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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Mosteiros de Portugal - Mosteiro de São Bento de Singeverga




Localização

              O Mosteiro de São Bento de Singeverga da ordem religiosa beneditina encontra-se situado na freguesia de Roriz, concelho de Santo Tirso.


História

           O Mosteiro de Singeverga é o único mosteiro masculino que, em Portugal, segue a Regra de S. Bento, foi fundado em 25/1/1892 na freguesia de Roriz, Santo Tirso, por monges vindos de Cucujães, onde se iniciara a restauração da vida beneditina, após a extinção das Ordens Religiosas, em 1834.
Como ainda viviam os fundadores, os monges instalaram-se nas dependências agrícolas da quinta de Singeverga, mercê da doação feita pela família Gouveia Azevedo à Ordem Beneditina.
Com a proclamação da República, tiveram de se dispersar e exilar, em Maredesous (Bélgica) e, sobretudo, em Samos (Galiza). Ficou apenas, como capelão da família fundadora, o Pe. Manuel Baptista de Oliveira Ramos, o qual após a elevação de SINGEVERGA ao grau de Priorado Conventual, foi nomeado Prior pela Santa Sé, em 9 de Maio de 1922, entretanto, os monges regressados de Samos (1926), foram instalar-se na Falperra (Braga) para não comprometerem, com qualquer resolução apressada, tudo quanto a prudência do Padre Baptista Ramos tinha conseguido salvar.
No dia 15 de Abril de 1931, visto que a ordem política, iniciada em 1926, sob o comando do General Gomes da Costa, vingava em Portugal, impondo a normalidade e dando liberdade à Igreja e suas instituições, a comunidade deixa a Falperra e vem para Singeverga, onde se inicia em pleno a vida monástica em conventual.








Mosteiros de Portugal - Mosteiro de Santo André de Rendufe

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Localização

            O Mosteiro de Santo André de Rendufe localiza-se na freguesia de Rendufe, concelho de Amares, distrito de Braga, em Portugal. Arquitectura religiosa, barroca. Mosteiro beneditino masculino com igreja de planta em cruz latina e nave única com fachada principal integrando duas torres sineiras e apresentando grande sobriedade estilística. Retábulos de talha dourada, de estilo barroco nacional. Dependências monacais desenvolvidas a S. com restos do claustro que seria de dois pisos, o primeiro com arcada e o segundo fechado com janelas de sacada.


História :

           Embora se desconheça a data precisa de edificação deste antigo mosteiro da Ordem de São Bento, sabe-se que a sua primitiva igreja já existia em 1151. Considerado uma das principais casas dos monges beneditinos no país, foi seu fundador Egas Viegas de Penagate, membro da nobreza e mestre da Ordem dos Templários no país entre 1157 e 1196. Foi senhor das Terras de Bouro, associadas às de Penela, entre os rios Cávado e o Lima, ao longo dos séculos o mosteiro foi ampliado, mas as principais obras datam do século XVIII, como a construção da nova igreja e dependências conventuais, com destaque para a Capela do Santíssimo Sacramento.
Com a extinção das ordens religiosas masculinas (1834) a igreja passou a paroquial. A cerca e demais instalações foram vendidas e posteriormente perdidas num incêndio que consumiu grande parte do antigo mosteiro. Encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1943, nos nossos dias sofreu intervenção de conservação e restauro pelo IPPAR, no sentido de preservar as ruínas do claustro e de um chafariz do antigo convento. Não foi possível uma intervenção global no conjunto, uma vez que os edifícios estão na posse de diversos proprietários.



