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terça-feira, 16 de julho de 2013

Viagem e visita ao concelho de Lagos

Brasão de Lagos

Localização :

          Lagos é uma cidade portuguesa no Distrito de Faro, região e sub-região do Algarve, é sede de um município com 212,84 km² de área e subdividido em 6 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Monchique, a leste por Portimão, a oeste por Vila do Bispo, a noroeste por Aljezur e a sul tem litoral no oceano Atlântico.



História :

       A história de Lagos principia com a fundação de Laccobriga ou Lacóbriga, uma povoação fortificada fundada pelos Cónios cerca de 1899 a.C.. A localização deste núcleo urbano não foi determinada, tendo sido avançadas, como hipóteses, a Fonte Coberta, o Serro da Amendoeira, Paúl, Figueira da Misericórdia, e o Monte Molião, sendo este último local considerado o mais provável.
A sua prosperidade económica, resultante da exportação de produtos piscícolas salgados e de outros produtos alimentares provindos do interior Algarvio, resultou num incremento das comunicações com outros povos. Destacam-se os fenícios, dos quais se descobriram vestígios dos séculos VIII e VII a. C. junto à Rua da Barroca. A cidade foi conquistada por de cartagineses, chefiados por Amílcar Barca, numa data indefinida. Após um sismo, que terá destruído a povoação no século IV a.C., a cidade foi reedificada num novo local pelo capitão cartaginês Boodes em 250 a.C.10 , embora a antiga urbe, no Monte Molião, tenha continuado a ser habitada. Em 76, um cerco por parte dos exércitos romanos , comandados pelo procônsul Quinto Cecílio Metelo , é rompido por tropas enviadas por Sertório. A cidade foi, no entanto, posteriormente conquistada, tendo-se tornado num centro industrial importante ; isto é comprovado pela presença, nas Ruas 25 de Abril e Silva Lopes, de vestígios de um complexo que incluía salgas, que estiveram em uso entre os Séculos II e VI, e a lixeira de uma fábrica de cerâmica romana. A cidade detinha alguma influência na região, podendo o seu poder administrativo ter abrangido a povoação romana na zona da Abicada, na Ria de Alvor. Após a queda do Império Romano, a cidade seria tomada pelos omíadas em 716, sendo entregue a Abderramão I, emir de Córdova. A povoação passou, assim, a chamar-se Halaq Al-Zawaia ou Al-Zawaia, o que, segundo alguns autores, significa "Mosteiro Muçulmano". Este período foi marcado por uma menor prosperidade económica; com efeito, em 1189, quando Silves foi conquistada pela primeira vez, Lagos era considerada apenas como uma aldeia, tendo a sua igreja sido doada pelo bispo de Silves ao Mosteiro de São Vicente de Fora. A povoação foi tomada pelos cristãos entre 1241 e 1249, sendo a sua conquista parte de uma campanha militar levada a cabo por D. Sancho II e D. Afonso III. Após a reconquista, a povoação, denominada de Lagus, terá retomado alguma da sua importância económica, motivo pelo qual D. Pedro terá reconhecido a sua independência administrativa em relação a Silves, em 1361 e foram concedidas várias armações de pesca a estrangeiros. Inicialmente, a maior parte dos produtos vindos de África eram vendidos na Casa da Guiné, um entreposto comercial em Lagos criado especificamente para este fim. A importância de Lagos aumentou durante o Domínio Filipino, entre 1580 e 1640, tendo sido estabelecido o posto de Governador do Algarve, que residia no Castelo ou Paço dos Governadores; foi estabelecida uma rede de fortificações para defesa da cidade e da costa, contra os corsários ingleses, que então assolavam a área. A cidade começou a sofrer sinais de decadência após a restauração da independência, devido a uma quebra na produção agrícola, redução das actividades comerciais provocados pela centralização em Lisboa, e uma epidemia de cólera que grassou a partir de 1640. O auge do declínio urbano deu-se, no entanto, quando a cidade foi devastada pelo Terramoto de 1755 e subsequente tsunami. A destruição da maior parte das construções, o assoreamento do rio Molião (actualmente Ribeira de Bensafrim), acentuado devido ao movimento de terras durante o maremoto, a deslocação do poder administrativo e comercial para Faro, os problemas de saúde devido ao número de mortos, agravamento das condições de higiene e a destruição das embarcações de pesca provocaram uma profunda recessão económica. Durante mais de meio século, assistiu-se a um esforço de reconstrução e recuperação económica, embora o poderio comercial, militar e administrativo de Lagos conquistado durante os Descobrimentos tenha sido irremediavelmente perdido.
A partir do século XIX, a recuperação económica da cidade é interrompida pelas Invasões Francesas (1807-1810) e pela Guerra Civil Portuguesa (1828-1834); José Joaquim de Sousa Reis, apelidado de Remexido, comandante miguelista, ataca e cerca a cidade durante vários meses. Desde meados do Século XIX e até cerca de 1960, Lagos foi uma cidade dominada pela indústria, devido ao facto da cidade deter mão-de-obra em grande quantidade, uma ligação directa ao interior algarvio, de aonde provinham matérias-primas e trabalhadores, e um porto para o escoamento dos produtos. De entre as actividades industriais, a que deteve mais impacto foi, sem dúvida, as conservas alimentares, devido ao facto da cidade deter uma indústria piscícola em plena actividade. A primeira fábrica conserveira em Lagos foi a F. Delory, que se estabeleceu em 1882. Junto com as conserveiras também se estabelecem várias fábricas que confeccionavam produtos de suporte, como latas para a conserva, chaves para abrir as latas, cestas de vime, apetrechos de pesca, azeite, caixas de madeira, entre outros. A indústria atingiu o seu auge em 1920, existindo 32 empresas a laborar em Lagos naquele ano. A necessidade intensiva de mão-de-obra para as indústrias provocou um êxodo rural no concelho. Além do rejuvenescimento económico, também se assistiu a uma evolução nos transportes, com a construção da Estrada Nacional 125 e da estação ferroviária, em Agosto de 1922.
Foi neste período que se iniciaram as primeiras actividades turísticas na cidade; em 1913, foi publicado um folheto da Sociedade de Propaganda de Portugal, anunciando a construção do Lagos Palace Hotel, que, no entanto, não chegaria a ser construído, apesar do apoio da Câmara Municipal de Lagos. O transporte ferroviário permitiu a chegada de turistas à cidade, e estabeleceram-se as primeiras unidades de alojamento, em casas particulares e em parques de campismo. Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a concorrência dos produtos estrangeiros, a deslocalização das indústrias para o Norte de África, o assoreamento do porto de Lagos e a diminuição da produção piscatória, matéria-prima para a indústria conserveira, provocaram o declínio desta actividade, e de outras indústrias que dela dependiam. Assistiu-se assim, a uma decadência económica e social, que só seria afastada nos anos 1980 e 90, com o desenvolvimento da actividade turística na cidade. Apesar do turismo já ser conhecido na cidade desde inícios do século XX, foi com a inauguração do Aeroporto de Faro, em 1965 que se verificou um aumento no número de visitantes.
Assistiu-se, igualmente, à construção da Avenida dos Descobrimentos e ao restauro do Forte da Ponta da Bandeira, entre outros empreendimentos de cariz patrimonial e urbano, nos anos 50 e 60, já se prevendo um incremento nas actividades turísticas na cidade. Em 28 de Fevereiro de 1969, verificou-se um sismo de intensidade elevada, provocando avultados prejuízos materiais na região. O antigo edifício da Câmara Municipal de Lagos foi bastante afectado, tendo as reparações tido lugar em 1982. 

