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domingo, 7 de julho de 2013

Viagem e visita ao concelho de Aljezur

Brasão de Aljezur

Localização :

        Aljezur ou Algezur é uma vila portuguesa pertencente ao distrito de Faro, região e sub-região do Algarve, é sede de um município com 323,5 km² de área e subdividido em 4 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Odemira, a leste por Monchique, a sueste por Lagos, a sudoeste por Vila do Bispo e a oeste tem uma extensa costa com o oceano Atlântico. O limite noroeste, com o concelho de Odemira, é marcado pela Ribeira de Seixe. O litoral do município faz parte do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.


História

             Aljezur é uma terra de origens remotas, cuja antiguidade é atestada pelos muitos vestígios arqueológicos que têm sido encontrados. O seu território é habitado desde os tempos |pré-históricos.
Aljezur foi fundado no século X pelos árabes que aqui permaneceram durante cinco séculos até à conquista cristã e aqui deixaram importantes marcas tais como o castelo, a sua cisterna, a toponímia, como muitas lendas e histórias populares.
No século XIII, no reinado de Afonso III, Aljezur foi definitivamente tomada aos mouros por Paio Peres Correia. Aljezur passa a ter foral a partir de 12 de Novembro de 1280, concedido pelo Rei D. Dinis.
Em 1 de Junho de 1504, D. Manuel reformou a Carta Diplomática de D. Dinis, concedendo à vila o título de "Nobre e Honrada".
Em 1725 Aljezur foi profundamente devastada por um terramoto. O Bispo D. Francisco Gomes de Avelar mandou construir a Igreja da Nossa Senhora D'Alva em local fronteiro à vila para que os habitantes se transferissem para aquele local e para ali crescer um novo aglomerado populacional, passando a se chamar a Igreja Nova.

Bandeira de Aljezur

Cultura e Turismo

       Vestígios do passado pré-histórico atestam a importância deste concelho para povos como os mirenses (7000 anos a.C.  final da Idade Glaciária). Sendo povos nómadas, caçadores/recolectores, caçavam e apanhavam mariscos do mar com os seus machados rudimentares, assim como escavavam a terra à procura de tubérculos ou raízes, constituindo assim a base da sua alimentação.
Também da pré-história é um vasto conjunto de peças em pedra polida, silex, xert, entre outros, atribuído ao período Neolítico Final/Calcolítico (3000-2500 anos a.C.), que se encontra em exposição no Museu Municipal em Aljezur. Da Idade do Bronze (1200-900/800 anos a.C.) surge a Necrópole de Corte Cabreira, na freguesia de Aljezur, detectada em 1990, sendo alvo posteriormente de escavações de emergência. No entanto, é do período islâmico (séculos X-XII) que se reserva o maior esplendor arqueológico do concelho de Aljezur, comprovado por escavações arqueológicas levadas a efeito quer no Castelo de Aljezur, na Ponta da Atalaia (Rîbat da Arrifana), Ponta do Castelo - Carrapateira, na Igreja Nova  Aljezur ou em Alcaria, freguesia de Aljezur.
Aljezur foi fundada no séc. X pelos Árabes, que permaneceram longo tempo na região, deixando costumes e tradições que se mantiveram após a Reconquista Cristã e chegaram aos nossos dias. A vila de Aljezur foi tomada aos mouros em 1249, reinado de D. Afonso III, sendo o herói da tomada de Aljezur aos mouros o Mestre da Ordem de Santiago - D. Paio Peres Correia. Esta conquista deu-se ao romper da alva, ocupando o castelo que se encontrava na posse dos mouros. A partir de então, os cristãos agradeceram a Maria o sucesso da conquista e numa expansão da fé tornou-se Nossa Senhora da Alva a Padroeira de Aljezur, facto que ainda hoje é transmitido via oral, através da lenda da Conquista do Castelo.
Em 12 de Novembro de 1280, D. Dinis concedeu foral a Aljezur. Foi lavrado em Estremoz e foi a primeira Carta de Foral concedida por D. Dinis a uma terra algarvia. Em 1 de Junho de 1504, D. Manuel reformou a Carta Diplomática de D. Dinis e concedeu novo Foral a Aljezur. No séc. XVII foi mandado construir o Forte da Arrifana, edificado em 1635 e reedificado em 1670, que tinha como principal função a defesa de uma armação de pesca que, já em 1516, existia neste local.
A Igreja da Carrapateira, dedicada a Nossa Senhora da Conceição, foi construída no reinado de D. João IV, sendo anterior a 1673. O local onde esta igreja foi erigida (era a zona mais alta, tendo a poente uma zona plana de onde se avistava o mar e a povoação se desenvolvido a nascente e a Sul) foi o que melhor serviu para em 1673 se vir a construir o Forte da Carrapateira, por D. Nuno da Cunha de Ataíde, Conde de Pontevel e Governador do Reino. Envolveu assim, esta fortaleza, o templo já existente. Nesta época após Restauração da Independência, reinados de D. Afonso VI e seu irmão, Regente e depois Rei de Portugal - D. Pedro II, infestavam os mares portugueses corsários marroquinos que desembarcavam nos ancoradouros marítimos mais favoráveis e desprovidos de defesa militar. Iniciavam então o assalto às povoações mais próximas. Carrapateira ergue-se entre duas praias de fácil desembarque: a Praia da Bordeira, a Norte e a Praia do Amado, a Sul. Dessas praias dirigiam-se ao casario e praticavam com violência o roubo e a destruição. Levavam ainda consigo jovens de ambos os sexos que eram vendidos como escravos nos mercados de Argel. Aljezur e todo o concelho sofreram uma enorme destruição com o terramoto de 1755. Afastando-se dos escombros da vila, o Bispo D. Francisco Gomes de Avelar, projectou e fez construir o templo da Igreja Nova ou de Nossa Senhora da Alva (situado em frente ao Castelo, do outro lado da ribeira de Aljezur), com o propósito de encontrar um espaço plano e arejado, não apenas para a Igreja mas também para o novo aglomerado urbano que deveria nascer e que desde aí se passou a denominar de “Igreja Nova”.