Interior do Mosteiro

               Planta composta por igreja cruciforme de nave única, capela-mor rectangular, capela adossada a N. e dependências monacais com claustro quadrangular desenvolvidos a S.. Volumes articulados e escalonados de dominante horizontal, quebrados pelo verticalismo das torres sineiras, integradas na fachada pincipal. Coberturas diferenciadas a duas águas na igreja, quatro nas dependências conventuais e cúpulas bolbosas nas torres. A Igreja com fachadas rebocadas e pintadas de branco. Fachada principal de um pano flanqueado por duas torres sineiras, com pilastras nos cunhais sobrepujadas por pináculos e ventanas em cada face. Ao centro, abre-se portal de verga recta e cornija larga saliente encimada por três nichos com imagens ladeados por volutas e tendo os dois laterais inferiormente cartelas de perfil recortado. Sobrepujam-nos outra cornija e três janelões ovais interligados a meio por elemento decorativo. A fachada é rematada por frontão triangular com vários elementos no tímpano. A capela adossada a N. ao braço do transepto tem corpo quadrangular com cobertura coroada por lanternim. No interior da igreja, coro-alto sobre arco abatido com amplo cadeiral em U de 2 filas e com espaldar decorado por painéis pintados e remates em talha dourada. Junto ao coro, tem do lado do Evangelho um órgão e fronteiro tribuna semelhante. Lateralmente possui quatro capelas com retábulos de talha encimados por janelas, todos com sanefas de talha, dois púlpitos quadrados e quatro mísulas com imagens. Braços do transepto com sanefas de talha e capelas. A capela adossada, no lado do Evangelho, é de cantaria, decorada com almofadas geométricas, tendo retábulo pétreo com colunas apoiando frontão curvo de lanços tendo ao centro trono. Possui várias peanhas com imagens. Arco triunfal de volta perfeita, coberto por sanefa. Capela-mor rasgada por seis janelas laterais com sanefas de talha. Retábulo-mor de talha dourada com três nichos com imagens encimados por trono. cobertura em abóbada de berço pintado. O corpo principal das dependências monacais, junto à igreja, tem separados por frisos dois ou três registos, consoante o nível do terreno. A fachada principal é ritmada por pilastras sobrepujadas ao nível da cobertura por pináculos, tendo ao centro escada de acesso ao segundo piso. O claustro conserva apenas as arcadas toscanas de arcos plenos, do primeiro piso. Quadra com canteiros de cantaria de perfil recortado e chafariz central com tanque quadrilobado sobre um soco de 2 degraus, coluna galbada com diferentes níveis de decoração diversificada terminada em tronco-piramidal e taça quadrilobada com carranças em cada face. Adossado à casa paroquial, ergue-se um corpo quadrado mais alto de três registos, com remate em empena, o qual possui ao nível do segundo varanda com alpendre de colunelos sobre plinto encimado por três óculos. O superior é cego. No terreiro abre-se no muro da cerca, a fonte de espaldar, delimitada por pilastras suportando cornija coroada por cartela entre volutos e frontão quadrangular. Ao centro da fonte, vão trilobado com bica aberta numa pedra de armas da Ordem, inferiormente tanque circular. No inicio era um mosteiro masculino da Ordem de São Bento (Beneditinos) e no nossos dias é uma igreja com culto / Devoluto: dependências monacais. As imagens de granito constituem conjunto invulgar. A igreja possui ainda uma série de pedras românicas decoradas com rica temática e boa técnica, como as palmetas completas de sabor compostelano, o que nos sugere que a igreja românica deveria ter certa imponência. Pelos temas decorativos remanescentes, que têm paralelos na região e sobretudo na Sé de Braga, a primitiva construção devia datar entre os meados até ao fim do séc. 12.










Arquitectos e outros artistas

              Entalhador: Frei José de Santo António Vilaça; Mestre Pedreiro: Miguel Fernandes (1716-1719); Organeiro : Frei Manuel de São Bento.


Exterior do Mosteiro

           Rural, isolado num fertilíssimo vale com a antiga cerca conventual rodeada por alto muro. A fachada principal da igreja e do convento possui amplo espaço precedendo adro murado com balaustrada de cantaria. Na proximidade erguem-se algumas casas particulares. A Este localiza-se o Aqueduto do Mosteiro de Santo André de Rendufe.