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quarta-feira, 20 de março de 2013

Viagem e visita ao concelho de Leiria

Brasão de Leiria

Localização

         O concelho de Leiria é sede do distrito homónimo e ocupa uma área de 564.7 km2, distribuída por 29 freguesias, o concelho é atravessado de Sul para Norte pelo rio Lis que no seu extremo superior inflecte para Oeste, entrando no concelho de Marinha Grande, onde desagua. O rio Lis e o rio Lena constituem os principais recursos hidrográficos de Leiria. O concelho é limitado a Norte pelo concelho de Pombal; a Oeste pelo Oceano Atlântico e pelos concelhos de Marinha Grande e Alcobaça; a Sul pelos de Batalha e Porto de Mós; e a Este pelos concelhos de Pombal e Ourém, este último do distrito de Santarém.



História

             O topónimo principal deste concelho tem dado azo a várias interpretações relativamente à sua origem e significado. Assim, segundo alguns autores, o topónimo terá derivado de Lena-iria que significa "cidade de Lena"; outros, reportam a sua origem para a junção dos nomes Lis e Lena, os dois rios que banham a cidade; uma outra hipótese remete o topónimo para Leirion, nome comum grego, com o significado de "Lírio", ou "Lis"; pensa-se também que poderá ter derivado de Leira, disposição particular do terreno, ou de Léria, antiga cidade valenciana. Outras possíveis interpretações referem que "Leiria" poderá ter a sua raiz etimológica em Laéria, antrotopónimo romano; Laberia Galla, sacerdotiza romana, morta na região; ou ainda La Eirena, nome medieval de mulher. Esta última explicação, parece ser a mais aceitável, pois Eirena, antrotopónimo feminino é também o nome da santa que nasceu nos arredores da actual cidade e que veio também a dar origem do nome Santarém, onde se encontra o seu túmulo. A fundação de Leiria está envolta em várias lendas relacionadas principalmente com o município romano de Collippo. De facto, sabe-se que esta região sofreu uma forte romanização, tendo sido encontrados, nos arredores de Leiria, bastantes vestígios da permanência de romanos nesta região; no entanto, nada que de facto comprove a existência de tão grandiosa cidade romana neste local. No castelo de Leiria foram encontrados, ainda bem conservados, alguns exemplares de epigrafia romana, pelo que alguns autores consideraram a hipótese de no local onde se encontra o castelo, ter existido um castro romano. Já segundo Leite de Vasconcelos, aí se localizava a própria cidade de Collippo, o que não parece ser exato. Sobre a altura de ocupação sueva e visigótica, pouco ou nada se sabe, sendo que em 753 já se encontrava na posse dos mouros e sob a alçada de Córdova, em cujo domínio permaneceu até à reconquista. O sítio era ermo e desabitado quando D. Afonso Henriques, dentro de um plano estratégico de reconquista, ali fundou um castelo que tinha por principal objectivo constituir um importante defensáculo, ao Sul do castelo de Soure. O ano da fundação foi o de 1135 e o castelo foi confiado à guarda de D. Paio Guterres. Em 1137, os sarracenos cercaram o castelo, tendo sido retomado por D. Afonso Henriques pouco tempo depois. Paio Guterres, que escapou ao assaltou, voltou a assumir a sua alcaidaria mor. Em 1140 quando o rei se encontrava na Galiza, os serracenos voltaram a atacar dizimando parte da guarnição e aprisionando o restante. Novamente o rei retomou o castelo e o reconstruiu, concedendo a Leiria o título de vila e o seu primeiro foral. Eclesiasticamente, a vila passa então à posse do poderoso mosteiro dos cónegos regrantes de Santa Cruz de Coimbra, mediante a doação efetuada por volta de 1155; os privilégios dos Cónegos Regrantes sobre Leiria são confirmados por uma carta do Bispo de Lisboa, D. Gilberto, pelo qual renuncia, em 1156, aos direitos episcopais que possuía na vila. A fertilidade dos campos leirienses, banhados pelo rio Lis e pelo Lena, permitiu uma colonização rápida que os crúzios estimularam. No reinado de D. Sancho I, o povoado expande-se para fora das muralhas do castelo e estende-se pela plataforma que se levanta pelo nascente, tendo sido aí construída a segunda igreja leiriense, dedicada a S. Pedro, uma vez que a primeira, a matriz, ficava no castelo. A Igreja de S. Pedro talvez já existisse em 1190, sendo que D. Sancho I já se refere a ela no foral que passou a 13 de Abril de 1195. Em 1254, D. Afonso III reúne as cortes em Leiria, com a participação dos representantes dos concelhos. Não se sabe ao certo o local exato onde se reuniram as cortes, no entanto, supõe-se que terá sido no castelo ou nos paços que existiam na cerca. Já no reinado de D. Dinis, Leiria gozava de uma situação privilegiada entre as terras do país, uma vez que o rei habitava na vila e daí expedia documentos de longo alcance, como o da fundação da Universidade. A 4 de Julho de 1300, D. Dinis doa a D. Isabel, sua esposa, o castelo e a vila de que a priva transitoriamente em, 1320, quando a supõe comprometida com a rebeldia do príncipe D. Afonso. Mais tarde, D. Fernando doou o castelo e a vila a D. Leonor Teles, ambos aqui fazendo residência. Durante o reinado de D. João I a alcaidaria passou a pertencer a Lourenço Martins, um dos seus primeiros companheiros de aventura. Durante o reinado de D. Afonso V a vila, incluindo o seu termo, ficou empenhada ao Conde de Vila Real que ficou na posse do senhorio. A alcaidaria, que andava então na posse da família dos Barbas Alardos passou também para a casa de Vila Real no tempo de D. João III. No tempo de D. Manuel I, Leiria recebeu foral novo, passado em Santarém, a 1 de Maio de 1510. O mesmo monarca realizou também várias obras no castelo, construindo a sacristia da igreja de Pena. O aumento progressivo da povoação, que seguia a par e passo o desenvolvimento dos centros rurais, dificultava o exercício do ministério paroquial, dadas as dilatadas áreas das freguesias. Essa terá sido a principal razão da fundação do bispado e da elevação de Leiria a cidade. O bispado foi erecto por Paulo III, por bula de 22 de Maio de 1545, a pedido de D. João III, sendo que Leiria foi elevada a cidade pela mesma bula. A nova diocese ficou sufragânea da metrópole lisbonense, tendo sido o seu primeiro bispo, Frei Brás de Barros, reformador dos cónegos regrantes de Santa Cruz de Coimbra. A diocese de Leiria viria a ser extinta por sentença do Cardeal D. Américo, de 4 de Setembro de 1882. Bento XV, em 1918 restaurou o bispado que continuou sufragâneo de Lisboa e teve como prelado José Alves Correia e Silva. De início o bispado de Leiria compreendia apenas as terras do priorado dos cruzios, isto é as terras que correspondem de grosso modo aos atuais concelhos de Leiria, Marinha Grande e Batalha. Em 1585 foram-lhe anexadas as vilas de Ourém, Porto de Mós, Aljubarrota e Alpedriz, com seus termos. Atualmente a diocese adota o nome de Leiria-Fátima.
      
