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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Viagem e visita ao concelho de Velas - Açores

Brasão de Velas

Localização

            Velas é uma vila portuguesa na ilha de São Jorge, Região Autónoma dos Açores, é sede de um município com 119,08 km² de área e subdividido em 6 freguesias. O município é limitado a leste pelo município da Calheta, e tem litoral no oceano Atlântico em todas as outras direcções.
Esta vila está localizada num extenso terreno relativamente plano junto à costa ao lado das montanhas e longas arribas junto a uma longa enseada.



História

           A origem do nome desta localidade nunca foi esclarecida pelos historiadores. Pode no entanto, segundo esses mesmos historiadores poder remeter-nos para as "velas" das embarcações, para vigias ou para o termo velar, para o nome de povoações com o mesmo nome no continente português, para o termo "velhas" ou mesmo para a palavra "belas". É, no entanto, mais provável que o nome provenha dos termos “velas de embarcação”, ou dos termos velar/vigília. Tendo em atenção as embarcações usadas no tempo da sua fundação e a outra, tendo em atenção as forças telúricas que se movimentam nestas ilhas e que muitas vezes obrigavam as populações a ficar a velar ou de vigília durante as crises vulcânicas para poderem dar o alerta em caso de necessidade. Esta vila encontra-se entre os povoados mais antigos da ilha de São Jorge. E foi edificada em consequência do testamento do Infante D. Henrique datado de 1460, feito numa igreja debaixo da invocação de São Jorge. O município de Velas foi criado por volta de 1490 ou mesmo antes, sendo que a elevação da povoação à categoria de vila terá ocorrido por volta de ano de 1500, por carta de D. Manuel I de Portugal.1 Esta localidade já surge como vila num mapa de 1507. No ano de 1570 as Velas teriam cerca de 1000 habitantes e 2000 habitantes no fim do século XVII, número que aumentaria para 4200 no ano de 1822, e que mais tarde diminuiu devido à emigração. No dia 19 de Setembro de 1708 uma esquadra naval, comandada pelo pirata Francês René Duguay-Trouin constituída por 8 naus de linha e 3 navios Corsários de grossa artilharia, atacam a vila das Velas, não tendo no entanto conseguido entrar no Porto de Velas, ao primeiro ataque os habitantes da vila, comandados pelo Sargento Mor Amaro Teixeira de Sousa, conseguem impedir o desembarque tentado a 19 de Setembro. No dia 20 deu-se novo ataque e os habitantes não conseguiram opor-se com êxito a esta tentativa. Pelas 9 horas da manhã em que, dividindo as suas forças em duas colunas, enviara, uma para as portas das Velas (6 barcos) e outra, mais forte (10 barcos), para os lados do Morro das Velas e, desembarcando junto ao Arco, lançaram em terra mais de 500 homens, com morte d'alguns dos sitiados. Os franceses permaneceram nesta vila 5 dias em que saquearam completamente as igrejas e casas abastadas. Em local sobranceiro ao sitio onde se efectuou o desembarque, foi construído o Forte de Nossa Senhora do Pilar, também conhecido por Castelo da Eira.

Bandeira de Velas

Heráldica

Armas - De azul, uma caravela de negro realçada de ouro, vestida de prata e encordoada de ouro, tendo as velas carregadas de cruzes de Cristo,vogante sobre três faixetas ondadas de prata e verde. Chefe de ouro, carregado de um açor estendido de vermelho flanqueado por duas quinas; coroa mural de prata; listel branco com os dizeres «Velas» de negro.

Bandeira - Esquartejada de amarelo e negro, cordões e borlas de ouro e negro; haste e lança dourada.

Selo - Circular, tendo ao centro as peças das armas, sem indicação dos esmaltes. Em volta, dentro de círculos concêntricos, os dizeres «Câmara Municipal de Velas».


