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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Viagem e visita ao Parque Natural da Madeira


Localização

           O Parque Natural da Madeira é uma reserva biogenética na qual pode ser encontrada uma flora e fauna únicas. Foi criado em 10 de Novembro de 19821 com o intuito de salvaguardar um vasto património natural do Arquipélago da Madeira, incluindo espécies em vias de extinção, que constitui uma raridade a nível mundial. Parque Natural da Madeira é uma área protegida que corresponde aproximadamente a 2/3 do território da Ilha da Madeira. 
Contempla zonas com diferentes estatutos de protecção, desde as reservas naturais até à paisagem protegida, na qual existem panoramas naturais, semi-naturais e humanizados de grande valor estético, resultado de uma intervenção harmoniosa do Homem no ambiente. O centro do Parque Natural da Madeira corresponde à cordilheira localizada acima dos 1400 metros de altitude. Inclui o maciço montanhoso oriental, no qual se destaca o Pico Ruivo e o maciço montanhoso ocidental, com o extenso planalto Paúl da Serra. A vegetação de altitude caracteriza-se pela presença de várias plantas exclusivas da Madeira. Associada à vegetação existem espécies de fauna, destacando-se a presença da ave marinha Freira da Madeira (Pterodroma madeira) que nidifica na alta montanha. 
Dos 1300 aos 700 metros de altitude no Sul da Ilha e aos 200 metros no Norte concentra-se a maior área de Floresta Laurissilva da Macaronésia, Património da Humanidade. É uma floresta pluriestratificada, detentora de elevada diversidade biológica com uma elevada percentagem de espécies exclusivas. No limite inferior da Laurissilva ou da floresta exótica estão localizados os campos agrícolas, com os seus característicos poios irrigados através das Levadas. No extremo Este da Ilha surge a Ponta de São Lourenço, uma península com cerca de 328 hectares e uma altitude média de 100 metros. A paisagem é bem distinta, mais plana e árida, praticamente desprovida de árvores, mas com várias plantas endémicas. Associados à vegetação destacam-se os moluscos terrestres, na sua maioria endémicos, e algumas aves terrestres e marinhas.



História

           Em 1982, o Governo Regional da Madeira declarou dois terços da ilha como Parque Natural. A área de protecção engloba a Floresta Laurissilva, as Reservas Naturais das Ilhas Selvagens e Desertas, a Reserva Natural do Garajau, a Reserva Natural da Rocha do Navio e o próprio Parque Natural.
A Ilha da Madeira insere-se na área geográfica da Macaronésia (de que também fazem parte o arquipélago dos Açores, Canárias e Cabo Verde), que se distingue por conservar vestígios de uma floresta anterior às últimas glaciações, a Laurissilva. Enquanto que nas outras regiões a intervenção humana extinguiu quase totalmente esse património, na Madeira a floresta subsistiu e hoje em dia a Ilha mantém a maior área de floresta Laurissilva do mundo, ocupando uma área de 15 mil hectares. O parque engloba cerca de 2/3 do território da ilha e nele estão definidas reservas naturais integrais e parciais, paisagens protegidas e zonas para recreio, inclui o maciço montanhoso oriental, no qual se destaca o Pico Ruivo e o maciço montanhoso ocidental, com o extenso planalto Paúl da Serra.
Dos 1300 aos 700 metros de altitude no Sul da Ilha e aos 200 metros no Norte concentra-se a maior área de Floresta Laurissilva da Macaronésia. Esta Floresta Património da Humanidade está maioritariamente em área de Parque Natural. No limite inferior da Laurissilva ou da floresta exótica estão geralmente localizados os campos agrícolas, com os seus caraterísticos poios, os quais são irrigados através das Levadas.
No extremo este da Ilha da Madeira surge a Ponta de São Lourenço, uma península com cerca de 328 hetares e uma altitude média de 100 metros. A paisagem é bem distinta, mais plana e árida, praticamente desprovida de árvores, mas com várias plantas endémicas. Na parte oeste do Parque Natural, o território compreende atividades agrícolas e pecuárias tradicionais que dão um valor especial à paisagem, tornando-a muito rural.



