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sexta-feira, 14 de junho de 2013

Viagem e visita ao concelho de Portel

Brasão de Portel

Localização

          Portel é uma vila portuguesa, no Distrito de Évora, região Alentejo e sub-região do Alentejo Central, 
é sede de um município com 601,15 km² de área e subdividido em 8 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Évora, a leste por Reguengos de Monsaraz, a sueste por Moura, a sul pela Vidigueira, a sudoeste por Cuba e a oeste por Viana do Alentejo. A vila de Portel foi fundada em 1261, tendo recebido foral de concelho em 1262.



História

       Portel parece ter sido habitada por Romanos e por ventura Fenícios, exploradores de minas de metais, e os seus vestígios ainda são visíveis no sítio dos Algares, foi habitado por árabes e mouros que deixaram como vestígios da sua presença as muralhas de taipa que já se encontram em ruínas. Durante os períodos de guerra contra Mouros e Castelhanos os habitantes procuravam proteção dentro das muralhas do castelo vindo mesmo aí a fixar residência, com D. João I o medo bélico terminou e a vila precipitou-se a construir as suas habitações no sentido sul- norte em direção ao castelo, das habitações que se encontravam dentro do castelo pouco ou nada há a não ser ruínas e o relato da existência de três igrejas : de S. João, de S. Vicente e de S. Maria. Em 1257, D. João III, fez a primeira doação de Portel a D. João Peres de Aboim e o dotou de terras que iriam desde a Serra da Ossa até Marmelar, em 1261, D. Afonso III, ordenou a Pedro Moniz que reedificasse o Castelo e que fortificasse a vila de Portel, em 1262, D.João Peres de Aboim deu um foral aos povos das suas terras concedendo-lhes os foros e os costumes da Cidade de Évora, em 1268, Aboim deu ao Prior do Crato uma herdade dos seus domínios para fundar o Mosteiro de Vera Cruz de Marmelar que viria a ser concluída em 1281.
No Reinado de D. Dinis, este trocou Evoramonte e Mafra, por Portel, encorporando-o nos domínios da Coroa em 1305, com D. Pedro I, Portel viria a ser doado, em 1359, a Rui Martins Toscano e D. João II fez doação de Portel ao duque de Bragança tal como doou a coutada da vila a Duarte de Almeida, ao longo dos anos Portel continuou a ser doado ao duque de Bragança, tal aconteceu com D. João III, D. Sebastião e D. Filipe III, entretanto, Portel é comarca desde 20 de Dezembro de 1890.

Bandeira de Portel

Heráldica

Brasão: de prata, com uma cruz de Malta de vermelho, acompanhada em orla por sete torres de vermelho, abertas e iluminadas de azul. Coroa mural de prata, de quatro torres. Listel branco com os dizeres «Vila de Portel» a preto.

Bandeira: de vermelho. Cordões e borlas de prata e vermelho. Haste e lança douradas.

Selo: circular, tendo ao centro as peças das armas, sem indicação dos esmaltes. Em volta, dentro de círculos concêntricos, os dizeres «Câmara Municipal de Portel».


Cultura e Turismo

Castelo de Portel

Em um dos contrafortes da serra de Portel, ergue-se em posição dominante sobre a vila medieval. Nas vizinhanças merecem visita, além do castelo, a Igreja Matriz da Vera Cruz, as grutas de Algar e a barragem do Alqueva. Embora a região seja rica em testemunhos arqueológicos, a primitiva ocupação humana do sítio do castelo é obscura. A toponímia Portel Mafomede, referida à época de D. Afonso III (1248-1279), transparece uma presença Muçulmana. O castelo, em estilo gótico, apresenta planta heptagonal reforçada por torres de planta circular nos vértices. A sua forma, novidade na arquitectura militar portuguesa à época, parece ter sido inspirada no Castelo de Angers, na França. É dominado pos uma imponente torre de menagem, de planta quadrangular, que se ergue a cerca de vinte e cinco metros de altura, dividida internamente em dois pavimentos acima da linha do adarve, ambos cobertos por abóbada em cruzaria de ogiva. O pavimento inferior serviu de cárcere. Foi utilizada a pedra mármore nos cunhais e nas janelas góticas. A porta de acesso à torre é em ogiva.
Esta torre protege o portão de acesso, a Norte, em arco apontado. Pelo lado Sul, a Porta de Beja determina um eixo viário interno em linha reta, ligando as duas portas. O conjunto conta com mais três portas, entre as quais a Porta do Relógio e a Porta do Outeiro. Na praça de armas abre-se uma cisterna e pode-se identificar os vestígios da Capela de São Vicente e as ruínas do paço ducal.
A cerca medieval da vila, não sobreviveu até nós. A defesa do castelo era complementada por uma barbacã, de que se conservam ainda importantes troços a Sul, Norte e Oeste, compostos por cortina reforçada por cubelos de planta quadrangular. É a essa barbacã reedificada por D. Manuel I, que corresponde a porta gótica encimada por brasões reais sobrepostos.

Portel, tem no seu castelo o orgulho do passado, em cada recanto, na vila e nas aldeias, o seu património revela-nos a história deste território, dominado pela serra. Portel assume-se hoje como a capital do montado e a porta de entrada de Alqueva. Um lago de oportunidades à sua espera. O concelho de Portel é marcado pelo  seu património histórico, pela Serra de Portel,  dominada pelo Montado e pela Albufeira de Alqueva. Conhecer a vila e o seu património, passear a pé, descobrir as paisagens da serra e navegar no grande lado são algumas das experiências que pode usufruir no concelho. Os eventos são uma marca cultural do concelho de Portel que se estendem ao longo de todo o ano. O Congresso das Açordas, o Agosto em Festa e a Feira do Montado são alguns desses eventos que  anualmente atraem milhares de turistas à nossa região.



Gastronomia

           No concelho de Portel a oferta gastronómica é rica e variada. No Inverno, a carne de porco é um componente fundamental das migas, do cozido de grão de bico ou da rechina, são as viceras do porco confeccionadas com sangue, é o prato obrigatório da matança, tal como os enchidos. Porque estamos numa região de caça, não se pode perder a ocasião de degustar os pratos confeccionados à base do veado, corço, javali, coelho, lebre e perdiz. 
Ainda hoje se mantêm alguns dos hábitos tradicionais da população como, nos meses de Fevereiro e Março, a apanha das cilarcas, uma variedade de cogumelos obrigatória no calducho e no ensopado de borrego. Também algumas das ervas aromáticas, como o poejo ou a hortelã da ribeira, constituem preciosos condimentos para os pratos preparados à base de peixe do rio.
Os queijos de cabra e de ovelha e o mel constituem outras das grandes riquezas gastronómicas. A doçaria regional é representada pelos afamados bolos folhados com ou sem recheio de chila, pelo bolo de mel, pelas pupias e biscoitos. Os fritos, filhoses, pastéis de grão, borrachos ou bêbados confeccionados no Natal e no Carnaval, acompanhados pelo arroz doce, completam um vasto leque de irresistíveis especialidades.

                                                                                                        Migas
MigasCozido de Grão de Bico ou da Rechina
Cozido de grão de bico 


Pupias
Pupias