Características ambientais únicas, nomeadamente uma orla costeira bastante preservada associada a uma paisagem e cultura rurais tradicionais e uma elevada biodiversidade, motivaram a inclusão de cerca de metade da área do concelho de Aljezur na Rede Nacional de Áreas Protegidas e de praticamente toda a área na Rede Europeia para a Conservação da Natureza – Rede Natura 2000. Sendo uma zona de interface mar-terra, de enorme valor geológico e também uma zona de contacto de várias regiões biogeográficas, encerra uma grande variedade de comunidades de aves, mamíferos, invertebrados, plantas e peixes e de habitats, desde arribas escarpadas, a praias de areia fina e zonas de charneca, sapais, estuários, nomeadamente os das ribeiras de Aljezur, de Seixe e da Carrapateira, lagoas e cursos de águas temporários. A crescente procura turística durante a época estival é motivada pelas magníficas praias contidas no município. De facto, a orla costeira, apresenta praias tranquilas rodeadas pelo perfil serrilhado de altas arribas xistosas, ora prolongando-se terra adentro em dunas extensas (Amoreira, Monte Clérigo, Bordeira) ora formando conchas ou extensões de areia dourada ladeadas pelas rochas negras altaneiras (Odeceixe, Arrifana, Vale dos Homens, Vale Figueiras, Amado). Paraíso dos pescadores, dos surfistas e praticantes de bodyboard, assim como dos amantes da natureza, também famílias podem aqui desfrutar de umas férias agradáveis e tranquilas.

Inserido na Costa Vicentina, o concelho de Aljezur, com uma orla costeira com mais de 40 Km de extensão, apresenta um clima mediterrânico com influência marítima e uma temperatura média mensal que varia entre os 6º C, o mínimo do mês mais frio e os 29ºC, máximo do mês mais quente. A precipitação média anual é de 400 a 500 mm e a insolação de 2800 a 3000 horas anuais. Predominam os ventos de NW e de N. As praias rodeadas pelo perfil serrilhado de altas arribas xistosas, ora prolongam-se terra adentro em dunas extensas ora são conchas de areia dourada ladeadas pelas rochas negras altaneiras. Nesta costa poderá assistir a um magnífico pôr-do-sol. Paraíso dos pescadores, dos surfistas e praticantes de Bodyboard, assim como dos amantes da natureza, também famílias com crianças podem aqui desfrutar de umas agradáveis e tranquilas férias.




Gastronomia

             O concelho de Aljezur é rico em peixe (sargos, douradas, robalos) e marisco (desde os ouriços às lapas, sem esquecer o mexilhão e os tão apreciados perceves), bem como em caça (coelho, javali), em produtos da terra (principalmente a afamada batata-doce e o feijão) e as comidas da morte-de-porco. Daí que a gastronomia desta região seja baseada nestes produtos. Feijão ou couvada com batata-doce, papas mouras com “piques”, arroz de mexilhão, feijoada de búzios, sargos, douradas ou robalos cozidos ou grelhados no carvão, perceves, mexilhão, morcela frita, entre outros, fazem as delícias da gastronomia aljezurense, que pode ser apreciada nos bons restaurantes concelhios. Para acompanhar esta aventura gastronómica, vinhos brancos e tintos, produzidos pela Adega Cooperativa de Lagos, assim como um excelente vinho moscatel. A matéria-prima, constituída por magníficas e saborosas uvas, é produzida, na sua maioria, no concelho de Aljezur. Também aqui se produz uma boa aguardente de medronho, completando este quadro.
Como sobremesa destacam-se os pastéis, o bolo e o pudim de batata-doce, e os fritos, cobertos de uma calda de açúcar ou mel, também este um produto local. O amendoim, cultivado com grande expressão na freguesia de Rogil, é um aperitivo bastante apreciado e de excelente qualidade.

                                                                                                        Couvada com batata-doce
Feijão ou Couvada com Batata-DocePerceves
Perceves
Pudim de Batata-Doce
Pudim de batata-doce