Biodiversidade :

       A fauna existente no PNM é extremamente rica, quer em vertebrados quer em invertebrados, nomeadamente espécies endémicas de moluscos terrestres e, de forma muito significativa, os insetos.
Na Laurissilva a avifauna apresenta um reduzido número de espécies e uma elevada taxa de endemismos. Nas zonas mais interiores da floresta e em melhor estado de conservação são observadas, regularmente, cerca de sete espécies de aves. O destaque obrigatório é o emblemático pombo-trocaz Columba trocaz e o bis-bis Regulus madeirensis, que são as únicas espécies endémicas neste ecossistema. O primeiro é considerado um dos exemplares mais antigos da avifauna Macaronésica. Tem uma dieta seletiva e parcialmente dependente dos frutos de diversas espécies de árvores, com particular relevo para o til, sendo considerado o semeador das árvores da Laurissilva. O bis-bis é uma ave de pequeno porte, a mais pequena da avifauna madeirense, alimenta-se de insetos, o que seguramente lhe confere uma importância elevada ao nível do equilíbrio dos ecossistemas. O tentilhão Fringilla coelebs madeirensis, subespécie endémica da Ilha da Madeira apresenta um elevado nível de adaptação ao habitat insular. Este facto, aliado às diferenças morfológicas evidenciadas em relação às populações que ocorrem no Continente Europeu, pressupõe que a data da sua chegada à Ilha remonta a tempos bastante longínquos. Outras aves que ocorrem com alguma frequência são o melro-preto Turdus merula cabrerae, o papinho Erithacus rubecula rubecula, a lavandeira Motacilla cinerea schmitzi, e as duas rapinas, a manta buteo buteo harterti e o francelho Falco tinnunculus canariensis. Nas zonas mais altas da Laurissilva, onde as árvores de grande porte começam a dar lugar aos urzais, ocorre ainda a galinhola Scolopax rusticola, muito discreta e normalmente passa despercebida aos visitantes.
Relativamente à fauna do Maciço Montanhoso, é obrigatório salientar a freira-da-madeira Pterodroma madeira que é uma das aves marinhas mais ameaçadas do mundo que ocorre exclusivamente na Ilha da Madeira, com o estatuto de conservação "Em Perigo". Vive exclusivamente no mar, apenas vindo a terra durante a época de reprodução entre fins de março e meados de outubro, altura em que podem ser ouvidas ao cair da noite quando voltam para os seus ninhos. Quanto aos invertebrados terrestres, é a comunidade de artrópodes terrestres que apresenta a maior riqueza faunística, distribuída por uma grande variedade de grupos. É de salientar ainda o grupo dos Aracnídeos que ostenta uma presença bastante significativa ao nível das aranhas, dos ácaros e dos pseudoescorpiões, entre outros. Na Ponta de São Lourenço o grupo com maior interesse é o dos invertebrados. Atualmente, são conhecidas 35 espécies de moluscos terrestres, das quais 24 são endémicas. No Ilhéu do Desembarcadouro foram identificadas 14 espécies sendo 12 endémicas, e no Ilhéu do Farol 13 espécies, sendo 11 endémicas. Ao nível da avifauna, nidificam neste local aves marinhas, tais como: a cagarra Calonectris diomedea borealis, a alma-negra Bulweria bulwerii, o roque-de-castro Oceanodroma castro, e o garajau-comum Sterna hirundo. No Ilhéu do Desembarcadouro nidifica uma das maiores colónias de gaivota-de-patas-amarelas Larus michahellis atlantis da Região. Quanto às aves terrestres, encontram-se frequentemente o corre-caminhos Anthus berthelotii madeirensis, o pintassilgo Carduelis carduelis parva, o pardal-da-terra Petronia petronia madeirensis e o canário-da-terra Serinus canaria canaria.