Bandeira de Lagos

Cultura e Turismo

               A moderna marina de Lagos (com 460 lugares para embarcações) juntamente com a sua ponte levadiça, tornou-se num centro importante para viajantes de longa distância. Lagos tem diversas actividades culturais, onde muitas tradições locais são celebradas que vão desde a arquitectura até à época dos descobrimentos. A vida nocturna e festas tornaram-se também num ponto de referência da cidade. Devido à sua longa história, o Concelho apresenta inúmeros vestígios físicos e culturais, que recordam várias épocas da história de Lagos, os principais agentes e os acontecimentos mais marcantes. Entre estes vestígios, podem ser identificados alguns monumentos mais importantes, que presenciaram ou foram mesmo palco destes acontecimentos. 

Barragem da Bravura 
      Esta albufeira integra a bacia hidrográfica das ribeiras do Barlavento Algarvio, destinada para aproveitamento hidroagrícola da região. Situada na zona sul da serra de Espinhaço de Cão, entre a zona serrana algarvia e a bacia sedimentar do Barlavento, reparte-se pelas freguesias de Bensafrim, no município de Lagos, e Marmelete, no município de Monchique. A barragem, com 41 m de altura e construída na ribeira de Odiáxere, apresenta uma área inundada de cerca de 285 ha e uma capacidade de 35 milhões de metros cúbicos. Está classificada como albufeira de águas públicas protegida. Acesso mais usual pela Vila de Odiáxere.

