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segunda-feira, 15 de abril de 2013

Viagem e visita ao concelho de Alpiarça

Brasão de Alpiarça

Localização

           Integrado no distrito de Santarém, o concelho de Alpiarça ocupa uma área de 94.4 km2 e é constituído por apenas uma freguesia, é limitado a nordeste e leste pelo município da Chamusca, a sueste e sudoeste por Almeirim e a noroeste por Santarém.
Está situado na margem esquerda do rio Tejo, na planície ribatejana, sendo que em termos geomorfológicos faz parte da Bacia Sedimentar do Tejo/Sado. No concelho, predominam as superfícies planas de baixa altitude, resultado da acumulação de materiais resultantes da confluência dos cursos de água. O principal elemento hidrográfico de Alpiarça é o rio Tejo que forma, neste concelho a vala de Alpiarça.








História :

         O topónimo "Alpiarça" parece vir da ribeira do mesmo nome, assim chamada pelo embaraço causado à navegação pelas algas que nela abundavam; pois este topónimo tem origem em "peaça", que é um derivado de "peia" e cujo significado é "impedimento", com o prefixo arábico "al-".
Situada em plena planície ribatejana, junto à margem esquerda do Tejo, Alpiarça é habitada pelo homem desde tempos remotos, tendo sido recolhidos no local importantes achados arqueológicos do paleolítico inferior. Foram igualmente descobertos vários marcos milenários dedicados a Trajano, o primeiro imperador romano que não nasceu em Itália, o que confirma a passagem de uma das vias militares romanas que ligava Lisboa a Mérida. Nas Inquirições de D. Dinis, de 1295, encontra-se a primeira referência escrita a Alpiarça, naquele tempo designada "Alpearça". Posteriormente, em 1311, surge uma nova referência a Alpiarça, desta feita num arrendamento a Martim Anes que menciona a existência de uma herdade além "d`alpearça". Em 1338, na carta de coutada passada pela Chancelaria de D. Afonso IV surgem algumas informações relativas à localização do reguengo de Alpiarça, situado "no limite da vila de Santarém". Em 1436, surge uma nova referência, desta feita relativa ao rio de Alpiarça, em que o povo do concelho de Santarém pede ao rei que a pesca nesse rio seja feita com covões, pois pescar com cana não era rentável. O rei acede ao pedido e autoriza a utilização de covões em certas partes do rio. Nas cortes de 1439, o concelho de Santarém manifesta-se contra a coutada real do rio de Alpiarça, alegando que todos deveriam ter direito à pesca nesse local. Em 1442, o regente D. Pedro declara livre a pesca no rio Tejo, no entanto o rio Alpiarça permanece de coutada real.
Em 1716, a igreja de Alpiarça pertencia à Colegiada de Santa Maria de Alcáçova, o pároco era cura e recebia de côngrua um moio de cevada, um de trigo, uma pipa de vinho e cinco mil e seiscentos em dinheiro. Em 1836 a freguesia de Alpiarça, que até então estava integrada no concelho de Santarém passou a integrar o concelho de Almeirim. Pela Lei nº 129 de 2 de Abril de 1914 foi criado o concelho de Alpiarça, constituído por apenas uma freguesia. Entre 1919 e 1926 o concelho integrou a freguesia de Vale de Cavalos, sendo que depois de 1926 voltou de novo a ser composto unicamente, pela freguesia sede de Alpiarça.

Bandeira de Alpiarça

Heráldica

Brasão: de prata, com dois ramos de oliveira de verde frutados de negro, cruzados em ponta e atados de vermelho, acompanhados por dois pinheiros de verde frutados de ouro, troncados e arrancados de negro. Em chefe, um cacho de uvas de púrpura, folhado e sustido de verde. Em contrachefe, uma faixa ondada de azul, carregada de três peixes de prata realçados de negro. Coroa mural de quatro torres de prata. Listel branco com os dizeres: «Vila de Alpiarça», de negro.

Bandeira: esquartelada de verde e de negro. Cordões e borlas de verde e negro. Haste e lança douradas.

Selo: circular, tendo ao centro as peças das armas, sem indicação dos esmaltes. Em volta, dentro de círculos concêntricos, os dizeres: «Câmara Municipal de Alpiarça».


Cultura e Turismo

         O Concelho de Alpiarça dispõe de vários atrativos turísticos potenciados pelas estruturas existentes. O complexo de desporto de lazer dos Patudos situa-se junto à barragem dos Patudos, construída em 1982, e permite a prática da pesca desportiva, remo, canoagem e passeios de barco não motorizado. Este complexo dispõe também de um parque de merendas e um bar restaurante.
No concelho de Alpiarça, um destaque ainda para: a Reserva Natural do Cavalo do Sorraia, uma área dedicada à conservação e desenvolvimento de uma raça de cavalos em vias de extinção: o Cavalo Ibérico, também conhecido como Cavalo do Sorraia; e a aldeia do Pacatão e respectiva praia fluvial.
No que diz respeito a unidades museológicas, o destaque vai para a casa Museu dos Patudos que foi residência de José Mascarenhas Relva e foi edificada entre 1904/05, sendo que à morte do seu proprietário foi constituída como casa-museu. No Museu dos Patudos pode-se contemplar uma vasta e valiosa coleção constituída por tapeçarias portuguesas de arraiolos, azulejaria, mobiliário, porcelanas, faianças preciosas, esculturas e pinturas portuguesas e estrangeiras, algumas datadas do século XVI.
                                                                                                    Travessa dos sete cantos

Museu dos Patudos


Gastronomia :

           No concelho de Alpiarça destacam-se os seguintes pratos: cabrito guisado à moda de Alpiarça, a miga fervida, os molhinhos guisados, as papas de abóbora e a cachola. Na doçaria, as escolhas vão para as broas de Alpiarça, os quadradinhos de Alpiarça, as ferraduras, os "ss" de amêndoa e o pão-de-ló de Alpiarça.
                                                                                                         Sopa de Arroz com Feijoca
Sopa de Arroz com FeijocaFerraduras
Ferraduras

Patudos
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