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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Viagem e visita ao concelho de São Roque do Pico - Açores

Brasão de São Roque do Pico

Localização

           São Roque do Pico é uma vila portuguesa na ilha do Pico, Região Autónoma dos Açores, é sede de um município com 144,31 km² de área e subdividido em 5 freguesias. O município é limitado a sul pelo município de Lajes do Pico, a oeste pela Madalena e a norte pelo oceano Atlântico.



História

           Este concelho foi criado por Foral datado de 10 de Novembro de 1542 por ordem do rei Dom João III de Portugal e desde então tem passado pela evolução dos tempos, sendo muito marcado pela caça à baleia que deixou, um pouco por toda a ilha do Pico, mas nesta vila em particular a sua marca. Foi igualmente um concelho exportador de trigo e pastel para o Reino. Os terrenos de lava foram arduamente trabalhados e transformados em férteis pomares de laranjeiras, cujos frutos são de grande qualidade. Cultivaram-se produtivos vinhedos, onde se destaca a Casta de Verdelho.

Bandeira de São Roque do Pico


Cultura e Turismo

             Para os apreciadores das caminhadas pela natureza são ideais os passeios turísticos pelos caminhos antigos do concelho. A visita às lagoas constitui outro dos pontos de interesse do município. Na vulgarmente designada “estrada do mato” São Roque – Lajes, passada a sinalização da “Reserva Natural da Montanha do Pico”, à direita encontramos a conhecida Lagoa do Capitão. Na mesma estrada, mas continuando pela esquerda, temos a partir do cruzamento de acesso à Lagoa do Caiado, percorrendo zonas cobertas de vegetação endémica, outras pequenas lagoas ao longo do planalto central.
O concelho é propício na oferta de actividades ao ar livre, desde os passeios a pé ou de bicicleta, à natação, pesca de rocha ou submarina, passando pela caça e campismo possui todos os atractivos para inesquecíveis dias de lazer. A diversidade de piscinas naturais, de águas límpidas, formadas por rochas vulcânicas, convidam à natação. Os amantes da pesca de rocha encontram dezenas de diferentes espécies, entre elas o sargo, o carapau, a garoupa e o pargo. A riqueza da flora e da fauna submarina, aliada a curiosas formações rochosas apelam à caça e observação submarinas. Além da possibilidade de observar cachalotes e golfinhos, recorrendo às empresas que se dedicam a essa prática.
Para os apreciadores da caça está aberta a do coelho durante todo o ano, sendo também permitido, mediante licença, caçar galinholas, perdizes e codornizes. O Jardim Municipal constitui mais um recanto de natureza em plena vila, com espaços adequados ao divertimento dos mais novos e actuações de que são exemplo os Concertos de Verão. Os parques florestais de Santa Luzia e Prainha, dotados de zonas de lazer e equipamentos adequados à realização de agradáveis piqueniques, oferecem, também, bons momentos de descontracção. Para quem gosta de acampar, o Parque de Campismo Municipal da Furna é um local privilegiado e acolhedor, com uma agradável arborização, restaurante e demais equipamentos de apoio, mesmo em frente a uma zona balnear. Além das actividades ao ar livre, o concelho oferece a possibilidade de visitar museus, como o da antiga Fábrica da Baleia, e as exposições sempre presentes no Centro Multimédia, visita ideal para quem deseja conjugar o contacto com a cultura local e a utilização da Internet num dos vários computadores de livre utilização disponíveis no local, ambos no Cais do Pico; e o Museu da Escola de Artesanato de Santo Amaro.
As festividades com base de cariz religioso são uma constante ao longo de todo o ano, destacando-se destas as festas de São Roque e da Nossa Senhora da Ajuda. Existe ainda o “Cais Agosto”, a maior festa do concelho, onde a animação diurna e nocturna está sempre garantida com acontecimentos desportivos, exposições e música, muita música, entre muitas outras actividades. A diversidade de infra-estruturas de restauração e hotelaria é visível na oferta de vivendas particulares para aluguer e nos empreendimentos em expansão, como é o caso do Aldeamento Turístico Águas Cristalinas, situado junto à zona balnear natural das “Poças” em S. Roque, na Residencial Montanha com boas condições de acomodação e privacidade; e no turismo rural com habitações