Cultura e Turismo

           O Jardim da Praça da República ocupa o largo principal da vila de Velas, local onde em tempos idos esteve localizado o mercado da localidade. Este jardim encontra-se delimitado por muros baixos dotados de um gradeamento superior, canteiros de formas variadas, arbusto e algumas árvores. Ao centro possui um coreto. A regularização da antiga praça e a sua adaptação a jardim iniciou-se em 1836, quando a Câmara Municipal de Velas emitiu uma deliberação no sentido do arranjo urbano daquele espaço. Esse documento obrigava "os porcos do concelho a andarem com anel no focinho e a não atravessarem a praça". Depois, vieram as plantações de árvores já em meados do século; a instalação do coreto em 1898; a iluminação em 1899; os arranjos dos canteiros e outras decorações em pedra queimada, bem como os muros e gradeamentos nos inícios do século XX. O jardim encontra-se no centro de uma envolvente de edifícios e integrado num espaço que não lhe dá qualquer hipótese de crescer. Beneficia no entanto de uma excelente enquadramento arquitectónico dos prédios urbanos que tem em volta. Desses edifícios sobressai o edifício da Câmara Municipal, um dos exemplos máximos do barroco insular na ilha de São Jorge. Do lado oposto a este, ergue-se o edifício da sociedade filarmónica velense, ostentando a sua fachada Art déco característica dos anos 20 e 30 do século XX, de forte colorido, apresenta amplas fenestrações por entre elementos decorativos estilizados da tradição beaux artiana. O Largo João Inácio de Sousa antigamente chamava-se "Largo do Mercado" e, antes ainda, "Praça Velha". Caracteriza-se por se localizar num dos locais mais nobres da vila, encontra-se em frente à Igreja Matriz de São Jorge e ao lado do edifício da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Velas. Para que fosse possível construir esta praça foi necessário proceder à expropriação de parte da quinta do Dr. Miguel Teixeira Soares de Sousa, bem como uma capela e algumas casas. Esta antiga praça que foi local de venda de frutas e hortaliças, tem actualmente o nome de um dos beneméritos da ilha de São Jorge, que emigrado para os Estados Unidos acabou por fazer fortuna nesse país na área dos petróleos, tendo depois dado apoio a várias instituições da ilha, nomeadamente à misericórdia de velas, conforme é possível ler numa plana aplicada na estatua de João Inácio de Sousa, que foi posta no centro do largo. A Fajã da Ponta Furada é uma fajã portuguesa, localizada no Toledo, concelho de Velas, ilha de São Jorge, nestas encantadora e exótica fajã, dizem as lendas que São José, vindo dos Nortes com Nossa Senhora e o Menino, queria atravessar o calhau para o Toledo (Velas); mas como encontrou pela sua frente o grande promontório que é a Ponta Furada, teve de abrir caminho e assim, com a ponta de um dedo empurrou o meio da rocha fazendo cair a pedra do Garajau que deixou uma passagem em forma de arco na Ponta Furada. Junto a ela desagua uma grande ribeira que apanha águas das serras do Toledo (Velas) e arredores. Em tempos muito recuados, e segundo os ditos populares daqui saíam emigrantes clandestinos para a América do Norte e para o Brasil. Terá existido um pequeno barco de madeira que era varado em terra com a ajuda dum gancho preso na rocha. Uma das suas missões secretas era levar, em noites escuras de mar manso, indivíduos que se haviam escondido nas rochas e furnas, para bordo dos barcos piratas que ali passavam e eram parte dum plano organizado para fazer sair os candidatos a emigrantes, sem papéis. Havia um sinal de fumo combinado assim como o preço das passagens. Qualquer navio podia fundear junto à Ponta Furada porque o mar aí é muito fundo. Também por ali fugiam os mancebos que não criam cumprir a tropa. Este lugar recôndito e misterioso é hoje conhecido apenas por alguns pescadores destemidos que aí vão à pesca de fundo e à lapa. O aceso difícil obriga a que descem por uma corda, apoiando os pés descalços em pequenos buracos escavados na rocha, onde por vezes só cabe um dedo ! Situada entre a fajã das Fajanetas e a fajã Rasa de Santo António, a fajã da Ponta Furada, que agora se encontra praticamente abandonada, foi servida por um caminho de carro de bois com a extensão de dez km. Aí existiam sete casas onde as pessoas ficavam enquanto cuidavam das terras e do gado. O Miradouro do Mirante é um miradouro português localizado no concelho das Velas, ilha de São Jorge, arquipélago dos Açores. Este miradouro localiza-se num local alto dobre a falésia sobranceira à Vila das Velas e oferece uma paisagem grandiosa, não só de parte da costa Sul da ilha de São Jorge, mas da ilha do Pico e da ilha do Faial, no outro lado do Canal do Faial, junto a este miradouro é possível observar uma abundante vegetação endémica típica da Macaronésia onde a Laurissilva se faz representar por diversas espécies com predominância para a Myrica faya e a Erica azorica. O Portão do Mar localiza-se no cais da vila e freguesia das Velas, a estrutura foi edificada como parte do sistema defensivo da vila, entre os anos de 1797 e 1799, por Matias de Avelar, da conhecida família dos "Arquitetos Avelares" ou "Arquitetos Velenses" que, por mais de 150 anos exerceram o seu ofício na ilha, produzindo algumas das suas mais emblemáticas obras arquitetónicas, como em uso à época, as muralhas do porto das Velas eram fechadas por portões no acesso do cais para terra, que eram fechados à noite, na parte superior deste portão encontram-se as armas reais de Portugal. Atualmente este portão e as muralhas do Forte de Nossa Senhora da Conceição são tudo o que resta das antigas defesas da vila. 





Gastronomia