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terça-feira, 2 de abril de 2013

Viagem e visita ao concelho de Vila Nova da Barquinha

Brasão de Vila Nova da Barquinha

Localização

          Vila Nova da Barquinha (também conhecida pela forma sincopada de Barquinha) é uma vila portuguesa pertencente ao Distrito de Santarém, região Centro e sub-região do Médio Tejo, pertencia ainda à antiga província do Ribatejo, hoje porém sem qualquer significado político-administrativo. É sede de um pequeno município com 48,95 km² de área , subdividido em 5 freguesias. O município é limitado a norte pelos municípios de Tomar e Abrantes, a leste por Constância, a sul pela Chamusca, a sudoeste pela Golegã, a oeste pelo Entroncamento e a noroeste por Torres Novas. O concelho foi criado em 1836 por desmembramento do antigo concelho da Atalaia, dispõe de uma estação ferroviária integrada na linha da Beira Baixa. Vila Nova da Barquinha é limitada a Sul e a Nascente por dois importantes cursos de água, os rios Tejo e Zêzere, sedo o primeiro de importância fundamental na vida da população, tendo sido o tráfego fluvial, existente antes da abertura do caminho de ferro, o grande responsável pelo desenvolvimento deste concelho.


História

           A povoação da "Barca" e a partir de 1771, da "Barquinha", antigos topónimos da freguesia de Vila Nova da Barquinha, foi fundada em finais do século XVIII e pertencia ao concelho de Atalaia; contudo, não se excluem as hipóteses de ocupação humana no seu território em épocas muito anteriores, pois alguns autores defendem a existência no local, de um porto que efetuava a ligação à margem esquerda do rio Tejo; tal afirmação baseia-se no facto de os rios, desde os tempos mais remotos, constituírem um polo de atração e fixação das populações devido à facilidade de obtenção de meios de subsistência.
Tal como muitas outras povoações, foi em função do Tejo que a povoação se desenvolveu a partir do século XVIII, transformando-se num importante porto e armazém comercial, monopolizando o negócio de madeiras, sal e azeite, que até então pertencia ao porto de Tancos. Devido a esta prosperidade económica, a 6 de Novembro de 1836, foi elevada a sede concelhia, integrando a freguesia de Barquinha e Tancos na sua jurisdição e herdando todos os seus privilégios ao mesmo tempo que era desanexada do concelho de Atalaia. Em Junho de 1839, um alvará de D. Maria II elevou a freguesia à categoria de vila, com o nome de Vila Nova da Barquinha, passando a integrar três freguesias que outrora tinham sido sedes de concelho: Atalaia, Tancos e Paio de Pele. Posteriormente, a 21 de Novembro de 1895 o concelho foi extinto, mas restaurado dois anos depois; durante esse tempo, Vila Nova da Barquinha esteve integrada no concelho da Golegã. Atualmente  Vila Nova da Barquinha não tem a importância portuária de outrora, embora uma parte do movimento comercial da vila e do concelho ainda seja feito pelo Tejo.

Bandeira de Vila Nova da Barquinha

Heráldica

Brasão: de azul com uma bateira de negro realçada, mastreada e encordoada de ouro, vestida de prata com flâmula de vermelho, vogando em duas faixas ondadas de prata. A bateira acompanhada de duas oliveiras de ouro arrancadas do mesmo metal e frutadas de negro e de duas vasilhas de tanoa de prata cintadas de negro. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com os dizeres: "Vila Nova da Barquinha", de negro.

Bandeira: esquartelada de branco e de negro. Cordões e borlas de prata e de negro. Haste e lança douradas.

Selo: circular, tendo ao centro as peças das armas sem indicação dos esmaltes. Em volta, dentro de círculos concêntricos, os dizeres: «Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha».


Cultura e Turismo

      O concelho de Vila Nova da Barquinha, dados os seus elementos naturais aliados à presença do rio Tejo e ao seu património cultural e edificado, possui características propícias ao aproveitamento turístico, entre as suas principais atrações destacam-se o castelo de Almourol; as margens do rio Zêzere e a confluência desde o Tejo; a zona Norte de Tancos, com vista para o castelo e para a outra margem do Tejo.
O castelo de Almourol eleva-se no meio do Tejo, entre Vila Nova da Barquinha e Praia do Ribatejo, tendo sido reconstruído em 1171 por Gualdim Pais, mestre da Ordem dos Templários e juntamente com os Castelos de Ceras (Tomar), do Zêzere e da Cardiga constituía um dos baluartes da cintura defensiva do Tejo. Dada a sua singular localização, este castelo encontra-se envolto em várias lendas, uma das quais conta a história de D. Beatriz, filha do senhor godo D. Ramiro. Conta a tradição, que D. Ramiro, regressando de um combate, encontrou próximo do seu castelo duas mouras e cansado com a viagem, pediu-lhes que lhe cedessem um pouco de água. A rapariga que segurava a bilha de água, assustada com a figura do cavaleiro, deixou cair o vaso, perdendo-se então o precioso líquido que D. Ramiro tanto desejava; cego de raiva, enristou a lança e feriu as duas mouras que antes de morrerem, o amaldiçoaram. Apareceu então um jovem mouro de 11 anos, filho e irmão das assassinadas que D. Ramiro tornou cativo e levou para o castelo. Chegados ao castelo, ao ver a mulher e filha de D. Ramiro, o mouro jurou vingar as suas familiares; passados alguns anos a castelã adoece e pouco a pouco se foi definhando até morrer, em resultado do veneno que lhe vinha ministrado o cativo agareno.Desgostoso, D. Ramiro parte para a luta e confia a guarda da sua filha ao jovem mouro, que fizera seu pagem. Aconteceu, porém, que os dois jovens se enamoraram, comprometendo dessa forma o desejo de vingança do jovem mouro. Quando D. Ramiro regressou, veio acompanhado por outro castelão, a quem prometera a mão de sua filha; Beatriz e o mouro fugiram então e D. Ramiro, cheio de remorsos e de desgosto morreu, pouco depois, ficando abandonado o Castelo. Conta a lenda que em certas noites de luar se vê o moiro abraçado a D. Beatriz e de Ramiro a seus pés, a implorar clemência sempre que o moiro solta a palavra "maldição". 
 Para além do castelo de Almourol, existem na área do concelho diversos templos dos mais variados estilos que merecem uma especial visita, como é o caso da Igreja Matriz de Vila Nova da Barquinha, a Igreja de Praia do Ribatejo, a igreja paroquial de Tancos, a Igreja da Misericórdia de Tancos, a Capela de Nossa Senhora dos Remédios e a Igreja Paroquial de Atalaia. 
                                                                                                     Parque Ribeirinho 
Castelo de Almourol

Gastronomia

          Da gastronomia típica do concelho salientam-se as caldeiradas, a sopa de peixe do rio, os barbos de molhata, a fataça na telha, a açorda de sável, o arroz de lampreia e as enguias.

                                                                                                   Sopa de Peixe 
Caldeirada de Peixe