rio Douro que o separa dos concelhos de Baião e Mesão Frio, a Sul, com o concelho de Castro Daire, a Nascente com o concelho de Lamego e a Poente com o de CinfãesAs terras do concelho de Resende distribuem-se por vales mais ou menos profundos que resultaram da erosão prolongada de pequenos ou grandes cursos de água que atravessam o concelho. De Norte para Sul, correm para o Douro os ribeiros de Bestança, Corvo e Cabrum. O ribeiro de Bestança forma-se a curta distância do monte de S. Cristóvão, desaguando no rio Douro no lugar de Porto de Rei; o rio Corvo, nasce também perto do monte de S. Cristóvão e vai juntar-se ao Douro pouco abaixo de Mirão; já o rio Cabrum, constitui o maior ribeiro do concelho, com cerca de 20 quilómetros de extensão e no seu curso alimenta as mini-barragens de Mariares e de Freigil. No entanto, o principal curso de água do concelho é sem dúvida o rio Douro que atravessa o concelho e o limita a Norte. O concelho de Resende está situado na vertente da serra de Montemuro, sendo definido pelas suas ramificações: a serra das Meadas, uma ampla montanha que separa Resende de Lamego e a Serra da Mesquitela sobranceira à freguesia de Barrô. O ponto mais alto do concelho situa-se no Monte Ladário, a 1.218 metros de altitude.



História : 