antigas de pedra restauradas, tal como oferece a Adegas do Pico. é de salientar o Museu da Indústria Baleeira, antiga Fábrica de Vitaminas, Óleos, Farinhas e Adubos, cuja matéria prima era a baleia. Este museu é formado por três corpos rectangulares, alinhados pela fachada, com cisterna acoplada e localizada no Porto Comercial do Cais do Pico, esta fábrica actualmente encontra-se transformada num museu, o Museu da Antiga Fábrica das Armações Baleeiras permite a observação dos apetrechos e equipamentos utilizados na transformação daqueles cetáceos. Com umas impressionantes caldeiras e fornalhas é internacionalmente considerado um dos melhores museus industriais do seu género.
Nesta localidade é de referir a existência de um monumento em homenagem ao Baleeiro que se situa frente à já referida Fábrica de Vitaminas, Óleos, Farinhas e Adubos, tal como o imponente Convento de São Pedro de Alcântara, cuja construção recua ao século XVIII, este convento datado de 1658 e localizado no povoado do Cais do Pico e que pertence à Ordem dos Frades Menores veio absorver uma antiga ermida dedicada a Nossa Senhora do Livramento. Esta vila tem um dos principais portos comerciais da ilha do Pico, o Porto Comercial do Cais do Pico, a Câmara Municipal de São Roque do Pico, o Tribunal da Comarca do Pico, a escola secundária e as principais instalações comerciais e urbanas do concelho. Neste concelho existe um jardim onde é possível observar grande número de plantas endémicas da flora laurissilva, típicas das florestas da Macaronésia que é o Jardim dos Serviços Florestais; localizado na estrada regional. Este jardim tem percursos pedonais, zonas de merenda, balneários, uma vez que se encontra anexo a uma sonha de banho marítimos e um parque infantil, aqui existe uma apreciável variedade de árvores, arbustos e flores, destacando-se algumas araucárias, dragoeiros, ciprestes, criptomérias, cameleiras, metrosideros, urzes, Hibiscos, roseiras, jarros, narcisos, entre outras.
A zona balnear que se localiza junto ao mar é composta por piscinas naturais, estando os balneários de apoio localizados no interior do jardim. Numa das extremidades do jardim situam-se duas construções (habitação e instalações de serviços públicos) edificadas nos anos sessenta e uma outra mais recente.
Um pouco antes do referido jardim e do Convento de São Pedro de Alcântara, encontra-se uma estátua do rei D. Dinis de Portugal, com os olhos postos no mar. Esta estátua teve a sua inauguração no dia 16 de Agosto de 1940, nesse acontecimento fez-se o lançamento por avião de flores de hortênsias. A Igreja Matriz de São Roque ao longo dos séculos e devido as vicissitudes de se localizar num arquipélago fortemente marcado pelos acontecimentos telúricos teve várias reconstruções, o primeiro templo, e segundo Silveira Macedo, datava de 1480. Em 1542 foi necessário proceder à construção de um novo templo, que apesar de várias obras de manutenção, particularmente em 1776, é o que actualmente (2010) ainda se pode observar, neste templo salienta-se os seus preciosos altares em talha dourada, assim como imagens do século XVI do santo patrono e do Século XVII de Santa Ana, uma estante de missal em madeira de jacarandá com embutidos de marfim e um lampadário em prata oferecido pelo Rei D. João V de Portugal no século XVIII.



Gastronomia

            São diversos os pratos típicos, confeccionados com boa carne e peixe fresco. O “caldo de peixe”, o “polvo guisado com vinho de cheiro”, a “caçoila”, a “linguiça” ou os “torresmos com inhame”, a “morcela” e a “molha de carne”, acompanhados com pão ou bolo de milho de fabrico caseiro são alguns dos recomendados. Para os apreciadores de marisco não faltam os cavacos, lagostas, caranguejos de fundo e cracas. O “Queijo do Pico”, de massa macia e branca, ou o “Queijo de São João”, de casca amarelada, pasta mole e cheiro intenso caem sempre bem em qualquer mesa. A doçaria vem completar este saboroso quadro com os bolos ligados às Festas do Divino Espírito Santo: as “vésperas”, as “rosquilhas”, a “massa sovada” e o “arroz doce” e outros doces, como os “sonhos”, os “coscorões” e as “filhoses”. Tudo regado com o “vinho de cheiro” ou o bom branco, seco , leve e frutado – ideal para pratos de peixe ou marisco. Finalize com um copo de verdelho, uma aguardente de figo ou nêspera, ou a doce angelica.