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sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Viagem e visita ao concelho da Ribeira Grande - Açores

Brasão de Ribeira Grande

Localização

            A Ribeira Grande é uma cidade portuguesa na ilha de São Miguel, Região Autónoma dos Açores, é sede de um município com 180,15 km² de área e subdividido em 14 freguesias. O município é limitado a leste pelo município de Nordeste, a sul pelos de Povoação, Vila Franca do Campo e Lagoa, a oeste pelo de Ponta Delgada, e a norte tem costa no oceano Atlântico.



História

          Os primeiros habitantes terão chegado a este lugar do Norte da Ilha de São Miguel no último quartel do século XV. Estabeleceram-se, ao que parece, a nascente da grande ribeira que mais tarde daria o nome ao povoado: Ribeira Grande.Observemos o que o Doutor Gaspar Frutuoso escreveu sobre a Ribeira Grande de inícios de quinhentos e do seu tempo:
‘A vila da Ribeira Grande, nobre com seus moradores, rica em suas terras, bem assombrada com seus campos e fértil com seus frutos, está situada de aquém e de além de uma grande ribeira, de que ela tomou o nome, quase no meio da ilha, em uma grande baía da banda do norte, ao pé de uma serra muito fresca [que, por estar perto da sua planície, está uma coisa realçando a outra, fazendo-a juntamente mais graciosa que outras muitas vilas]; e a ribeira corta a vila em duas partes, de pouco tempo a esta parte, porque até ao ano de mil e quinhentos e quinze não havia da ponte para a parte do ponente mais de duas casas somente. Mas, veio depois em tanto crescimento, que é agora a maior vila, mais rica e de mais gente que há em todo este Bispado de Angra. Dantes era lugar sufragâneo a Vila Franca do Campo, até que el-Rei Dom Manuel, quatrozeno Rei de Portugal e primeiro deste nome, estando em Abrantes, aos quatro dias do mês de Agosto da era de mil e quinhentos e sete, o fez vila, com uma légua de termo ao redor, contada do Pelourinho dele para todas as partes em redondo’. Parece que a aspiração a cidade nasceria em 1852. Muito gosto se teria em conhecer os argumentos que estariam na base do Projecto de Lei apresentado à Câmara dos Deputados. Segundo Luciano de Resende Mota Vieira, no Jornal Correio dos Açores, 11 de Abril de 1979, a futura cidade seria constituída pelas freguesias de Nossa Senhora da Estrela [hoje, Matriz] e de Nossa Senhora da Conceição [actual, Conceição]. Para além de possuidora de forte riqueza patrimonial, nomeadamente, ao nível da sua arquitectura, civil e religiosa, a pujança económica da Ribeira Grande ajudaria a ditar a sua elevação a cidade aos 29 de Junho de 1981. Actualmente, o Concelho é o terceiro mais populoso do Arquipélago dos Açores, logo a seguir a Angra do Heroísmo e a Ponta Delgada, bem como, no seio do mesmo, é dos que mais contribui para a sua economia. 

Bandeira de Ribeira Grande

Heráldica

Armas: De vermelho, com uma estrela de ouro, em chefe um açor voante de sua cor, com um escudete das quinas de Portugal nas garras; em contrachefe uma ponte de prata realçada de azul, sobre uma faixa ondulada de prata e azul, de três peças.

Bandeira: Esquartelada de azul e de branco, tendo ao centro o escudo das armas, encimado por coroa mural de prata, de quatro torres. Por baixo do escudo, listel de branco com letras de negro, que dizem: ‘Ribeira Grande’. Haste e lança douradas. Cordões e borlas de azul e de prata’.


Cultura e Turismo

               A paisagem do concelho da Ribeira Grande corresponde à expressão do seu relevo, resultante de uma forte actividade vulcânica devida aos três vulcões centrais activos (Sete Cidades, Fogo e Furnas), cuja dinâmica eruptiva se situa na base da morfologia do terreno aqui verificada. Como consequência verifica-se uma acidentada e irregular linha de costa acompanhada, ao longo de todo o concelho, por caldeiras ou cones de escórias. O território é, assim, marcado por fortes inclinações, que acompanham transições altimétricas acentuadas, ao longo de um relevo enrugado de orientação generalizada a Norte. O clima é de tipo oceânico temperado, húmido e chuvoso, de grande instabilidade e acentuada queda de chuva estival.
A influência da corrente quente do golfo, o envolvimento oceânico e a presença do anticiclone dos Açores assumem-se como as principais condicionantes climatéricas. 

Caldeira Velha - Este Monumento Natural Regional faz parte da Reserva Natural do vulcão do Fogo. Trata-se de um vale profundo e irregular, inserido na encosta da Serra de Água do Pau. Aqui, encontra uma cascata de água morna e rica em ferro. Encontra uma espécie de represa onde poderá tomar um banho relaxante. Estacionamento fácil, na estrada regional, a caminhada até à fumarola e cascata leva cerca de 5 minutos.

Salto do Cabrito - O Salto do Cabrito é uma cascata com cerca de 30 m de altitude. Escondida no meio da vegetação luxuriante, entre a estrada da Lagoa do Fogo e Caldeiras da Ribeira Grande. Aqui pode aproveitar para fazer o trilho pedestre, visitando a cascata e o vale das Caldeiras da Ribeira Grande.

Vale das Lombadas - Saindo das Caldeiras da Ribeira Grande faça um desvio em direção à montanha, através desta estrada poderá contemplar uma vista deslumbrante sobre a costa norte, bem como sobre a parte ocidental da ilha. O Vale das Lombadas, declarado como Reserva Natural, proporciona aos seus visitantes uma paisagem fascinante e diferente, selvagem, intocável, onde a vegetação endémica luxuriante cresce em abundância em torno das suas nascentes de água mineral. É aqui que o fluxo das suas águas límpidas dá o nome á cidade da Ribeira Grande.

Lagoa do Fogo - A Lagoa do Fogo é uma das maiores lagoas dos Açores e a terceira maior da ilha de São Miguel, classificada como Reserva Natural desde 1974. Uma enorme lagoa de águas transparentes e limpidas com praias de areia branca. Conserva no interior da sua caldeira um conjunto importante de endemismo. É um lugar de rara beleza, de um silêncio mágico, onde reina a tranquilidade. 



Gastronomia

          Os apreciadores da boa mesa podem encontrar neste Concelho a típica ‘sopa de feijão vermelho’, o ‘fervedouro’ [sopa: água, banha de porco, batata grada, cebola, couve repelada, sal, talos de couve e hortelã], a ‘morcela’ e o ‘chouriço’ [condimentados enchidos de porco], as ‘favas guisadas’, os ‘torresmos de vinho [tinto] de alhos’, os ‘chicharros com molho de vilão’, as ‘lapas de molho afonso’, e o ‘cozido à portuguesa’, nas Caldeiras. No capítulo da doçaria, os ‘confeitos’ da Ribeira Grande ocupam o lugar de honra. Trata-se de um doce feito à base de açúcar e funcho, cuja receita se manteve durante muitos anos em segredo, guardando assim toda a sua originalidade. Os dias de festa ainda fazem surgir outros doces de nomes inspirados e de origem conventual: ‘biscoitos de aguardente’, ‘súplicas’, ‘suspiros de açúcar’ e ‘barriga de freira’. De cariz popular e tradicional, os ‘quadrados de abóbora’ são muito apreciados.

                                                                                                        Arroz de lapas
Arroz de LapasBarrigas de Freiras
Barrigas de freiras