           O povoamento do território em que se encontra o atual concelho de Resende é bastante recuado, remetendo a tempos pré-históricos. Dessa época, chegaram até aos nossos dias as mamoas, ou antas de S. Cristóvão. A presença do povo celta e dos lusitanos está documentada nos castros de Mogueira, do penedo de S. João, no morro de Cárquere e no monte das Pias, em Ovadas, bem como em topónimos como "Coroinha" e "Pardelhas". Já da época romana, os vestígios são mais abundantes; por essa altura, Resende fazia parte da província da Lusitânia cujos limites foram fixados a Norte, pelo rio Douro. Para ligar as vilas e as cidades foram construídas vias pavimentadas com grandes lages e marginadas com marcos miliários que assinalavam as distâncias em milhas. Vários autores referem as vias que passavam por terras do atual concelho de Resende, uma das quais viria de Lamego, por S. Martinho dos Mouros e outra de Lamego para Cárquere que deverá ter sido um oppidum, cidade e circunscrição romana fortificada, pois no local foram encontradas várias lápides funerárias com inscrições latinas, tijolos, instrumentos de bronze, fíbulas, sigilatas, pesos de barro, fustes, entre outros. Quando o domínio romano entrou em decadência e os povos bárbaros foram conquistando os seus domínios, ao longo do século V, as terras de Resende foram ocupadas primeiro pelos suevos e mais tarde pelos visigodos que a pouco e pouco se converteram ao cristianismo existente nas aldeias. Considera-se que a cristianização intensiva e a organização de diversas comunidades cristãs terá acontecido durante o século VI, ainda no domínio dos suevos, convertidos à fé cristã pela ação de S. Martinho de Dume. Do tempo dos visigodos ficou nestas paragens a igreja de S. Pedro de Balsemão, junto à de Lamego. Da ocupação moura chegaram até aos nossos dias topónimos bastante representativos, como "Mesquitela", "Penedos da Moura", ou "Almuzerna". Antes de estar constituída a Nacionalidade portuguesa, as terras do concelho de Resende estavam organizadas em dois julgados: o de Aregos, a Oeste e o de S. Martinho dos Mouros, a Leste. O concelho e Julgado de Aregos abrangia, nesse tempo, as freguesias de AnreadeFreigil e Ovadas das quais posteriormente se desmembraram as de MiomãesS. CiprianoPanchorra e S. Romão de Aregos; e ainda as terras de Resende e Cárquere. Por sua vez, o concelho de S. Martinho abrangia as antigas freguesias serranas de Feirão e Gosende e ainda as de Barrô e S. Martinho dos Mouros; desta última, foi mais tarde desmembrada a de Paus e a de S. João de FontouraEm inícios do século XII as terras de Resende foram desanexadas do concelho de Aregos para dar origem à Honra de Resende, criada por D. Afonso Henriques em benefício do seu aio Egas Moniz de Ribadouro. Por morte de Egas Moniz o senhorio de Resende passou para a posse de seu filho Afonso Viegas, também conhecido como Moço Viegas. Quando este faleceu, a sua filha D. Urraca Afonso ficou senhora da Honra de Resende e por morte desta última, o senhorio passou para o seu filho, Rodrigo Afonso. De Rodrigo Afonso foi herdeiro Afonso Rodrigues, a que chamavam "Rendamor" dada a sua fama de galanteador. Em meados do século XIII eram senhores da honra de Resende Martim Afonso de Resende e Geraldo Afonso de Resende, filhos de Afonso Rodrigues e de um,a freira que este raptara do convento de Arouca e com quem se havia casado. Depois de Martim Afonso, a honra passou para a sua filha D. Constança Martins de Resende e depois para seu neto, Vasco Martins de Resende que se encontrava na posse da honra em 1340. Herdou-a depois o filho deste, Gil Vasques de Resende, conselheiro de D. Afonso IV e acusado de ter sido um dos responsáveis da morte de D. Inês de Castro. Mais tarde, D. Pedro, convencido da sua inocência, escolheu-o para aio e educador do Infante D. Dinis. Por carta régia de D. Fernando datada de 14 de Janeiro de 1374, o sucessor de Gil Vasques de Resende foi João Rodrigues de Portocarreiro. Já em 1386 aparece a honra na posse de Fernão Vasques de Resende, vassalo de D. João I e companheiro de armas do Mestre de Avis na defesa da independência do reino. Por sua morte, a honra de Resende ficou em poder do seu irmão Martim Vasques de Resende e logo depois do filho deste último, Martim Vasques de Resende II, a quem D. João I deu os mais altos cargos, como o de Regedor da Justiça do rei na Comarca de Entre Douro e Minho. Com a morte da sua primeira mulher, casou com D. Maria de Castro a quem deixou por testamento todos os seus bens e privilégios. A honra de Resende saiu deste modo da descendência de Egas Moniz, pela linha dos Resende para os Castros que se mantiveram na posse da honra até à sua extinção pela legislação liberal. Em inícios do século XII as terras de Resende foram desanexadas do concelho de Aregos para dar origem à Honra de Resende, criada por D. Afonso Henriques em benefício do seu aio Egas Moniz de Ribadouro. Por morte de Egas Moniz o senhorio de Resende passou para a posse de seu filho Afonso Viegas, também conhecido como Moço Viegas. Quando este faleceu, a sua filha D. Urraca Afonso ficou senhora da Honra de Resende e por morte desta última, o senhorio passou para o seu filho, Rodrigo Afonso. De Rodrigo Afonso foi herdeiro Afonso Rodrigues, a que chamavam "Rendamor" dada a sua fama de galanteador. Em meados do século XIII eram senhores da honra de Resende Martim Afonso de Resende e Geraldo Afonso de Resende, filhos de Afonso Rodrigues e de um,a freira que este raptara do convento de Arouca e com quem se havia casado. Depois de Martim Afonso, a honra passou para a sua filha D. Constança Martins de Resende e depois para seu neto, Vasco Martins de Resende que se encontrava na posse da honra em 1340. Herdou-a depois o filho deste, Gil Vasques de Resende, conselheiro de D. Afonso IV e acusado de ter sido um dos responsáveis da morte de D. Inês de Castro. Mais tarde, D. Pedro, convencido da sua inocência, escolheu-o para aio e educador do Infante D. Dinis. Por carta régia de D. Fernando datada de 14 de Janeiro de 1374, o sucessor de Gil Vasques de Resende foi João Rodrigues de Portocarreiro. Já em 1386 aparece a honra na posse de Fernão Vasques de Resende, vassalo de D. João I e companheiro de armas do Mestre de Avis na defesa da independência do reino. Por sua morte, a honra de Resende ficou em poder do seu irmão Martim Vasques de Resende e logo depois do filho deste último, Martim Vasques de Resende II, a quem D. João I deu os mais altos cargos, como o de Regedor da Justiça do rei na Comarca de Entre Douro e Minho. Com a morte da sua primeira mulher, casou com D. Maria de Castro a quem deixou por testamento todos os seus bens e privilégios. A honra de Resende saiu deste modo da descendência de Egas Moniz, pela linha dos Resende para os Castros que se mantiveram na posse da honra até à sua extinção pela legislação liberal. Em 16 de Julho de 1513, D. Manuel I criou, por carta foral, o concelho de Resende, com sede nos limites do lugar de Vinhós, onde se situava a Câmara, a Cadeia e a Feira. O então recém criado concelho de Resende tinha aproximadamente a área geográfica da antiga honra e abrangia as freguesias de Resende e Cárquere. Inicialmente, a jurisdição do concelho de Resende pertencia exclusivamente ao rei que nomeava os tabeliães e só em 1626, por mercê e concessão do rei Filipe II, tal jurisdição passou a pertencer aos Castros, Senhores da Casa do Paço de Resende. Com a reforma liberal de 1855, por decreto de 24 de Outubro, foram extintos os concelhos de Aregos e S. Martinho e anexados ao concelho e comarca de Resende, constituindo-se assim o atual concelho.


Bandeira de Resende

Cultura e Turismo :

            Resende encontra-se inserido numa zona de grande beleza e potencial turístico, sendo este um sector ainda em desenvolvimento. Uma das principais referências do concelho são as caldas de Aregos, referenciadas desde os tempos da Idade Média e bastante procuradas pelo seu valor curativo. O atual balneário foi construído em inícios da década de 1990, aliando a funcionalidade do equipamento moderno ao conforto dos curistas.   





Gastronomia : 

             Da gastronomia tradicional do concelho de Resende são de destacar: o anho assado, prato bastante tradicional; o basolaque, espécie de aperitivo para o anho assado; os painços; as papas; o arroz de vessada; o caldo de castanhas que se comia, por tradição, no Domingo de Ramos e no primeiro dia de Maio; a bola de carne; o arroz de vinha d'alhos que se comia depois da matança do porco; os formigos; o farrapo velho, tradicional no almoço do dia de Natal; as batatas de sarabulho; a açorda de carne; a Jorna. Na doçaria, são especialidades concelhias: as falachas; as torradas do Barreiro; os rosquilhos de Aregos; os "esses"; as cavacas de Resende.