Da flora, presente no PNM, destacamos a da floresta Laurissilva que é uma formação de caraterísticas higrófilas, endémica macaronésica, bem desenvolvida com áreas de conservação clímax, único Património Mundial Natural da UNESCO em Portugal, e onde estão presentes todos os estratos caraterísticos deste tipo de comunidade. Estudos no âmbito da fitossociologia, reconhecem nesta formação florestal várias comunidades vegetais climácicas que se encontram relacionadas com os andares bioclimáticos.De uma grande diversidade florística, é sobretudo ao nível do estrato herbáceo que pode ser encontrada a maior parte dos endemismos. Como exemplo, pode apontar-se a Goodyera macrophylla, orquídea endémica da Ilha da Madeira, conhecida por godiera-da-madeira.
Esta floresta de caraterísticas subtropical húmida representa um ecossistema de extrema importância sob o ponto de vista botânico e científico: trata-se de um património raro a nível mundial, onde, para além da Madeira, apenas ocorre com significado em algumas ilhas do grupo ocidental do Arquipélago das Canárias e Açores. Noutras ilhas desta Região Autónoma, nomeadamente na Ilha do Porto Santo e na Deserta Grande, subsistem seres vivos característicos desta floresta, que são verdadeiros testemunhos da existência no passado de uma maior área de distribuição deste ecossistema. A Laurissilva é caraterizada por árvores de grande porte, maioritariamente pertencentes à família das Lauráceas (o til Ocotea foetens, o loureiro Laurus novocanariensis, o vinhático Persea indica e o barbusano Apollonias barbujana), para além de outras, como o pau branco Picconia excelsa, o folhado Clethra arborea, o aderno Heberdenia excelsa, o perado Ilex perado ou o cedro-da-madeira Juniperus cedrus. Por debaixo da copa das grandes árvores, abundam arbustos como a urze Erica arbórea e Erica scoparia, a uveira Vaccinium padifolium, o piorno Genista tenera, o sanguinho Rhamnus glandulosa, o mocano Pittosporum coriaceum e Musschia wollastonii encontrando-se ainda um estrato mais baixo, rico em fetos, musgos, líquenes, hepáticas e outras plantas de pequeno porte, com numerosos endemismos, outro espaço também importante a nível de flora é o Maciço Montanhoso. O coberto vegetal desta área, carateriza-se pela presença de várias plantas endémicas da Madeira, de que são exemplo a violeta-da-madeira Viola paradoxa. Podemos ainda encontrar aqui a urze-rasteira Erica maderensis, a orquídea-da-serra Dactylorhiza foliosa e a antilídea-da-madeira Anthyllis lemanniana. Todas estas plantas encontram-se perfeitamente adaptadas ao rigoroso clima desta área, onde pontificam as grandes amplitudes térmicas e os ventos intensos. Desempenham um papel muito importante na captação de água através da pluviosidade oculta, para além de contribuírem para a fixação do solo, combatendo a erosão. Com igual importância é a flora que ocorre na Ponta de São Lourenço, que atualmente, conta com 157 plantas vasculares distintas, das quais 141 na península e 71 no Ilhéu do Desembarcadouro. Observam-se plantas como as barrilhas Mesembryanthemum crystallinum, Mesembryanthemum nodiflorum e Suaeda vera, a Maçacota Bassia tomentosa, o funcho-marinho Crithmum maritimum e alguns endemismos, como: o massaroco Echium nervosum, a estreleira Argyranthemum pinnatifidum succulentum e o Goivo-da-rocha Matthiola maderensis. Com alguma raridade temos a rasteira Frankenia laevis, a Silene vulgaris marítima, Silene behen, Astragalus solandri e a vaqueira Calendula maderensis. No Ilhéu do Desembarcadouro existem extensas manchas de Trevina e vários endemismos macaronésicos e madeirenses, tais como: Alpista Phalaris maderensis, Beta patula (espécie exclusiva deste ilhéu), a almeirante Crepis divaricata, diabelha Plantago coronopus, couve-da-rocha Crambe fruticosa e o Rumex bucephalophorus canariensis.