Bandeira de Leiria

Heráldica

Brasão: de ouro, um castelo de vermelho, aberto e iluminado de prata, acompanhado de dois pinheiros de verde, frutados de ouro e sustidos de negro, tudo saínte de um terrado de verde realçado de negro. Os pinheiros rematados cada um por um corvo de negro, voltados para o centro. A torre central acompanhada em chefe de duas estrelas de oito raios de vermelho. Em contra-chefe, três faixetas ondadas de prata e azul. Coroa de mural de cinco torres de prata. Listel branco com os dizeres: «Cidade de Leiria» a negro.

Bandeira: gironada de branco e vermelho, cordões e borlas de prata e de vermelho. Haste e lança de ouro.

Selo: circular, tendo ao centro as peças das armas sem indicação dos esmaltes, tudo envolvido por dois círculos concêntricos onde corre a legenda: «Câmara Municipal de Leiria».

Cultura e Turismo :

              Subordinada à presença do rio Lis e do seu afluente, o Lena, toda esta região se caracteriza quer pelos seus atrativos naturais, quer pelo seu património histórico. Uma das marcas deste concelho é sem dúvida a Mata Nacional de Leiria que se estende desde as areias da Marinha Grande até ao concelho de Leiria. A Mata Nacional de Leiria é historicamente famosa por estar ligada ao rei D. Dinis que ordenou grandes plantações de pinheiro bravo e estabeleceu as primeiras normas de ordenamento e gestão da mata. Com D. Fernando transformou-se na fonte principal de abastecimento de madeira para a construção naval. Um outro importante recurso natural e turístico deste concelho são as termas de Monte Real, localizadas entre Leiria e a praia da Veira. São vários os núcleos museológicos que se podem encontrar neste concelho: a Casa Museu João Soares; o Museu da Fábrica de Cimento da Maceira Liz; o Museu de Leiria; o Museu de Arte Sacra do Seminário Diocesano; o Museu Etnológico de Monte Redondo; o Museu Escolar dos Marrazes; e o Museu da Imagem. Localizada na freguesia de Cortes, a poucos quilómetros de Leiria, na Casa-Museu João Soares funciona paralelamente à Fundação Mário Soares, sediada neste concelho. Aí está patente uma exposição permanente, dotada de meios audiovisuais, que apresenta uma visão sintética do Século XX Português. São também realizadas diversas exposições temporárias, quer exibindo as ofertas recebidas pelo Dr. Mário Soares ao longo da sua vida pública, como Primeiro-Ministro e depois como Presidente da República, quer sobre diversos temas de interesse cultural. Já o Museu Municipal de Leiria, foi instituído por Decreto de 10 de Janeiro de 1917, por iniciativa de Tito Larcher, tendo funcionado durante 10 anos no palácio episcopal  O Museu de Leiria integra coleções de Arqueologia, Cerâmica, Escultura, Etnologia Africana, Mobiliário, Numismática, Pintura e Vidro.

Mata Nacional de Leiria 

Gastronomia

          As especialidades típicas de Leiria são os enchidos e ensopados de borrego, o arroz de marisco, a caldeirada e o creme de camarão, a morcela de arroz, a torta de laranja, o arroz doce, os bolos de pinhão, os ovos folhados, os carnudos e as brisas do lis.

                                                                                                               Brisas do Lis
Arroz de Marisco