Mata de Barão de S. João
           Perímetro florestal dotado de infra-estruturas que convidam à prática de actividades desportivas em contacto directo com a Natureza. O circuito de manutenção conta com 14 estações e existem ainda seis percursos pedestres, podendo alguns ser percorridos por bicicleta. No parque das merendas, local apetrechado para piqueniques também existe um Parque Infantil, com ocupações lúdicas para os mais pequenos. Próximo, existem instalações sanitárias. Acesso pela povoação de Barão de S. João.

Meia Praia
          Esta praia, que segue ao longo da curvatura da baía, numa extensão com mais de quatro quilómetros, até ao Rio de Alvor, está separada do terreno de suave declive que a envolve como um anfiteatro, por um cordão dunar de destacada beleza. A qualidade da fina areia doirada só tem paralelo nas transparentes águas que banham este magnífico trecho da costa. Ali se podem apanhar condelipas (conquilhas no resto do país) na maré baixa enquanto as crianças brincam nas bacias temporárias modeladas pelo mar junto à linha de água. Dali se podem admirar os veleiros grandes e pequenos navegando para lá e para cá, animando a baía com as suas velas brancas recortadas nos azuis do céu e do mar. Conta com apoios de praia e vigilância.
Praia de S. Roque – Designando frequentemente a Meia Praia, esta praia de S.Roque é, em rigor, hoje, inexistente. Correspondia a uma faixa de areal separada da Meia Praia por um braço do rio – a Barra de Dona Joana, segundo a tradição oral – e da cidade, pelo curso principal da ribeira de Bensafrim. Recebeu esse topónimo em resultado da ermida ali fundada, em finais do séc. XV, por milaneses e sicilianos que exploravam a pesca do atum. Edificada perto do arraial das armações, a ermida firmava-se nessa faixa de areal. As alterações do delta da ribeira de Bensafrim, quer devido à hidrodinâmica e dinâmica sedimentar da orla costeira, quer por acção do terramoto de 1755 que, sabemos, destruiu a referida ermida de S. Roque, acabariam por encerrar o braço da ribeira provocando a integração desse espaço na Meia Praia.






Gastronomia

          O balanço das ondas e o cheiro a maresia fazem abrir o apetite. O mar é uma fonte de riqueza bem aproveitada pela gastronomia algarvia. Não falta imaginação para confeccionar os mais variados pratos de peixe, moluscos e mariscos. Começando pelos petiscos, Amêijoas à «bulhão pato», pratinhos de perceves, lascas de ovas secas (de pescada, polvo ou atum), nacos de polvo, de moreia ou de lula secos ao sol e assados em fogareiro ou o biqueirão envinagrado são alguns dos deliciosos petiscos típicos, mais prováveis de encontrar nas tasquinhas dos pescadores. A sardinha assada é rainha em qualquer restaurante algarvio e lacobrigense. A tradição manda comê-la em cima de uma fatia de pão, na qual ela vai deixando a sua gordura... uma delícia dizem os entendidos e comprovam-no os que já experimentaram. Outro prato típico é o de carapaus alimados. Às lulas enche-se-lhes os sacos com ricos recheios de presunto e linguiça. O arroz muda de paladar consoante é de berbigão, de polvo ou de lingueirão. O xarém ou as papas de milho, em tempos eram a base de uma alimentação humilde, hoje são um prato muito apreciado. 
Nas carnes, o cozido de grão; o cozido de milhos; a carne de porco com amêijoas e as favas à algarvia são alguns exemplos.
Poética e lendária, a amendoeira é protagonista na confeitaria algarvia. Os bolinhos feitos de massa de amêndoa com recheio de ovos moles ou fios de ovos são a base da imaginação para as mais variadas fantasias. São ternurinhas moldadas por sábias mãos. Um regalo para os olhos e um mimo de sabor.
Os Dom Rodrigos são, igualmente, uma delícia feita de amêndoa, protegida por um invólucro de prata colorida. Também o famoso Morgado não dispensa a amêndoa. O figo depois de seco permite uma variedade de utilizações, inteiro ou esmagado não há quem os recuse, recheados com amêndoa, chocolate e erva doce ou torrados no forno são uma delícia.
                                                                                                        Cataplana de peixe e marisco 
Cataplana de Peixe e MariscoSardinhas Assadas
Sardinhas assadas 

Doces de Amêndoa e Figo
Doces de amêndoa e figo