Passeios e Lazer

Reserva Natural das Ilhas Desertas

              As Ilhas Desertas estão situadas a cerca de 22 milhas a sudeste da cidade do Funchal, hoje em dia representam o último refúgio atlântico para a Foca Monge (Monachus monachus), a foca mais rara do Mundo. A presença destes mamíferos marinhos foi a principal razão para a criação da área de proteção das Ilhas Desertas que, em 1992, foram classificadas como Reserva Biogenética, pelo Conselho da Europa. 
Algumas das medidas impostas para a preservação da Reserva são a proibição total da atividade de pesca submarina, tal como a proibição da navegação na parte sul da mesma. Para fundear qualquer embarcação ou visitar a Deserta Grande é necessário obter uma credencial dos Serviços do Parque Natural da Madeira.




Reserva Natural Parcial do Garajau

            Esta reserva, criada em 1986 e localizada na costa sul da ilha da Madeira, constitui uma fantástica reserva marinha, entre a fauna que ali se pode observar, contam-se alguns peixes de grande porte, como o Mero, (Epinephalus guaza) ou a Manta e a Jamanta (Manta birostris, Mobula mobular), cujo porte e graciosidade de movimentos fazem do local uma atração internacional, para além de uma grande variedade de outras espécies costeiras. A passividade dos peixes, habituados a conviver com os mergulhadores, permite a liberdade de nadar entre eles, com excelentes oportunidades para a fotografia aquática.
Dentro da área de reserva é proibida qualquer actividade de pesca e a navegação está também condicionada.




Rede de Áreas Marinhas Protegidas do Porto Santo

                A Rede de Áreas Marinhas Protegidas do Porto Santo é constituída pelas partes terrestres dos seis Ilhéus circundantes à Ilha do Porto Santo, nomeadamente: o das Cenouras, o de Baixo ou da Cal, o de Cima ou dos Dragoeiros, hoje também designado por do Farol, o de Fora ou Rocha do Nordeste, o da Fonte ou Fonte da Areia e o de Ferro, e pela parte marinha circundante ao Ilhéu da Cal e ao Ilhéu de Cima, incluindo a zona onde se encontra afundado o navio O Madeirense. Toda a parte terrestre, constituída pelos seis ilhéus, é Zona Especial de Conservação, integrando a Rede Natura 2000. Os Ilhéus apesar de terem uma aparência inóspita possuem um Património Natural que urge conservar com valores científicos, naturais e paisagísticos importantes, apresentam uma vegetação de litoral com importantes vestígios de flora costeira da Macaronésia, são locais preferenciais para a nidificação da avifauna marinha.
Existe uma fauna marinha abundante e diversificada, tendo contribuído para tal o afundamento do navio O Madeirense, constituindo um local privilegiado para a prática do mergulho.




Núcleo dos Dragoeiros das Neves

         O Núcleo de Dragoeiros das Neves fica situado em São Gonçalo e é constituído por um conjunto de dragoeiros centenários e um jardim com vegetação indígena do litoral da Madeira. Esta vegetação foi plantada por ser caraterística da área de ocorrência dos dragoeiros e para criar uma faixa de proteção aos mesmos que ali vivem! Não existem registos conhecidos sobre a origem exata destes exemplares mas o mais provável é que se tenham desenvolvido a partir de uns viveiros ali existentes em tempos idos, de qualquer maneira, é inegável o seu valor, quer paisagístico como marco monumental naquele troço de paisagem, quer científico. Esta área foi adquirida pelo Governo Regional, de modo a assegurar a perenidade destes notáveis dragoeiros e salvaguardar para o futuro tão valioso património.
Na mesma área foi recuperado um pequeno imóvel com o objetivo de funcionar como um local de informação ambiental e de dinamização de atividades relacionadas com a conservação da natureza em geral – Centro de Informação do Serviço do Parque Natural da Madeira, o Centro de Informação do SPNM, assim como, o jardim está aberto a toda a população, de segunda a sexta-feira das 9h às 12h30 e das 14 às 17h30.